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O Partido bolchevique e a classe operária estavam já com quatro anos de luta tenaz pela rota da nova política econômica. O heróico trabalho de restauração da Economia nacional chegava a seu fim. A potência econômica e política da União Soviética crescia sem cessar.
A situação internacional, naquele momento, havia mudado. O capitalismo fez frente ao primeiro assalto revolucionário das massas depois da guerra imperialista. Foi sufocado o movimento revolucionário na Alemanha, na Itália, na Bulgária, Polônia e noutra série de países. Os chefes dos partidos social-democratas oportunistas ajudaram a burguesia a conseguir isto. Iniciou-se um refluxo passageiro da revolução. Iniciou-se uma estabilização parcial e passageira do capitalismo na Europa Ocidental, de um fortalecimento temporário das suas posições. Porém a estabilização do capitalismo não suprimiu as contradições fundamentais que desagregam a sociedade capitalista. Pelo contrário: a estabilização parcial do capitalismo vinha acentuar as contradições entre os operários e os capitalistas, entre o imperialismo e os países coloniais, entre os grupos imperialistas e os diversos países. A estabilização do capitalismo preparava uma nova explosão dessas contradições, gerava novas crises nos países capitalistas.
Paralelamente à estabilização do capitalismo, desenvolvia-se a estabilização da União Soviética. Entretanto, entre estes dois processos de estabilização mediava uma diferença radical. A estabilização capitalista pressagiava uma nova crise do capitalismo. A estabilização da União Soviética representava um novo desenvolvimento da potência econômica e política do país do Socialismo.
Apesar da derrota sofrida pela revolução nos países ocidentais, a situação internacional da União Soviética continuava se fortalecendo, embora com ritmo mais lento.
Em 1922, a União Soviética foi convidada para a Conferência econômica internacional que se celebrou na cidade italiana de Gênova. Na Conferência de Gênova, os governos imperialistas, animados pela derrota da revolução nos países do capitalismo, tentaram fazer uma nova pressão sobre a República dos Soviets, agora, sob uma forma diplomática. Os imperialistas formularam ao país dos Soviets reivindicações insolentes. Exigiam que fossem devolvidas aos capitalistas estrangeiros as fábricas e as empresas industriais nacionalizadas pela Revolução de Outubro e que se pagassem todas as dívidas contraídas pelo governo czarista. Em compensação, os Estados imperialistas prometiam fazer ao Estado Soviético alguns empréstimos.
A União Soviética rechaçou estas exigências.
A Conferência de Gênova foi infrutífera.
Também obteve a réplica adequada a ameaça de uma nova intervenção que o ultimatum formulado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Inglaterra, Curzon, em 1923, representava.
Tendo sondado bem a firmeza do Poder Soviético, os Estados capitalistas, convencidos da própria debilidade, foram reatando um a um, as relações diplomáticas com o país dos Soviets. No transcurso do ano de 1924, se restabeleceram as relações diplomáticas com a Inglaterra, a França, o Japão e a Itália.
Era evidente que o Poder Soviético soube conquistar um período de trégua pacífica.
Tinha mudado também a situação dentro do país. O trabalho abnegado dos operários e dos camponeses, dirigidos pelo Partido bolchevique, dava seus frutos. A Economia nacional se desenvolvia rapidamente. No ano econômico de 1924-1925, a produção agrícola se aproximava já do nível de antes da guerra, pois tinha alcançado 87% deste nível. A grande indústria da U.R.S.S. produzia, já em 1925, cerca de três quartas partes da produção industrial de antes da guerra. Em 1924-1925, o País Soviético já pôde inverter, em obras básicas, 385 milhões de rublos. O plano de eletrificação do país se realizava com êxito. As posições-chaves do socialismo, na Economia nacional, se firmavam. Foram obtidos importantes êxitos na luta contra o capital privado na indústria e no comércio.
