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E ainda os “publicistas” do Lakhvari(1) não conseguem determinar a sua tática. No primeiro número escreviam : nós apoiamos somente as “ medidas progressistas” dos cadetes e não os cadetes. Notamos que é isso um sofisma diversionista, porque os mencheviques votaram nos cadetes eleitos para a Duma, e não somente nas suas “medidas”; fizeram eleger à Duma os cadetes como tais, e não somente as suas “medidas”; fizeram eleger presidente da Duma um cadete como tal, e não somente as “medidas” dele. Tudo isso confirma que os mencheviques tanto falaram do apoio aos cadetes, que o desmentido a esses fato só pode provocar o riso...
Agora “repensaram” um pouco sobre o assunto e afirmam outra coisa: é verdade que “nas eleições apoiamos os cadetes” (vide Lakhvari, n.° 3), porém somente nas eleições; contudo, na Duma não apoiamos os cadetes, mas somente as suas “medidas”. Vós, dizem, “não fazeis distinção entre a tática na Duma e a tática nas eleições”. Em primeiro lugar, é muito ridícula essa “tática” que só na Duma te preserva de fazer bobagens e por ocasião das eleições leva-te a fazê-las. Em segundo lugar, não é certo que os mencheviques fizeram eleger presidente da Duma um cadete? Em que categoria de tática deve se classificar a eleição de um cadete para presidente? Parece-nos que Gólovin foi eleito presidente da Duma na Duma e não presidente da rua na rua.
É claro que na Duma e fora da Duma os mencheviques adotaram a mesma tática. Essa tática é a tática de apoio aos cadetes. Se hoje a renegam é porque foram tomados de confusão.
Apoiar os cadetes não significa dar-lhes prestígio; caso contrário, também vós dais prestígio aos social-revolucionários apoiando-os, declara o Lakhvari. Que engraçados, esses “lakhvaristas”! Ao que parece, não conseguem compreender que qualquer apoio por parte da social-democracia dá prestígio ao partido que ela apoia! Por isso eles dispensavam tão largamente promessas de “apoio”... Sim, egrégios camaradas, apoiando os social- revolucionários, a social-democracia dá-lhes prestígio aos olhos do povo, e justamente por isso um tal apoio é admissível somente por exceção e como meio de bater os cadetes. O apoio aos social-revolucionários não é absolutamente ideal: é um mal inevitável, empregado para bater os cadetes. Vós, ao invés, apoiastes exatamente aqueles mesmos cadetes que traem os operários e camponeses e perante os quais os social-revolucionários têm uma vantagem, a de aderirem à revolução...
“Digamos, os cadetes reivindicam o sufrágio universal. Isso, evidentemente é um grande mal, porque é uma reivindicação cadete” (ibidem).
Que engraçados, deveras! Olhai só, o sufrágio universal é, então, uma “reivindicação cadete”! Os mencheviques de Tiflís, então, não sabem que o sufrágio universal não é uma reivindicação dos cadetes, mas da democracia revolucionária, reivindicação que a social-democracia sustenta com uma coerência sem par! Não, camaradas, se vós não puderdes sequer compreender que os cadetes não são democratas revolucionários; se não puderdes sequer compreender que a luta contra eles para reforçar a hegemonia do proletariado é um problema do dia; se não estiverdes em condições sequer de executar o que dissestes ontem e dizeis hoje, será melhor para vós largar a pena, desembaraçar-vos primeiro da confusão e só depois preparar-vos para “criticar”...
Juremos pela Duma, que será melhor...
Artigo não assinado.
Notas de rodapé:
(1) Lakhvari (A Lança), diário menchevique em língua georgiana, publicado em Tiflis de abril a junho de 1907. (retornar ao texto)
Inclusão | 11/10/2019 |