Liga dos Proscritos (Liga dos Párias) (1834-1846): Predecessora da Liga dos Justos. As perseguições movidas, a parir de 1815, contra aqueles que lutavam pela liberdade e pela unidade da Alemanha, e a crise econômica que afligia o país, obrigaram grande número de alemães a se refugiarem no estrangeiro. Depois da Revolução de 1830 e sobretudo depois da manifestação democrática de Hambach, em 1832, realizada com uma assistência de mais de 30.000 pessoas; depois do assalto ao posto de polícia de Frankfurt (1833), muitos revolucionários foram a Paris, onde os republicanos e socialistas franceses lhes dispensaram todo o apoio. Foi aí que surgiu a Associação Patriótica Alemã, cuja única finalidade era lutar pela liberdade e pela unidade da Alemanha. Esta associação deu origem, em começos de 1834, à Liga dos Proscritos, dirigida por Jacob Venedey e pelo dr. Theodoro Schuster. Venedey era um antigo docente da Universidade de Heidelberg, que se refugiara em França para escapar às perseguições da polícia. Em Paris, publicava o jornal O Proscrito, no qual, sem deixar de ser bom democrata alemão, manifestou simpatias pelos fourieristas.
A Liga dos Proscritos estava em estreita ligação com a Sociedade Francesa dos Direitos do Homem. Os estatutos da Liga continham o seguinte programa: “Libertação da Alemanha e aplicação dos princípios contidos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. Esses estatutos eram comunicados aos aderentes de grau inferior. Os estatutos da Montanha, isto é, dos membros de grau superior, continham um programa diferente; “Libertação da Alemanha e instauração de um regime democrático. Essa finalidade só poderá ser atingida mediante a instauração da igualdade social e política, da liberdade, da virtude cívica e da unidade do povo, primeiro nos países de língua alemã, depois no resto do mundo”.
Do mesmo modo que na Sociedade Francesa dos Direitos do Homem, na Liga dos Proscritos havia também uma ala direita (democrata-nacional) e uma ala esquerda (revolucionária-internacionalista). Em 1836, esta ala provocou a cisão e formou, sob a direção de Schuster, a Liga dos Justos, que em 1846 se transformou na Liga dos Comunistas.
Leia o texto de Max Beer: As Associações Revolucionárias alemãs no estrangeiro
Liga dos Justos (1836-1847): Predecessora da Liga dos Comunistas. Criada em 1836 a partir de uma dissidência da "Liga dos Párias" que havia sido criada em 1834 pelos alemães exilados em Paris e Londres. Inicialmente era uma organização operária de caráter conspirativo-revolucionário, da qual participavam ferreiros, carpinteiros, sapateiros, alfaiates. No início de 1847 Marx filiou-se à Liga. A Liga possuia seções na França e na Alemanha. Na França mantinha relações com uma sociedade dirigida por Blanqui, ao qual se uniram na revolta de 12 de maio de 1839. Um dos elementos mais ativos da ala esquerda da Liga dos Justos era Wilhelm Weitling, alfaiate alemão. Em junho de 1847, após seu primeiro congresso, por influência da Marx e Engels, a Liga mudou de nome passando a chamar-se Liga dos Comunistas e adotou o lema "Proletários de todos os países, uni-vos!" abandonando o antigo "Todos os homens são irmãos".
Leia o texto de Max Beer: As Associações Revolucionárias alemãs no estrangeiro
Liga dos Comunistas (1847-1852): Predecessora da Primeira Internacional. Primeira organização comunista internacional do proletariado, fundada em 1847 em Londres por Marx e Engels, em consequência da reorganização da Liga dos Justos, associação secreta alemã de operários e artesãos, que surgiu na década de 1830. O lema da Liga dos Comunistas foi: "Proletários de Todos os Países Uní-vos!" e seu programa o "Manifesto do Partido Comunista". Os principais pontos de apoio da Liga se encontravam em Londres, Paris, Bruxelas, na Suiça e na Alemanha. Os membros da Liga tomaram parte ativa na revolução de 1848, principalmente na Alemanha.
Marx e Engels se pronunciaram contra a opinião sectária e reformista de alguns membros da Liga. Depois da detenção da maioria de seus ativistas a influência dos oportunistas se reforçou no seio da Liga. Em 1852, a Liga proclamou a sua autodissolução.
A Liga dos Comunistas foi a primeira organização proletária que atuou com base nos princípios do comunismo científico e foi a predecessora da Primeira Internacional.
Imagem: Bandeira da Liga dos Comunistas.
