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A concepção dialética de que o mundo exterior está em constante movimento e desenvolvimento parte do fato de que, no mundo material, tudo se encontra em ligação e interdependência.
Engels escreve:
"Quando submetemos a natureza, a história da humanidade ou nossa própria atividade mental à análise do pensamento, o que primeiro se nos oferece é o quadro de um infinito entrelaçamento de relações, de ações e reações, no qual nada permanece o que era, no lugar em que estava, como estava, mas tudo se movimenta, se transforma, surge e desaparece."(1)
A descoberta da conexão e interdependência dos fenômenos revela que a natureza e a sociedade estão em desenvolvimento e transformação.
J. V. Stálin afirma:
"Em oposição à metafísica, a dialética não considera a natureza como um estado de repouso e imobilidade, de estagnação e imutabilidade, mas como um estado de movimento e de transformação ininterruptas, de incessante renovação e desenvolvimento, onde sempre algo surge e se desenvolve, algo se desagrega e se torna obsoleto.
Por isso, o método dialético exige que os fenômenos sejam considerados não só do ponto de vista de suas relações e condicionamento recíprocos, mas também do ponto de vista de seu movimento, de sua transformação e de seu desenvolvimento do ponto de vista de seu nascimento e desaparecimento."(2)
A dialética materialista é a ciência das leis mais gerais do desenvolvimento da natureza, da sociedade e do pensamento V. I. Lênin afirma:
"(...) A dialética é a doutrina do desenvolvimento em seu aspecto mais completo, profundo e livre de unilateralidade (...)(3)
A dialética como ciência só se tornou possível depois que foi demonstrado que o movimento e o desenvolvimento são a forma do ser, o modo de existência da matéria. Engels afirma:
"a dialética é considerada como a ciência das leis mais gerais de todo movimento.”(4)
Em toda a infinita diversidade do mundo material, em todas as fases de sua existência, desde as menores partículas elementares às colossais massas de matéria nos sistemas da Via Láctea, do átomo ao organismo complexo, por toda parte, o movimento e o desenvolvimento, apesar da diversidade dos estados da matéria, são universais.
A concepção dialética do desenvolvimento é confirmada e explicada pelos dados da ciência sobre a natureza e a sociedade. A própria ideia do desenvolvimento dialético formou-se no processo da generalização dos dados de determinadas ciências sobre a natureza e a sociedade. O movimento universal é tão evidente que já os filósofos da Grécia antiga, Heráclito, Demócrito, Aristóteles e outros, admitiam o movimento e o desenvolvimento na natureza. Aristóteles, por exemplo, considerava que desconhecer o movimento leva a ignorar a natureza.
As concepções dos filósofos da Grécia antiga não eram, porém, amplamente fundamentadas pelas ciências naturais, já que, naquela época, a ciência apenas começava a se desenvolver. Considerando a natureza como um todo único, os sábios da Grécia antiga ainda não chegavam a desmembrar, a analisar a natureza. Por isso, a conexão mútua e o movimento universal da natureza não eram, para eles, uma tese cientificamente demonstrada, mas o resultado da contemplação direta. Engels afirma:
"Nisso reside a deficiência da filosofia grega, deficiência que a obrigou, posteriormente, a ceder lugar a outras concepções"(5), a concepções metafísicas.
O método metafísico formou-se nos séculos XVII-XVIII, na base do impetuoso desenvolvimento das ciências naturais, porque as ciências naturais daquela época, após haverem acumulado conhecimentos sobre a natureza, ainda não tinham a possibilidade de passar da acumulação de fatos à sua generalização.
O período de acumulação e classificação foi etapa necessária no desenvolvimento dos conhecimentos humanos, porque não se pode descobrir ligação entre os fenômenos e seus movimentos sem conhecer suas particularidades.
Engels escreve:
"Era preciso, primeiro, estudar as coisas antes de se tornar possível estudar os processos. Era preciso, primeiro, saber o que era esta ou aquela coisa antes de poder observar ar transformações que nela se verificam."(6)
Aludindo ao referido período do desenvolvimento das ciências naturais, Engels escreve que esse
"método de estudo nos deixou também o hábito de considerar os objetos e os fenômenos da natureza em seu isolamento, fora de sua grande conexão geral, e, por conseguinte, não em seu movimento, mas no estado de repouso, não como essencialmente em processo de modificação, mas como fixos, não em sua vida, mas em sua morte. E esta concepção, transplantada como foi por Bacon e Locke, das ciências naturais para a filosofia, criou nesta a limitação específica dos últimos séculos — a maneira metafísica de pensar."(7)
Assim, o método dialético marxista foi precedido pelo método metafísico, como etapa inevitável na história do desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, etapa ligada à necessidade de coletar fatos sobre objetos e fenômenos isolados da natureza.
Revelando as causas que deram origem à metafísica, V. I. Lênin escreve que, enquanto não se soube proceder ao estudo dos processos, sempre se elaboraram a priori teorias gerais infrutíferas.
"O químico metafísico, não sabendo ainda pesquisar de fato os processos químicos, elaborava teorias sobre a força da afinidade química. O biólogo metafísico indagava o que poderiam ser a vida e a força vital. O psicólogo metafísico meditava sobre o que era a alma. O próprio método era absurdo. Não se pode raciocinar a respeito da alma sem se haver explicado de antemão, nas suas particularidades, os processos psíquicos: o progresso, aqui, deve consistir justamente em rejeitar-se as teorias gerais e as construções filosóficas a respeito do que é a alma e saber colocar em bate científica o estudo dos fatos que caracterizam tais ou quais processos psíquicos."(8)
A limitada metodologia metafísica continuamente levava os naturalistas dos séculos XVI a XVIII a conclusões idealistas.
Assim é que Newton, descobridor da lei da gravitação universal, considerava que a conjunção do Sol com os planetas só se podia dar em virtude da intenção e do poder de um ser poderoso e sapiente.
Ao fazer a classificação dos animais e dos planetas, Linneu afirmava que há tantas espécies quantas Deus criou.
Engels escreve, analisando o período metafísico do desenvolvimento das ciências naturais e da filosofia:
"Segundo esse ponto de vista, qualquer que fosse o modo pelo qual a própria natureza se formou, uma vez que existe, ela permanece idêntica a si mesma enquanto existir. Uma vez postos em movimento pelo misterioso 'impulso inicial' os plantas e seus satélites continuavam a gravitar nas elipses prescritas durante toda a eternidade, ou, em todo caso, até o fim de todas as coisas. Fixas e imóveis, as estrelas repousavam sempre em seus lugares, sustentando-se reciprocamente devido à 'gravitação universal'. A Terra havia permanecido sempre ou, conforme o ponto de vista que se adote, desde o dia de sua criação, invariavelmente a mesma. As atuais ‘cinco partes do mundo' sempre haviam existido; sempre haviam tido as mesmas montanhas, os mesmos vales, os mesmos rios, o mesmo clima, a mesma flora e a mesma fauna, salvo quando a mão do homem provocou modificações e mudanças de lugar. As espécies vegetais e animais haviam sido fixadas de uma vez para sempre ao nascer, o semelhante gerava constantemente o< semelhante (...) Negava-se qualquer mudança, qualquer desenvolvimento da natureza."(9)
Já no século XVIII, a concepção dos fenômenos da natureza como eternos e imutáveis era refutada pela documentação acumulada. Todavia, os sábios empenhavam-se em adaptar esses novos fatos ao leito de Procusto da teoria metafísica. As transformações ainda eram interpretadas de maneira superficial e nessas transformações negava-se o aparecimento do novo. Assim é que, na biologia, durante muito tempo foi pregada a teoria anticientífica da preformação, segundo a qual o organismo tem, em embrião, todas as características e órgãos do animal ou do homem adulto. O processo de desenvolvimento era compreendido como processo de crescimento, de aumento de órgãos já prontos, é claro que essa interpretação do desenvolvimento levava, em última instância, à negação do desenvolvimento.
Pelo fato que passamos a narrar pode-se julgar da intensidade com que, no século XVIII, a metafísica impregnava as concepções da natureza. O zoólogo francês Cuvier, ao estudar restos fósseis de animais e ao descobrir que anteriormente os animais vivos eram diferentes dos atuais, em lugar de chegar à conclusão de que o mundo orgânico se desenvolve, tentou explicar esses fatos com a hipótese de que a Terra teria passado por algumas catástrofes. Em consequência dessas catástrofes, os animais e as plantas pereciam e a Terra durante longo tempo permanecia despovoada, até que o poder divino os criasse novamente.
O método metafísico de pensar foi entrando cada vez mais em contradição com os dados científicos sobre a natureza, e se transformava em obstáculo à ciência.
Em fins do século XVIII, determinadas ciências passaram da acumulação de fatos à sua generalização e interpretação teórica. Nas ciências naturais fizeram-se grandes descobertas e criaram-se teorias que afirmam que o mundo se encontra em estado de desenvolvimento e de transformação. Entre essas descobertas temos a hipótese de Kant—Laplace a respeito da origem e da evolução do sistema solar. Engels a considera como a primeira hipótese que abriu brecha na muralha da metafísica.
Ao mesmo tempo, Lomonóssov apresentava a ideia de estudar-se historicamente a crosta terrestre, demonstrando que as cadeias de montanhas, os minerais e os depósitos de carvão e de petróleo formaram-se em consequência do desenvolvimento histórico da Terra. Posteriormente, criou-se a ciência da geologia. A par da geologia criou-se a ciência dos animais fósseis — a paleontologia — que demonstra que os animais e plantas hoje existentes distinguem-se consideravelmente dos que povoaram nosso planeta em épocas bastante remotas.
