(1913-1987): Nasceu na cidade de Salvador, Brasil. Entrou para o exército em 1932, tendo combatido as tropas paulistas, ascendido na carreira militar e se aproximado cada vez mais das posições e atividades comunistas. Foi durante a primeira metade dos anos 1930 que aderiu ao PCB, tendo sido uma das figuras chave no levante da Aliança Nacional Libertadora em 1935, ao exercer a liderança do tomada do poder de Natal, experiência popular-revolucionária que durou 4 dias.
Após Vargas ter derrotado o levante militar aliancista, Giocondo Dias amargou longo período preso, com várias tentativas de assassinato. Foi colocado em liberdade, porém adentrou uma dura clandestinidade até meados de 1945. Após a liberdade, Dias se transformou num importante dirigente do CR da Bahia, instância que era reconhecidamente a mais importante do Partido no Brasil, naquele momento. O CR da Bahia lançou a revista Seiva e foi procurado pelo Birô da Internacional Comunista na América do Sul, que reconhecia o trabalho realizado no Estado.
Em junho de 1946, na III Conferência Política do PCB, realizada no Rio de Janeiro, Giocondo Dias foi eleito para o Comitê Central, organismo dirigente que Dias ocupou até a sua morte.
Em 1956, a divulgação do relatório do XX Congresso do PCUS provocaria uma grande crise no âmbito dos partidos comunistas em todo o mundo. No Brasil, os debates resultantes dessa crise levaram o PCB a uma guinada radical na sua linha política. O Comitê Central indicou Giocondo Dias para coordenar a comissão responsável pela elaboração de um texto político voltado a enfrentar as “demandas do tempo presente”, comissão esta composta por Alberto Passos Guimarães, Mário Alves, Dinarco Reis, Armênio Guedes, Jacob Gorender e Orestes Timbaúba. Em março de 1958, a chamada Declaração foi apresentada ao CC, contando com o apoio de Prestes, que entendia ser esta a mediação possível no sentido de manter a unidade do Partido.
Foi uma das principais figuras dirigentes do PCB durante toda a ditadura militar, sendo um dos principais formuladores da linha de combate de massas a ditadura e também da estratégia política que desembocou na crise pecebista dos anos 1980. Após a saída de Luiz Carlos Prestes em 1980, foi eleito secretário-geral do PCB, posto que exerceu até o fim de sua vida em 1987.