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Camaradas!
Recebi do C.C. do Partido Comunista o encargo de abrir o II Congresso dos representantes das organizações comunistas muçulmanas do Oriente[N84].
Um ano transcorreu desde o I Congresso. Durante esse período, na história do socialismo deram-se dois acontecimentos importantes. Primeiro: na Europa Ocidental e na América penetrou o espírito revolucionário e lá, no Ocidente, surgiram partidos comunistas; segundo: os povos do Oriente despertaram e o movimento revolucionário no Oriente, no seio dos povos oprimidos do Oriente, desenvolveu-se. Lá, no Ocidente, os proletários ameaçam destruir a vanguarda das potências imperialistas e tomar o poder em suas mãos. Aqui os proletários ameaçam destruir a retaguarda do imperialismo, o Oriente, fonte de riquezas, uma vez que o Oriente é a base sobre a qual se apóiam as riquezas do imperialismo, é a fonte da qual ele tira forças e onde pretende refugiar-se se for derrotado na Europa Ocidental.
Há um, ano, o imperialismo mundial ameaçava apertar num estreito círculo de aço a Rússia Soviética. Agora, pelo que se vê, ele próprio está cercado porque recebe golpes pelos flancos e pela retaguarda. Há um ano, os delegados ao I Congresso Muçulmano dos Povos do Oriente, ao se separarem, juraram fazer tudo quanto estivesse ao seu alcance para despertar do torpor os povos do Oriente, lançar uma ponte entre a revolução do Ocidente e os povos oprimidos do Oriente. Agora, passando em revista essa atividade, pode-se com satisfação verificar que esse trabalho revolucionário não foi executado em vão, que a ponte contra os estranguladores da liberdade de todos os povos oprimidos foi erigida.
Afinal, se os nossos exércitos, os nossos exércitos vermelhos, avançaram tão impetuosamente em direção ao Oriente, naturalmente nesse avanço o vosso trabalho, camaradas delegados, teve uma função de não pouca importância. Se hoje o caminho para o Oriente está aberto, a revolução deve-o mais uma vez ao intensíssimo trabalho que os nossos camaradas delegados executaram nos últimos tempos.
Só à coesão das organizações comunistas muçulmanas dos povos do Oriente, e antes de mais nada das dos tártaros, bachkírios, quirguizes, dos povos do Turquestão, só à sua coesão se pode atribuir o rápido desenvolvimento dos acontecimentos que observamos agora no Oriente.
Não duvido, camaradas, de que este congresso, o II Congresso, mais rico que o I, quer do ponto de vista quantitativo quer do qualitativo, saberá continuar o trabalho iniciado para o despertar dos povos do Oriente, para o fortalecimento da ponte lançada entre o Ocidente e o Oriente, o trabalho pela libertação das massas trabalhadoras do jugo secular do imperialismo.
Esperamos que a bandeira levantada pelo I Congresso, a bandeira da libertação das massas trabalhadoras do Oriente, a bandeira da derrota do imperialismo, será levada até o fim com honra pelos militantes das organizações comunistas muçulmanas (Aplausos).
Notas de fim de tomo:
[N84] O II Congresso das organizações comunistas dos povos orientais de toda a Rússia realizou-se em Moscou de 22 de novembro a 3 de dezembro de 1919. Estavam presentes ao Congresso cerca de 80 delegados, representantes das organizações comunistas muçulmanas do Turquestão, do Azerbaidjão, de Khiva, de Bukhará, da Quirguízia, da Tartária, da Tchuváchia da Bachkíria, do Cáucaso e de cidades isoladas (Perm, Viatka, Oronburg e outras). O informe sobre a situação política foi apresentado por Lênin. No Congresso foi dado um balanço no trabalho efetuado pelo Bureau Central das organizações muçulmanas do P.C.(b) da Rússia, discutiu-se a questão oriental e foram fixados os objetivos que o Partido e os soviets se propunham atingir no Oriente. (retornar ao texto)
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Inclusão | 25/03/2008 |