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Publicado: no Pravda nº 221, 222 e 223, de 5, 6 e 7 de Outubro de 1920
Fonte: Obras Escolhidas em três tomos, Edições "Avante!", 1977, t3, pp 386-397.
Tradução: Edições "Avante!" com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t.41, pp. 298-318.
Transcrição e HTML: Manuel Gouveia
Direitos de Reprodução: © Direitos de tradução em língua portuguesa reservados por Edições "Avante!" - Edições Progresso Lisboa - Moscovo.
(Lénine foi acolhido com uma clamorosa ovação do congresso.) Camaradas, quereria conversar hoje sobre o tema de quais são as tarefas da União da Juventude Comunista e, em ligação com isto, sobre o que devem ser as organizações da juventude numa república socialista em geral.
Devemos deter-nos tanto mais nesta questão quanto se pode dizer, em certo sentido, que é precisamente à juventude que incumbe a verdadeira tarefa de criar a sociedade comunista. Porque é evidente que a geração de militantes educada na sociedade capitalista pode, no melhor dos casos, realizar a tarefa de destruir as bases do velho modo de vida capitalista baseado na exploração. No melhor dos casos poderá realizar a tarefa de criar um regime social que ajude o proletariado e as classes trabalhadoras a conservar o poder nas suas mãos e a criar uma sólida base, sobre a qual só poderá edificar a geração que começa a trabalhar já em condições novas, numa situação em que não existem relações de exploração entre os homens.
Pois bem, ao abordar deste ponto de vista a questão das tarefas da juventude, devo dizer que essas tarefas da juventude em geral e das uniões da juventude comunista e de quaisquer outras organizações em particular poderiam exprimir-se com uma só palavra: a tarefa consiste em aprender.
Naturalmente, isto não é mais que «uma só palavra». Ela não dá ainda respostas às perguntas principais e mais essenciais: que aprender e como aprender? E aqui toda a questão está em que, juntamente com a transformação da velha sociedade capitalista, o ensino, a educação e a formação das novas gerações, que criarão a sociedade comunista, não podem ser os antigos. O ensino, a educação e a formação da juventude devem partir do material que nos ficou da velha sociedade. Só poderemos construir o comunismo com a soma de conhecimentos, organizações e instituições, com a reserva de forças e meios humanos que nos ficaram da velha sociedade. Só transformando radicalmente o ensino, a organização e a educação da juventude conseguiremos que os esforços da jovem geração tenham como resultado a criação duma sociedade que não se pareça com a antiga, isto é, da sociedade comunista. Por isso precisamos de nos deter pormenorizadamente naquilo que devemos ensinar e como deve aprender a juventude se quiser realmente justificar o nome de juventude comunista, e como prepará-la para que seja capaz de acabar de construir e completar aquilo que nós começámos.
Devo dizer que a primeira resposta, e, ao que parece, a mais natural, é que a união da juventude e toda a juventude em geral que queira passar ao comunismo tem de aprender o comunismo.
Mas esta resposta, «aprender o comunismo», é demasiado geral. De que é que necessitamos para aprender o comunismo? Que é que necessitamos de escolher, da soma de conhecimentos gerais, para adquirir o conhecimento do comunismo? Aqui ameaça-nos toda uma série de perigos, que se manifestam a cada passo quando se coloca incorrectamente a tarefa de aprender o comunismo ou quando ela é compreendida duma maneira demasiado unilateral.
À primeira vista, naturalmente, surge a ideia de que aprender o comunismo é assimilar a soma de conhecimentos que se expõem nos manuais, brochuras e trabalhos comunistas. Mas isso seria definir de um modo demasiado grosseiro e insuficiente o estudo do comunismo. Se o estudo do comunismo consistisse unicamente em assimilar aquilo que está exposto nos trabalhos, livros e brochuras comunistas, poderíamos obter com demasiada facilidade exegetas ou fanfarrões comunistas, o que muitas vezes nos causaria dano e prejuízo, porque esses indivíduos, depois de terem aprendido e lido aquilo que se expõe nos livros e brochuras comunistas, seriam incapazes de combinar todos esses conhecimentos e não saberiam agir como o exige realmente o comunismo.
Um dos maiores males e calamidades que nos ficaram da velha sociedade capitalista é o completo divórcio entre o livro e a vida prática, pois tínhamos livros onde tudo era pintado com o melhor aspecto e estes livros, na maior parte dos casos, eram a mentira mais repugnante e hipócrita, que nos desenhava falsamente a sociedade capitalista.
Por isso seria extremamente incorrecta a simples assimilação livresca daquilo que dizem os livros sobre o comunismo. Os nossos discursos e artigos de agora não são uma simples repetição daquilo que se disse antes sobre o comunismo, pois os nossos discursos e artigos estão ligados ao nosso trabalho quotidiano e multilateral. Sem trabalho, sem luta, o conhecimento livresco do comunismo, adquirido em brochuras e obras comunistas, não vale absolutamente nada, porque prolongaria o antigo divórcio entre a teoria e a prática, esse antigo divórcio que constituía o mais repugnante traço da velha sociedade burguesa.
