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Primeira Edição: Editorial da "Jizn Natzionálnostei", ("A Vida das Nacionalidades"); n.° 7, 22 de dezembro de 1918.
Fonte: J.V. Stálin — Obras — 4º vol., Editorial Vitória, 1954 — traduzida da edição italiana da Obras Completas de Stálin publicada pela Edizioni Rinascita, Roma, 1949.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo, setembro 2006.
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O processo de libertação das regiões ocidentais continua. A vaga da revolução continua a subir, rompendo pelo caminho todas as barreiras. Os agentes do velho mundo e os obscurantistas da Estônia, da Letônia, da Lituânia, fogem como o diabo diante da cruz.
Os franco-atiradores da Estônia já se aproximam do importante entroncamento de Tapa. Nossa frota, de acordo com a ordem dada pelo Conselho dos Comissários do Povo, protege a Estônia soviética de possíveis surpresas do lado do mar. A bandeira vermelha do socialismo tremula sobre a Estônia. As massas trabalhadoras exultam. Está próxima a libertação de Reval. Não é preciso dizer que, se as tropas inglesas procurarem ocupar a Estônia, encontrarão a resistência de todo o povo estoniano.
O incêndio revolucionário na Lituânia lavra com força crescente. Vilna já está nas mãos dos Soviets dos Deputados Operários e Camponeses sem terra. As grandiosas demonstrações que se verificaram há poucos dias naquela cidade[N49] desorganizaram completamente a Tariba do Kaiser. A fervorosa saudação enviada pelo Soviet de Vilna ao Conselho dos Comissários do Povo e ao Exército Vermelho[N50] demonstra com bastante clareza o caráter do movimento de libertação lituano. Soviets em Kovno, em Siauliai e noutras cidades, soviets nos comandos e nas aldeias, constituídos diante do próprio nariz do carrasco, o general Hoffmann, tudo isso prova a força de penetração da revolução soviética. O governo operário da Lituânia constituído em Vileika[N51], com o seu fervoroso manifesto, formará sem dúvida um firme centro de unificação das forças revolucionárias da Lituânia. Os atiradores vermelhos lituanos libertarão sua pátria. O reconhecimento do governo operário lituano pelo Governo Soviético da Rússia[N52] reforçará nele a confiança na vitória final.
Tempestuosa e irresistível, avança a revolução na Letônia. Os gloriosos atiradores vermelhos da Letônia, depois de haverem tomado Walk, aproximam-se vitoriosamente de Riga. O governo dos soviets da Letônia, formado há poucos dias, conduz com mão firme à vitória os operários e os camponeses sem terra da Letônia. Desmascarando a política ambígua do governo de Berlim e das autoridades alemães de ocupação, ele declara sem reservas em seu manifesto:
"Repelimos decididamente qualquer intervenção em favor dos nossos inimigos feudal-burgueses, mesmo que essa intervenção seja ameaçada por um governo que se diga socialista."
O governo soviético da Letônia conta somente com o apoio do proletariado revolucionário de todos os países e, antes de mais nada, com o apoio do proletariado russo. Diz o governo soviético da Letônia:
"Nós pedimos ajuda e esperamos recebê-la do proletariado verdadeiramente revolucionário de todo o mundo, e em particular da República Socialista Federativa Soviética da Rússia."
Será acaso preciso dizer que o Governo Soviético da Rússia sustentará por todos os meios a Letônia que se está libertando e seus heróicos franco-atiradores?
Ao norte, na Finlândia, reina ainda a "calma". Mas por trás do véu da tranqüilidade e da quietude, a contra-revolução não dorme e prepara-se para novas lutas. A demissão de Svinhufvud e a nomeação de Mannerheim indicam que não se quer "reformas" no interior do país e que a Inglaterra propõe-se a marchar sobre Petersburgo através da Finlândia. Pois bem, isso não pode senão aguçar a crise revolucionária que está amadurecendo na Finlândia.