Como afirma Engels, três grandes descobertas científicas do século XIX tiveram imensa importância para a fundamentação da teoria do desenvolvimento:
"Nosso conhecimento do encadeamento entre os processos da natureza avançou a passos de gigante particularmente graças a três grandes descobertas: primeiro, a descoberta da célula como unidade a partir da qual se desenvolve por via de multiplicação e diferenciação todo organismo vegetal e animal; em consequência não só se reconheceu que o desenvolvimento e crescimento de todos os organismos superiores se realizam segundo uma lei universal única, mas ainda que a capacidade de transformação das células indica o caminho pelo qual os organismos podem modificar sua espécie, e, através disso, ter um desenvolvimento que não é apenas individual. — Segundo, a descoberta da transformação da energia que nos mostrou que (...) todo movimento, na natureza, reduz-se a um ininterrupto processo de transformação de uma forma em outra. — Finalmente, a demonstração de conjunto feita pela primeira vez por Darwin, de que todos os organismos que nos cercam atualmente, sem excluir os homens, são produto de um prolongado processo de desenvolvimento, a partir de alguns germes originariamente unicelulares e que esses germes, por sua vez, formaram-se de um protoplasma ou de um corpo albuminoide surgido por processo químico."(10)
As descobertas feitas pelas ciências naturais revelaram a conexão mútua e a interdependência entre os fenômenos da natureza e demonstraram que a natureza encontra-se em movimento, desenvolvimento e transformação.
Engels escreve:
"A dialética dita objetiva impera em toda a natureza, enquanto a dialética dita subjetiva, o pensamento dialético, é apenas o remexo do domínio do movimento, em toda a natureza (...).(11)
Os naturalistas russos Lomonóssov, Mendelêiev, Lebedêiev, Metchníkov, Sétchenov, Timiriázev, Pávlov, os irmãos A. e V. Kovaliévski, Mitchúrin, Williams, Dokutcháiev, Gamaléia e outros deram grande contribuição à base científico-natural da dialética.
Os filósofos materialistas e os naturalistas progressistas russos chegaram à concepção da natureza como em estado de desenvolvimento e transformação.
M. V. Lomonóssov foi o primeiro a criar a doutrina de que as rochas se formaram em consequência de um prolongado processo de desenvolvimento da superfície da terra. Muito antes de Lamarck e Darwin, Lomonóssov formulou várias teses geniais sobre o processo histórico de desenvolvimento dos animais e das plantas na Terra. Sendo materialista consequente, Lomonóssov dirigia seu gênio pesquisador para a descoberta das leis do desenvolvimento da natureza.
O sábio russo Vladimir Kovaliévski, o primeiro a generalizar os dados relativos às descobertas paleontológicas, criou uma nova ciência paleontológica evolucionista que demonstra que o desenvolvimento e a transformação dos animais e das plantas é consequência do desenvolvimento histórico da Terra. I. I. Metchníkov foi um defensor consequente da teoria do desenvolvimento da vida na Terra e muito fez para fundamentá-la e demonstrá-la. O grande biólogo russo K. A. Timiriázev prestou grande contribuição à teoria do desenvolvimento das formas orgânicas da matéria, fundamentando em todos os seus aspectos a teoria da origem e do desenvolvimento das plantas.
I. M. Sétchenov demonstrou, de maneira convincente, que os órgãos dos sentidos e o cérebro do homem resultam de um prolongado desenvolvimento da matéria orgânica, de sua crescente complexidade e aperfeiçoamento e estabeleceu as bases da psicologia materialista.
Desenvolvendo e aprofundando a doutrina de Sétchenov, o acadêmico I. P. Pávlov revelou a essência da atividade nervosa superior dos animais e do homem. A doutrina de Pávlov sobre os reflexos condicionados e incondicionados e sobre o papel do córtex dos grandes hemisférios cerebrais é uma grandiosa conquista da moderna ciência fisiológica e serve de base científico-natural para a teoria marxista-leninista do conhecimento.
O grande sábio russo I. V. Mitchúrin elevou a grau superior o darwinismo, a ciência biológica. A biologia mitchuriniana é uma etapa nova e superior do desenvolvimento da ciência biológica porque demonstrou, da maneira mais convincente e consequente, o desenvolvimento da natureza viva e revelou seu caráter realmente dialético, e porque somente a biologia mitchuriniana possibilita passar da explicação do processo do desenvolvimento à influência ativa sobre o mesmo, isto é, dirigir conscientemente esse processo, orientá-lo e criar os organismos de que o homem necessita.
Dokutcháiev, Kostitchev e Williams criaram a nova ciência da origem e do desenvolvimento do solo. Demonstraram, de maneira convincente, que o solo é um corpo histórico particular da natureza e se encontra em transformação e desenvolvimento contínuos. Os principais fatores para a formação do solo são os organismos, os quais determinam a tendência do processo de formação do solo. Assim, conforme sejam as comunidades de plantas, forma-se, sob a floresta, o solo de podzol, sob a relva, os pântanos, etc. A divisão do solo em zonas é um processo histórico e em constante modificação.
A doutrina de Dokutcháiev, Kostitchev e Williams sobre o processo de desenvolvimento do solo não só esclarece como permite orientar conscientemente esse processo, o que, por um lado, confirma a justeza da teoria e, por outro lado, torna essa teoria eficaz e revolucionária.
A nova teoria do processo de formação do solo é parte integrante da base científico-natural do plano stalinista de transformação da natureza e da modificação do solo e do clima das zonas áridas da URSS.
A moderna ciência geológica é inconcebível sem as grandes descobertas dos naturalistas russos. Os geólogos soviéticos Karpinski, Gubkin, Obrutchev, Fersman e outros prestaram contribuição particularmente grande à ciência geológica..
Orientando-se pelo único método científico de pesquisa — a dialética materialista — os sábios soviéticos penetram mais profundamente na essência dos fenômenos do mundo material, revelando suas leis, fundamentando a concepção dialética da natureza e enriquecendo a ciência com novas e grandes descobertas. Ao número dessas grandes descobertas na história do desenvolvimento da ciência pertencem as pesquisas da doutora em ciências biológicas, O. B. Lepechínskaia, que refutou a concepção dominante desde a época de Virchow e Pasteur, a respeito do limite entre o vivo e o não-vivo e do papel da célula no organismo.
Os sábios soviéticos prestaram grande contribuição à cosmogonia, ciência da origem e do desenvolvimento do universo, do sistema solar e de nosso planeta (descobertas de Ambartsumian, as teorias de Schmidt, Fessenkov, etc.).
Assim, a concepção metafísica da natureza é total e irrevogavelmente refutada pelo desenvolvimento das ciências, cujas grandes descobertas confirmam sempre a justeza das concepções dialéticas.
Seria um erro, porém, considerar a metafísica como algo pertencente à História, ao passado, que não exista nos nossos dias. A metafísica vive até hoje. Se, contudo, na época de Marx e de Engels, manifestava-se ela abertamente contra o desenvolvimento, hoje na maioria dos casos se dissimula, procurando fazer crer que também "reconhece” o progresso. Isto ocorre porque no século XX já não seria possível negar simplesmente a ideia do desenvolvimento, posto que esta ideia foi "incutida” na cabeça dos homens por toda a evolução dos conhecimentos científicos sobre a natureza e a sociedade. Por isso, os metafísicos não negam em palavras o desenvolvimento, mas na realidade deturpam por todas as formas a real interpretação das leis objetivas do desenvolvimento da natureza e da sociedade.
O weismannismo-morganismo é um exemplo claro de "teoria do desenvolvimento” que "sufoca e rebaixa a verdade”.. Em palavras, os weismannistas não negam o desenvolvimento e apresentam-se sob a etiqueta de "neodarwinistas”. Segundo a concepção dos weismannistas, porém, no processo da vida dos organismos não se cria nada de novo; apenas se manifestam as propriedades já existentes. O weismannismo, da mesma forma que a doutrina da preformação, nega o desenvolvimento como aparecimento do novo e interpreta o "desenvolvimento” como crescimento do que já existe. Os weismannistas confessam abertamente esse parentesco entre o weismannismo e a teoria da preformação.
Os weismannistas-morganistas consideram que o aparecimento de novas espécies só é possível em consequência da recombinação, por meio da mutação, de espécies prontas, já existentes. Durante 10 a 15 mil anos a espécie permanece inteiramente invariável mas, de repente, sobrevêm um momento em que a espécie, por causas desconhecidas, "explode” e, por gemação, dá origem a novas espécies. Negando a possibilidade de, no processo evolutivo, surgirem novas espécies, novas propriedades, os weismannistas inventam pretensas teorias de que, no processo da evolução, gradualmente "gasta-se a reserva das mutações” e, por isso, a "substância hereditária” torna-se menos capaz, de diferenciar-se, em virtude do que deve sobrevir um período em que a evolução cessa. Assim, Schmalhauzen, criador da pseudocientífica teoria da "seleção estabilizadora” e da evolução decrescente da natureza orgânica, escreveu que os organismos, após haverem gasto a "reserva da mutação”, deixam de evoluir.
Tal é a essência metafísica dessa teoria do "desenvolvimento”, segundo a qual toda a diversidade dos organismos vivos é, como escreveu Betson, um resultado do desdobramento da ameba, origem da vida.
As teorias metafísicas desse jaez, que deturpam as leis do desenvolvimento da natureza, estão muito em voga na moderna ciência burguesa. São instrumento de luta das forças reacionárias contra as correntes progressistas nas ciências naturais, contra os sábios de vanguarda que se dedicam ao estudo da natureza e que espontaneamente são atraídos para a dialética e o materialismo. Essas teorias agrilhoam o desenvolvimento da ciência e servem, em última instância, de meio de impor e propagar a concepção burguesa do mundo entre os naturalistas e as amplas camadas do povo.
Na filosofia e na sociologia as teorias metafísicas reacionárias, que deturpam as leis do desenvolvimento da sociedade, as leis da História, servem diretamente aos interesses das classes dominantes.