Seria ainda mais perigoso se começássemos a assimilar apenas as palavras de ordem comunistas. Se não compreendêssemos a tempo este perigo e se não orientássemos todo o nosso trabalho para eliminar este perigo, a existência de meio milhão ou de um milhão de jovens rapazes ou raparigas que depois de tal estudo do comunismo se chamassem comunistas apenas traria um grande prejuízo à causa do comunismo.
Aqui coloca-se-nos a questão de saber como combinar tudo isto para aprender o comunismo. Que é que devemos tomar da velha escola, da velha ciência? A velha escola declarava que queria criar homens instruídos em todos os domínios e que ensinava as ciências em geral. Sabemos que isso era pura mentira, pois toda a sociedade se baseava e assentava na divisão dos homens em classes, em exploradores e oprimidos. Como é natural, toda a velha escola, estando inteiramente impregnada de espírito de classe, só dava conhecimentos aos filhos da burguesia. Nessas escolas, a jovem geração de Operários e camponeses não era tanto educada como treinada no interesse dessa mesma burguesia. Educavam-nos para preparar para ela servidores úteis, capazes de lhe dar lucros, e que ao mesmo tempo não perturbassem a sua tranquilidade e ociosidade. Por isso, ao rejeitar a velha escola, propusemo-nos a tarefa de tomar dela apenas aquilo que nos é necessário para conseguir uma verdadeira formação comunista.
Abordarei aqui as acusações, as censuras à velha escola, que constantemente se ouvem e que conduzem não raro a interpretações inteiramente falsas. Diz-se que a velha escola era uma escola de estudo livresco, uma escola de amestramento, uma escola de aprendizagem de cor. Isto é verdade, mas é preciso saber distinguir aquilo que a velha escola tinha de mau daquilo que tinha de útil para nós, é preciso saber escolher dela aquilo que é necessário para o comunismo.
A velha escola era a escola do estudo livresco, obrigava as pessoas a assimilar uma quantidade de conhecimentos inúteis, supérfluos, mortos, que atulhavam a cabeça e transformavam a jovem geração num exército de funcionários talhados todos pela mesma medida. Mas se tentásseis tirar a conclusão de que se pode ser comunista sem ter assimilado os conhecimentos acumulados pela humanidade cometeríeis um enorme erro. Seria errado pensar que basta assimilar as palavras de ordem comunistas, as conclusões da ciência comunista, sem assimilar a soma de conhecimentos de que o comunismo é consequência. O marxismo é um exemplo que mostra como o comunismo surgiu da soma dos conhecimentos humanos.
Lestes e ouvistes que a teoria comunista, a ciência comunista, criada principalmente por Marx, que esta teoria do marxismo deixou de ser obra de um só socialista, ainda que genial, do século XIX, que esta doutrina se tornou a doutrina de milhões e dezenas de milhões de proletários de todo o mundo, que aplicam esta doutrina na sua luta contra o capitalismo. E se levantardes a questão: porque é que a doutrina de Marx pôde conquistar milhões e dezenas de milhões de corações na classe mais revolucionária - recebereis uma só resposta: isto aconteceu porque Marx se apoiava na sólida base dos conhecimentos humanos adquiridos sob o capitalismo. Ao estudar as leis do desenvolvimento da sociedade humana, Marx compreendeu a inevitabilidade do desenvolvimento do capitalismo, que conduz ao comunismo e - o que é essencial - demonstrou-o baseando-se exclusivamente no estudo mais exacto, mais pormenorizado e mais profundo dessa sociedade capitalista, por ter assimilado plenamente tudo aquilo que a ciência anterior tinha dado. Ele reelaborou de um modo crítico, sem deixar de dar atenção a um único ponto, tudo aquilo que a sociedade humana tinha criado. Reelaborou tudo aquilo que o pensamento humano tinha criado, submeteu-o a crítica, comprovou-o no movimento operário e retirou daí as conclusões que as pessoas limitadas ao quadro burguês ou atadas aos preconceitos burgueses não podiam retirar.
É preciso ter isto em conta quando falamos, por exemplo, da cultura proletária(N206). Sem a compreensão clara de que só com um conhecimento preciso da cultura criada por todo o desenvolvimento da humanidade, só com a sua reelaboração, se pode construir a cultura proletária, sem esta compreensão não realizaremos esta tarefa. A cultura proletária não surge do nada, não é uma invenção das pessoas que se chamam especialistas cm cultura proletária. Isso é pura idiotice. A cultura proletária deve ser o desenvolvimento lógico da soma de conhecimentos que a humanidade elaborou sob o jugo da sociedade capitalista, da sociedade latifundiária, da sociedade burocrática. Todos esses caminhos e atalhos conduziram e conduzem e continuarão a conduzir à cultura proletária, do mesmo modo que a economia política, reelaborada por Marx, nos mostrou onde deve chegar a sociedade humana, nos indicou a passagem à luta de classes, ao começo da revolução proletária.
