Intervenções na IV Conferência do PC (b) da Ucrânia[N87]

J. V. Stálin

17 a 23 de Março de 1920


Primeira Edição: Publicado de acordo com os apontamentos da secretaria do Estado-Maior do Exército do Trabalho da Ucrânia e com as resenhas do "Kommunist" de Khárkov, n.°" 62, 64, 65 e 66, de 18, 21, 23 e 24 de março de 1920.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 4º vol., pág: 283-292. Editorial Vitória, 1954 – traduzida da edição italiana da Obras Completas de Stálin publicada pela Edizioni Rinascita, Roma, 1949.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
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Fernando A. S. Araújo
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1. Discurso de abertura

Camaradas!

Até agora, diante de vós, comunistas da retaguarda e da frente da Ucrânia, estava uma tarefa fundamental: conter os poloneses que atacavam, derrotar Petliura e expulsar Denikin. Essa tarefa, como reconhecem agora não só os amigos, mas também os inimigos, foi cumprida com êxito.

Agora que a Ucrânia foi libertada do mais feroz inimigo da revolução, o exército de Denikin, uma outra tarefa vos espera, não menos importante, não menos complexa, a tarefa de reconstituir a economia destruída da Ucrânia. Não há dúvida de que vós, que vencestes Denikin, vencereis também a ruína econômica e sabereis empregar todas as forças, toda aquela energia que distingue os comunistas dos membros dos outros partidos, para tornar menos grave a ruína econômica e ajudar os camaradas do norte.

Há sintomas que indicam começar a ser cumprida no norte a tarefa da reconstrução. Os comunicados dos exércitos do trabalho dizem que as reparações das locomotivas e dos vagões vão adiante, a extração do combustível se desenvolve e aumenta. Também a indústria dos Urais se desenvolve e vai de vento em popa. Não duvido de que, seguindo o exemplo dos camaradas do norte, obtereis os mesmos resultados.

Os comunistas alcançarão seguramente a vitória na solução desse problema, porque em nosso Partido existem a coesão, a unidade, a dedicação à causa e, sobretudo, porque esta é a nossa divisa: "Morrer, mas levar a termo aquilo que se empreendeu." Só graças à sua disciplina e coesão o Partido pode enviar milhares de militantes para todas as regiões. Essa disciplina e essa coesão tornaram possível a vitoria sobre o imperialismo e nos dão a esperança de que alcançaremos também a vitória sobre o segundo inimigo, a ruína econômica.

17 de março

2. Relatório sobre a política econômica

Foi-me dada a incumbência de apresentar um relatório sobre as tarefas atuais da edificação econômica.

Há um ano, quando nossa Federação estava encerrada num estreito círculo de tropas subsidiadas pelos imperialistas internacionais, o Conselho de Defesa lançou a palavra de ordem: "Tudo para a frente". Isso significa que todo o nosso trabalho construtivo foi orientado no sentido dos abastecimentos, no sentido do fortalecimento da frente. Um ano de experiência demonstrou-nos que o Conselho de Defesa estava no caminho certo, porque nesse ano os nossos ferozes inimigos foram expulsos: Iudénitch, Koltchak e Denikin foram completamente derrotados. Dessa maneira, a palavra de ordem "Tudo para a frente", aplicada aos fatos, deu resultados positivos.

Há dois meses, o Conselho de Defesa lançou uma outra palavra de ordem: "Tudo para a economia nacional". Isso significa que é necessário transformar todo o nosso trabalho criador colocando-o sobre um novo plano, sobre o plano econômico, que é necessário empenhar a fundo todas as nossas forças vivas em prol da economia. Contudo, isso não significa que não tenhamos mais tarefas militares a cumprir. Duas tentativas da Entente visando golpear a Rússia Federativa Soviética, uma pelo oriente, por meio de Koltchak, outra pelo sul, por meio de Denikin, falharam. Agora, ao que parece, prepara-se novo golpe, pelo ocidente. A Entente não é tão tola que não aproveite as forças da nobreza polonesa, nem que seja para impedir nossa Federação de empreender o novo trabalho construtivo. Além disso, não sabemos ainda quais são, após o golpe insurrecional alemão[N88], as próximas perspectivas. Como se vê, o Ocidente está prenhe de algumas complicações novas, mas totalmente claras. Por isso não se pode dizer que, transferindo todo o nosso trabalho para a construção da economia nacional, voltemos as costas às tarefas militares. Porém, a palavra de ordem principal deve ser sempre a principal.

