Primeira publicação: “Pravda” (“A Verdade”), n.° 35. 18 de abril de 1917. Artigo não assinado.
Fonte: J. V. Stálin, Obras. Editorial Vitória, Rio de Janeiro, 1953, págs. 44-45.
Tradução: Editorial Vitória, da edição italiana G. V. Stálin - "Opere Complete", vol. 3 - Edizione Rinascita, Roma, 1951.
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Três anos passaram-se desde quando os rapaces burgueses dos países beligerantes lançaram o mundo em um massacre sanguinolento.
Três anos passaram-se desde quando os operários de todos os países, ainda irmãos um dia antes, envergando o uniforme, enfileiraram-se frente a frente como inimigos, e hoje mutilam-se e matam-se mutuamente, para gáudio dos inimigos do proletariado.
O extermínio em massa das forças vivas dos povos, a ruína e a miséria gerais, os destroços de cidades e vilas outrora florescentes, a barbarização e a fome das massas, tudo isso aconteceu porque um punhado de salteadores, com e sem coroa, rapinaram as terras de outrem acumulando freneticamente milhões: eis aonde leva a guerra atual.
E o mundo começa a sufocar, atenazado pela guerra...
Sufocam os povos da Europa, e já erguem a cabeça contra a burguesia beligerante.
A revolução russa é a primeira a abrir uma brecha no muro que divide os operários entre si. No momento da embriaguez “patriótica” geral, os operários russos são os primeiros a lançar a palavra de ordem esquecida: “Proletários de todos os países, uni-vos!”
O trovejar da revolução russa desperta do letargo também os operários do Ocidente. Greves e demonstrações na Alemanha, manifestações na Áustria e na Bulgária, greves e comícios nos países neutros, uma fermentação cada vez mais intensa na Inglaterra e na França, fraternização em massa nas frentes: estes são os primeiros sintomas da revolução socialista que avança.
E a nossa festa de hoje, a festa do Primeiro de Maio, não será talvez um indício do fato de que entre as torrentes de sangue temperam-se novos laços de fraternidade entre os povos?
O solo arde sob os pés dos salteadores do capital, porque se desfralda de novo sobre a Europa, a bandeira vermelha da Internacional.
A jornada de hoje, a jornada do Primeiro de Maio, em que centenas de milhares de operários de Petrogrado estendem fraternalmente a mão aos operários de todo o mundo, reforçará a obrigação de fazer surgir a nova Internacional revolucionária.
A palavra de ordem “Proletários de todos os países, uni-vos!”, que ressoou hoje nas praças de Petrogrado, que voe pelo mundo e una os operários de todos os países na luta pelo socialismo!
A despeito dos salteadores do capital, a despeito de seus governos criminosos, estenderemos a mão aos operários de todos os países, proclamando:
Viva o Primeiro de Maio!
Viva a fraternidade dos povos!
Viva a revolução socialista!