Quando ouvimos com frequência, tanto entre representantes da juventude como entre alguns defensores da nova educação, ataques à velha escola dizendo que a velha escola era a escola da aprendizagem de cor, dizemos-lhes que devemos tomar dessa velha escola tudo quanto ela tinha de bom. Não devemos tomar da velha escola o método que consistia em sobrecarregar a memória dos jovens com uma quantidade desmesurada de conhecimentos, inúteis em nove décimos e adulterados em um décimo, mas isso não significa que possamos limitar-nos às conclusões comunistas e aprender as palavras de ordem comunistas. Desse modo não se criará o comunismo. Só se pode chegar a ser comunista depois de ter enriquecido a memória com o conhecimento de todas as riquezas que a humanidade elaborou.
Não precisamos da aprendizagem de cor, mas precisamos de desenvolver e aperfeiçoar a memória de cada estudante com o conhecimento de factos fundamentais, porque o comunista transformar-se-ia numa palavra vazia, transformar-se-ia num rótulo fútil, e o comunismo não seria mais do que um simples fanfarrão se não reelaborasse na sua consciência todos os conhecimentos adquiridos. Não só deveis assimilá-los, mas assimilá-los com espírito crítico para não atulhar a vossa inteligência com trastes inúteis, e enriquecê-la com o conhecimento de todos os factos sem os quais não é possível ser um homem moderno culto. Se um comunista tivesse a ideia de se vangloriar do seu comunismo na base de conclusões já prontas por ele recebidas, sem ter realizado um trabalho muito sério, muito difícil e muito grande, sem compreender os factos em relação aos quais tem a obrigação de adoptar uma atitude crítica, seria um comunista muito triste. Se eu sei que sei pouco, esforçar-me-ei por saber mais, mas se um homem diz que é comunista e que não tem necessidade de conhecimentos sólidos nunca sairá dele nada que se pareça com um comunista.
A velha escola produzia os servidores necessários aos capitalistas, a velha escola fazia dos homens de ciência pessoas que tinham de escrever e falar ao gosto dos capitalistas. Isso quer dizer que devemos suprimi-la. Mas se devemos suprimi-la, se devemos destruí-la, quer isso dizer que não devemos tomar dela tudo aquilo que a humanidade acumulou e que é necessário para o homem? Quer isso dizer que não devemos saber distinguir aquilo que era necessário para o capitalismo daquilo que é necessário para o comunismo?
No lugar do antigo amestramento, que se praticava na sociedade burguesa, apesar da vontade da maioria, nós colocamos a disciplina consciente dos operários e camponeses, que unem ao seu ódio contra a velha sociedade a decisão, a capacidade e a disposição de unir e organizar as forças para essa luta, a fim de criar, da vontade de milhões e centenas de milhões de pessoas isoladas, divididas e dispersas pela extensão de um país imenso, uma vontade única, pois sem esta vontade única seremos inevitavelmente vencidos. Sem essa coesão, sem essa disciplina consciente dos operários e dos camponeses, a nossa causa é uma causa sem esperança. Sem isto não poderemos vencer os capitalistas e latifundiários de todo o mundo. Nem sequer consolidaremos os alicerces, para não falar já da construção sobre estes alicerces da nova sociedade comunista. Do mesmo modo, rejeitando a velha escola, alimentando contra esta velha escola um ódio absolutamente legítimo e necessário, apreciando a disposição de destruir a velha escola, devemos compreender que o velho ensino livresco, a velha aprendizagem de cor e o velho amestramento devem ser substituídos pela capacidade de se apropriar de toda a soma de conhecimentos humanos, e apropriar-se deles de tal modo que o comunismo não seja em vós algo aprendido de memória, mas seja pensado por vós mesmos, seja uma conclusão necessária do ponto de vista da educação moderna.
É assim que devem ser colocadas as tarefas fundamentais quando falamos da tarefa de aprender o comunismo.
