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Primeira Edição: “Bakinski Proletari” (“O Proletário de Baku”), n.°s 6 e 7. l.° e 27 de agosto de 1909.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 2º vol., pág: 143-153, Editorial Vitória, 1952 – traduzida da 2ª edição italiana G. V. Stalin - "Opere Complete", vol. 2 - Edizioni Rinascita, Roma, 1951.
Tradução: Editorial Vitória
Transcrição: Partido Comunista Revolucionário
HTML: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Não é segredo para ninguém que o nosso Partido atravessa uma grave crise. A saída de membros do Partido, o menor número e a debilidade das organizações, o fato de que estas estão separadas umas das outras, a ausência de um trabalho partidário unificado: tudo isso demonstra que o Partido está doente, que está atravessando uma séria crise.
Em primeiro lugar, o que pesa particularmente sobre o Partido é a separação entre as suas organizações e as amplas massas. Houve tempo em que nossos organismos tinham em suas fileiras milhares de homens, e arrastavam sob a sua direção a dezenas de milhares. O Partido possuía então raízes sólidas nas massas. Hoje não é a mesma coisa. Em vez dos milhares de homens, deles restaram dezenas; no melhor dos casos, centenas. Quanto à direção de centenas de milhares de homens, não vale a pena sequer falar a respeito. É verdade que nosso Partido exerce uma grande influência ideológica sobre as massas, que as massas conhecem-no e o respeitam. Justamente e sobretudo por isso, o Partido de “depois da revolução” distingue-se do Partido de “antes da revolução”. Mas a influência do Partido está toda aí. E entretanto, a influência ideológica do Partido só por si ainda está longe de ser suficiente. O fato é que a amplitude da influência ideológica choca-se contra a limitação da consolidação orgânica; aí está a origem da separação entre nossos organismos e as amplas massas. É suficiente o exemplo de Petersburgo — onde em 1907 existiam 8.000 membros e hoje apenas se podem juntar uns 300 a 400 — para se compreender toda a gravidade da crise. Nem falemos sequer de Moscou, dos Urais, da Polônia, da bacia do Donétz, etc.; que estão na mesma situação.
Mas ainda não é tudo. O Partido sofre não só por sua separação das massas, mas também pelo fato de que seus organismos não estão de maneira alguma ligados uns aos outros, não vivem uma vida partidária única, estão separados uns dos outros. Petersburgo não sabe o que se faz no Cáucaso, o Cáucaso não sabe o que se faz nos Urais, etc.: cada setor vive uma vida à parte. Rigorosamente falando, não existe mais de fato aquele Partido único que vivia uma vida comum, o Partido do qual falávamos com altivez nos anos de 1905, 1906 e 1907. Estamos num período de trabalho artesão dos mais vergonhosos. Os jornais existentes no exterior, o Proletari, o Gólos(1), por um lado, e o Sotzial-Demokrat,(2) por outro, não ligam e não podem ligar intimamente entre si as organizações esparsas pela Rússia, não podem dar-lhes uma vida partidária única. E seria também estranho pensar-se que os órgãos publicados no exterior, longe da realidade russa, possam unir num todo único o trabalho de um Partido que há muito tempo superou o estágio do trabalho nos círculos. É verdade que entre as organizações separadas umas das outras há muito de comum, que se liga ideologicamente; que elas têm um programa comum, o qual resistiu à crítica da revolução, princípios práticos confirmados pela revolução, gloriosas tradições revolucionárias. Exatamente nisso está a segunda diferença importante entre o Partido de “depois da revolução” e o Partido de “antes da revolução”. Mas isso ainda não basta. O fato é que a unidade ideológica de suas organizações ainda está bem longe de salvar o Partido do fracionamento orgânico, da separação criada entre seus organismos. Basta indicar o fato de que até mesmo a simples informação escrita não é levada na devida consideração dentro do Partido. Nem falemos sequer na união efetiva do Partido num único organismo.
Portanto:
Não é difícil de se compreender que a causa de tudo isso é a crise da própria revolução, o triunfo temporário da contrarrevolução, a calma após a ação, a perda, enfim, de todas aquelas semiliberdades de que o Partido gozava durante os anos de 1905 e 1906. O Partido desenvolveu-se, ampliou-se e reforçou-se até e enquanto a revolução marchou para a frente, até e enquanto existiram liberdades.