Numa época em que o colapso da sociedade capitalista se tornou inevitável, teorias metafísicas de toda espécie são chamadas a "fundamentar” a eternidade do capitalismo. Em nossa época, a metafísica é utilizada pelos ideólogos do imperialismo para a luta contra a paz, a democracia e o socialismo.
Tudo o que dissemos mostra que a metafísica serve, em nossa época, aos interesses da reação e representa um perigo real. O desmascaramento da metafísica é uma das mais importantes tarefas da filosofia, marxista e da ciência soviética.
Engels afirma:
"O movimento, no seu sentido mais geral, compreendido como modo de ser da matéria, como atributo a ela inerente, abrange todas as mudanças e todos os processos que se verificam no universo, desde o simples deslocamento no espaço ao pensamento."(12)
Engels ressalta que
"nunca e em parte alguma houve nem pode haver matéria sem movimento."(13)
Que o movimento e o desenvolvimento são a forma universal de existência da matéria é provado pela experiência diária do homem e por todos os dados da ciência e da técnica modernas. A cada passo a ciência confirma que toda a matéria, desde as partículas elementares — elétron, próton, nêutron, fóton, etc. — até os imensos corpos celestes, encontra-se em estado de transformação e de desenvolvimento. As partículas elementares passam por incessantes transformações e modificações e, por sua vez, os corpos celestes surgem, desenvolvem-se e transformam-se.
Em meio à infinita quantidade de corpos e sistemas celestes, o sistema solar representa apenas uma parte surgida no processo de desenvolvimento da matéria. Houve época em que não havia nem o Sol nem os planetas do sistema solar, a Terra inclusive. No processo de desenvolvimento da matéria formou-se o Sol e, a determinadas distâncias em torno dele, os planetas e seus satélites.
A superfície do globo terrestre era, a princípio, diferente do que é hoje e seu aspecto atual é o resultado de uma prolongada história de desenvolvimento, que inclui tanto transformações lentas, evolutivas, como grandiosas transformações que deslocaram continentes, modificaram os cursos dos rios, formaram lagos e mares, cadeias de montanhas e planícies.
Em determinada fase do desenvolvimento da matéria surgiu uma nova forma de movimento da matéria — a vida orgânica.
A ciência estabeleceu que a forma orgânica de movimento da matéria existe na terra há cerca de um bilhão de anos e que durante esse período verificaram-se nela colossais transformações.
Com o aparecimento da vida na superfície da Terra formou-se uma nova camada — a biosfera — que tem grande significação na transformação da superfície de nosso planeta. Ao se modificarem, os organismos exercem influência sobre o meio exterior que os cerca, sendo essa, particularmente, a causa básica do processo de formação do solo. Graças aos organismos vivos formaram-se os depósitos de carvão, de turfa, as imensas bacias subterrâneas de petróleo, as montanhas cretáceas, os depósitos calcários e as ilhas de corais.
Em determinada fase de seu desenvolvimento, a forma orgânica de movimento da matéria dividiu-se em dois ramos — vegetal e animal — dotados de tipos de metabolismo peculiares, com diferentes modos de existência e com diferentes propriedades. As plantas foram a causa da existência do oxigênio livre na atmosfera da Terra. Criaram-se, assim, as condições necessárias para o desenvolvimento dos animais que respiram por meio de pulmões, do homem inclusive.
A Terra passou por algumas eras e períodos caracterizados pelas zonas climáticas, pela distribuição da terra firme e das bacias hidrográficas, pelas particularidades geológicas e, também, pelos vegetais e animais que habitam na água e na terra firme.
O homem, como elo superior na cadeia do desenvolvimento evolutivo dos organismos, surgiu na mais recente era geológica de existência da Terra, há cerca de um milhão de anos.
A separação do homem do mundo dos animais e seu desenvolvimento se verificaram à base da atividade no trabalho. A condição decisiva que criou o homem foi o trabalho, que começou, no sentido próprio da palavra, com a preparação dos instrumentos de produção.
O antepassado do homem não sabia fazer instrumentos de trabalho e vivia, como os outros animais, graças aos dons da natureza. Primeiro, o homem aprendeu a preparar os mais simples instrumentos de trabalho: o machado de pedra, a faca, e, posteriormente, o arco e a flecha. Por meio desses instrumentos conseguia o alimento e construía sua morada. A sociedade humana progrediu, porém, e, em determinada fase do desenvolvimento, o homem aprendeu a domesticar os animais e a cultivar as plantas que lhe eram necessárias. Foi assim que surgiram a pecuária e a agricultura.
Em determinada fase do desenvolvimento da divisão social do trabalho surgiu a propriedade privada e, na base dela, a divisão da sociedade em classes, com o aparecimento das quais surge necessariamente o Estado, em consequência do caráter irreconciliável das contradições de classe, como instrumento de sufocação e de opressão de uma classe por outra.
O maior mérito de Marx e Engels foi a descoberta das leis objetivas do desenvolvimento social. Marx e Engels demonstraram que a sociedade humana se desenvolve de acordo com as transformações do modo de produção. Com a modificação dos instrumentos de trabalho e com a elevação da produtividade do trabalho transformam-se também todos os outros fenômenos sociais.
O marxismo-leninismo refuta as considerações dos ideólogos das classes exploradoras 'a respeito do caráter eterno da divisão dos homens em classes de escravos e senhores, sobre o caráter eterno do Estado, e demonstra que houve uma época em que não havia nem classes, nem Estado, os quais surgiram somente em determinada fase do desenvolvimento social, e que o desenvolvimento das relações sociais levará à sociedade comunista sem classes.
O desenvolvimento da sociedade humana passou por várias etapas — as formações sociais. O regime escravista substituiu a sociedade primitiva; o regime escravista foi, por sua vez, substituído pelo regime feudal. O feudalismo foi substituído pelo capitalismo que necessariamente será, em toda parte, substituído por um novo regime — o comunista.
Tal é, em traços gerais, o quadro do movimento e do desenvolvimento da natureza e da sociedade.
No trabalho Anarquismo ou Socialismo?, o camarada Stálin escreve generalizando filosoficamente toda a rica documentação que demonstra o desenvolvimento da natureza e da sociedade:
“(...) começando pela astronomia e terminando pela sociologia, em todas as partes se encontra a confirmação da ideia de que no mundo nada é eterno, tudo se transforma, tudo se desenvolve. Por conseguinte, tudo na natureza deve ser examinado do ponto de vista do movimento do desenvolvimento. E isso significa que o espírito da dialética penetra em toda a ciência contemporânea."(14)
O movimento e o desenvolvimento são a forma de ser da matéria. Da mesma forma que o movimento é inconcebível sem a matéria, a matéria é inconcebível sem o movimento, as transformações, o desenvolvimento. A justa interpretação dialética do movimento e do desenvolvimento inclui, no entanto, a admissão do repouso relativo ou equilíbrio temporário no processo do movimento e do desenvolvimento. Este repouso relativo ou equilíbrio temporário pode apresentar-se sob dois aspectos.
Em primeiro lugar, no processo de movimento compreendido como deslocamento o corpo pode encontrar-se temporariamente em repouso, neste ou naquele ponto. Tal repouso é, no entanto, somente relativo, porque no mundo que nos cerca não há matéria sem movimento. No universo não há corpos em repouso, tudo se movimenta, deslocando-se no espaço. Movimentam-se no espaço as mais minúsculas partículas de poeira cósmica, os raios cósmicos; movimentam-se também os conglomerados de nebulosas. Com velocidade imensa movimentam-se colossais acumulações de estrelas (as vias lácteas). Numa dessas vias lácteas movimenta-se o Sol, arrastando consigo os planetas do sistema solar com seus satélites. A Terra se move tanto em torno do Sol como em torno de seu próprio eixo.
Assim, não há corpos materiais que não se desloquem no espaço. Mas dentro desse movimento ininterrupto e variado dos sistemas de vias lácteas, de determinadas vias lácteas, do Sol, do globo terrestre, etc., etc., este ou aquele objeto que se encontra no globo terrestre pode estar em repouso relativo.
Em segundo lugar, o repouso temporário, o equilíbrio relativo, é importantíssimo no momento do próprio desenvolvimento da matéria. Engels escreve que o repouso é condição necessária para a diferenciação da matéria. Do ponto de vista da concepção dialética do desenvolvimento, o repouso, o equilíbrio temporário, é o estado em que no objeto se acumulam modificações quantitativas imperceptíveis que levam, em última instância, à modificação qualitativa de determinado objeto ou fenômeno num outro, novo e diferente do anterior.
O processo de transformação e desenvolvimento não é uma torrente compacta e ininterrupta. Pelo contrário, o contínuo desenvolvimento do mundo material tem limites, fases; as diferentes formas de movimento da matéria representam a diversidade qualitativa dos corpos materiais, dos objetos e dos fenômenos.
As diferentes formas de movimento da matéria resultam do seu desenvolvimento. São unas pela sua materialidade, já que são apenas diferentes formas do movimento da matéria. Essas formas são estáveis, diferentes entre si e, ao mesmo tempo, ligadas uma à outra. As formas fundamentais do movimento da matéria são as formas mecânica, física, química, orgânica e social.
O repouso temporário no processo de desenvolvimento da matéria está sempre ligado à formação de determinadas leis, inerentes a determinada forma do movimento da matéria. Tal ou qual forma de movimento da matéria, surgida à base das leis dialéticas gerais do desenvolvimento da matéria e a elas subordinada, tem seu caráter específico, suas particularidades e suas leis. São específicas as leis das formas física, química e orgânica de movimento da matéria. São diferentes dessas as leis da forma social do movimento da matéria. As leis inerentes a determinada forma de movimento distinguem essa forma, qualitativamente, das outras formas.
Dentro de cada uma das formas de movimento da matéria processa-se o desenvolvimento e a transformação. Também entre elas os limites não são fixos, mas móveis. Por isso, a passagem de uma forma de movimento a outra — da forma física à forma química, por exemplo — processa-se incessantemente, sem que no entanto deixem de existir diferença e certa estabilidade.