Para vos explicar isto e abordar ao mesmo tempo a questão de como aprender, tomarei um exemplo prático. Todos sabeis que agora, a seguir às tarefas militares, às tarefas da defesa da república, se coloca perante nós a tarefa económica. Sabemos que é impossível edificar a sociedade comunista sem restaurar a indústria e a agricultura, e é preciso restaurá-las não à maneira antiga. É preciso restaurá-las sobre uma base moderna, segundo a última palavra da ciência. Vós sabeis que essa base é a electricidade, que só quando todo o país, todos os ramos da indústria e da agricultura estiverem electrificados, quando realizardes essa tarefa, só então podereis edificar para vós mesmos a sociedade comunista que a velha geração não poderá edificar. Coloca-se perante vós a tarefa do renascimento tanto da agricultura como da indústria sobre uma base técnica moderna, que assente na ciência e na técnica modernas, na electricidade. Compreendeis perfeitamente que a electrificação não pode ser obra de analfabetos e que aqui não basta uma instrução elementar. Aqui não basta compreender o que é a electricidade: é preciso saber como aplicá-la tecnicamente à indústria, à agricultura e a cada um dos ramos da indústria e da agricultura. Tudo isso temos que aprendê-lo nós próprios, e devemos ensiná-lo a toda a jovem geração trabalhadora. Esta é a tarefa que se coloca a cada comunista consciente, a cada jovem que se considera comunista e que se dá claramente conta de que, ao ingressar na União Comunista da Juventude, assumiu a tarefa de ajudar o partido a edificar o comunismo e de ajudar toda a jovem geração a criar a sociedade comunista. Ele deve compreender que só sobre a base da educação moderna a poderá criar, e que se não possuir essa educação o comunismo continuará a ser apenas um desejo.
A tarefa da geração precedente reduzia-se a derrubar a burguesia. Criticar a burguesia, desenvolver nas massas o ódio contra ela, desenvolver a consciência de classe e saber unir as suas forças eram então as tarefas essenciais. A nova geração tem à sua frente uma tarefa mais complexa. Não deveis apenas unir as vossas forças para apoiar o poder operário e camponês contra a invasão dos capitalistas. Isso deveis fazê-lo. Compreendeste-lo admiravelmente, como o vê claramente qualquer comunista. Mas isso é insuficiente. Vós deveis edificar a sociedade comunista. A primeira metade do trabalho está já feita em muitos aspectos. O velho foi destruído, como devia ser destruído, constitui um monte de escombros, que é aquilo em que devia ser transformado. O terreno está já limpo e sobre esse terreno a nova geração comunista deve edificar a sociedade comunista. A vossa tarefa é edificar, e só podereis cumpri-la possuindo todos os conhecimentos modernos, sabendo transformar o comunismo de fórmulas, conselhos, receitas, prescrições e programas já feitos e aprendidos de cor em algo de vivo que dá unidade ao vosso trabalho imediato, transformar o comunismo em guia do vosso trabalho prático.
Esta é a vossa tarefa, pela qual deveis guiar-vos na obra de formação, educação, elevação de toda a jovem geração. Deveis ser os primeiros construtores da sociedade comunista entre os milhões de construtores que devem ser todos os rapazes, todas as raparigas. Se não incorporardes nessa edificação do comunismo toda a massa da juventude operária e camponesa, não construireis a sociedade comunista.
Aqui abordo, naturalmente, a questão de como devemos ensinar o comunismo e em que deve consistir a particularidade dos nossos métodos.
E aqui deter-me-ei antes de mais na questão da moral comunista.
Deveis educar-vos para serdes comunistas. A tarefa da União da Juventude consiste em formular a sua actividade prática de modo que, ao aprender, ao organizar-se, ao unir-se, ao lutar, esta juventude se eduque a si própria e a todos aqueles que a vêem como chefe, que eduque comunistas. É preciso que toda a obra de educação, de formação e de ensino da juventude contemporânea seja a educação nela da moral comunista.
Mas existe uma moral comunista? Existe uma ética comunista? Naturalmente que sim. Apresentam-se frequentemente as coisas de tal modo que nós não teríamos uma moral própria, e a burguesia acusa-nos frequentemente de que nós, os comunistas, rejeitamos toda a moral. Isto é um processo de confundir os conceitos e lançar areia aos olhos dos operários e camponeses.
Em que sentido rejeitamos nós a moral, rejeitamos a ética?
No sentido em que a pregava a burguesia, que deduzia esta ética de mandamentos de Deus. A este respeito dizemos, naturalmente, que não acreditamos em Deus, e sabemos muito bem que em nome de Deus falava o clero, falavam os latifundiários, falava a burguesia, para fazer passar os seus interesses de exploradores. Ou então, em vez de deduzir essa moral dos mandamentos da ética, dos mandamentos de Deus, deduziam-na de frases idealistas ou semi-idealistas, que sempre se reduziram também a algo de muito parecido com os mandamentos de Deus.
Nós rejeitamos toda essa ética, tomada de conceitos extra-humanos, fora das classes. Dizemos que isso é enganar, iludir e embrutecer a inteligência dos operários e camponeses no interesse dos latifundiários e capitalistas.
Dizemos que a nossa ética está por completo subordinada aos interesses da luta de classe do proletariado.
A velha sociedade baseava-se na opressão de todos os operários e camponeses pelos latifundiários e capitalistas. Precisávamos de destruí-la, precisávamos de os derrubar, mas para isso era necessário criar a união. E não era Deus que podia criar tal união.
