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O socialismo não se edifica por ordens vindas de cima. O automatismo burocrático é incompatível com a sua essência: o socialismo vivo e criador, é a obra das próprias massas populares!(1), dizia Lenine, nos primeiros dias da nossa revolução socialista de Outubro.
A 6 de Maio de 1919, no seu discurso ao I Congresso Russo da Instrução Pós-Escolar, Lenine declarava:
Se nos chamamos Partido dos Comunistas, devemos compreender que só agora, quando vencemos obstáculos de ordem externa e destruímos as velhas instituições, é que pela primeira vez se coloca realmente, e em toda a sua amplitude, a primeira tarefa da verdadeira revolução proletária, a saber, a organização de dezenas e de centenas de milhão de homens(2).
Depois da morte de Lenine, as massas uniram-se ainda mais estreitamente em torno do Partido. «Lenine está morto, mas a sua obra vive».
Decorridos anos estivemos em posição de ver como, dia-a-dia, crescia e se reforçava a organização de dezenas de milhão de trabalhadores, chamados, em número cada vez maior, à administração do país, à edificação do socialismo. O carácter social do nosso país soviético modificou-se inteiramente; milhares e dezenas de milhar de organizadores saíram do seio das massas populares. E como provas eloquentes, temos o movimento Staklianovista, as conferências do Inverno último entre os dirigentes do Partido e do governo e os organizadores do trabalho nos diferentes ramos de produção. Kolkozianos, operários, condutores de ceifeiras-debulhadoras, camponeses recolhendo mais de 500 quintais de beterrabas por hectare, etc. Todos puderam ver como, na base da organização económica, a amizade entre os povos dos países dos Sovietes se reforçou e como o nível cultural das massas se elevou. E as inúmeras massas de trabalhadores véem como Staline se dedica inteiramente e sem reservas à sua causa, à causa de Lenine, à causa da edificação socialista, como as conduz para uma vida melhor. Vêem-no e têm confiança nele, rodeiam-no duma confiança e dum amor absolutos.
Os trotskistas e os zinovievistas não se preocupavam com as massas; não se interessavam por elas; só pensavam em apoderar-se do poder, mesmo ao preço duma aliança com a Gestapo, com os piores inimigos da ditadura do proletariado, com os que procuram restabelecer no país dos Sovietes a ordem burguesa, a exploração capitalista das massas trabalhadoras.
Tinha-se iniciado uma discussão no fim de 1920, sobre o papel dos sindicatos. E Lenine escrevia, a respeito da posição de Trotsky:
Ele (Trotsky) caiu numa série de erros quanto à própria essência da questão da ditadura do proletariado. Mas, independentemente disso, perguntamo-nos porque é que falta entre nós um trabalho de colaboração amigável de que teríamos tanta necessidade? Isso diz respeito ás nossas divergências na questão dos métodos a adoptar para abordar as massas, para exercer uma influência preponderante sobre as massas, para se ligar com as massas. Reside aí o essencial(3).
E não é por acaso que Trotsky, que nunca compreendeu o que faz a própria essência da ditadura do proletariado, que nunca compreendeu o papel que desempenham as massas populares na construção do socialismo e que acreditava que o socialismo pode ser edificado com ordens vindas de cima, comprometeu-se na via da organização de atentados terroristas contra Staline, Vorochilov e os outros membros do Bureau Político que ajudam as massas a edificar o socialismo. Não é por acaso que o bloco sem princípios que Zinoviev e Kamenev tinham formado com Trotsky os empurrou, gradualmente, para o abismo profundo da pior das traições à causa de Lenine, à causa das massas trabalhadoras, à causa do socialismo, Trotsky, Zinoviev, Kamenev e todo o seu bando de assassinos agiram de acordo com o fascismo alemão, concluíram uma aliança com a Gestapo. Eis porque o país foi tão unânime em reclamar que estes cães danados fossem fuzilados.
Quando leram nos jornais as confissões dos acusados no processo, os operários disseram-se: «Eles queriam restaurar a ditadura burguesa; quanto a nós, as massas, tinham-nos esquecido; tê-los-iamos alguma vez deixado chegar ao poder? ». Com efeito, esqueceram que «o socialismo vivo e criador é obra das próprias massas» e colocaram-se nas primeiras filas da burguesia contra-revolucionária.