A revolução retrocedeu, as liberdades cessaram de existir, e o Partido começou a perder as forças, começou a fuga, do Partido, dos intelectuais e depois dos operários mais vacilantes. A fuga dos intelectuais foi em parte apressada pelo desenvolvimento do Partido, e mais precisamente pela ação dos operários avançados, que com as suas complexas exigências haviam superado a limitada bagagem intelectual dos “intelectuais de 1905”.
Disso ainda não se infere absolutamente que o Partido, até o advento das futuras liberdades, deva vegetar na crise, como sem razão pensam alguns. Em primeiro lugar,- o advento das próprias liberdades depende em grande parte da capacidade do Partido de sair são e renovado da crise: as liberdades não caem do céu; conquistam-se, entre outras coisas, por meio de um partido operário bem organizado. Em segundo lugar, as leis da luta de classes conhecidas de todos dizem-nos que a organização da burguesia, que vai se reforçando cada vez mais, deve infalivelmente levar consigo uma correspondente organização do proletariado. E é conhecido de todos que o desenvolvimento orgânico do nosso proletariado na sua qualidade de classe pressupõe, como condição necessária, a renovação do nosso Partido, como único partido operário.
Portanto, não só é possível curar de novo o Partido, libertá-lo da crise antes do advento das liberdades, mas é também indispensável.
Tudo está em se achar o meio de saná-lo de novo, de abrir as estradas através das quais o Partido:
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Como pode então o nosso Partido sair da crise? Que é preciso fazer?
Transformar o Partido num partido o mais possível legal e renuí-lo em torno da fração parlamentar legal, dizem uns. Porém como transformá-lo num partido o mais possível legal, se as mais inofensivas instituições legais, como as sociedades de cultura, etc., são objeto das mais ferozes perseguições? Renunciando talvez às suas reivindicações revolucionárias? Mas isso significaria enterrar o Partido e não renová-lo! Além disso, como pode a fração parlamentar ligar o Partido às massas, quando ela própria está desligada não só das massas, mas dos organismos do Partido?
É claro que resolver dessa maneira a questão quer dizer embrulhá-la mais ainda, tornando mais difícil para o Partido superar a crise.
Transferir para os próprios operários o maior número possível de funções no Partido e libertar desse modo o Partido dos elementos intelectuais inconstantes, dizem-nos outros. Não há dúvida de que libertando o Partido dos hóspedes inúteis, e centralizando as funções nas mãos dos próprios operários, a obra de renovação do Partido seria bastante facilitada. Mas não é menos claro que a simples “transferência das funções”, permanecendo intatos o velho sistema de organização, os velhos métodos de trabalho do Partido, a “direção” do exterior, não pode ligar o Partido à massa e fundi-lo num todo único.
É evidente que com meias medidas não se pode fazer nada: é necessário encontrar meios radicais para curar radicalmente o Partido doente.
O Partido sofre primeiro que tudo de seu desligamento das massas: é preciso a todo custo ligá-lo a essas massas. Mas, nas nossas condições isso é possível primeiro e acima de tudo no terreno das questões que agitam particularmente as amplas massas. Tomemos também só o fato do empobrecimento das massas e da ofensiva do capital. Sobre as cabeças dos operários passaram como um furacão os grandes lockouts, enquanto a redução da produção, as despedidas arbitrárias, a diminuição do pagamento, o prolongamento da jornada de trabalho, e, em geral, a ofensiva do capital, continuam sempre. É difícil de se imaginar que sofrimentos, que tensão de ânimo ocasiona tudo isso entre os operários, que massa de mal-entendidos e de conflitos surgem entre os operários e os patrões, que massa de problemas interessantes nascem a esses respeito no cérebro dos operários. Que os nossos organismos, portanto, continuando o trabalho político geral, intervenham incansavelmente em todos esses pequenos conflitos, liguem esses conflitos à grande luta das classes e, apoiando as massas em seus protestos e exigências de todos os dias, façam conhecer através dos fatos reais os grandes princípios do nosso Partido. Não deveria ser claro para todos que somente nesse terreno é possível redimir as massas “esmagadas contra o muro”, somente nesse terreno é possível “deslocá-las” daquele maldito ponto morto? E “deslocá-las” do ponto morto significa justamente agrupá-las em torno de nossos organismos.