Tal união só a podiam dar as fábricas, só um proletariado instruído, desperto da velha letargia. Só quando se constituiu esta classe começou o movimento de massas que conduziu àquilo que hoje vemos: à vitória da revolução proletária num dos países mais fracos, que se defende há três anos da investida da burguesia de todo o mundo. E vemos como a revolução proletária cresce em todo o mundo. Agora dizemos, baseando-nos na experiência, que só o proletariado pôde criar uma força tão coesa, que é seguida pelo campesinato disperso e fragmentado e que foi capaz de resistir a todas as investidas dos exploradores. Só esta classe pode ajudar as massas trabalhadoras a unirem-se, a ganhar coesão, a assentar definitivamente, a consolidar definitivamente a sociedade comunista, a edificá-la definitivamente.
Por isso dizemos: para nós a ética tomada fora da sociedade humana não existe; é um logro. Para nós, a ética está subordinada aos interesses da luta de classe do proletariado.
E em que consiste então essa luta de classe? Consiste em derrubar o tsar, em derrubar os capitalistas, em aniquilar a classe dos capitalistas.
E que são as classes em geral? São aquilo que permite a uma parte da sociedade apropriar-se do trabalho da outra. Se uma parte da sociedade se apropria de toda a terra, temos as classes dos latifundiários e dos camponeses. Se uma parte da sociedade tem as fábricas, tem as acções e os capitais, enquanto a outra trabalha nessas fábricas, temos as classes dos capitalistas e dos proletários.
Não foi difícil desembaraçarmo-nos do tsar - bastaram para isso alguns dias. Não foi muito difícil desembaraçarmo-nos dos latifundiários, pudemos fazê-lo em alguns meses, não foi muito difícil desembaraçarmo-nos também dos capitalistas. Mas suprimir as classes é incomparavelmente mais difícil; subsiste ainda a divisão em operários e camponeses. Se um camponês instalado numa parcela de terra se apropria do excedente de cereais, isto é, dos cereais que não são necessários para ele nem para o seu gado, e todos os outros ficam sem pão, esse camponês transforma-se já em explorador. Quanto mais cereais retém, mais ganha, e que os outros passem fome: «quanto mais fome passarem mais caro venderei estes cereais». É preciso que todos trabalhem de acordo com um plano comum numa terra comum, em fábricas comuns e de acordo com um regulamento comum. Será fácil fazê-lo? Vós vedes que aqui não é possível conseguir soluções com a mesma facilidade que quando nos desembaraçámos do tsar, dos latifundiários e dos capitalistas. Aqui é necessário que o proletariado transforme, reeduque uma parte dos camponeses e atraia aqueles que são camponeses trabalhadores, para liquidar a resistência dos camponeses que são ricos e enriquecem com a miséria dos restantes. Por conseguinte, a tarefa da luta do proletariado ainda não terminou com o facto de que derrubámos o tsar e nos desembaraçámos dos latifundiários e dos capitalistas, e é precisamente nisso que consiste a tarefa do regime a que chamamos ditadura do proletariado.
A luta de classe continua; apenas mudaram as suas formas. É a luta de classe do proletariado para que não possam voltar os velhos exploradores, para unir a massa dispersa do campesinato ignorante. A luta de classe continua, e a nossa tarefa é subordinar todos os interesses a essa luta. E nós subordinamos a esta tarefa a nossa ética comunista. Dizemos: a ética é aquilo que serve a destruição da antiga sociedade exploradora e a união de todos os trabalhadores em torno do proletariado, criador da nova sociedade dos comunistas.
A ética comunista é que serve esta luta, a que une os trabalhadores contra toda a exploração, contra toda a pequena propriedade, pois a pequena propriedade coloca nas mãos de uma pessoa aquilo que foi criado pelo trabalho de toda a sociedade. No nosso país, a terra é considerada propriedade comum.
Mas que acontecerá se me aproprio dum pedaço dessa propriedade comum, se cultivo nele duas vezes mais cereais do que necessito e especulo com o excedente dos cereais? Se penso que quanto mais famintos houver mais caro me pagarão, procederei como comunista? Não, como explorador, como proprietário. Temos de lutar contra isso. Se as coisas continuam assim, voltaremos atrás, ao poder dos capitalistas, ao poder da burguesia, como aconteceu mais de uma vez nas revoluções anteriores. E para não deixar que se restaure o poder dos capitalistas e da burguesia, para isto é necessário não permitir o mercantilismo à custa de outras, para isto é necessário que os trabalhadores se unam ao proletariado e constituam a sociedade comunista. Nisto consiste, precisamente, a principal particularidade da tarefa fundamental da união e da organização da juventude comunista.
