(1711-1776): Filosofo, historiador e economista inglês, cético e agnóstico em filosofia. Politicamente era um liberal do partido Whig, favorável à união entre a Escócia e a Inglaterra. Politico ativo, escreveu ensaios sobre os problemas de economia social e foi um historiador original. Sua filosofia representa o ponto culminante na evolução da orientação do pensamento particular da burguesia inglesa, que, começando pela filosofia experimental de Locke, volta, em seguida, ao subjetivismo de Berkeley, para se pronunciar, afinal, em todas as questões fundamentais, pelo fenomenalismo e pelo agnosticismo, isto é, a teoria que afirma o não-conhecimento. Hume não se contenta, como Berkeley, com a negação da substância material, mas estende seu “ceticismo acadêmico” à relação causai das coisas, proclamando as nossas relações de causalidade como condicionadas pelo habito e emanadas de um sentimento de necessidade subjetiva. A substância espiritual do bispo irlandês, o eu, também se reduz, em Hume, a um conjunto de sentimentos e representações. É pelos fenômenos de associação que ele explica todo o mecanismo de nossa vida psíquica e a hipótese de um mundo exterior encontra sua explicação subjetiva numa “crença” particular. “Hume não quer saber de nada a respeito da coisa em si, a própria ideia da mesma ele a considera filosoficamente inadmissível” (Lénin) Nisso consiste a diferença entre o agnosticismo mais consequente de Hume e o kantismo, que reconhece a existência da coisa em si. O vinculo causai, para Hume, não é uma lei da natureza, mas o costume resultante da observação da alternação dos fenômenos que não têm fundamento na própria natureza, nem mesmo nas representações humanas. Negando a base material das coisas e a causalidade, Hume chega à conclusão de que, na consciência humana, existe apenas uma corrente de percepções psicológicas e a ciência consegue tão somente verificar essa corrente, sem ter a possibilidade de entender nem conceber nenhuma lei. O agnosticismo e o subjetivismo de Hume são impugnados pela própria experiencia do homem. Atuando sobre a natureza e suas transformações, o homem demonstra a objetividade do mundo e sua cognoscibilidade. A filosofia de Hume exerceu grande influência sobre Kant e, também, sobre o machismo. Uma brilhante critica à teoria de Hume é encontrada no livro de Lénin Materialismo e Empirocriticismo. Suas concepções criam, de um lado, amplas bases para todo o positivismo do século XIX, e, de outro, incitam Kant a formular, “com auxilio do método critico”, o problema do conhecimento. Sua teoria do dinheiro, analisada por Marx na Contribuição à critica da Economia Politica, consiste numa aplicação de sua teoria às relações econômicas dos sinais (símbolos), caracterizando bem sua concepção burguesa, onde a aparência superficial das coisas substitui os processos fundamentais essenciais. Principais obras filosóficas: Tratado da natureza humana, 1739-1740, e Investigações sobre a razão humana (1748).