Que foi que determinou a nova palavra de ordem lançada pelo Conselho de Defesa e pelo Comitê Central do nosso Partido? Ela foi determinada, camaradas, pelo fato de que, quando olhamos em torno de nós depois da derrota do inimigo externo, diante de nós se apresentou o quadro da completa destruição da economia nacional.

Quais são os problemas relacionados com a tarefa da reconstituição da economia nacional, destruída pela guerra, que se apresentam diante de nós?

Na reconstituição da economia nacional a questão fundamental é a dos combustíveis, causa de todas as guerras imperialistas. Todas as manobras da Entente visavam a privar-nos do combustível.

Existem três espécies de combustível: carvão, petróleo e lenha.

Comecemos pelo problema do carvão. Em 1916, isto é, antes da revolução, extraíamos mensalmente nada menos de 140 a 150 milhões de puds de carvão e exportávamos nada menos de 120 milhões. Agora, extraímos no máximo 18 milhões de puds de carvão e de antracite e exportamos no máximo 4 a 5 milhões. O quadro é claro.

Segunda espécie de combustível, o petróleo. A zona petrolífera principal é a de Baku. No conjunto, Baku em 1916 produzia 500 milhões de puds de petróleo, Grózni cerca de 100 milhões, os Urais (Emba) cerca de 15 milhões. Como se sabe, a fonte principal de petróleo, Baku, não está em nossas mãos. De Grózni nem vale a pena falar. Não sei em que condições estará Grózni quando retornar a nós. Como fonte de combustíveis, é lá que se acham as mais ricas jazidas petrolíferas; no ano passado, a produção atingiu até a casa dos 200 milhões de puds. Mas em que condições estará quando retornar a nós, não sei. Uma só coisa se sabe: é que os brancos destruíram-na quase totalmente.

Terceira espécie de combustível, a lenha. De um modo geral, nos tempos passados, se se reduzia a lenha a carvão, deste se obtinham cerca de 500 milhões de puds por ano. Agora, segundo os dados do Comissariado Geral para as Florestas, a produção de lenha não vai além de 50 por cento.

Como se vê, no referente aos combustíveis, nossa situação é crítica.

A segunda questão é a da indústria metalúrgica. Pode-se calcular que a fonte quase única de minérios, de ferro gusa e de produtos acabados era e continua sendo para nós a bacia do Donetz e de Krivoirog. Em 1916, a produção mensal de ferro gusa não era inferior a 16 milhões de puds. Na região da bacia do Donetz trabalhavam então nada menos de 65 altos-fornos. Agora, dos 65 não trabalha nem um sequer. Em 1916, nossas oficinas metalúrgicas forneciam mensalmente cerca de 14 milhões de puds de produtos semi-trabalhados. Agora fornecem no máximo 5 por cento deles. Em 1916, tínhamos mensalmente cerca de 12 milhões de puds de produtos acabados. Agora, de 2 a 3 por cento. Também no campo da metalurgia a situação não poderia ser pior.

Terceira questão, o trigo. Para reconstruir a indústria é preciso dar de comer aos operários. A falta de trigo é a deficiência principal e o motivo fundamental da paralisação da nossa indústria. Antes da guerra, colhíamos no território da Federação 5 bilhões de puds de trigo. Desse total, exportávamos mais de 500 milhões. Todo o restante cobria as necessidades internas. Até 1914. após estourar a guerra, em dez meses, com as fronteiras fechadas, conseguimos exportar cerca de 300 milhões de puds de trigo. Em seguida, a exportação caiu a 30 milhões.

Tudo isso indica que possuímos e devemos possuir excedentes. Evidentemente, se se fizer a pergunta: existe a possibilidade objetiva de produzir trigo e de constituir aquele fundo tritícola sem o qual não será possível reerguer a indústria? — pode-se responder que essa possibilidade existe, sem dúvida. Acumular um fundo de 300 milhões de puds de trigo, coisa que suscita os protestos dos nossos camaradas, é para nós, do ponto de vista objetivo, uma coisa plenamente possível. Tudo está em constituir um aparelho flexível, em levar em conta o estado de ânimo dos camponeses, em armar-se de paciência e de habilidade e em introduzir nesse trabalho as forças necessárias, que, interessando-se por essa atividade como por uma coisa sua, saberão transformar a palavra em realidade. Nesse assunto, poderia referir-me à nossa experiência na Ucrânia. Não faz muito tempo, afirmou-se que durante a última colheita na Ucrânia foram acumulados nada menos de 600 milhões de puds de trigo. Com um certo esforço, teria sido possível obter esse trigo. Mas os nossos órgãos de aprovisionamento decidiram declarar que os fornecimentos não deviam passar de 160 milhões de puds, e também foi decidido que em março se conseguiria colher cerca de 40 milhões de puds. Ao invés, não se conseguiu. Por negligência dos nossos órgãos, visto como os bandidos de Makhnó dão literalmente caça aos encarregados da colheita do trigo, e devido às insurreições de kulaks em algumas zonas, conseguiu-se colher ao todo cerca de 2 milhões de puds em vez dos 40 previstos.