O auge econômico se traduzia em um novo melhoramento da situação dos operários e dos camponeses. A classe operária crescia com ritmo acelerado. Os salários aumentavam. Aumentava também a produtividade do trabalho. A situação material dos camponeses melhorava consideravelmente. Em 1924-1925, o Estado operário e camponês pôde consignar 290 milhões de rublos para ajudar os camponeses pobres. O melhoramento da situação dos operários e camponeses contribuiu para incrementar em proporções consideráveis a atividade política das massas. A ditadura do proletariado se fortalecia. A autoridade e a influência do Partido bolchevique estavam aumentando.
A restauração da Economia nacional chegava a seu fim. Porém o país dos Soviets, o país em que se construía o Socialismo, não podia dar-se por satisfeito com a restauração pura e simples da Economia, com alcançar simplesmente o nível de antes da guerra. Este nível era o de um país atrasado. Era preciso continuar avançando. A longa trégua conquistada pelo Estado Soviético garantia a possibilidade de prosseguir a obra de edificação.
Ao chegar aqui, porém, surgia em toda a sua envergadura o problema das perspectivas, do caráter do nosso desenvolvimento e da nossa edificação, o problema da sorte do Socialismo da União Soviética. Em que direção se devia orientar a edificação econômica da União Soviética, na direção do Socialismo ou numa outra direção? Devia e podia o País Soviético construir uma Economia socialista, ou estava condenado a preparar o terreno para outra classe de Economia, para uma economia capitalista? Era possível, em linhas gerais, construir uma Economia Socialista na U.R.S.S., e caso assim fosse, era possível construí-la ante a demora da revolução nos países capitalistas e a estabilização do capitalismo? Era possível construir uma Economia Socialista pela senda da nova política econômica, que, ao mesmo tempo que fortalecia e desenvolvia por todos os meios as forças do Socialismo dentro do país, dava também, no momento, um certo incremento ao capitalismo? Como construir uma Economia nacional de tipo socialista? Por onde começar esta obra de edificação?
Todas estas perguntas se levantavam ante o Partido, ao terminar o período de restauração da Economia nacional, não como problemas teóricos, e sim como problemas práticos, como problemas que afetavam o trabalho cotidiano da edificação econômica.
Eram todas estas perguntas que exigiam respostas claras e simples, para que os militantes do Partido e os dirigentes das organizações econômicas, os que constituíram a indústria e a agricultura, e todo o povo soubessem para onde se deviam orientar, se para o Socialismo ou para o capitalismo.
Sem responder claramente a estas perguntas, toda a atuação prática do Partido no terreno construtivo seria trabalho com falta de perspectivas, trabalho às cegas, estéril.
E, com efeito, o Partido deu a todas estas perguntas uma resposta clara e definida.
Sim — respondia o Partido — o País Soviético pode e deve edificar uma Economia Socialista, pois existem nele todos os elementos necessários para isto, para construir uma Economia Socialista e para edificar uma sociedade socialista completa. Em outubro de 1917 a classe operária venceu o capitalismo no terreno político, instaurando sua ditadura política. De então para cá, o Poder Soviético tomou todas as medidas necessárias para destruir a potência econômica do capitalismo e criar as condições indispensáveis para edificar uma economia nacional de tipo socialista. A expropriação dos capitalistas e latifundiários, a conversão das terras, fábricas e empresas industriais, bancos e vias de comunicação, em propriedade de todo o povo; a implantação da nova política econômica; a organização de uma indústria socialista do Estado; a aplicação do plano cooperativo de Lenin: eis aí as medidas adotadas pelo Poder Soviético. A tareia fundamental, agora, consiste em desenvolver por todo o país a obra de edificação de uma nova Economia, da Economia Socialista, dando também assim o tiro de misericórdia no capitalismo no terreno econômico. Todo o trabalho prático, toda a atuação do Partido bolchevique devem subordinar-se ao cumprimento desta tarefa fundamental. A classe operária pode fazer isto e o fará. A execução desta tarefa grandiosa deve começar pela industrialização do país. A industrialização socialista do país é o elo fundamental pelo qual há de começar a magna obra da edificação de uma Economia Nacional de tipo socialista. Nem a demora da revolução na Europa Ocidental, nem a estabilização parcial do capitalismo nos países não soviéticos, poderão conter a marcha vitoriosa da U.R.S.S. para o socialismo. A nova política econômica só pode facilitar esta obra, pois foi implantada pelo Partido precisamente para isto, para facilitar a edificação dos alicerces socialistas da economia nacional do País Soviético.
