MIA> Biblioteca > Stálin > Novidades
Primeira Edição: Editorial da "Jizn Natzionálnostei", ("A Vida das Nacionalidades"), nº 4, 1 de dezembro de 1918.
Fonte: J.V. Stálin — Obras — 4º vol., Editorial Vitória, 1954 — traduzida da edição italiana da Obras Completas de Stálin publicada pela Edizioni Rinascita, Roma, 1949.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo, setembro 2006.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
A Ucrânia e suas riquezas de há muito são objeto da exploração imperialista.
Antes da revolução, a Ucrânia era explorada pelos imperialistas do Ocidente, em surdina, por assim dizer, sem "operações militares". Depois de terem organizado na Ucrânia grandes empresas (carboníferas, metalúrgicas, etc.) e concentrado em suas mãos a maior parte das ações dessas empresas, os imperialistas da França, da Bélgica e da Inglaterra sugavam o sangue do povo ucraniano de maneira legal, "legítima", sem barulho.
Depois da Revolução de Outubro o quadro mudou. A Revolução de Outubro, desbaratando as fileiras do imperialismo e declarando a terra e as empresas propriedade do povo ucraniano, tirou dos imperialistas a possibilidade de exercerem a sua exploração de maneira "normal","sem barulho". O imperialismo foi assim expulso da Ucrânia.
Mas o imperialismo não queria ceder, não queria de nenhum modo aceitar a nova situação. Daí a "necessidade" de submeter pela violência a Ucrânia, a "necessidade" de ocupá-la.
Os imperialistas austro-alemães foram os primeiros a ocupar a Ucrânia. A "Rada" e os "hétmãs" com a sua "independência nacional" não foram senão um joguete, um biombo que encobria comodamente a ocupação e sancionava formalmente a exploração da Ucrânia pelos imperialistas austro-alemães.
As infinitas humilhações e provações sofridas pela Ucrânia no tempo da ocupação austro-alemã, a destruição das organizações operárias e camponesas, a completa desorganização da indústria e das ferrovias, os enforcamentos e fuzilamentos, quem não conhece esses quadros rotineiros da Ucrânia "independente", sob a égide dos imperialistas austro-alemães?
Mas a derrota do imperialismo austro-alemão e a vitória da revolução alemã mudaram radicalmente a situação. Para a Ucrânia trabalhadora abriu-se o caminho da libertação do jugo do imperialismo: a ruína e a submissão estão para terminar. O incêndio da revolução que arde na Ucrânia está varrendo os últimos restos do imperialismo com os seus apêndices "nacionais". O "Governo Provisório Operário e Camponês da Ucrânia"[N42], saído da onda revolucionária, organizará uma vida nova, baseada nos princípios da soberania dos operários e dos camponeses. O Manifesto do governo soviético ucraniano que restituiu aos camponeses as terras dos latifundiários, aos operários as fábricas e oficinas, a todos os trabalhadores e explorados a liberdade plena, esse histórico Manifesto reboa como um trovão através do país, enchendo de terror os inimigos da Ucrânia, ressoa como um repique de bom augúrio que alegra e conforta os filhos oprimidos da Ucrânia.
Mas a luta ainda não terminou, a vitória ainda não está assegurada. A verdadeira luta na Ucrânia está apenas iniciada.
No momento em que o imperialismo alemão está vivendo os seus últimos dias, e os "hétmãs" se debatem na agonia, o imperialismo anglo-francês mobiliza forças e prepara um desembarque na Criméia para ocupar a Ucrânia. Estes, os imperialistas anglo-franceses, querem agora ocupar o lugar deixado vago pelos invasores alemães. Ao mesmo tempo, volta à tona o "Diretório ucraniano"[N43], tendo à frente o aventureiro Petliura, que lança a palavra de ordem da velha "independência", sob "nova" forma e com um novo biombo, mais adaptado aos "hétmãs", para encobrir a nova ocupação anglo-francesa da Ucrânia!
Para a Ucrânia a verdadeira luta ainda deve vir.
Não duvidamos de que o governo soviético ucraniano saberá receber como o merecem os novos hóspedes não convidados, os opressores ingleses e franceses.
Não duvidamos de que o governo soviético ucraniano saberá desmascarar a função reacionária dos aventureiros vindos do campo de Vinnitchenko e de Petliura, os quais, conscientemente ou não, estão preparando a vinda dos opressores anglo-franceses.
Não duvidamos de que o governo soviético ucraniano saberá reunir em torno de si os operários e camponeses da Ucrânia, levando-os com honra à luta e à vitória.
Convidamos todos os filhos leais da Ucrânia a acorrerem em auxílio do seu jovem governo soviético e a ajudarem-no na gloriosa luta contra os estranguladores da Ucrânia.
A Ucrânia está se libertando. Acorrei em seu auxílio.
Notas de fim de tomo:
[N41] O artigo A Ucrânia está se libertando foi também publicado com algumas modificações como artigo de fundo na Pravda, n.° 261, a 1.° de dezembro de 1918. (retornar ao texto)
[N42] O governo provisório dos operários e camponeses da Ucrânia, do qual fizeram parte K. E. Vorochílov, A. Serguéiev (Artióm) e outros, formou-se por volta de 20 de novembro de 1918, com sede primeiro em Kursk e depois em Sújia. A 29 de novembro de 1918 publicou um manifesto em que declarava deposto o hetmanado e instaurado o Poder Soviético. (retornar ao texto)
[N43] O Diretório Ucraniano, governo nacionalista contra- revolucionário formado em Kíev em fins de 1918 pelos nacionalistas ucranianos guiados por Petliura e por Vinnitchenko, foi liquidado em fevereiro de 1919 pelos operários e camponeses insurretos. (retornar ao texto)
Este texto foi uma contribuição do |
Inclusão | 09/02/2008 |