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Primeira Edição: Escritos na segunda metade de 1899, estes artigos permaneceriam inéditos até 1925. Foram escritos por Lênin no exílio para publicação na Rabochaia Gazete (Gazeta Operária), que havia sido adotada como órgão oficial do Partido Operário Social-Democrata Russo após seu Primeiro Congresso. Contudo, o fechamento da gráfica em Kiev pela repressão czarista impediu a continuidade da publicação deste jornal e, com isso, dos artigos de Lênin em questão.
Fonte: LavraPalavra - https://lavrapalavra.com/2020/10/06/artigos-para-a-gazeta-operaria-nosso-programa/
Tradução: Gustavo Fernandes da versão disponível em https://www.marxists.org/archive/lenin/works/1899/articles/arg1leg.htm#v04pp64h-207
HTML: Fernando Araújo.
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Caros camaradas!
Em resposta a seu pedido, estou enviando três artigos para o jornal e considero essencial dizer algumas palavras sobre minha colaboração em geral e nossas relações em particular.
A partir de nossas conversas anteriores eu entendi que vocês queriam fundar uma editora e me fornecer, para edição, uma série de brochuras social-democratas.
Agora percebi que a questão é diferente, que você estabeleceram um conselho editorial, que está começando a publicação de um jornal e me convida para colaborar.
Aceito também, é claro essa proposta, mas devo dizer, ao fazê-lo, que eu considero que uma colaboração de sucesso só será possível nas seguintes condições:
Espero que os editores concordem com esses termos e, para estabelecer o mais rápido acordo possível entre nós, eu tratarei brevemente das questões que emergem da terceira demanda.
Fui informado de que vocês acreditam que “a velha corrente é forte” e que não há necessidade de uma polêmica contra o bernsteinismo e seus simpatizantes russos. Eu considero essa visão muito otimista. O anúncio público de Bernstein de que a maioria dos social-democratas russos concordam com ele; a cisão entre os “jovens” social-democratas no estrangeiro e o grupo de Emancipação do Trabalho, que é o fundador, o representante e o mais fiel guardião da “velha corrente”; os vãos esforços do Rabochaia Misl em dizer alguma nova palavra, em se revoltar contra as tarefas políticas “amplas”, em elevar questões mesquinhas e o trabalho artesanal ao nível da apoteose, em ironizar vulgarmente as “teorias revolucionárias” (nº 7, De passagem); por ultimo, a completa confusão na literatura marxista legal e os esforços ardentes por parte da maioria de seus representantes para impor a “crítica” à moda de Bernestein – tudo isso, na minha opinião, serve para mostrar claramente que o restabelecimento da “velha corrente” e sua defesa enérgica é uma questão urgente.
Vocês verão pelos meus artigos quais são meus pontos de vista sobre as tarefas do periódico e o plano para sua viabilização, e eu gostaria muito de saber até onde vai nossa solidariedade nessa questão (infelizmente os artigos foram escritos com pressa: é muito importante que eu saiba o prazo para as entregas).
Penso ser necessário iniciar uma polêmica direta contra o Rabochaia Misl, mas para isso gostaria que me enviassem os números 1-2, 6 e aqueles após o 7; e também a Proletarskaia Borba.(1) Eu preciso da brochura mencionada por último a fim de escrever para o jornal uma resenha dela.
Quanto ao tamanho, vocês escrevem que eu não devo me impor restrições. Penso que, uma vez que se trata de um jornal, devo dar preferência a artigos jornalísticos e tratar neles até mesmo de temas panfletários, reservando a mim o direito de depois reescrever os artigos para panfletos. Os assuntos que proponho tratar em um futuro imediato são:
Gostaria de saber aproximadamente de quais materiais o conselho editorial dispõe, a fim de evitar repetições e a abordagem de questões já “exauridas”.
Aguardarei uma resposta do conselho editorial pelos mesmos canais. (Além desse meio eu não tive, nem tenho, outra forma de me comunicar com seu grupo.)
F.P.(2)
Leia os demais artigos:
Notas de rodapé:
(1) A Proletarskaia Borba (Luta Proletária), publicada pelo grupo social-democrata dos Urais, foi impressa no inverno de 1898-99 na editora do próprio grupo. Os escritores que prepararam a coleção adotaram uma posição economicista, negando a necessidade de um partido político operários independente e acreditavam que a revolução política poderia ser feita por uma greve geral. Lênin caracterizava as visões dos autores dessa coleção em uma avaliação no Capítulo IV de Que fazer? (retornar ao texto)
(2) Um dos pseudônimos de Lenin. (retornar ao texto)