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Primeira Edição: “Zviezdá” (“A Estrela”), de Petersburgo, n.° 32. 19 de abril de 1912.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 228-229, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Carregado de cadeias, o país jazia aos pés dos seus opressores.
Tinha necessidade de uma Constituição popular, e foi submetido ao arbítrio feroz e a medidas “repressivas” e “administrativas”.
Tinha necessidade de um parlamento popular, e ofereceram-lhe a Duma dos senhores, a Duma de Purichkévitch e de Gútchkov.
Tinha necessidade da liberdade de palavra, de imprensa, de reunião, de greve, de associação, e a seu redor vê somente organizações operárias destruídas, jornais suprimidos, redatores encarcerados, reuniões dissolvidas, grevistas deportados.
Reivindicava a terra para os camponeses, e ofereceram-lhe as leis agrárias que aumentaram ainda mais a fome de terra das massas camponesas, para favorecer um punhado de ricos.
Haviam-lhe prometido a defesa da “pessoa” e da “propriedade”, e os cárceres e os lugares de deportação regurgitam de “pessoas suspeitas”, enquanto os chefes da polícia secreta (lembrai-vos de Kíev, Tiflís!) se aliam aos bandidos e ladrões para oprimir a pessoa e depredar a propriedade.
Haviam-lhe prometido a “prosperidade” e o “bem- estar”, e a economia camponesa decai cada vez mais, dezenas de milhões de camponeses estão esfomeados, o escorbuto e o tifo ceifam milhares de vítimas...
E o país tolerou, tolerou tudo...
Os que não puderam suportar, mataram-se.
Mas tudo tem fim: chegou o momento em que o país não quer mais tolerar.
A fuzilaria do Lena quebrou o gelo do silêncio, e a torrente do movimento popular moveu-se.
Moveu-se!...
Tudo quanto havia de mau e de funesto no atual regime, tudo aquilo de que sofria a Rússia mártir, resumiu-se num só fato: os acontecimentos do Lena.
Eis por que justamente a fuzilaria do Lena foi o sinal das greves e das demonstrações.
Nisso, e só nisso, deve-se procurar a explicação dos últimos acontecimentos.
E os dignitários da Duma — os outubristas, os cadetes, os progressistas(1) — aguardam uma explicação de cima, da boca dos representantes do poder!
Os outubristas “interpelam”, os progressistas simplesmente “interrogam”, os cadetes “julgam haver chegado o momento” de falar de certos Trechtchenko, desses míseros fantoches ao sabor dos acontecimentos!
E tudo isso enquanto Makárov já lhes atirou em rosto sua fanfarronice: “assim foi, assim será”!
Na capital da Rússia dezenas de milhares de operários fazem greve, as tropas estão em pé de guerra, as “complicações” internas perturbam os negócios da “nossa” política exterior sobre a questão dos Dardanelos: e aguardam uma resposta de cima, das “altas esferas”!
Cegos! Não veem que nestes dias é o proletariado que tem a palavra, e não os representantes do poder...
Assinado: K. S.
Notas de fim de tomo:
(1) Grupo monárquico liberal da burguesia russa, que tinha uma posição intermediária entre os outubristas e os cadetes. Possuía nas suas fileiras alguns industriais de Moscou, como Riabuchinski, Konovalov e outros. (retornar ao texto)
Inclusão | 25/10/2019 |