Esta era a resposta que dava o Partido à pergunta acerca do assunto da edificação socialista na União Soviética.
O Partido sabia, porém, que o problema do triunfo do socialismo em um só país não se reduzia a isto. A construção do socialismo na U.R.S.S. representa uma grandiosa mudança na história da Humanidade e um triunfo de alcance histórico universal para a classe operária e os camponeses da U.R.S.S. E, porém, apesar de tudo, uma incumbência interior da U.R.S.S. e representa somente uma parte do problema do triunfo do socialismo. A outra parte do problema constitui seu aspecto internacional. Fundamentando as teses do triunfo do socialismo em um só país, o camarada Stalin assinalou mais de uma vez que é necessário distinguir entre os dois aspectos deste problema: o aspecto interior e o aspecto internacional. Pelo que se refere ao aspecto interior do problema, ou seja a correlação de classes dentro do país, a classe operaria e os camponeses da U.R.S.S. poderão vencer plenamente no terreno econômico a sua própria burguesia e construir uma sociedade socialista completa. Fica, porém, o aspecto internacional do assunto, isto é, a órbita das relações exteriores, a órbita das relações entre o país Soviético e os países capitalistas, entre o povo Soviético e a burguesia internacional, que odeia o regime soviético e procurará a ocasião para desencadear uma nova intervenção armada contra o país dos soviets, fazendo novas tentativas destinadas a restaurar o capitalismo na U.R.S.S.. E como este é, no momento, o único país do socialismo e os demais países continuam sendo capitalistas, continuará existindo em torno da U.R.S.S. um cerco capitalista, fonte de perigo de uma nova intervenção armada do capitalismo. Claro está que enquanto existir o cerco capitalista continuará também existindo o perigo de uma intervenção capitalista. Pode o povo soviético só com suas forças, destruir este perigo exterior, o perigo de uma intervenção armada do capitalismo contra a U.R.S.S.? Não, não pode. E não pode, porque para acabar com o perigo de uma intervenção do capitalismo é necessário acabar com o cerco capitalista, e isto só é possível conseguir como resultado de uma revolução proletária vitoriosa, pelo menos, em alguns países. De onde se deduz que o triunfo do socialismo na U.R.S.S., triunfo que se revela na liquidação do sistema da Economia capitalista e na construção do sistema da Economia socialista, não pode, apesar de tudo, considerar-se como um triunfo definitivo, enquanto não desaparecer o perigo de uma intervenção armada estrangeira e das tentativas de restauração do capitalismo, enquanto o país do socialismo não estiver garantido contra este perigo. Para acabar com o perigo de uma intervenção armada estrangeira, é necessário acabar com o cerco capitalista.
É certo que o povo soviético e o seu Exército Vermelho, mediante a política acertada do Poder Soviético, saberão dar uma resposta mais adequada a uma nova intervenção capitalista dos anos de 1918 e 1920. Mas isto, por si só, não quer dizer que vai desaparecer o perigo de novas intervenções capitalistas. A derrota sofrida pela primeria intervenção não acabou com o perigo de uma outra nova, como o demonstra o fato de que a fonte da qual emana o perigo de novas intervenções — o cerco capitalista — continua existindo. O fracasso de uma intervenção também não fará desaparecer o perigo de que se produzam outras, enquanto estiver de pé o cerco capitalista.
Conclui-se que o triunfo da revolução proletária nos países capitalistas é de interesse vital para os trabalhadores da U.R.S.S.
Era essa a posição do Partido ante o problema do triunfo do socialismo no País Soviético.
O Comitê Central exigiu que esta posição fosse submetida à consideração da XIV Conferência do Partido, prestes a se celebrar, para que fosse aprovada e sancionada como posição do Partido, como lei do Partido, obrigatória para todos os membros.