A questão seguinte é a do açúcar. Em 1916 foram produzidos em nosso país cerca de 115 milhões de puds de açúcar. As necessidades eram de 100 milhões de puds, e agora temos ao todo cerca de 3 milhões.

Tal é, no momento atual, a situação da nossa economia nacional, arruinada pela guerra.

Uma tal situação econômica da Federação naturalmente nos impõe o lançamento da palavra de ordem: "Tudo para a economia nacional".

Que significa essa palavra de ordem? Significa que todo o nosso trabalho de agitação e de construção deve ser reorganizado segundo um novo plano, sobre um plano econômico. Agora também para a economia deveremos nomear os nossos suboficiais e oficiais tirando-os das fileiras operárias, e eles ensinarão ao povo como lutar contra a ruína e como construir uma nova economia. Só lutando contra a ruína econômica é possível uma nova construção; mas para isso é necessário formar os próprios oficiais do trabalho. Se no ano passado promovemos a emulação entre as unidades combatentes, agora devemos fazer a mesma coisa entre os trabalhadores das empresas, das oficinas, das fábricas, das estradas-de-ferro, das minas. É evidente que dessa obra é preciso fazer participarem não só os operários, mas também os camponeses e os outros trabalhadores.

A tudo quanto foi dito é necessário acrescentar, ainda, que aos órgãos econômicos locais, e especialmente aos regionais e provinciais, foram dados mais amplos direitos, maior autonomia na reconstrução da indústria que os que lhes foram atribuídos até agora. Até agora aconteceu que "os órgãos centrais", e só eles, dirigiam o trabalho; agora, ao invés, é preciso dar uma atenção especial aos órgãos locais, dando-lhes enfim a possibilidade de desenvolver aquela iniciativa sem a qual é difícil organizar a economia.

É necessário, enfim, dedicar nossa atenção ao apoio que é preciso dar àquelas organizações cujo trabalho o Conselho de Defesa fez passar do campo militar para o do desenvolvimento da economia. Pretendo falar dos Conselhos dos Exércitos do Trabalho. A experiência mostrou que nem sempre é oportuno fazer passar mecanicamente para o trabalho econômico unidades inteiras do exército. Aqui é preciso que haja uma certa combinação do trabalho das unidades de reserva com a atividade dos trabalhadores na retaguarda.

Passando ao Exército do Trabalho da Ucrânia, devo salientar que ele, por muitos motivos, só há pouco tempo iniciou o trabalho. A primeira tarefa consistia em compreender a situação para decidir depois quais medidas práticas seria necessário adotar. Aquilo que conseguimos compreender fornece um quadro pouco atraente. Os transportes ferroviários estão numa situação particularmente difícil. É preciso ter presente que quatro linhas ferroviárias da Ucrânia, a sul-ocidental, a meridional, a do Donetz e a de Iekaterina, possuem um número elevado de locomotivas, das quais, porém, 70 por cento estão em mau estado. Isso significa que em vez das 45 composições de trens que trafegavam todos os dias na linha Khárkov-Moscou, conseguimos agora fazer partirem 4 a 5, no máximo 8.

Após ter obtido todas essas informações sobre a situação na Ucrânia, o Exército do Trabalho tomou uma série de medidas práticas, entre as quais devo lembrar as seguintes:

Em primeiro lugar, militarizar o trabalho da indústria carbonífera, mobilizando para o trabalho obrigatório também a população do campo, utilizando-a para o transporte e o carregamento do carvão.

Em segundo lugar, introduzir na indústria novas forças tiradas das fileiras operárias, pois sabemos que dos 250.000 operários que trabalhavam antes da revolução restaram 80.000. Porém, para introduzir essas novas forças é necessário organizar o abastecimento de víveres, e nesse sentido tomaremos uma série de medidas.

Em terceiro lugar, colocar à testa da indústria carbonífera uma Diretoria Central, junto à qual se deve encontrar uma diretoria sanitária, uma seção de ligação, uma seção de aprovisionamentos, um tribunal militar, uma seção política.

