(1684-1753): Filosofo inglês, bispo e, em certa época, desditoso missionário da América. Sua atividade clerical (como pastor protestante na Irlanda católica anexada e colonizada pela força no inicio do seculo XVIII) , a serviço da politica da Inglaterra conquistadora, tem um caráter eminentemente reacionário. Paralelamente às especulações de ordem espiritual, dedicou-se igualmente a especulações mais materiais (por exemplo: sobre a utilidade das famosas casas operarias e do trabalho infantil) , como o demonstra sua obra An Essay towards preventing the Ruin of Great Britain, 1720 (Ensaio sobre os meios de evitar a ruína da Grã-Bretanha) , redigida por ocasião da bancarrota da Southsea Company, que foi uma especulação aventurosa. Lénin caracterizou profundamente sua filosofia: um idealismo subjetivo que identifica o mundo real e o mundo representado e, após a “destruição” da matéria (da “substância física”), cai no “eu exclusivo”, no solipsismo. Em psicologia, exerceu até nossa época uma grande influência: 1) utilizando o método introspectivo (auto-observação) nos problemas psicológicos, e 2) por sua negação consequente (nominalista) da existência das ideias abstratas gerais. Ver a sua Nova teoria das percepções do espirito. Suas concepções econômicas (em Querist) e, em particular, sobre o dinheiro foram minuciosamente analisadas por Marx em sua obra Contribuição à critica da Economia Política. Berkeley manteve luta porfiada contra o materialismo — fundamento filosófico do ateísmo. Segundo Berkeley, todas as qualidades das coisas não são, na sua essência, mais do que simples sensações humanas. Dessa forma, Berkeley chegava à conclusão de que as coisas materiais que nos rodeiam são apenas um conjunto de sensações. Um objeto existe pela razão de que o percebemos. Existir, dizia Berkeley, significa: ser percebido. “Partindo de semelhante premissa, não se pode conceber a existência de outros homens, alem de nós mesmos, o que é um puro solipsismo” (Lénin); Procurando sair do absurdo desse solipsismo, Berkeley tornou-se inconsequente: adotou a teoria do idealismo objetivo e reconheceu a existência objetiva de Deus. Na filosofia de Berkeley, Deus tem um lugar especial: é ele quem introduz as sensações na alma do homem, “criando", dessa forma, a natureza. A doutrina reacionária de Berkeley encontrou seu desenvolvimento posterior no machismo. Em seu Materialismo e Empirocriticismo, Lénin submeteu a uma critica demolidora os conceitos de Berkeley e seus continuadores.
Obras: An essay towards a new theory of vision, 1707; A treatise concerning the principies of human knowledge, 1710; Three dialogues between Hylas and Phylonous, 1713, e Alciphron or the minute philosopher, 1732, dirigida contra Mandeville e os livres pensadores.