Os comitês de fábrica e de oficina do Partido: eis os nossos organismos que poderiam com maior êxito desempenhar esses trabalho junto às massas. Os operários avançados que fazem parte desses comitês: eis os homens vivos que poderiam agrupar em torno do Partido as massas que os circundam. B preciso somente que os comitês de fábrica e de oficina intervenham incansavelmente em tudo quanto se refere à luta dos operários, defendam seus interesses cotidianos e liguem esses interesses aos interesses fundamentais da classe operária. Fazer dos comitês de fábrica e de oficina os bastiões fundamentais do Partido: essa é a tarefa.
Há mais. No interesse da própria aproximação das massas, é necessário que também os outros organismos do Partido, os organismos superiores, sejam construídos de modo a servir à defesa dos interesses não só políticos, mas também econômicos das massas. É necessário que nem sequer um dos ramos mais ou menos importantes da produção escape à atenção dos organismos. E para isso é preciso que ao serem construídos os organismos o princípio territorial seja integrado pelo princípio da produção, isto é, que, por exemplo, os comitês de fábrica e de oficina dos diferentes ramos da produção se agrupem em diversos subdistritos, segundo o ramo de produção, para fazerem com que esses subdistritos se unam territorialmente em distritos, etc. Pouco importa que o número dos subdistritos cresça demais, em compensação o organismo ganhará com isso em solidez e estabilidade dos seus alicerces, ligar-se-á mais estreitamente às massas.
Uma importância ainda maior para a solução da crise tem a composição dos organismos do Partido. É necessário que em todos os organismos locais haja operários avançados mais experimentados e mais influentes, que o organismo centralize-se em suas mãos fortes, que estes operários, e justamente estes, ocupem os postos mais importantes, desde os relativos à atividade prática e de organização até aos referentes à atividade publicitária. Pouco importa que os operários que tiverem ocupado os postos mais importantes não se revelem suficientemente experimentados e preparados; e mesmo que claudiquem nos primeiros tempos: a prática e os conselhos dos camaradas mais experientes ampliarão seus horizontes e, por fim, farão deles verdadeiros escritores e chefes do movimento. Não se deve esquecer de que os Bebei não caem do céu, mas se formam somente no curso do trabalho, na prática; e nosso movimento necessita, hoje como jamais, de Bebei russos, de chefes experientes e firmes, egressos do ambiente operário.
Eis por que nossa palavra de ordem orgânica deve ser “mãos livres aos operários esclarecido em todas as esferas do trabalho do Partido”, “dai-lhes mais espaço”!
É óbvio que, além do desejo de “dirigir” e do espírito de iniciativa, aos operários avançados são também necessários sólidos conhecimentos. Mas é justamente aqui que pesa a ajuda dos intelectuais experientes e ativos. É necessário criar círculos de estudo superiores, “seminários” de operários esclarecidos, pelo menos um por distrito, e “estudar” sistematicamente a teoria e a prática do marxismo: tudo isso preencheria notavelmente as lacunas dos operários esclarecidos, fazendo-os tornaram-se futuros educadores e dirigentes ideológicos. Concomitantemente, os operários esclarecidos devem fazer relações mais frequentes em suas oficinas e fábricas, devem “fazer plenamente o seu tirocínio”, sem estacar diante do perigo de “fazer fiasco” diante dos ouvintes. É preciso libertar-se de uma vez por todas da modéstia inútil e do medo dos ouvintes, armar-se de audácia e de confiança nas próprias forças: pouco importa se nos primeiros tempos se fizer má figura; tropeçar-se-á uma vez ou duas, mas com isso habituar-nos-emos a caminhar sozinhos, como “Cristo sobre as águas”.
Em resumo:
Não se pode deixar de destacar que a própria vida indica os meios mencionados acima para resolver a crise do Partido. A zona central e os Urais há muito tempo abstêm-se dos intelectuais; aí os próprios operários dirigem as atividades de organização. Em Sórmovo, em Lugansk (bacia do Donétz), em Nikoláiev, os operários imprimiam em 1908 boletins, e em Nikoláiev, além dos boletins, um jornal ilegal. E em Baku o organismo interveio e intervém sistematicamente em tudo quanto se refere à luta dos operários, não deixou e não deixa passar sem a sua intervenção quase nenhum conflito dos operários com os industriais do petróleo, dirigindo, compreende-se, ao mesmo tempo, uma agitação política geral. Isso explica, entre outras coisas, por que a organização de Baku manteve até agora as ligações com as massas.
Assim estão as coisas no que se refere aos métodos para ligar o Partido às amplas massas operárias.