Tudo isso é necessário para colocar de novo em pé a indústria e os transportes da Ucrânia, para tornar regulares os abastecimentos em homens e gêneros alimentícios, a assistência sanitária e o trabalho político, para fazer com que os aproveitadores e os desertores do trabalho percam o hábito de sumir-se da bacia do Donetz, para instaurar na indústria e nos transportes a disciplina do trabalho. Doravante, o presidente do Comitê de Governadoria do Partido Comunista do Donetz, de acordo com o C.C. do P. C. da Rússia e com o C. C. da Ucrânia, assumirá também as funções de chefe da seção política da indústria carbonífera. Todo o trabalho de distribuição das forças do Partido e de transferência dos funcionários de uma zona para outra, segundo as exigências da indústria carbonífera, será de competência da seção política.

Tais são, em linhas gerais, as medidas que devem ser tomadas para iniciar a reconstrução da economia da Federação, arruinada pela guerra, e para fazê-la progredir no caminho do desenvolvimento máximo.

Terminando meu informe, submeto à vossa apreciação as teses do C.C. do P.C. da Rússia sobre a construção econômica.[N89]

19 de março

3. Discurso final sobre a política econômica

É preciso constatar que. nenhum delegado tentou contrapor uma outra resolução qualquer às teses do C.C. A resolução da Conferência de Khárkov é tão somente um acréscimo às resoluções do VII Congresso dos Soviets;[N90] além disso, ela descura uma série de questões abordadas nas teses do C.C. e que se referem às tarefas imediatas da construção econômica.

Já disse que a tarefa principal agora é a reconstrução da indústria carbonífera. Levando isso em conta, o Conselho do Exército do Trabalho da Ucrânia volta sua atenção especialmente para a organização de uma diretoria da indústria carbonífera que seja capaz de expedir abastecimentos regulares e de introduzir a disciplina na indústria carbonífera.

Como sabeis, em toda a Federação a nossa indústria está passando no momento atual por um período de relaxamento semelhante ao que o Exército Vermelho atravessou há um ano e meio, quando predominava a mentalidade própria de guerrilheiros. Então o centro do Partido o convidou a corrigir-se, a instaurar a disciplina e a transformar em destacamentos regulares os destacamentos de guerrilheiros. A mesma coisa devemos fazer agora na indústria que está arruinada. É necessário reconstruir e organizar o que restou dessa indústria arruinada, pois do contrário não sairemos do caos.

Um camarada disse aqui que os operários não temem a militarização, porque os melhores dentre eles estão cansados da falta de ordem. É absolutamente verdade. Os operários estão cansados da falta de direção e aceitarão de boa mente uma direção capaz de pôr ordem e de instaurar a disciplina do trabalho na indústria.

20 de março

4. Discurso de encerramento

O camarada Stálin no seu discurso final dá um balanço nos trabalhos da Conferência de toda a Ucrânia. Ele examina as decisões adotadas para diversas questões e se detém nas resoluções referentes ao trabalho no campo e à edificação econômica. A última questão será resolvida de maneira definitiva no IX Congresso do P.C. da Rússia.[N91]

Em nossa política a questão mais importante, a questão do trabalho no campo, a meu ver foi resolvida com justeza. Penso que aqui na Ucrânia estamos atravessando aquela fase de desenvolvimento do campo que a Rússia atravessou há um ano e meio atrás, quando a região do Volga e muitas localidades da Rússia Central se achavam no período da insurreição. Este período terminará aqui entre vós como terminou na Rússia.

Em nosso trabalho no campo devemos nos apoiar nos camponeses pobres. O camponês médio passará para o nosso lado quando estiver convencido de que o Poder Soviético é forte. Só então os camponeses médios passarão para o nosso lado.

Partindo desse ponto de vista, pode-se dizer que a resolução adotada por vós é indubitavelmente justa.

Existe uma outra questão importante que foi resolvida pela Conferência, e é a admissão em nosso Partido dos borotbistas.[N92] Os borotbistas constituíam um partido que tinha suas raízes no campo. Agora, depois que os borotbistas se fundiram com o nosso Partido, poderemos plenamente pôr em prática a aliança do proletariado com os camponeses pobres do campo.

Vós mesmos sabeis que essa aliança é a base do poderio e da força de nossa República Federativa.

Permiti-me congratular-me convosco pelo labor profícuo desenvolvido pela Conferência.

Declaro encerrada a Conferência (Aplausos).