A velha sociedade baseava-se no princípio de que ou tu roubas outro ou outro te rouba a ti, ou trabalhas para outro ou outro para ti, ou és escravista ou és escravo. E é compreensível que homens educados nesta sociedade assimilem, por assim dizer com o leite materno, a psicologia, o costume, a ideia de que ou se é escravista ou escravo, ou pequeno proprietário, pequeno empregado, pequeno funcionário, intelectual, numa palavra um homem que se preocupa apenas em ter o que é seu e não se importa com os outros. Se exploro esta parcela de terra, pouco me importam os outros; se o outro passa fome, tanto melhor, venderei os meus cereais mais caro. Se tenho o meu lugarzinho, como médico, como engenheiro, professor, empregado, pouco me importam os outros. E talvez sendo complacente, agradando aos poderosos, conserve o meu lugarzinho e possa mesmo fazer carreira e chegar a burguês. Tal psicologia e tal estado de espírito não podem existir num comunista. Quando os operários e camponeses demonstraram que somos capazes, com as nossas próprias forças, de nos defender e de criar uma nova sociedade, precisamente aqui começou a nova educação, a educação na luta contra os exploradores, a educação na aliança com o proletariado contra os egoístas e os pequenos proprietários, contra a psicologia e os hábitos que dizem: eu procuro o meu próprio benefício e o resto não me preocupa.
Eis em que consiste a resposta à pergunta de como deve a jovem geração aprender o comunismo.
Ela só pode aprender o comunismo se ligar cada passo do seu estudo, da sua educação e da sua formação à luta incessante dos proletários e dos trabalhadores contra a velha sociedade exploradora. Quando nos falam de ética, dizemos: para um comunista, toda a ética reside nessa disciplina solidária e unida e nessa luta consciente das massas contra os exploradores. Não acreditamos na ética eterna e desmascaramos a mentira de todas as fábulas acerca da ética. A ética serve para que a sociedade humana se eleve mais alto, se liberte da exploração do trabalho.
Para o realizar precisamos da geração dos jovens que começaram a tornar-se homens conscientes nas condições da luta disciplinada e encarniçada contra a burguesia. É nessa luta que ela educará verdadeiros comunistas, é a essa luta que ela deve subordinar e ligar a cada passo o seu estudo, formação e educação. A educação da juventude comunista não deve consistir em oferecer-lhe discursos adocicados de toda a espécie e regras de ética. Não é nisto que consiste a educação. Quando os homens viram como os seus pais e mães viveram sob o jugo dos latifundiários e capitalistas, quando eles próprios participaram nos sofrimentos que se abatiam sobre aqueles que iniciaram a luta contra os exploradores, quando viram que sacrifícios custou a continuação dessa luta para defender aquilo que foi conquistado e que inimigos furiosos são os latifundiários e os capitalistas, esses homens educam-se nesse ambiente como comunistas. A base da ética comunista está na luta pela consolidação e realização completa do comunismo. Eis em que consiste também a base da educação, da formação e do ensino comunistas. Eis em que consiste a resposta à questão de como se deve aprender o comunismo.
Não acreditaríamos no ensino, na educação e formação se estes estivessem encerrados apenas na escola e separados da vida tempestuosa. Enquanto os operários e os camponeses continuarem oprimidos pelos latifundiários e capitalistas, enquanto as escolas continuarem nas mãos dos latifundiários e capitalistas, a geração da juventude permanecerá cega e ignorante. Mas a nossa escola deve dar à juventude as bases do conhecimento, a capacidade de forjar por si mesmos concepções comunistas, deve fazer deles homens cultos. A escola deve, durante o tempo que os homens estudam nela, fazer deles participantes na luta pela libertação em relação aos exploradores. A União Comunista da Juventude só justificará o seu nome, só justificará que é a União da jovem geração comunista, se ligar cada passo da sua instrução, educação e formação à participação na luta comum de todos os trabalhadores contra os exploradores. Porque vós sabeis perfeitamente que enquanto a Rússia for a única república operária, e no resto do mundo existir a velha ordem burguesa, seremos mais fracos do que eles, que nos ameaça constantemente um novo ataque, e que só aprendendo a manter a coesão e a unidade venceremos na luta futura e, uma vez fortalecidos, tornar-nos-emos verdadeiramente invencíveis. Deste modo, ser comunista significa organizar e unir toda a jovem geração, dar o exemplo de educação e de disciplina nesta luta. Então podereis começar e levar até ao fim a construção do edifício da sociedade comunista.
Para vos tornar isto mais claro citarei um exemplo. Nós chamamo-nos comunistas. Que é um comunista? Comunista é uma palavra latina. Communis significa comum. A sociedade comunista significa que tudo é comum: a terra, as fábricas, o trabalho de todos - eis o que é o comunismo.