A dialética materialista não admite o repouso absoluto, a estabilidade absoluta, mas não nega, no desenvolvimento, o repouso relativo, a estabilidade relativa. O repouso relativo ou equilíbrio temporário é também movimento e desenvolvimento, mas que se verifica dentro dos limites de determinada forma de movimento da matéria — de determinada espécie orgânica, de determinada formação social, digamos — até que se dê a passagem a novo estado qualitativo, até que seja ultrapassada a medida, até que se forme nova espécie orgânica ou novo regime social.
A negação do repouso relativo leva, em última análise, à negação do movimento e do desenvolvimento. O desenvolvimento é sempre uma transformação, a passagem de um estado a outro.
O desenvolvimento implica a passagem de determinado estado do objeto a um novo estado, diferente do anterior. Por isso os sofistas, ao interpretarem a realidade que nos cerca como uma torrente, na qual nada há de estável, chegam inevitavelmente à negação do desenvolvimento.
Na luta contra a dialética, a metafísica marcha por dois caminhos. Por um lado, busca e inventa indivisíveis "elementos do mundo” (Dühring e outros mecanicistas): elementos constantes da hereditariedade — os "ides”, os "genes”, as "determinantes” (mendelismo-morganismo) — e entidades metafísicas equivalentes. Por outro lado, nega o repouso relativo, a estabilidade no desenvolvimento. No final das contas, ambos os caminhos de deturpação metafísica da realidade levam ao idealismo.
Criticando Dühring, Engels afirma que reconhecer a existência de elementos invariáveis no mundo leva fatalmente à admissão da existência do repouso absoluto; do repouso absoluto, porém, não há nenhum elemento de transição ao movimento, não há ponte que ligue um ao outro. Daí por sua vez, a inevitável admissão do impulso inicial, da força divina, do "criador” do universo. Assim, admitir o repouso absoluto leva, de maneira direta e imediata, ao idealismo. A negação do repouso relativo leva ao mesmo resultado.
Na diversidade dos processos de transformação dos corpos e dos fenômenos da natureza, a dialética materialista destaca várias formas fundamentais, qualitativamente específicas, do movimento. Essas formas do movimento são as seguintes: mecânica, física, química, orgânica (vida) e social. A mecânica é forma relativamente simples do movimento. O movimento mecânico é o deslocamento relativo dos corpos no espaço. A ciência da mecânica estuda as leis do movimento mecânico.
Engels afirma que todo movimento se acha ligado a algum deslocamento — o deslocamento dos corpos celestes, das massas terrestres, das moléculas, dos átomos.
"Quanto mais elevada for a forma do movimento, tanto menor será o deslocamento de lugar. Este de forma alguma esgota a natureza do referido movimento, mas é inseparável dê'.e. Por isso, é ele que deve ser estudado antes de qualquer outra coisa."(15)
A forma física é uma forma mais complexa do movimento. Por forma física do movimento compreende-se o conjunto de tipos de movimento, como os processos térmicos estudados pela termodinâmica e pela chamada física estatística; os processos eletromagnéticos (e em particular luminosos), estudados pela eletrodinâmica (e pela óptica); os processos atômicos, forma particular do movimento dos micro objetos, estudados pela chamada mecânica quântica; os processos nucleares, estudados pela física nuclear.
Os processos químicos que se verificam nos corpos constituem uma forma particular do movimento — a forma química. Os processos químicos que se verificam na natureza inorgânica são estudados pela química inorgânica. Os processos químicos dos corpos orgânicos são objeto de uma ciência particular, chamada química orgânica.
Com o aparecimento da vida na Terra surgiu uma nova forma de movimento, a forma orgânica, estudada por um grupo de ciências biológicas; com o aparecimento da sociedade surgiu a forma social do movimento, a mais elevada de todas as formas de movimento do mundo objetivo. É estudada por um grupo de ciências sociais cuja base comum é o materialismo histórico. As diversas formas de movimento não se acham isoladas uma da outra, mas estão estreitamente ligadas entre si.
Cada nova e mais elevada (complexa) forma de movimento surge na base da inferior e a contém. As leis da forma inferior do movimento não esgotam, contudo, a essência da forma mais elevada de movimento que surgiu na base dela; as leis da forma superior do movimento não se reduzem às leis da forma inferior. Por outro lado, as leis da forma superior não se aplicam às inferiores. Assim, as leis do eletromagnetismo não podem, de forma alguma, ser reduzidas às leis da mecânica, e o movimento mecânico contido em forma subordinada nos processos eletromagnéticos não esgota a essência dos mesmos. Todas as tentativas de reduzir a eletrodinâmica à mecânica, empreendidas várias vezes durante a história da física, nos séculos XVIII-XIX, terminaram em completo fracasso. De maneira idêntica, a forma química do movimento, que inclui, na qualidade de elemento subordinado, os processos físicos, não se reduz ao movimento físico. A irredutibilidade do movimento químico complexo dos processos físicos se revelou, com a maior clareza, particularmente no fracasso da chamada "teoria da ressonância’, cujo vício fundamental consistia justamente na tentativa de subordinar a química à física. Exatamente da mesma forma, a química não esgota a essência da forma orgânica do movimento.
Além dos limites de cada uma das formas superiores existe um campo de fenômenos naturais que não se inclui na aludida forma. Por exemplo, a natureza inorgânica está além dos limites das leis da vida e não se subordina às suas leis; onde não há condições para a formação dos elementos químicos não existe a forma química do movimento.
As formas mecânica e física do movimento são inerentes a todos os domínios do mundo material. Estão presentes em todas as outras formas — física, química, orgânica e social.
As formas superiores do movimento, como a biológica e a social, abrangem apenas uma parte dos fenômenos da natureza. A forma química do movimento abrange um domínio mais amplo de fenômenos naturais, do que, por exemplo, a forma biológica.
Engels ressalta a passagem de determinadas formas do movimento a outras, assinalando sua ligação e dependência mútua.
"O movimento mecânico das manas transforma-se em calor, em eletricidade, em magnetismo; o calor e a eletricidade transformam-se em dissociação química; por seu lado, o processo de combinação química origina outra vez calor e eletricidade e, graças a esta última, magnetismo; finalmente, o calor e a eletricidade produzem, por sua vez, o movimento mecânico das massas."(16)
Os metafísicos, deturpando a realidade e os dados da ciência, fizeram e fazem inúmeras tentativas de identificar as leis das formas superiores do movimento com as leis das formas inferiores. Nessa base surgiram infrutíferas teorias anticientíficas que consideram o organismo como máquina térmica ou como laboratório químico. As tentativas de explicar os fenômenos da vida apenas por meio de leis químicas ou físicas não têm nenhuma base científica e levam inevitavelmente ao impasse, ao idealismo.
A forma superior do movimento — a social — possui suas leis particulares de movimento, que a ela apenas são inerentes. Deturpando a dialética do desenvolvimento da sociedade, os sociólogos burgueses de hoje tentam explicar a sociedade por meio de leis biológicas.
Essas tentativas de deturpar a concepção científica dó desenvolvimento social são feitas para ocultar as causas sociais que levam o regime capitalista a uma inevitável queda.
Os machistas e seus adeptos na Rússia — Bogdânov e outros — "acusavam” o marxismo de não empregar, para a explicação dos fenômenos sociais, categorias biológicas como, por exemplo, a "luta pela existência”, a "seleção natural”, etc.
Desmascarando a sofistica dos machistas, no livro Materialismo e Empirocriticismo, V. I. Lênin demonstrou que o modo "não-biológico” de abordar a sociedade não é uma deficiência e sim um mérito do marxismo. A ciência marxista da sociedade rejeita o chamado "darwinismo social” que tenta explicar os fenômenos sociais por meio de categorias biológicas. O marxismo forneceu a única concepção científica das leis do desenvolvimento da sociedade, como forma nova e superior do movimento da natureza. O marxismo considera a sociedade como um processo que se realiza à base de leis próprias, que lhe são inerentes. As leis das formas biológica e física do movimento não são aplicáveis à sociedade e não podem explicar o processo do desenvolvimento social.
Denunciando os machistas, V. I. Lênin escreve:
”(...) a aplicação dos conceitos de ‘seleção’, de 'assimilação' e de 'desassimilação' da 'energia' de 'equilíbrio energético', etc., etc., às ciências sociais não passa de frases vazias. De fato, não se pode, par meio desses conceitos, fazer nenhum estudo dos fenômenos sociais, não se pode chegar a nenhuma compreensão do método das ciências sociais recorrendo a estas noções. Nada mais fácil do que colocar uma etiqueta 'energética' ou 'biossociológica' em fenômenos como as crises, as revoluções, a luta de classes, etc., mas também nada mais estéril, mais escolástico e mais morto do que essa ocupação."(17)
Essa caracterização, feita por Lênin, de todas as tentativas de reduzir as formas superiores do movimento às inferiores é uma importantíssima indicação metodológica para a compreensão científica da correlação entre as formas fundamentais do movimento da natureza.
Lênin afirma por diversas vezes que no século XX "todos estão de acordo” com o princípio do desenvolvimento. Nem todo "reconhecimento” do desenvolvimento é, contudo, interpretação justa, dialética e materialista, do desenvolvimento. Além disso, as diversas teorias sobre o desenvolvimento formuladas pela filosofia, a sociologia e as ciências naturais foram e continuam a ser especialmente criadas para opor-se à única concepção científica do desenvolvimento, a concepção dialética, e combatê-la.
Existem duas concepções do desenvolvimento, mas somente uma delas é científica e dialética. A concepção científica, dialética, do desenvolvimento, é elemento inseparável da concepção que o proletariado tem do mundo. A segunda concepção — metafísica, anticientífica e reacionária — é, em nossa época, arma teórica dos ideólogos da burguesia imperialista.