Leia o texto de Engels: Para a História da Liga dos Comunistas
Leia o texto de Riazanov: Crítica dos pontos de vista habituais sobre a história na Liga dos Comunistas
Fonte: Manfred - História do Mundo vol. II e Breve Diccionário Político - Editorial Progreso - Moscu
Associação Internacional dos Trabalhadores - Primeira Internacional (1864-1876): Em 28 de Setembro de 1864 teve lugar uma grande reunião pública internacional de operários no St. Martin's Hall de Londres; nela foi fundada a Associação Internacional dos Trabalhadores (mais tarde conhecida como Primeira Internacional) e eleito um Comité provisório, que contava Karl Marx entre os seus membros. Marx foi depois eleito para a comissão designada a 5 de Outubro, na primeira sessão do Comité, para redigir os documentos programáticos da Associação. A 20 de Outubro a comissão encarregou Marx de rever o documento por ela preparado durante a doença de Marx e redigido no espírito das ideias de Mazzini e Owen. Em lugar desse documento, Marx escreveu de facto dois textos inteiramente novos — a "Mensagem Inaugural da Associação Internacional dos Trabalhadores" e os Estatutos Provisórios da Associação —, que foram aprovados na sessão da comissão de 27 de Outubro. Em 1 de Novembro de 1864 a Mensagem e os Estatutos foram ratificados por unanimidade pelo Comité provisório, que se constituiu em órgão dirigente da Associação. Este órgão, que entrou na história como Conselho Geral da Internacional, foi predominantemente denominado Conselho Central até finais de 1866. Karl Marx foi de facto o dirigente do Conselho Geral. Foi o seu verdadeiro organizador, o seu cnefe, o autor de numerosas mensagens, declarações, resoluções e outros documentos do Conselho. Na Mensagem Inaugural, primeiro documento programático, Marx conduz as massas operárias à ideia da necessidade de tomar o poder político, de fundar um Partido proletário independente e de assegurar a união fraterna entre os operários dos diferentes países. Publicada pela primeira vez em 1864, a Mensagem Inaugural foi muitas vezes reeditada ao longo de toda a história da Primeira Internacional, que deixou de existir em 1876.
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Fonte: Marx e Engels - Obras Escolhidas em 3 Tomos
Internacional de Saint-Imier, também conhecida como: Internacional Bakuniniana ou “Anti-autoritária”; Internacional autonomista e Internacional federalista (1872-1877): Em setembro de 1872, no V Congresso realizado em Haya, se consumou a cisão da Associação Internacional dos Trabalhadores, com a expulsão de Bakunin e Guilhaume, da Federação Jurassiana, e com a transferência do Conselho Geral para Nova Iorque. As federações italiana, espanhola, americana, francesa e jurassiana decidem dar prosseguimento a Internacional em um congresso realizado em Saint Imier, na Suíça. Mais tarde, ficaram conhecidos como a Internacional Bakuniniana ou “Anti-autoritária”.
Impulsionada principalmente pelos Jurassianos, a Internacional Bakuniniana, iniciou a construção de um sindicalismo com base na ação direta, ou seja, um poder exercido pelos operários contra o patronato, sem mediação parlamentar e Estatal. Sendo o principal contraponto ao modelo social democrata/comunista, de relegar ao sindicato apenas as lutas econômicas parciais e apoiar os partidos na luta pela tomada do Estado, seja revolucionária ou reformista.
Internacional Operária e Socialista - Segunda Internacional (1889-1916): A Segunda Internacional (Internacional Operária e Socialista): nasceu em 1889 como sucessora da Primeira Internacional. Era uma associação livre de partidos socialdemocratas e trabalhistas, integrada tanto por elementos revolucionários quanto reformistas. Seu caráter progressista chegou ao fim em 1914, quando suas seções mais importantes violaram os princípios mais elementares do socialismo ao apoiar seus governos imperialistas na Primeira Guerra Mundial. Se desintegrou durante a guerra, porém ressurgiu como organização totalmente reformista em 1923.
Leia texto sobre a Segunda Internacional na História do Mundo
Fonte: Trotsky: O “Terceiro Período” dos Erros da Internacional Comunista
União Internacional de Partidos Socialistas - Segunda e Meia Internacional (1921-1923): Segunda e Meia Internacional é como foi chamada a União Internacional de Partidos Socialistas constituída em Viena em fevereiro de 1921, por uma série de partidos (entre os quais os mencheviques russos) saídos temporariamente da II Internacional no período do ascenso revolucionário. Essa união era dirigida por F. Adler, O. Bauer, L. Martov e outros. O objetivo da segunda e meia Internacional era contrabalançar a influência cada vez maior da Internacional Comunista entre as massas operárias, que se haviam afastado da desprestigiada II Internacional. Em 1923 a Internacional segunda e meia voltou a unir-se à II Internacional.
Fonte: O Marxismo e Problema Nacional e Colonial
Comintern (Komintern) - Terceira Internacional (1919-1943): Do russo Коммунистичекий Интернационал (Kommunisticheskiy Internatsional) abreviação de Internacional Comunista ou III Internacional, reunião internacional dos Partidos Comunistas de diversos países, que funcionou de 1919 até 1943. A Internacional Comunista foi sucessora e continuadora da Primeira Internacional e herdeira das melhores tradições da Segunda Internacional. A fundação da Internacional Comunista significou a criação de um Estado Maior político-ideológico do movimento revolucionário do proletariado. Lênin foi o organizador e inspirador da Internacional Comunista, que defendeu o marxismo revolucionário frente às deformações oportunistas e revisionistas de direita e de "esquerda". A Internacional Comunista buscou a formação de quadros dirigentes dos Partidos Comunistas e a sua transformação em partidos revolucionários de massa, partidos de novo tipo. A Internacional Comunista foi dissolvida em 1943 como um gesto de conciliação de Stalin para com a Forças Aliadas (Estados Unidos, Inglaterra).
Leia texto sobre a Internacional Comunista escrito por Gramsci
Quarta Internacional (1938-): Fundada por Trotski, em 1938, nove anos após ter sido expulso da URSS. Em França os grupos que se reclamavam desta Internacional participaram no movimento de Maio de 1968, onde ganharam alguma influência política. Com muita influência nos conflitos sociais das décadas de 1970 e de 1980. Entre os grupos mais influentes na França: a “Liga Comunista Revolucionária”, fundada em 1938, a “Luta Operária”, a “Voz Operária” bem como o Partido Comunista Internacional, dirigido por Pierre Boussel, dito Lambert.
Fonte: Mourre, Michel, Dicionário de História Universal, vol.II, ASA, Porto,1998, p.694.