Esta posição do Partido produziu um efeito desconcertante nos elementos da oposição. Desconcertou-os, sobretudo, o fato de que o Partido desse a essa posição um caráter prático concreto, a ligar-se ao plano prático da industrialização socialista do país e exigisse que tivesse a forma de uma lei do Partido, a forma de uma resolução da XIV Conferência do Partido, obrigatória para todos os filiados.
Os trotskistas se levantaram contra esta posição do Partido, opondo-lhe a "teoria da revolução permanente", teoria menchevique, que, só para escarnecer do marxismo, se podia apresentar como uma teoria marxista, e que negava a possibilidade do triunfo do socialismo na U.R.S.S.
Os bukarinistas não se decidiram a enfrentar abertamente a posição do Partido. Sorrateiramente, porém, começaram a lhe apor a sua própria "teoria" da evolução pacífica da burguesia para o socialismo, completando-a com a "nova" palavra de ordem "enriquecei-vos!". Isto é, segundo os bukarinistas, o triunfo do socialismo não representava a liquidação da burguesia, mas, pelo contrário, vinha para fomentá-la e enriquecê-la.
Zinoviev e Kamenev se precipitaram, mantendo durante algum tempo, a afirmação de que na U.R.S.S. era impossível que triunfasse o socialismo, devido ao atraso técnico-econômico deste pais: porém viram-se obrigados mais tarde a bater em retirada.
A XIV Conferência do Partido (celebrada em abril de 1925) condenou todas estas "teorias" capituladoras dos sequazes descarados e encobertos da oposição e afirmou a posição do Partido sobre o triunfo do socialismo na U.R.S.S., votando uma resolução conseqüente com isto.
Zinoviev e Kamenev, vendo-se acossados, optaram por votar a favor desta resolução. Mas não se podia ocultar ao Partido que isto não era mais que um ardil para retardar sua luta contra ele e para "dar a batalha ao Partido" no seu XIV Congresso. Entretanto, reuniram os adeptos com que contavam em Leningrado e formaram a chamada "nova oposição".
Em dezembro de 1925, celebrou-se o XIV Congresso do Partido.
Este Congresso decorreu numa atmosfera de grande tensão dentro do Partido. Em todo o tempo que este tinha de existência não se havia dado ainda o caso de que a delegação de um centro importantíssimo do Partido como Leningrado confabulasse para atuar toda ela contra o Comitê Central.
Tomaram parte neste Congresso 665 delegados com direito de palavra e voto e 641 sem direito a voto, representando 643.000 filiados e 445.000 aspirantes, isto é, um número algo menor que no Congresso anterior. Este declínio era o resultado da depuração parcial levada a cabo nas células das Escolas superiores e dos organismos administrativos que se revelaram infestados de elementos inimigos do Partido.
O informe político do Comitê Central coube ao camarada Stalin. Este traçou um quadro nítido do desenvolvimento da potência política e econômica da União Soviética. Graças à superioridade do sistema da economia soviética, tanto a indústria como a agricultura foram restauradas em um prazo relativamente curto e se aproximavam de novo do nível de antes da guerra. Apesar destes êxitos, porém, o camarada Stalin preconizava a necessidade de não se contentar com o conseguido, já que os êxitos obtidos não podiam destruir o fato de que o País Soviético continuava sendo um país agrário. As duas terças partes da produção eram agrícolas e só uma terça parte procedia da indústria. Ante o Partido se apresentava em toda a sua plenitude — dizia o camarada Stalin — o problema de transformar o País Soviético num país industrial, economicamente independente dos países capitalistas. E isto se podia e se devia fazer. A tarefa central do Partido era lutar pela industrialização socialista do país, lutar pelo triunfo do socialismo.
"Transformar o nosso país de um país agrário em um país industrial, capaz de produzir com seus próprios meios as máquinas e as ferramentas necessárias: nisto consiste a essência, o fundamento da nossa linha geral", — dizia o camarada Stalin.
A industrialização do país garantiria sua independência econômica, reforçaria sua capacidade defensiva e criaria as condições necessárias para o triunfo do socialismo na U.R.S.S.