Essas duas concepções do desenvolvimento são diametralmente opostas quanto à interpretação das questões mais importantes do desenvolvimento. Estas questões são fundamentalmente três: que é o desenvolvimento? como ele se verifica? e quais são as suas forças motrizes? Analisemos a primeira questão: que é o desenvolvimento?
A dialética marxista-leninista ensina que o movimento e o desenvolvimento não são um simples deslocamento de objetos acabados e mutáveis, uma recombinação de essências eternas que se verifique em círculo fechado, com a constante e inevitável volta ao velho. O desenvolvimento é o constante aparecimento do novo, do superior, do progressista e o desaparecimento e aniquilação do velho, do obsoleto.
Lênin escreveu a esse respeito:
"Com o ‘principio do desenvolvimento', ‘todos estão de acordo’ no século XX (e em fins do século XIX). — Sim. Mas essa ‘concordância' superficial, irrefletida, casual e filisteia é uma espécie de concordância com a qual se sufoca e rebaixa a verdade. — Se tudo se desenvolve, isto quer dizer que tudo se transforma em outra coisa, porque o desenvolvimento, como é notório, não é um simples crescimento ou aumento universal e eterno (ou a redução respectiva). —Uma vez que assim é, então... é preciso compreender mais exatamente a evolução como aparecimento e destruição de tudo, como transformação de uma coisa em outra.”(18)
O desenvolvimento dialético compreendido como nascimento e destruição, como formação do novo e desaparecimento do velho, é lei importante e irrecorrível, inerente a todas as formas do movimento da matéria. A ciência comprova que o desenvolvimento é o invencível aparecimento do novo, do superior, do mais complexo.
Os sábios soviéticos estabeleceram que a formação e a destruição dos corpos celestes é um processo incessante. Este processo de extinção de alguns corpos celestes e de nascimento de outros verifica-se também em nossos dias, como foi plenamente demonstrado pelo sábio soviético V. A. Ambartsumian. A descoberta, pelo acadêmico Lissenko, das fases pelas quais passa o desenvolvimento das plantas é uma brilhante confirmação do desenvolvimento do inferior ao superior, do simples ao complexo.
A teoria do desenvolvimento por fases revela que o organismo, em seu desenvolvimento individual, passa de uma fase a outra, que a nova fase é superior com relação à que lhe antecedeu. Assim, na fase de vernalização a planta não pode dar caule e muito menos formar a espiga e o grão. A formação destes se verifica em fases subsequentes, superiores, mas estas fases superiores não são possíveis sem a fase da vernalização.
O desenvolvimento da sociedade é exemplo não menos evidente de aparecimento do novo e desaparecimento do velho. Em seu trabalho Anarquismo ou Socialismo?, J. V. Stálin escreve:
"Diz-se que a vida social se encontra em estado de incessante- movimento e desenvolvimento. E isso é verdade: não se pode considerar a vida como algo imutável e estático; ela nunca se detêm num mesmo nível, acha-se em eterno movimento, em eterno processo de destruição e criação. Por isso, sempre existe na vida o novo e o velho, o que cresce e o que morre, o revolucionário e o contrarrevolucionário."(19)
Subordinando-se à lei geral do desenvolvimento como desaparecimento do velho e nascimento do novo, como desenvolvimento do inferior ao superior, a sociedade humana passou por diferentes formações econômicas e sociais.
A substituição de uma formação social por outra, o colapso da velha formação e o nascimento e desenvolvimento da nova, é uma lei do desenvolvimento social. Cada nova formação é mais elevada e progressista do que a formação precedente, caduca, porque corresponde ao novo nível alcançado pelas forças produtivas.
O regime da comunidade primitiva foi a primeira formação social, a mais antiga e inferior. O regime da comunidade primitiva foi substituído pelo regime escravista que correspondia a um nível mais elevado de desenvolvimento das forças produtivas. O regime escravista foi a primeira formação onde existiram classes. O regime escravista cedeu lugar a um regime mais elevado que ele, o regime feudal, que foi substituído por um novo regime — o capitalista. Sendo mais progressista em relação ao regime feudal, o regime capitalista, por força dessa lei geral do desenvolvimento, também deve necessariamente perecer porque não corresponde ao novo nível de desenvolvimento alcançado pelas forças produtivas da sociedade. Este processo de colapso do caduco regime capitalista ocorre sob nossos olhos.
A Grande Revolução Socialista de Outubro inaugurou uma nova época na história da humanidade — a época da passagem revolucionária do velho ao novo mundo, do capitalismo ao socialismo. Em consequência da formação do primeiro Estado socialista do mundo, dividiu-se este em dois campos — o campo do socialismo e o campo do capitalismo. O campo do socialismo cresce e se fortalece continuamente. Após a segunda guerra mundial, vários países da Europa Central e Sul-Oriental afastaram-se do sistema capitalista e tomaram, subsequentemente, pelo caminho da construção do socialismo; o grande povo chinês rompeu as cadeias da escravidão imperialista; os povos dos países coloniais e dependentes lutam ativamente pela sua liberdade e independência nacional. Por todo o mundo, massas cada vez mais amplas incorporam-se à luta decisiva contra o imperialismo, contra o regime capitalista, cujo colapso é inevitável e historicamente necessário.
Foi assim que, regida por leis determinadas, se desenvolveu e continua a desenvolver-se a sociedade humana, subordinando-se à lei geral do desenvolvimento como desaparecimento do velho e nascimento do novo, como movimento do inferior ao superior.
A invencibilidade do novo, do progressista, é lei irrecorrível do desenvolvimento, lei inerente à matéria em todas as suas fases de desenvolvimento e sob todas as suas formas. Depois que surge, entra o novo em luta contra o velho. O processo dessa luta enfraquece o velho e fortalece o novo.
A invencibilidade do novo se baseia nas teses que passamos a enumerar.
No processo do desenvolvimento, o novo é gerado nas entranhas do velho. Cada fase subsequente provém da precedente segundo as leis determinadas e cada fase precedente prepara o campo e cria condições para a subsequente. Por isso, todo fenômeno contém em si o passado, o presente e o futuro; o velho e o novo.
Vejamos um exemplo. Para que a vida se tornasse possível em nosso planeta, foi necessário que formas de movimento da matéria como a forma física e a química alcançassem determinado nível de desenvolvimento e de complexidade, criando assim as condições necessárias ao aparecimento da vida.
O acadêmico Opárin descreve da seguinte maneira o processo de crescente complexidade das substâncias químicas que levou à formação dos seres vivos:
"Primeiro surgiram simples soluções de substâncias orgânicas, cuja conduta era determinada pelas propriedades dos átomos que as compunham e pela disposição desses átomos na estrutura molecular. Gradualmente, porém, em consequência do crescimento e da complexidade crescente dessas moléculas, novas propriedades passaram a existir e novos processos de natureza colóido-químicas impuseram-se às simples relações da química orgânica. Estas novas propriedades foram determinadas pela disposição especial e pelas relações recíprocas entre as moléculas. Ainda assim, esta configuração da matéria orgânica era insuficiente para fazer surgir os seres vivos primordiais. Para isso os sistemas coloidais, no processo de sua evolução, tiveram de adquirir propriedades de ordem ainda mais elevada, que lhes permitiriam atingir a subsequente e mais avançada fase de organizado da matéria. Neste processo, a qualidade biológica já se torna proeminente. A competição no ritmo de crescimento, a luta pela existência e, finalmente, a seleção natural determinavam a forma de organização da matéria que é a característica dos seres vivos atuais."(20)
Somente através da crescente complexidade das substâncias químicas e do aparecimento de novas particularidades físicas foi que pôde surgir a vida como nova forma do movimento da matéria. Seu aparecimento foi preparado pelas formas inferiores do movimento da matéria — a física e a química — e somente quando essas formas criaram as condições necessárias tornou-se possível o aparecimento da vida.
O processo de nascimento do novo nas entranhas do velho manifesta-se de maneira ainda mais evidente no desenvolvimento social.
J. V. Stálin refere-se a essa característica do desenvolvimento da sociedade:
"A terceira característica da produção consiste em que as novas forças produtivas e as relações de produção que lhes correspondem não surgem desligadas do velho regime, após seu desaparecimento, mas formam-se no seio do velho regime; e não como fruto da atividade premeditada e consciente dos homens, mas de modo espontâneo, inconsciente e independentemente da vontade dos homens (...)(21)
Uma vez que o novo surge e se desenvolve nas entranhas do velho, entra ele em contradição com o velho e essas contradições entre o novo e o velho manifestam-se sob a forma de luta. O novo luta pela sua existência, pelo seu crescimento, enquanto que o velho resiste tenazmente, não quer sair da cena da História, oferece resistência ao novo.
A luta entre o novo e o velho é a força motriz do processo de desenvolvimento, a fonte desse desenvolvimento.
Uma vez que o processo de desenvolvimento, que obedece a leis objetivas, parte sempre do velho para dar origem ao novo, ao progressista, este manifestando-se e desenvolvendo-se nas entranhas do velho, é sempre, a princípio, consideravelmente ma:s fraco do que o velho. Todavia, quanto mais avança o processo de desenvolvimento, tanto mais cresce e se fortalece o novo, o progressista. Em virtude do desenvolvimento do novo, o velho torna-se supérfluo, desnecessário e sua extirpação torna-se inevitável.
Esta lei da invencibilidade do novo, do progressista, manifesta-se de maneira particularmente evidente na vida social durante a passagem de uma formação social a outra. As novas forças sociais sempre são, a princípio, fracas e insignificantes, mas por mais fracas que sejam, vencem no final das contas, e o velho regime é substituído pelo novo.
Assim foi na Rússia, por exemplo, na segunda metade do século XIX: o proletariado era ainda pouco numeroso e o movimento operário era débil. Sendo, porém, uma classe nova e consequentemente revolucionária, o proletariado cresceu e desenvolveu-se junto com o desenvolvimento do capitalismo e, já no começo do século XX (1905), revelou-se uma grande força revolucionária, para em 1917, cumprindo sua missão histórica, realizar a revolução socialista.