Queriam introduzir a desorganização entre as massas, queriam matar o cérebro e o coração da revolução, Staline. Não conseguiram. Este bando miserável e infame foi fuzilado.
E as massas unem-se ainda mais estreitamente em torno do Comité Central, maior é ainda o seu amor por Staline. Elementos sem-partido escrevem-nos que se deveria publicar, a título de suplemento, as obras completas de Lenine e de Staline nos jornais de grande tiragem. O grau de consciência, a sede de aprender aumentam. «Ah! Como é magnífica a escola de adultos construída em Puclikino: não deixamos de admirar!», dizia-me no outro dia um velho camarada, dirigente de uma empresa, que, há quarenta anos, tinha seguido os meus cursos do Domingo. Ele tinha também conhecido a prisão. A partir de 1918, organizou na sua aldeia natal um Kolkoze hortícola e recebeu um prémio de «um milhão de rublos» pelo seu trabalho modelo como director de um sovkoze.
A edificação socialista desenvolve-se e com ela crescem as necessidades culturais das massas. Devemos satisfazer essas necessidades, reforçar as escolas de adultos, alargar a rede destas escolas, a das bibliotecas, criar casas de cultura, clubes nos kolkozes e museus. Na etapa actual, deve-se, sobretudo, dirigir a atenção para a qualidade do ensino, para a qualidade do trabalho das bibliotecas, das salas de leitura, dos clubes e das casas de cultura.
Dispomos já duma rica experiência neste domínio. Depois da Revolução Socialista de Outubro, a iniciativa dos operários manifestou-se grandemente no domínio cultural. E as tentativas que não foram bem sucedidas porque não souberam sempre ter em conta dificuldades e porque se tomava os «desejos por realidades», mesmo essas tentativas não foram perdidas, trouxeram os seus frutos. Elas ensinaram-nos a encarar melhor o presente, a odiar ainda mais os vestígios do passado, tornara-nos ainda mais conscientes da necessidade de alargar e aprofundar os nossos conhecimentos e de saber aplicá-los à própria vida. Vemos que a edificação socialista progride incessantemente e que o trabalho continua ainda mais intenso, em colaboração mais estreita.
Não é também por efeito do acaso que a II Internacional vocifera, se encarniça, exalta o bando de assassinos trotskistas—zinovievistas, procura destruir a Frente Popular. Os De Brouckère e os Citrine defendem todas as vilanias dos inimigos da classe operária da URSS, do nosso Partido e dos seus chefes. Ocupam o primeiro lugar na matilha dos inimigos do país dos Sovietes que a burguesia reuniu.
A III Internacional nasceu na luta contra a II Internacional. Com a ajuda do renegado Kautsky e dos seus cúmplices, a II Internacional conduziu contra a ditadura do proletariado e o poder soviético uma luta encarniçada. A II Internacional quer defender e justificar a ordem capitalista, enganar as massas trabalhadoras. É por isso que defende agora Trotsky, o agente da Gestapo. Não conseguiu. O nosso país soviético tornou-se num país poderoso que levanta cada vez mais alto a bandeira do comunismo, que avança numa marcha segura no caminho traçado por Marx, Engels e Lenine.
Não se poderá ocultar isso, nem os trotskistas, nem os zinovievistas, nem a gente da II Internacional conseguirão enganar os trabalhadores.
A atmosfera tensa que reina na frente internacional, o perigo de guerra que espreita, tornam os trabalhadores ainda mais clarividentes. A Frente Popular dos trabalhadores crescerá e prosperará no mundo inteiro.
Notas de rodapé:
(1) Lenine, Obras Completas, tomo XXII. p.45, edição russa. (retornar ao texto)
(2) Lenine, Obras Completas, tomo XXIV. p. 277-278, edição russa. (retornar ao texto)
(3) Lenine, Obras Completas, tomo XXVI, p. 66, edição russa. (retornar ao texto)
Inclusão | 15/08/2012 |