Poderá o trabalho ser comum se cada um dirige a sua exploração numa parcela separada? O trabalho comum não se cria de repente. Isso é impossível. Não cai do céu. É preciso ganhá-lo, obtê-lo com sacrifícios, criá-lo. E cria-se durante a luta. Não se trata aqui de um velho livro, livro em que ninguém acreditaria. Trata-se da própria experiência da vida. Quando Koltchak e Deníkine avançavam da Sibéria e do Sul, os camponeses estavam a seu lado. O bolchevismo não lhes agradava, porque os bolcheviques lhes tiravam os cereais a preços fixos. Mas quando os camponeses sofreram na Sibéria e na Ucrânia o poder de Koltchak e Deníkine, compreenderam que o camponês não tem alternativa: ou voltar ao capitalista, e ele entregar-te-á como escravo ao latifundiário, ou seguir o operário, que na verdade não promete mundos e fundos e exige uma férrea disciplina e firmeza na dura luta, mas que te tirará da escravidão dos capitalistas e latifundiários. Quando até os camponeses ignorantes viram isto por experiência própria, então tornaram-se partidários conscientes do comunismo formados numa dura escola. Esta mesma experiência deve ser colocada pela União Comunista da Juventude na base de toda a sua actividade.
Respondi às questões do que devemos aprender, do que precisamos de tomar da velha escola e da velha ciência. Procurarei responder também à questão de como é preciso apreendê-lo: só ligando indissoluvelmente cada passo da actividade na escola, cada passo da educação, da formação e do ensino à luta de todos os trabalhadores contra os exploradores.
Com alguns exemplos, extraídos da experiência do trabalho desta ou daquela organização da juventude, mostrar-vos-ei de modo evidente como se deve fazer esta educação do comunismo. Todos falam de liquidar o analfabetismo. Sabeis que num país analfabeto é impossível edificar a sociedade comunista. Não basta que o poder Soviético dê uma ordem, ou que se lance uma certa parte dos melhores militantes nessa tarefa. Para isto é necessário que a jovem geração deite ela mesmo mãos à obra. O comunismo consiste em que a juventude, os rapazes e raparigas que constituem a União da Juventude digam: essa é a nossa causa, unir-nos-emos e iremos para o campo para liquidar o analfabetismo, para que a nossa jovem geração não tenha analfabetos. Fazemos tudo para que a iniciativa da jovem geração seja consagrada a esta obra. Vós sabeis que é impossível transformar rapidamente a Rússia de um país ignorante e analfabeto num país instruído; mas se a União da Juventude se empenhar nisso, se toda a juventude trabalhar em proveito de todos, então esta União, que une 400 000 rapazes e raparigas, terá o direito de se chamar União Comunista da Juventude. A tarefa da União consiste ainda em, ao assimilar um ou outro conhecimento, ajudar a juventude que não pode libertar-se por si mesma das trevas do analfabetismo. Ser membro da União da Juventude significa consagrar o seu trabalho, as suas forças, à causa comum. Nisto é que consiste a educação comunista. Só neste trabalho um rapaz ou uma rapariga se converterá num verdadeiro comunista. Só se tornarão comunistas se conseguirem alcançar êxitos práticos com este trabalho.
Tomai, por exemplo, o trabalho nas hortas suburbanas. Não será esse um trabalho útil? Essa é uma das tarefas da União Comunista da Juventude. O povo passa fome, há fome nas fábricas. Para nos livrarmos da fome é preciso desenvolver as hortas, mas a agricultura continua a fazer-se à antiga. É preciso que os elementos mais conscientes ponham mãos à obra, e então vereis aumentar o número de hortas, aumentar a sua superfície e melhorar os resultados. A União Comunista da Juventude deve participar activamente. Cada união ou cada célula da União deve considerar esta tarefa como sua tarefa.
A União Comunista da Juventude deve ser um grupo de choque que em qualquer trabalho dá a sua ajuda e manifesta a sua iniciativa e espírito empreendedor. A União deve ser tal que qualquer operário veja nela pessoas cuja doutrina talvez lhe seja incompreensível, em cujas ideias talvez não acredite imediatamente, mas em cujo trabalho real e em cuja actuação veja que são realmente pessoas que lhe indicam o caminho certo.
Se a União Comunista da Juventude não souber organizar assim o seu trabalho em todos os domínios, isso significa que se desvia para o antigo caminho burguês. Precisamos de unir a nossa educação à luta dos trabalhadores contra os exploradores para ajudar os primeiros a cumprir as tarefas que decorrem da doutrina do comunismo.