Mas o Partido não sofre somente por estar desligado das massas. Sofre também pelo desligamento existente entre os seus organismos.
Passemos a este último problema.
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Como então ligar intimamente entre si os organismos locais que estão desligados uns dos outros, como reuni-los num Partido coeso, que viva uma única vida?
Poder-se-ia pensar que as conferências gerais do Partido, que são realizadas de tempos a tempos, possam resolver o problema da união dos organismos. Ou que o Proletari, o Gólos e o Sotzial-Demokrat, que se publicam no estrangeiro, consigam afinal de contas reunir, tornar coeso o Partido. Não há dúvida de que ambas essas formas têm não pouca importância para ligar os organismos entre si. Até hoje, pelo menos, as conferências e jornais editados no estrangeiro eram os únicos meios para unir os organismos separados. Mas, em primeiro lugar, as conferências, que se realizam de resto muito raramente, podem reunir só temporariamente os organismos, e portanto de modo não tão sólido como seria necessário em geral: no intervalo entre as conferências os laços se despedaçam, e, de fato, o método de trabalho artesão permanece como antes. Em segundo lugar, os jornais editados no estrangeiro, sem contar que chegam à Rússia em número muito limitado, são naturalmente atrasados com relação ao curso da vida do Partido na Rússia, não estão em condições de levantar e tocar oportunamente nos problemas que agitam os operários e não podem pois reunir, com laços sólidos num todo único, os nossos organismos locais. Os fatos mostram que desde a época do Congresso de Londres o Partido pôde realizar duas conferências(3) e publicar no exterior dezenas de números de jornais; contudo, a obra de unificação de nossos organismos num verdadeiro Partido e de solução da crise, deu pouquíssimos passos para a frente.
Por conseguinte, as conferências e os jornais editados no exterior — muito importantes para tornar coeso o Partido — não são todavia suficientes para resolver a crise, para unir solidamente os organismos locais.
É evidente que se torna necessária uma providência radical.
E essa providência poderia ser uma só: um jornal para toda a Rússia, jornal que esteja no centro do trabalho do Partido e seja editado na Rússia.
É possível unir os organismos esparsos pela Rússia unicamente na base de um trabalho comum do Partido. E um trabalho em comum não é possível se a experiência dos organismos locais não for canalizada para um único centro geral, de onde a experiência generalizada do Partido se difunda por todos os organismos locais. Um jornal para toda a Rússia poderia ser justamente esses centro, um centro que dirija o trabalho do Partido, unifique-o e oriente-o. Mas para que esses jornal possa verdadeiramente dirigir o trabalho é necessário que das várias localidades afluam sistematicamente pedidos de informações, declarações, cartas, correspondências, reclamações, protestos, planos de trabalho, problemas que agitam as massas, etc.; que entre o jornal e as várias localidades existam os laços mais estreitos, as ligações as mais sólidas; que o jornal, dispondo assim de uma quantidade suficiente de material, possa oportunamente levantar, abordar e ilustrar, quando isso for necessário, determinados problemas, extrair dos materiais as indicações e as palavras de ordem indispensáveis e fazê-las tornarem-se patrimônio de todo o Partido, de todos os seus organismos...
Sem essas condições não se pode dirigir o trabalho do Partido; e se não se dirige o trabalho não pode existir um laço que funda os organismos num todo único!
Eis por que sublinhamos a necessidade justamente de um jornal para toda a Rússia (e não editado no exterior) e justamente de um jornal dirigente (e não simplesmente popular).
Não é necessário dizer que o único organismo que possa encarregar-se da organização e da direção de tal jornal é o Comitê Central do Partido. A tarefa de dirigir o trabalho do Partido é, de resto, dever do Comitê Central. Mas no momento atual esses dever é mal executado, e como resultado temos o isolamento quase completo dos organismos locais. Ao passo que um jornal para toda a Rússia, com uma boa localização, poderia ser, nas mãos do C.C., o instrumento mais eficaz para uma união efetiva do Partido e para a direção do trabalho partidário. E não é tudo. Afirmamos que somente por esses meio o C.C. pode transformar-se de centro fictício em centro efetivo, num centro de todo o Partido, que torne de fato o Partido coeso e dê, de fato, o tom ao trabalho partidário. Por essas razões a organização e a direção de um jornal para toda a Rússia constituem a tarefa imediata do Comitê Central.