Contra a linha geral do Partido se levantaram os zinovievistas. O zinovievista Sokolnikov opôs ao plano de industrialização socialista de Stalin, o plano burguês que tinha aceitação entre os tubarões do capitalismo. Este plano consistia em que a U.R.S.S. continuasse sendo um país agrário que produzisse, fundamentalmente, matérias-primas e artigos alimentícios, exportando estes artigos e importando a maquinaria que não produzia nem devia, segundo eles, produzir. Dentro das condições existentes em 1925, este plano tinha todo o caráter de um plano de escravização econômica da U.R.S.S. pelos países estrangeiros industrialmente desenvolvidos, de um plano destinado a manter o atraso industrial da U.R.S.S. em proveito dos tubarões imperialistas dos países do capitalismo.
Aceitar este plano equivalia a converter o País Soviético em um país agrário impotente, em um apêndice agrícola do mundo capitalista, entregá-lo como um país débil e enorme à mercê do cerco capitalista e, em última instância, sepultar a causa do socialismo na U.R.S.S.
O Congresso estigmatizou o "plano" econômico dos zinovievistas, como um plano de escravidão da U.R.S.S.
De nada serviram à "nova oposição" saídas como a de afirmar (deturpando Lenin) que a indústria do Estado Soviético não era, segundo ela, uma indústria socialista, nem declarar (deturpando também Lenin) que o camponês não podia, segundo ela, ser aliado da classe operária na edificação do socialismo.
O Congresso estigmatizou, como antileninista, estas saídas da "nova oposição".
O camarada Stalin desmascarou o fundo trotskista-menchevique da "nova oposição". Mostrou que Zinoviev e Kamenev não faziam mais que repetir as cantilenas dos inimigos do Partido, contra os quais Lenin em seu tempo tinha lutado implacavelmente.
Não havia a menor dúvida que os zinovievistas não eram mais que trotskistas mal disfarçados.
O camarada Stalin destacou que a tarefa mais importante do Partido consistia em estabelecer uma aliança sólida entre a classe operária e os camponeses médios para a obra da edificação do socialismo. E assinalou dois desvios que existiam então, no Partido a respeito do problema camponês e que representavam um perigo para esta aliança. O primeiro desvio consistia em menosprezar e diminuir a importância do perigo dos kulaks; o segundo era o pânico, o terror dos kulaks, e o menosprezo da importância dos camponeses médios. Respondendo à pergunta de qual dos dois desvios era o pior, o camarada Stalin dizia:
"Ambos, o primeiro e o segundo desvios, são piores. E se estes desvios ganhassem terreno, seriam capazes de desorganizar e jogar no monturo o nosso Partido. Dentro do nosso Partido há, felizmente, forças suficientes para cortar pela raiz o primeiro e o segundo desvios".
Com efeito, o Partido esmagou e cortou pela raiz o desvio de esquerda e o de direita.
Fazendo o balanço dos debates mantidos em torno da edificação econômica, o XIV Congresso do Partido rechaçou unanimemente os planos capituladores dos elementos da oposição e estampou na sua memorável resolução estas palavras:
"No terreno da edificação econômica, o Congresso parte do critério de que o nosso país, o país da ditadura do proletariado, conta "com todos os elementos necessários para construir uma sociedade socialista completa" (Lenin). O Congresso entende que a luta pelo triunfo da edificação do socialismo na U.R.S.S., é missão fundamental do nosso Partido".
O XIV Congresso aprovou os novos estatutos do Partido.
A partir do XIV Congresso, o Partido bolchevique começou a se chamar Partido Comunista (bolchevique) da U.R.S.S. — P. C. (b) da U.R.S.S.
Os zinovievistas, derrotados no Congresso, não se submeteram à disciplina do Partido. Começaram a lutar contra as resoluções do XIV Congresso. Imediatamente depois de celebrar este, Zinoviev organizou uma assembléia do Comitê provincial das Juventudes Comunistas de Leningrado, em cujos dirigentes ele, Salutski, Bakaiev, Evdokimov, Kukln, Safarov e outros salafrários, tinham inculcado o ódio contra o Comitê Central Leninista do Partido.