Desta forma, aquilo que a princípio era fraco, revelou-se, no processo de desenvolvimento, poderoso e invencível.
A invencibilidade do novo é a lei do desenvolvimento social. Mas o processo de luta do novo contra o velho não decorre suavemente, em linha reta. A história do desenvolvimento social conhece muitos exemplos em que o novo, o progressista, sofreu derrota temporária e as forças progressistas tiveram que recuar na luta contra a reação. Fazendo um balanço da revolução de 1848, Marx e Engels escreveram:
"Atualmente toda gente sabe que, sempre que há uma convulsão revolucionária, traz ela no seu bojo uma necessidade social cuja satisfação é freada pelas instituições obsoletas. Essa necessidade pode ainda não ser sentida de maneira tão forte e tão geral, de modo a poder assegurar uma vitória imediata, mas toda tentativa de sufocá-la pela violência obriga-a apenas a manifestar-se com crescente força até que, finalmente, rompe suas cadeias. Por isto, quando somos derrotados, nada mais nos resta que começar tudo de novo"(22)
Dessa tese de Marx conclui-se que se determinado movimento social é progressista, se o impulsionam forças sociais avançadas, embora possa ele sofrer derrotas temporárias, embora possa o velho, em determinada etapa, se revelar mais forte e vencer, o colapso do velho, e a vitória do novo nem por isso deixarão de ser inevitáveis.
Cumpre, por conseguinte, às forças sociais que apoiam o novo, não abandonar a lata após o fracasso e a derrota; devem antes acumular forças e persistir na luta até a vitória total sobre o velho.
Desenvolvendo essa tese de Marx, V. I. Lênin escreve:
"(...) é antidialético, anticientífico e teoricamente errado imaginar a história universal como um movimento que se processe de maneira harmoniosa e precisa, sem, eventualmente, gigantescos saltos para trás.”(23)
"A atividade histórica não é um passeio pela Avenida Nevski, afirmou o grande revolucionário russo Tchernichévski. Quem só ‘admite’ a revolução do proletariado ‘sob a condição’ de que marche fácil e suavemente; de que ocorra de início a unidade de ação entre os proletários dos diferentes países; de que haja de antemão certa garantia contra as derrotas; de que a estrada da revolução seja ampla, desimpedida e reta; de que não se exijam por vezes, no caminho da vitória, os sacrifícios mais penosos; de que não ‘se fique por muito tempo dentro de uma fortaleza cercada', e de que não se tenha que vencer os mais estreitos, intransitáveis, ziguezagueantes e perigosos caminhos de montanha — não é um revolucionário, não se libertou do pedantismo da intelectualidade burguesa, e na realidade estará constantemente rolando para o campo da burguesia contrarrevolucionária, como nossos social-revolucionários de direita e mencheviques (…)(24)
É preciso preparar a vitória do novo, é preciso lutar por ela e não esperar que venha por si mesma — como ensinam os grandes chefes do proletariado, V. I. Lênin e J. V. Stálin.
A heroica história do Partido bolchevique é um brilhante exemplo da luta pelo novo, pelo avançado e pelo progressista. Acontecimentos históricos como a Grande Revolução Socialista de Outubro, a industrialização do país e a passagem da economia camponesa dispersa para a produção agrícola coletiva são os marcos históricos através dos quais a classe operária, dirigida pelo Partido bolchevique e seus chefes Lênin e Stálin, marchou para a vitória do socialismo na URSS
Na Grande Guerra Patriótica o regime novo, socialista, demonstrou, em toda a sua extensão, sua grande força e poderio, sua vitalidade e invencibilidade.
V. I. Lênin escreveu o seguinte sobre a força e o poderio do regime soviético:
"Nunca será vencido o povo cujos operários e camponeses, em sua maioria, souberem, sentirem e virem que defendem o seu poder, o poder soviético, o poder dos trabalhadores; que defendem a causa cuja vitória lhes garantirá, a eles e a seus filhos, a possibilidade de gozarem de todos os bens da cultura, de todas as criações do trabalho humano."(25)
Sob a direção do Partido bolchevique e do camarada Stálin o povo soviético marcha de êxito em êxito, determinando um desenvolvimento sem precedentes da História, da economia e da cultura, num reforço tal da unidade moral e política da sociedade soviética e um ascenso tal do patriotismo soviético, que
"não há hoje no mundo força que possa jazer nosso povo voltar para trás, para o capitalismo." (26)
Somos testemunhas de que, no plano mundial, se verifica uma intensa luta do novo contra o velho, luta do campo progressista dos partidários da paz e da democracia contra o campo reacionário do imperialismo e dos fomentadores de guerra.
No decurso da luta do novo contra o velho observa-se um contínuo aumento das forças do novo, do campo da paz e da democracia e, ao contrário, o enfraquecimento das forças do velho, do campo da guerra e do imperialismo.
No campo da guerra observam-se profundas contradições internas, ligadas à luta dos imperialistas pelos mercados de escoamento, pelas matérias-primas e pelas esferas de aplicação do capital. Na retaguarda dos imperialistas cresce o poderoso movimento de libertação nacional dos povos coloniais e dependentes, aumentam continuamente as forças dos partidários da paz representadas por milhões de pessoas honestas ligadas tanto ao trabalho físico como ao intelectual. Tudo isso é fonte de fraqueza interna para o campo do imperialismo e da guerra.
As forças do campo da paz, da democracia e do socialismo, pelo contrário, estando unidas pela comunidade de interesses, crescem e se fortalecem dia a dia. Aumenta continuamente a força e o poderio da União Soviética, que representa a força principal e dirigente do campo da paz e da democracia. Os países de democracia popular, que se desenvolvem pelo caminho do socialismo, alcançam novos e novos êxitos. Grandes vitórias conquistou a República Popular da China, que luta pela total independência econômica em relação ao mundo capitalista, pela industrialização do país e pelo desenvolvimento da cultura.
Realiza-se com êxito a construção pacífica na República Democrática Alemã, que começou a construir as bases do socialismo,
Tanto no sentido moral e político como no sentido econômico, portanto, é o campo da democracia e do socialismo uma força única e invencível. A força desse campo aumenta ainda mais pelo fato de que advoga a justa causa da defesa da liberdade e da independência dos povos. E isto quer dizer que se os governantes do campo imperialista se arriscarem, apesar de tudo, a desencadearem a guerra, não pode haver dúvida de que ela terminará com a liquidação do próprio imperialismo.
A passagem do velho ao novo é um processo, regido por leis, de desaparecimento do velho e de nascimento do novo. O processo da passagem do velho ao novo representa a unidade entre a possibilidade e a realidade. Cada nova fase do desenvolvimento da matéria é uma realidade que contém a possibilidade de aparecimento de novas formas da realidade. Por exemplo, toda espécie orgânica existente, modificando-se sob a influência do meio, contém a possibilidade de que surja uma nova espécie. Cada grau do conhecimento contém a possibilidade de um conhecimento novo, mais profundo.
A transformação da possibilidade em realidade é processo complexo e contraditório. Nem sempre a possibilidade se transmuda em realidade: para a transformação da possibilidade em realidade são necessárias determinadas condições. É perfeitamente possível, por exemplo, a desintegração dos núcleos dos átomos por meio de um feixe de prótons (núcleos do átomo de hidrogênio), mas para isso é necessário que os prótons possuam velocidade suficientemente elevada para superar as forças eletrostáticas de repulsão que atuam entre os núcleos dotados de carga positiva e os prótons.
Outro exemplo: a possibilidade de que surja a vida existe na base da matéria, mas no sistema solar, essa possibilidade só se transformou em realidade em determinados planetas: na Terra, em particular, e como supõem alguns sábios, em Marte e em Vênus. Em outros planetas e satélites essa possibilidade não se transformou em realidade, devido à ausência nos mesmos de várias condições necessárias à vida.
Do mesmo modo que com o desenvolvimento da natureza, o processo de desenvolvimento da vida social representa a transformação em realidade daquilo que a princípio só existe como possibilidade, como tendência do desenvolvimento. Na vida social, a condição decisiva para a transformação da possibilidade em realidade é a atividade prática dos homens, a atividade consciente das classes, dos partidos e dos dirigentes.
J. V. Stálin afirma que as classes moribundas não abandonam voluntariamente a cena da história. Aproveitam todas as possibilidades para prolongar sua existência. Toda a atividade das classes reacionárias dificulta a transformação em realidade da possibilidade de progresso e, frequentemente, conseguem essas classes uma vitória temporária, quando as forças progressistas não desenvolvem suficiente atividade e não manifestam tenacidade na luta pelo novo.
Assim foi que, em 1918-1920, havia em vários países da Europa (Alemanha, Hungria, etc.) condições objetivas para a vitória do proletariado sobre a burguesia e para a derribada do capitalismo. Em virtude da traição da social-democracia, da fraqueza dos Partidos Comunistas nesses países e de várias outras causas, a possibilidade da vitória não foi, contudo, transformada em realidade.
Na Rússia de 1917, pelo contrário, o Partido bolchevique soube organizar as massas para a luta contra a autocracia e o imperialismo, soube aproveitar a situação interna e internacional e derrotou na revolução as forças da reação que defendiam o velho. Sem essa luta revolucionária que as massas travaram no período de Outubro sob a direção do Partido de Lênin e Stálin, a vitória sobre o capitalismo continuaria sendo uma possibilidade, embora uma possibilidade real.
A possibilidade não se transforma em realidade por si mesma, automaticamente. É necessária a luta pela realização da possibilidade progressista, é necessária a mobilização das massas para vencer a resistência das classes reacionárias que defendem o velho.
A habilidade em distinguir a possibilidade da realidade, em não confundi-las, em não tomar o possível pelo real, a habilidade em distinguir em determinada realidade todas as possibilidades que contém e aproveitá-las integralmente para a vitória do novo tem grande importância tanto para compreender com justeza o processo de desenvolvimento da sociedade como para dirigir esse processo.