Na Ucrânia, a fuga de Skoropadski, organizada antecipadamente, e o reconhecimento, por parte da Entente, do diretório de Vinnitchenko, revelam um novo quadro da nova "atividade" da diplomacia da Entente. Evidentemente o sr. Petliura, que até ontem brandia a espada da "independência", hoje coloca-se a serviço das tropas da Entente, isto é, de Krasnov e de Deníkin, que "acorrem" em seu auxílio. As tropas insurretas e os soviets são apontados como os principais inimigos da Ucrânia. Os grandes amigos, os "hóspedes agradáveis", são, ao invés, a Entente e os seus amigos, os guardas brancos de Krasnov e de Deníkin, que já ocuparam a bacia de Donetz. O sr. Petliura, que já uma vez vendeu a Ucrânia aos alemães, agora vende-a novamente aos imperialistas ingleses. Não é preciso dizer que os operários e camponeses da Ucrânia levarão em conta essa nova traição de Vinnitchenko e de Petliura. O movimento revolucionário que de hora em hora se desenvolve na Ucrânia e o processo de desagregação que já se iniciou nas fileiras do exército de Petliura, o indicam de modo bastante convincente.
As coisas vão bem. . .
Notas de fim de tomo:
[N49] A 16 de dezembro de 1918, demonstrações e greves de protesto foram organizadas em Vilno e em outras cidades da Lituânia contra a política da Taryba burguesa e dos invasores alemães, em conseqüência de um apelo do C.C. do Partido Comunista da Lituânia e da Bielorrússia. A demonstração de Vilno, na qual tomaram parte cerca do vinte mil operários e pobres da cidade, foi levada a efeito com a palavra de ordem: "Todo o Poder aos Soviets!" Os manifestantes exigiam também que os alemães parassem de carregar para fora da Lituânia material ferroviário e de outra espécie e libertassem os presos políticos. (retornar ao texto)
[N50] As moções de saudação ao Conselho dos Comissários do Povo e ao Exército Vermelho foram aprovadas na sessão de 16 de dezembro de 1918 pelo Soviet de Vilno. Na moção ao Conselho dos Comissários do Povo da R.S.F.S.R. dizia-se, entre outras coisas: "O Conselho dos Comissários do Povo, dirigido pelo camarada Lênin, experimentado chefe do proletariado mundial, é a estrela que ilumina o caminho da classe operária lituana na luta que ela está sustentando pela sua completa libertação". Na moção de saudação ao Exército Vermelho dizia-se: "... Nós, operários da Lituânia, exprimimos nossa admiração pelo heroísmo de que dais prova na luta contra as forças armadas da contra-revolução. Saudamos também aqueles operários e camponeses, filhos da Lituânia, que, após haverem ingressado nas fileiras desse Exército, sacrificam suas vidas pela causa da libertação da classe operária e, em particular, dos seus irmãos que gemem sob o jugo da dura ocupação. . ." (retornar ao texto)
[N51] O governo provisório revolucionário operário da Lituânia, constituído na primeira quinzena de dezembro de 1918, tendo à frente o bolchevique V. S. Mitskévitch-Kapsukas, em 16 de dezembro de 1918 difundiu um manifesto no qual se dizia: "1.º) — Todo o Poder é transferido aos Soviets dos Deputados dos operários, dos camponeses sem terra e dos pequenos camponeses. 2.°) — A partir deste momento considera-se liquidado o Poder dos invasores alemães. 3.°) — A Taryba lituana, vassala do Kaiser, bem como o seu conselho de ministros, são declarados depostos e fora da lei". (retornar ao texto)
[N52] (52) Com o decreto de 22 de dezembro de 1918, firmado por Lênin, o Conselho dos Comissários do Povo da R.S.F.S.R. reconhecia a independência da República Soviética Lituana. Na resolução do Comitê Executivo Central de Toda a Rússia, de dezembro de 1918, aprovada após o informe de Stálin, dizia-se: "Às Repúblicas Soviéticas da Estônia, da Letônia e da Lituânia, que as massas proletárias e camponesas criaram na luta revolucionária, o Comitê Executivo Central confirma, mais uma vez, que o fato de haverem feito parte no passado do velho império tzarista não constitui para esses países um freio; ao mesmo tempo, o Comitê Executivo Central exprime sua profunda convicção de que só agora, com o reconhecimento da plena liberdade de autodeterminação e da passagem do Poder para as mãos da classe operária, cria-se a livre, voluntária e indissolúvel união de todas as nações que povoam o território do ex-império russo. . ." (retornar ao texto)
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Inclusão | 09/02/2008 |