Nesta assembléia, o Comitê provincial das Juventudes Comunistas de Leningrado tomou a resolução, inaudita na história das Juventudes Comunistas Leninistas da U.R.S.S., de se rebelar contra as resoluções do XIV Congresso do Partido.
Os dirigentes zinovievistas das Juventudes Comunistas de Leningrado não refletiam porém, de nenhum modo, o estado de espírito das massas de jovens comunistas dessa capital. Não deu, pois, grande trabalho esmagá-los, e rapidamente a organização juvenil de Leningrado voltou a ocupar o lugar que lhe correspondia dentro das Juventudes Comunistas.
Ao terminar o XIV Congresso, saiu para Leningrado um grupo de delegados composto pelos camaradas Molotov, Kirov, Voroshilov, Kalinin, Andreev e outros. Era necessário explicar aos membros da organização do Partido naquela capital o caráter criminoso, antibolchevique da oposição mantida no Congresso pela delegação de Leningrado, que tinha obtido as suas atas por meio de fraude. As assembléias em que se informou sobre o Congresso foram bastante agitadas. Convocou-se urgentemente uma nova Conferência da organização do Partido de Leningrado. A esmagadora maioria dos filiados ao Partido em Leningrado (mais de 97 por cento) referendou plenamente as resoluções do XIV Congresso do Partido e condenou a "nova oposição" zinovievista antibolchevique. A "nova oposição" era já um grupo de generais sem Exército.
Os bolcheviques de Leningrado continuaram militando nas primeiras fileiras do Partido de Lenin—Stalin.
Resumindo os resultados do trabalho do XIV Congresso do Partido, o camarada Stalin escrevia:
"A significação histórica do XIV Congresso do P. C. (b) da U.R.S.S. consiste em que soube pôr a descoberto até em sua raiz os erros da "nova oposição", em que lançou por terra sua falta de fé e suas lamentações, em que traçou clara e nitidamente o caminho pra continuar lutando pelo socialismo, deu ao Partido uma perspectiva do triunfo e com isso infundiu no proletariado a fé inquebrantável no triunfo da edificação socialista". (Stalin, "Problemas do Leninismo", ed. russa, pág. 150).
Os anos de transição ao trabalho pacífico de restauração da Economia nacional são um dos períodos de maior responsabilidade na história do Partido bolchevique. Em uma tensa situação, o Partido soube levar a cabo a difícil mudança da política do comunismo de guerra à nova política econômica. O Partido fortaleceu a aliança entre os operários e os camponeses numa base econômica. Foi fundada a União das Repriblicas Socialistas Soviéticas.
Pelo caminho da nova política econômica, conquistaram-se êxitos decisivos no que se refere à restauração da Economia nacional. O país dos Soviets atravessou com êxito a etapa de restauração no desenvolvimento da Economia nacional e começou a passar para a nova etapa, da industrialização do país.
A passagem da guerra civil para o trabalho de edificação pacífica do socialismo, foi acompanhada, principalmente nos primeiros tempos, por grandes dificuldades. Os inimigos do bolchevismo, os elementos contrários ao Partido bolchevique emboscados dentro das suas fileiras, mantiveram durante todo este período, uma luta desesperada contra o Partido Leninista.
À frente dos elementos contrários ao Partido figurava Trotsky, secundado nesta luta por Kamenev, Zinoviev e Bukarin. Os elementos da oposição pretenderam desarticular as fileiras do Partido bolchevique depois da morte de Lenin, dividir o Partido e contagiá-lo com sua falta de fé no triunfo do socialismo da U.R.S.S. No fundo os trotskistas tentavam criar na U.R.S.S. uma organização política da nova burguesia, outro partido, o partido da restauração capitalista.
O Partido cerrou fileiras, sob a bandeira de Lenin, em torno do seu Comitê Central leninista, em torno do camarada Stalin, e inflingiu uma derrota, tanto aos trotskistas como a seus novos amigos de Leningrado, a nova oposição de Zinoviev e Kamenev.
Depois de acumular forças e recursos, o Partido bolchevique conduziu o país para uma etapa histórica, a etapa da industrialização socialista.
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Inclusão | 21/02/2011 |