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A importância da participação dos operários na direção dos jornais consiste sobretudo no fato de que esta participação cria a possibilidade de transformar uma arma tão eficaz da luta de classe, como é o jornal, de instrumento de escravização do povo, em instrumento de libertação. Somente os correspondentes operários e camponeses podem realizar essa grande transformação.
Só como força organizada, os correspondentes operários e camponeses podem cumprir, no processo de desenvolvimento da imprensa, o papel de porta-vozes e intérpretes da opinião pública proletária, denunciar as deficiências da vida pública soviética, combater sem tréguas pelo melhoramento da nossa edificação.
Os correspondentes operários devem ser eleitos nas assembléias operárias ou selecionados pelas redações? Creio que o segundo método (escolha por parte das redações) é mais racional. O essencial é que o correspondente tenha uma atitude de independência em face das instituições e das pessoas com as quais tenha de entrar em contato, de um ou de outro modo, no exercício das suas funções, o que de modo algum significa que deva ser independente dessa forca imponderável, que exerce todavia ação constante e que se chama opinião pública proletária, da qual o correspondente operário deve ser o porta-voz.
Os correspondentes operários e camponeses não podem ser considerados apenas como futuros jornalistas ou como ativistas de organizações sociais fabris, no sentido restrito da palavra: são sobretudo os que denunciam as deficiências da nossa vida pública soviética, lutam para eliminar essas deficiências, são aqueles que dirigem a opinião pública proletária que procuram canalizar as inesgotáveis forças deste grande fator para ajudar o Partido e o Poder Soviético na difícil obra da edificação socialista.
Daí resulta também o problema do trabalho educativo entre os correspondentes operários e camponeses. É sem dúvida necessário ensinar aos correspondentes operários e camponeses um mínimo de noções técnicas da arte do jornalismo. Mas isso não é essencial. O essencial é que os correspondentes operários e camponeses aprendam no curso do seu próprio trabalho a desenvolver em si mesmos aquele faro do jornalista-ativista social, sem o que um correspondente não pode cumprir a sua missão e que não pode ser inculcado por nenhum meio artificial de ensino, no sentido técnico da palavra.
A direção ideológica imediata dos correspondentes operários e camponeses deve ser efetuada pelas redações dos jornais que estão ligados ao Partido. A revisão da correspondência deve ficar concentrada nas mãos das redações.
As perseguições contra os correspondentes operários e camponeses são uma barbárie, uma sobrevivência dos hábitos burgueses. A defesa dos seus correspondentes contra as perseguições deve ser levada a efeito pelos próprios jornais, já que somente estes podem realizar campanha enérgica de condenação do obscurantismo.
Auguro ao "Rabotchi Korrespondent" o maior êxito.
J. Stálin
Notas:
(1) Entrevista concedida a um colaborador da revista "Rabotchi Korrespondent"[N115]
[N115] «Rabotchi Korrespondent» («O Correspondente Operário»), revista mensal publicada de janeiro de 1924 a junho de 1941. A partir de janeiro de 1925 chamou-se «Rabotchie-Krestíanski Korrespondent» (O Correspondente Operário e Camponês»). (retornar ao texto)
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Inclusão | 29/06/2008 |