23 de março


Notas de fim de tomo:

[N87] A IV Conferência do P.C.(b) da Ucrânia realizou-se em Khárkov de 17 a 23 de março de 1920. Nela tomaram parte 278 delegados. Na ordem do dia foram incluídos os seguintes pontos: 1.º) informe político e orgânico do C.C. do P.C.(b) da Ucrânia; 2.º) relações entre a República Soviética Ucraniana e a R.S.F.S.R.; 3.º) relações com os outros partidos políticos; 4.º) política econômica; 5.º) problema da terra e trabalho no campo; 6.º) questão alimentar; 7.º) eleições do C.C. do P.C.(b) da Ucrânia e dos delegados ao IX Congresso do P.C.(b) da Rússia.
Stálin tomou parte na Conferência como representante do C.C. do P.C.(b) da Rússia. Em torno da política econômica girou a discussão, no curso da qual foi oposta viva resistência ao grupo antipartidário do "centralismo democrático" (Sapronov e outros), que se opunha ao princípio da direção pessoal nas empresas industriais. Após haver discutido o trabalho no campo, a Conferência aprovou a proposta no sentido de criar na Ucrânia uniões de pequenos camponeses e de camponeses sem terra (comitês dos camponeses pobres). A Conferência nomeou Stálin delegado ao IX Congresso do P.C.(b) da Rússia. (retornar ao texto)

[N88] Alusão ao "putsch" de Kapp. A 13 de março de 1920, Kapp, fundador do ultra-reacionário "partido da pátria", von Lüttwitz e outros tentaram em Berlim um golpe de estado, mas em 17 de março os operários entraram em greve e obrigaram os autores do complô a fugir. (retornar ao texto)

[N89] As teses do C.C. do P.C.(b) da Rússia para o IX Congresso do P.C.(b) da Rússia, Tarefas urgentes da construção econômica, haviam sido publicadas no Izvéstia do C.C. do P.C.(b) da Rússia, n.° 14, de 12 de março de 1920. (retornar ao texto)

[N90] O VII Congresso dos Soviets de Toda a Rússia realizou-se em Moscou de 5 a 9 de dezembro de 1919. O Congresso, após ter ouvido o informe de Lênin sobre o trabalho levado a efeito pelo C.E.C, e pelo Conselho dos Comissários do Povo, discutiu as seguintes questões: a situação militar, a construção soviética, a situação alimentar, os combustíveis, etc. As resoluções aprovadas pelo Congresso (Organização do aprovisionamento alimentar na R.S.F.S.R., Construção soviética, Organização do abastecimento de combustíveis na R.S.F.S.R.) determinavam as tarefas para a organização da economia e da administração.
A Conferência de Khárkov aprovou a resolução sobre a construção econômica já aprovada na Conferência provincial de Khárkov do P.C.(b) da Ucrânia a 15 de março de 1920. (retornar ao texto)

[N91] O IX Congresso do P.C.(b), que se realizou em Moscou de 29 de março a 5 de abril de 1920, discutiu as seguintes questões: 1.º) informe do CO; 2.º) tarefas imediatas da construção econômica; 3.º) movimento sindical; 4.º) tarefas da Internacional Comunista; 5.º) questões organizativas; 6.º) relações com o movimento cooperativista; 7.º) passagem ao sistema do serviço militar no lugar de origem; 8.º) eleições do C.C. Lênin apresentou o informe político do C.C. e interveio nas discussões sobre a construção econômica e sobre a cooperação.
O Congresso determinou as tarefas imediatas do país nos setores dos transportes e da indústria. Particular atenção foi dada ao plano econômico único, em que se concedia prioridade à eletrificação da economia nacional. No Congresso foi derrotado o grupo antipartidário do "centralismo democrático" (Sapronov, Osinski e outros), que se opunha à instauração da direção pessoal nas empresas industriais. (retornar ao texto)

[N92] Borotbistas: social-revolucionários de esquerda ucranianos, que em maio de 1918 constituíram-se em partido autônomo. Denominaram-se borotbistas por causa do nome do órgão central do seu partido, o jornal Borotba (A Luta). Em março de 1920, em conseqüência da crescente influência bolchevique sobre as massas camponesas ucranianas, os borotbistas foram obrigados a dissolver seu partido e a solicitar união com o Partido Bolchevique. A IV Conferência do PC (b) da Ucrânia resolver acolher o pedido. Nos anos seguintes, porém, muitos borotbistas tomarm parte ativa na luta que os elementos nacionalistascontra-revolucionários travaram contra o Poder Soviético ucraniano. (retornar ao texto)

pcr
Inclusão 23/05/2011