Os membros da União devem consagrar todas as suas horas livres a melhorar as hortas, ou a organizar em qualquer fábrica a instrução da juventude, etc. Queremos transformar a Rússia de um país pobre e miserável num país rico. E é necessário que a União Comunista da Juventude una a sua formação, o seu ensino e a sua educação ao trabalho dos operários e dos camponeses, que não se feche nas suas escolas nem se limite a ler livros e brochuras comunistas. Só no trabalho com os operários e os camponeses se pode chegar a ser verdadeiro comunista. E é preciso que todos os que entram para a União da Juventude sejam instruídos e, ao mesmo tempo, saibam trabalhar. Quando todos virem como expulsámos da velha escola o velho amestramento, substituindo-o por uma disciplina consciente, como cada jovem participa nos sábados comunistas, como utiliza cada exploração suburbana para ajudar a população, o povo olhará o trabalho de modo diferente do que olhava antes.
É tarefa da União Comunista da Juventude organizar na sua aldeia ou no seu bairro a ajuda numa obra - tomarei um pequeno exemplo – como assegurar a limpeza ou a distribuição de comida. Como se fazia isto na velha sociedade capitalista? Cada qual trabalhava só para si, ninguém se preocupava se havia velhos ou doentes, ou se todos os trabalhos da casa recaíam sobre os ombros da mulher, que se encontrava por isso oprimida e escravizada. Quem tem o dever de lutar contra isto? As uniões da juventude, que devem dizer: nós transformaremos isto, organizaremos destacamentos de jovens que ajudarão a assegurar a limpeza ou a distribuição de comida, percorrendo sistematicamente as casas, que actuarão organizadamente para o bem de toda a sociedade, repartindo acertadamente as forças e mostrando que o trabalho deve ser um trabalho organizado.
A geração cujos membros têm agora cerca de 50 anos não pode esperar ver a sociedade comunista. Esta geração terá morrido antes. Mas a geração que tem hoje 15 anos verá a sociedade comunista e será ela que construirá ela própria esta sociedade. E deve saber que toda a tarefa da sua vida é a construção dessa sociedade. Na velha sociedade, o trabalho fazia-se por famílias isoladas e ninguém o unia a não ser os latifundiários e capitalistas, que oprimiam as massas do povo. Nós devemos organizar todos os trabalhos, por mais sujos ou difíceis que sejam, de modo que cada operário e camponês se veja a si próprio deste modo: sou uma parte do grande exército do trabalho livre e saberei organizar a minha vida sem latifundiários nem capitalistas, saberei estabelecer a ordem comunista. É preciso que a União Comunista da Juventude eduque todos, desde muito jovens(1*), no trabalho consciente e disciplinado. Eis de que modo podemos esperar que sejam realizadas as tarefas que hoje se colocam. Devemos ter em conta que serão necessários pelo menos 10 anos para electrificar o país, para que a nossa terra depauperada possa ter ao seu serviço as últimas conquistas da técnica. A geração que tem actualmente 15 anos e que dentro de 10-20 anos viverá na sociedade comunista deve organizar todas as tarefas da sua instrução de maneira que cada dia, em qualquer aldeia, em qualquer cidade, a juventude cumpra na prática uma ou outra tarefa do trabalho comum, por muito pequena, por muito simples que seja. À medida que isto se realize em cada aldeia, à medida que se desenvolva a emulação comunista, à medida que a juventude demonstre que sabe unir o seu trabalho, à medida que isso se verifique, ficará assegurado o êxito da edificação comunista. Só considerando cada um dos seus passos do ponto de vista de êxito dessa construção, só perguntando a si própria se fizemos tudo para sermos trabalhadores unidos e conscientes, a União Comunista da Juventude conseguirá agrupar o meio milhão dos seus membros num só exército do trabalho e granjear o respeito geral. (Uma tempestade de aplausos).
Notas de rodapé:
(N206) Lénine refere-se a conceitos alheios ao marxismo, difundidos sob a denominação da «cultura proletária» pelos membros da organização cultural e educativa Proletkult. Tendo aparecido ainda em Setembro de 1917 como organização independente, a Proletkult continuava a defender a sua «independência» mesmo depois da Revolução de Outubro, opondo-se desta maneira ao Estado proletário. Os membros da Proletkult negavam de facto a herança cultural do passado, tentavam isolar-se das tarefas do trabalho cultural e educativo entre as massas e procuravam criar, desligados da realidade por «via laboratorial» uma «cultura proletária» especial. Reconhecendo em palavras o marxismo, o ideólogo principal da Proletkult, A. A. Bogdánov, defendia de facto uma filosofia idealista subjectivista machista. A Proletkult não era uma organização homogénea, pois incluía, além de intelectuais burgueses que ocupavam posições dirigentes em muitas das suas organizações, também jovens operários que desejavam sinceramente promover o desenvolvimento cultural no Estado Soviético. As organizações da Proletkult tiveram o seu maior desenvolvimento em 1919, tendo entrado em decadência no princípio da década de 1920; em 1932 a Proletkult deixou de existir. (retornar ao texto)
(1*) No Pravda nº 223, de 7 de Outubro de 1920, em vez das palavras «desde muito jovens» aparecem as palavras «desde os doze anos». (N. Ed.) (retornar ao texto)