V. I. Lênin e J. V. Stálin referiram-se, por diversas vezes, à importância teórica e prática de se distinguir as categorias possibilidade e realidade.
"justamente na ‘metodologia' (...) é preciso distinguir o possível do real”(27), escreveu Lênin.
Desmascarando as tentativas dos bucarinistas, esses inimigos do povo soviético, de substituir a interpretação dialética do desenvolvimento pela teoria oportunista do espontaneísmo e do "seguidismo", J. V. Stálin afirmou, no Informe ao XVI Congresso do Partido, que o regime soviético contém colossais possibilidades para a vitória total do socialismo.
"Possibilidade não é ainda realidade. Para transformar a possibilidade em realidade, precisamos, antes de mais nada, rejeitar a teoria do espontaneísmo, precisamos reconstruir a economia nacional e desencadear uma ofensiva decisiva contra os elementos capitalistas da cidade e do campo.”(28)
J. V. Stálin continua:
"Torna-se claro, assim, que devemos distinguir nitidamente entre as possibilidades existentes em nosso regime e a utilização dessas possibilidades, a transformação dessas possibilidades em realidade.
Disso se conclui que são perfeitamente admissíveis casos em que há possibilidades para a vitória, mas o Partido não vê essas possibilidades ou não sabe utilizá-las com acerto, em vista do que podemos sofrer uma derrota ao invés de alcançar a vitória."(29)
A possibilidade da vitória do socialismo na URSS foi garantida pela instauração da ditadura do proletariado. Os restos não vencidos das classes exploradoras tentaram, por todas as formas, restaurar o capitalismo. O Partido e o governo soviético, dirigidos por J. V. Stálin, tomaram todas as medidas para acabar com a possibilidade da restauração do capitalismo e para transformar a possibilidade da construção do socialismo na URSS em realidade. O Partido derrotou os mais ferozes inimigos da classe operária — os trotskistas e os bucarinistas — que impeliam nosso país para o caminho da restauração do capitalismo. O Partido orientou-se firmemente no sentido da industrialização do país e da coletivização da agricultura, mobilizou os trabalhadores para a liquidação dos culaques como classe e preparou a ofensiva do socialismo em toda a frente.
Com a construção do socialismo na URSS e a consolidação das forças motrizes da sociedade socialista, tais como a unidade moral e política de todo o povo, a amizade entre os povos e o patriotismo soviético, verificaram-se profundas mudanças no caráter da transformação dialética da possibilidade em realidade.
Modificou-se profundamente, antes de mais nada, o próprio conteúdo da possibilidade. Enquanto existiram os exploradores e os culaques, enquanto houve contradições antagônicas entre os trabalhadores e os exploradores, o desenvolvimento do país apresentou duas possibilidades — ou marchar para a frente, para o socialismo, ou para trás, para o capitalismo. A natureza dessas possibilidades era diametralmente oposta.
J. V. Stálin afirmou, discursando na conferência dos marxistas especializados em questões agrárias, em 1929:
"A questão se apresenta, portanto, da seguinte maneira: ou um caminho, ou o outro; ou para trás, para o capitalismo, ou para a frente, para o socialismo. Não há nem pode haver nenhum outro caminho."(30)
Com a vitória do socialismo deixaram de existir essas possibilidades diametralmente opostas, defendidas por classes hostis. Todos os grupos sociais que constituem a sociedade soviética marcham num mesmo sentido — para o comunismo.
O movimento da sociedade soviética para o comunismo representa um processo de transformação da possibilidade de construção do comunismo em realidade. Para que o comunismo se torne realidade, é preciso aproveitar integralmente as possibilidades contidas no socialismo e desenvolvê-las. A transformação da possibilidade em realidade representa, no socialismo, um processo de luta do velho contra o novo, processo de luta de todo o povo soviético por maiores êxitos no domínio da economia, da ciência e da cultura, luta do povo soviético por níveis mais elevados e mais progressistas na vida soviética.
Justamente porque, no socialismo, as possibilidades não se manifestam sob a forma de luta recíproca entre os grupos sociais, mas sob a forma da unidade moral e política de todo o povo, o novo, o mais progressista, rapidamente conquista o reconhecimento geral, é apoiado por todas as forças da sociedade e levanta prestamente a vitória sobre o velho.
A dialética marxista não admite nada eterno e imutável: considera tudo como em movimento, transformação, "devenir” e desaparecimento. Não admitindo ordem social, formação econômica e regime político eternos e imutáveis, não admitindo direito eterno nem imutáveis princípios de moral, considerando a tudo como produto do desenvolvimento histórico, a dialética chama a atenção dos homens para a transformação do que existe, obriga a procurar novos caminhos para transmudar a natureza e contribui ativamente para a transformação revolucionária da sociedade.
Aplicando a teoria do desenvolvimento à análise da vida social, Marx, Engels, Lênin e Stálin definiram os meios para a transformação do regime social e se colocaram à frente do poderoso movimento das massas proletárias rumo ao comunismo. Toda a atividade do Partido marxista-leninista é uma brilhante expressão da aplicação prática da teoria do desenvolvimento à sociedade.
J. V. Stálin afirma:
"(...) se o mundo se encontra em incessante movimento e desenvolvimento, e se a lei desse desenvolvimento é a extinção do velho e o fortalecimento do novo, é evidente que não pode haver ordem social 'irremovível', nem pode existir os 'princípios eternos' da propriedade privada e da exploração, nem as ‘ideias eternas' da submissão dos camponeses aos proprietários de terra e dos operários aos capitalistas.
Isto quer dizer que o regime capitalista pode ser substituído pelo regime socialista, da mesma forma que, em seu tempo, o regime capitalista substituiu o regime feudal.
Isto quer dizer que devemos nos orientar não para as camadas da sociedade que já chegaram ao termo de seu desenvolvimento, embora representem no momento a força predominante, mas para as camadas que se estão desenvolvendo e que têm um futuro, embora não representem as forças predominantes no momento atual.
Na década de 80 do século passado, na época da luta entre os marxistas e os populistas, o proletariado na Rússia constituía uma insignificante minoria em comparação com os camponeses individuais, que constituíam a esmagadora maioria da população. Mas o proletariado estava se desenvolvendo como classe, enquanto que o campesinato, como classe, se decompunha. E justamente porque o proletariado se desenvolvia como classe, os marxistas se orientaram para ele. E não se enganaram, porque, como é sabido, o proletariado se converteu, com o passar do tempo, de força insignificante em força histórica e política de primeira ordem.
Isto quer dizer que em política, para não nos enganarmos, é preciso olhar para a frente e não para trás.’’(31)
Orientando-se pela doutrina marxista do desenvolvimento e considerando o capitalismo como formação econômico-social transitória, o Partido bolchevique estabeleceu a tarefa de derribar o capitalismo e de construir o comunismo. O Partido de Lênin e Stálin reuniu e dirigiu as massas dos trabalhadores, realizando a derribada do regime monárquico-burguês na Rússia, em 1917. Compreendendo o processo de desenvolvimento da sociedade como desaparecimento do velho, do obsoleto, e de aparecimento do novo, do que nasce, o Partido bolchevique chefiou o movimento das forças novas, progressistas, na luta por um regime novo, superior — o socialismo — e em curto prazo histórico realizou a construção do socialismo na URSS.
Os países de democracia popular da Europa Central e Sul-Oriental realizam, hoje, a construção do socialismo. À frente desse poderoso movimento estão os Partidos Comunistas, que se orientam pela ciência marxista-leninista das leis do desenvolvimento da natureza e da sociedade, da revolução das massas oprimidas e exploradas, da vitória do socialismo em todos os países e da construção da sociedade comunista.
Partindo do princípio dialético de que no processo do desenvolvimento social o novo, o progressista, é invencível, o Partido bolchevique nunca se furtou à realização das tarefas que se lhe apresentavam na luta por um novo regime social. Quaisquer que fossem as dificuldades que se apresentassem no caminho, o Partido as superava, convicto da invencibilidade do novo, do progressista.
Durante os anos de duras provas — a derrota temporária da revolução em 1905 e a subsequente reação stolipiniana; o período de preparação da Revolução de Outubro; os anos da guerra civil, quando 14 países capitalistas empreenderam campanha contra a jovem república soviética; os anos de bloqueio, de fome e de ruína; a situação da vil traição dos mencheviques à causa do socialismo e da resistência ativa aos trotskistas e bucarinistas, inimigos do socialismo — o Partido bolchevique dirigido por Lênin e Stálin, marchou com segurança pelo caminho traçado. O Partido de Lênin e Stálin travou uma luta intransigente contra o velho e sempre se manteve ao lado do novo, do Progressista.
J. V. Stálin afirma:
"(...) O Partido não se submeteu nem às ameaças de alguns nem às vociferações de outros e marchou com segurança, apesar de tudo. O mérito do Partido reside em que não se adaptava aos atrasados, não temia marchar contra a corrente e durante todo o tempo manteve a posição de força dirigente."(32)
A cada momento histórico, o Partido de Lênin e Stálin soube descobrir o novo, o progressista e apoiá-lo. Em consequência da atividade do Partido, o novo, o progressista, que a princípio era fraco, tornou-se forte e todo-poderoso.
Após a Revolução de Outubro, durante o período de transição, havia na república soviética cinco formações econômicas. A formação socialista ainda era débil, mas o Partido bolchevique partia do caráter progressista da formação socialista, do fato de que somente ela podia e devia tornar-se dominante.
Orientando os esforços do povo soviético para o amplo desenvolvimento da formação econômica socialista, o Partido conseguiu que todas as restantes formações econômicas fossem liquidadas, enquanto a formação socialista se fortaleceu e tornou-se a dominante em nosso país.