Um jornal para toda a Rússia, como órgão que una e consolide o Partido em torno do Comitê Central: esta é pois a tarefa, este é o meio para resolver a crise que o Partido está atravessando.
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Resumamos tudo quanto foi dito. Em consequência da crise da revolução, também no Partido sobreveio uma crise: os organismos perderam os sólidos laços que os prendiam às massas, o Partido fracionou-se em organismos isolados.
É necessário ligar nossos organismos às amplas massas. Essa é uma tarefa local.
É necessário ligar entre si os organismos citados acima, reuni-los em torno do Comitê Central do Partido. Essa é uma tarefa do centro.
Para executar a tarefa local é necessária, paralelamente à agitação política geral, uma agitação econômica no terreno das necessidades cotidianas mais agudas, são necessárias uma intervenção sistemática na luta dos operários, a criação e o reforçamento dos comitês do Partido de fábrica e de oficina, a centralização nas mãos dos operários esclarecidos do maior número possível das funções partidárias, a organização de “seminários” dos operários esclarecidos para formar dirigentes operários firmes e armados de conhecimentos.
Para executar a tarefa do centro é necessário um jornal para toda a Rússia, que ligue os organismos locais ao Comitê Central do Partido e os una num todo único.
Somente se se executarem essas tarefas o Partido poderá sair da crise são e renovado, somente se essas condições se tornarem realidade o Partido poderá tomar a seu cargo a alta função de digna vanguarda do heroico proletariado russo.
Esses são os meios para resolver a crise do Partido.
Não é necessário dizer que quanto mais plenamente o Partido utilizar as possibilidades legais que tem sob as mãos — desde a tribuna da Duma até aos sindicatos, às cooperativas, às caixas para despesas de funerais — tanto mais rapidamente será executada a tarefa de renovar e sanar o Partido Operário Social-Democrata da Rússia.
Artigo não assinado
Notas de fim de tomo:
(1) Proletari, jornal ilegal fundado pelos bolcheviques após o IV Congresso (de unificação) do P.O.S.D.R.; publicou-se de 21 de agosto (3 de setembro) de 1906 a 28 de novembro (11 de dezembro) de 1909. Saíram 50 números. Os primeiros 19 foram impressos na Finlândia, os outros em Genebra e em Paris. O Proletari era de fato o órgão central dos bolcheviques e era dirigido por Lênin. Nos anos da reação de Stolípin teve uma função importante para a manutenção e a consolidação da organização bolchevique. Golos Sotzial-Demokrata (A Yoz do Social-Democrata), órgão dos mencheviques liquidacionistas, publicado no estrangeiro de fevereiro de 1908 a dezembro de 1911. Em dezembro de 1908, dada a orientação nitidamente liquidacionista do jornal, Plekhánov, que era um dos redatores, cessou sua colaboração e em seguida saiu oficialmente da redação. Não obstante a reunião plenária do C.C. do P.O.S.D.R. haver decidido que o Golos Sotzial-Demokrata devia cessar a sua publicação, os mencheviques continuaram a fazer sair o jornal e a pregar abertamente em suas colunas as idéias do liquidacionismo. (retornar ao texto)
(2) Sotzial-Demokrat (O Social-Democrata), órgão central do P.O.S.D.R. que se publicou de fevereiro de 1908 a janeiro de 1917. O primeiro número saiu na Rússia, os demais no estrangeiro, primeiramente em Paris e depois em Genebra. O corpo de redação era composto, de acordo com a decisão do C.C. do P.O.S.D.R., de representantes dos bolcheviques, dos mencheviques e dos social-democratas poloneses. No seio do corpo de redação e pelas colunas do jornal, Lênin dirigiu a luta por uma linha bolchevique consequente, contra Kámeniev e Zinóviev, que tinham uma atitude conciliatória para com os liquidacionistas, contra os mencheviques Mártov e Dan, que defendiam abertamente o liquidacionismo pelas colunas do Golos Sotzial- Demokrata. Em junho de 1911, Mártov e Dan saíram do corpo de redação e de dezembro de 1911 em diante o jornal foi dirigido por Lênin. No Sotzial-Demokrat eram sistematicamente publicados artigos sobre o trabalho das organizações locais, inclusive as da Transcaucásia. (retornar ao texto)
(3) A terceira Conferência do P.O.S.D.R. (“segunda de toda a Rússia”) a 5-12 de novembro de 1907. (retornar ao texto)
Inclusão | 23/10/2019 |