Já nos primeiros anos do poder soviético, V. I. Lênin viu nos sábados comunistas o novo na atitude das massas para com o trabalho e o apoiou com firmeza. V. I. Lênin caracterizou os sábados comunistas como "uma grande iniciativa” e lhes atribuiu imensa significação histórica, vendo neles o protótipo da atitude comunista em relação ao trabalho.
J. V. Stálin observou e apoiou com firmeza o movimento stakhanovista, quando mal se iniciava. O movimento stakhanovista começava apenas a desenvolver-se quando J. V. Stálin viu, com genial perspicácia, o novo que ele continha, previu sua significação histórica, sua força e invencibilidade. O camarada Stálin afirmou, em 1935:
"Hoje os stakhanovistas são pouco numerosos. Mas quem pode duvidar de que amanhã serão dez vezes mais numerosos? Não é evidente que os stakhanovistas são inovadores em nossa indústria, que o movimento stakhanovista é o futuro de nossa indústria (..)?”(33)
Partindo da consideração de que o desenvolvimento é o surgimento do novo e o desaparecimento do velho, J. V. Stálin ensina que o sentido do novo é uma preciosa qualidade do bolchevique. Todo trabalhador deve possuir esta qualidade.
Nossa época, a grande época de Lênin e Stálin, é a época dos inovadores, dos criadores da nova economia — a socialista — de novas formas de trabalho, da nova cultura — a comunista — da arte, da moral e de um novo regime social — o comunismo. O período de transição do socialismo ao comunismo abunda em exemplos que demonstram a veracidade e a grande significação prática das teses do método dialético marxista que analisamos.
Em cada resolução do Partido e do governo sobre as questões da economia, da ciência e da cultura, vemos a capacidade do Partido de Lênin e Stálin de encontrar o novo e apoiá-lo a tempo. O Partido bolchevique abre ao povo soviético as inesgotáveis possibilidades existentes no regime econômico e político do socialismo, realiza imenso trabalho de mobilização das massas para a utilização dessas possibilidades e para a transformação da possibilidade da construção do comunismo em realidade.
Em sua atividade diária de direção do Partido e do país, no trabalho de construção da sociedade comunista, o Comitê Central do Partido, chefiado pelo camarada Stálin, nos fornece brilhantes modelos da capacidade de encontrar o novo e conseguir sua vitória. As resoluções do C.C. do P.C. (b) da URSS relativas às questões ideológicas, os debates sobre os problemas da filosofia, da biologia, da fisiologia e da linguística, realizados sob a influência orientadora do Comitê Central do Partido e do camarada Stálin, pessoalmente, são modelo de como se deve revelar o novo e o progressista no trabalho ideológico. Ao mesmo tempo, essas resoluções apontam tudo que é podre, obsoleto e reacionário e que representa as sobrevivências da ideologia burguesa.
A tese do método dialético marxista sobre o movimento e o desenvolvimento na natureza e na sociedade tem imensa significação para a ciência. Isto se revela claramente no exemplo da luta da biologia mitchuriniana contra o weismannismo-morganismo. O weismannismo-morganismo negou o aparecimento do novo no desenvolvimento da matéria viva e reduziu o desenvolvimento dessa à recombinação e simplificação da substância hereditária, eterna, imutável e imortal. Em consequência, o weismannismo-morganismo levava fatalmente ao idealismo.
Na base da biologia mitchuriniana, pelo contrário, está a justa concepção dialética, que compreende a natureza orgânica como um processo de desenvolvimento e transformação ininterruptos.
Caracterizando o desenvolvimento da natureza viva, Mitchúrin escreve:
"Alguns excursionistas, cujo número atinge anualmente entre nós 5 mil pessoas, fazem, por vezes, mais ou menos as seguintes perguntas: 'Por que cultivar mais espécies, novas e melhoradas, de árvores frutíferas, quando possuímos muitas velhas espécies?’ A essas pessoas ingênuas tenho que repetir o que li, há uns 40 anos, em mui os artigos: a vida de toda a natureza não é algo estagnado em suas formas; a vida marcha sem interrupção e se transforma constantemente, e todas as formas dos seres vivos que, por qualquer motivo, se detiveram em seu desenvolvimento estão fatalmente condenadas ao aniquilamento. Muito do que antes parecia ser o melhor, pela sua adaptabilidade às condições de vida dos anos passados, é já hoje impróprio e exige substituição."(34)
A biologia mitchuriniana, empregando, de maneira consequente, a doutrina dialética do desenvolvimento, pôde descobrir e explicar os fatores da variabilidade dos organismos, compreender as propriedades da hereditariedade, demonstrar a tendência e o caráter hereditário das transformações que se verificam no organismo sob a influência das condições do meio e descobrir que a única causa da variabilidade dos organismos é a modificação das condições de sua existência. Nessa base, a biologia mitchuriniana pôde elevar a ciência biológica a uma etapa nova e superior de seu desenvolvimento. A biologia mitchuriniana revelou-se capaz não só de explicar o desenvolvimento da vida, como também de orientar ativamente esse processo, de acordo com os interesses da economia nacional, criando novas raças de animais e novas espécies de plantas cultiváveis.
As teses do método dialético marxista sobre a universalidade do desenvolvimento da luta do novo contra o velho e da invencibilidade do novo podem ser diretamente aplicadas à própria ciência.
Se tudo se desenvolve, também a ciência não pode ficar no mesmo lugar. A necessidade de desenvolver-se preserva a ciência da estagnação e do dogmatismo. A necessidade do desenvolvimento obriga os sábios a não se contentarem com o que já alcançaram, a procurar novos caminhos na ciência, a superar o velho, a ver os embriões do novo na ciência, a apoiar esse novo e a fortalecê-lo.
A tese de J. V. Stálin sobre o sentido do novo como preciosa qualidade de todo militante bolchevique, sua tese de que o marxismo é inimigo de todo dogmatismo, apontam o justo caminho para a eficiente utilização dessa arma de esclarecimento e de transformação do mundo: a dialética marxista.
Notas de rodapé:
(1) F. Engels — Anti-Dühring, ed. russa, 1951, pág. 20. (retornar ao texto)
(2) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 537; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 44. (retornar ao texto)
(3) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XIX, pág. 4. (retornar ao texto)
(4) F. Engels — Anti-Dühring, ed. russa, 1951, pág. 350. (retornar ao texto)
(5) F. Engels — Anti-Dühring ed. russa. 1951. pág. 314. (retornar ao texto)
(6) F. Engels — Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã. ed. russa. 1952. págs. 37. (retornar ao texto)
(7) F. Engels — Anti-Dühring, ed. russa, 1951, pág. 21. (retornar ao texto)
(8) V. I. Lênin — OBRAS. 4.ª ed. russa, t. I, pág. 126-127; ver Obras Escolhidas, ed. bras., Ed. Vitória, Rio, 1955, t. I, pág. 118. (retornar ao texto)
(9) F. Engels — Dialética da Natureza, ed. russa, 1952, pág. 6. (retornar ao texto)
(10) F. Engels – Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã, ed. Russa, 1952, págs. 38-39. (retornar ao texto)
(11) F. Engels — Dialética da Natureza, ed. russa, 1952, pág. 168. (retornar ao texto)
(12) F. Engels — Dialética da Natureza, ed. russa, 1952, pág. 44. (retornar ao texto)
(13) F. Engels — Anti-Dühring, ed. russa, 1951, pág. 57. (retornar ao texto)
(14) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. I, pág. 301; ver ed. bras., Ed. Vitória, Rio, 1952, pág. 273. (retornar ao texto)
(15) F. Engels — Dialética da Natureza, ed. russa, 1952, pág. 44.(retornar ao texto)
(16) F. Engels — Dialética da Natureza, ed. russa, 1952, pág. 52. (retornar ao texto)
(17) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XIX, pág. 314. (retornar ao texto)
(18) V. I. Lênin — Cadernos Filosóficos, ed. russa, 1947, pág. 239. (retornar ao texto)
(19) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. I, pág. 298; ver ed. bras., Ed. Vitória, Rio, 1952, pág. 270. (retornar ao texto)
(20) A. I. Opárin — O Aparecimento da Vida na Terra, ed. russa, edição da Academia de Ciências da URSS, Moscou-Leningrado, 1941, pág. 264. (retornar ao texto)
(21) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 559; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 53. (retornar ao texto)
(22) K. Marx e F. Engels — Obras Escolhidas, ed. russa, E. P. E., 1941, t. II, pág. 32. (retornar ao texto)
(23) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XXII, pág. 296. (retornar ao texto)
(24) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XXVIII, pág. 50. (retornar ao texto)
(25) Id., t. XXIX, pág. 292. (retornar ao texto)
(26) V. M. Mólotov — Stálin e a Direção Stalinista, ed. russa, E.P.E., 1949, pág. 11. (retornar ao texto)
(27) V. I. Lênin — OBRAS, 4ª ed. russa, t. XXXV, pág. 194. (retornar ao texto)
(28) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. XII, pág. 339. (retornar ao texto)
(29) Ibid., pág. 341. (retornar ao texto)
(30) J. V. Stálin — OBRAS, ed. russa, t. XII, pág. 146. (retornar ao texto)
(31) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 540; ver História do P.C. (b) da URSS, 2ª ed. bras., Ed. Horizonte, Rio, 1947, pág. 46. (retornar ao texto)
(32) J. V. Stálin — Discursos nas Assembleias Eleitorais dos Eleitores da Circunscrição Eleitoral Stálin, Moscou, a 11 de dezembro de 1937 e 9 de fevereiro de 1946, ed. russa, E. P. E., 1952, pág. 20. (retornar ao texto)
(33) J. V. Stálin — Questões do Leninismo, 11ª ed. russa, pág. 496. (retornar ao texto)
(34) I. V. Mitchúrin — OBRAS, ed. russa, E. A., Moscou, 1948, págs. 548-549. (retornar ao texto)
Inclusão | 20/02/2015 |