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Em carta, de Lindoia, S. Paulo, a Sousa do Prado, a quem me ligam velhas relações de sincera amizade, dei, a pedido do não menos amigo Antonio José Alves, ambos, por sinal, portugueses de nascimento, a minha opinião sobre o livro, cujo título encima este comentário.
Dentre outras passagens da minha carta, estas:
“O seu livro é um brado de revolta, perfeitamente justificada, contra o fascismo e o capitalismo reacionário. E como o trabalho precisava, quanto possível, de ser completo, para sua maior eficiência — expressivo e não vago ou abstrato —, você tinha mesmo necessidade de desmascarar os fascistas e reacionários alienígenas e inalienígenas, a fim de que não vivêssemos enganados com esses senhores”.
“Você não teve meios termos. Ardeu-lhe no coração o amor à Humanidade, a luta pela sobrevivência da Justiça e da Verdade, neste mundo flagelado por uma turma de bárbaros egoístas, que subjugaram o poder político e econômico dos povos inermes e despreparados. E continuam ainda, infelizmente, dominando a metade do globo, com o concurso de muitos daqueles, adeptos de religiões, que nos recomendam amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.
Por isso, você, com a sua linguagem candente, patriótica e humanística, não infringiu as normas do Espiritismo. Gondiin da Fonseca, espírita confesso, escreveu que “defender, no Brasil, o monopólio estatal do petróleo é uma virtude cristã, um ato de amor à terra e de amor ao próximo”.
Cristo deu o exemplo, expulsando do templo os vendilhões hipócritas.
A contestação, portanto, ao seu livro, para ser considerada, limitar-se-ia a provar que o autor, confessando-se espírita, transgrediu os preceitos morais do Espiritismo e, como adepto do Comunismo, não justificou a compatibilidade das duas doutrinas, — a do espiritualismo e a do comunismo.
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Antes de tudo, devemos ter bem na mente o que significa o fascismo. É uma obsessão contra a Cultura da inteligência e do sentimento. As classes dirigentes que monopolizam o mundo capitalista, temendo perder os seus privilégios econômicos, de exploradoras dos povos, organizaram em vários países, ditaduras brutais, a título de defesa da “civilização cristã” e do “mundo livre” contra os “regimes comunistas”.
Tamanha obsessão ainda não se transformou em guerra pavorosa, porque dois fenômenos históricos a contiveram, até o momento.
Os dois fenômenos são: a organização da campanha mundial da Paz, sob o nome do “Conselho Mundial da Paz”, que agora mesmo, a 22 de junho, deste ano de 1955, vai reunir-se em Helsinque, capital da Finlândia; e a potencialidade da União Soviética, a serviço de uma diplomacia pela coexistência pacífica das nações. Duas forças em defesa da Paz: a vontade unida dos povos (força moral) e a preparação militar dos países socialistas (força material).
Por conseguinte, o fascismo é a organização dos selvagens instintos da animalidade para impedir a libertação das classes exploradas. É, nem mais nem menos, que o espectro da violência, da bestialidade e do terror contra a harmonia da Vida, que se perpetua na multiplicação material dos seres.
O espiritualista pois, que se acolhe a um partido fascista, sob pretexto de combate ao Comunismo, infringe as leis do direito à vida, porque protege reacionários, que, para contrariar a evolução das ideias, não recuam diante do extermínio das massas populares.
Que se lute, ideologicamente, contra os sistemas políticos, inclusive o Comunismo, compreende-se. Mas, que se pretenda erguer uma barreira material ao estudo do Comunismo (e todo estudo se exerce teórica e praticamente), é o que há de mais aberrativo, perante a liberdade de pensamento, — princípio que glorificou a vitória da Revolução Francesa, de 1789, e pelo qual Jesus Cristo se sacrificara.
O Comunismo foi a primeira etapa natural da convivência humana. Os grandes pensadores, como Marx, Engels, Lênin, após estudos aprofundados, com o auxílio de outros tantos pensadores que os antecederam, chegaram à conclusão de que a Natureza nos reconduzirá ao Comunismo, não ao primitivo, mas a um outro consentâneo com as novas condições históricas.
O Comunismo não é, como se vê, criação de Marx. O Marxismo é uma doutrinação das causas e da razão do Comunismo, como o verdadeiro sistema da justiça social.
Ora, podem esses pensadores incidir em erros de observação. Mas, para verificá-los, é indispensável que não levantemos obstáculos à Ciência, à Cultura e à Paz. Pois bem: o Imperialismo econômico, concentrado, atualmente, nos trustes norte-americanos e nos seus satélites, criou, para dominar, pela força, o mundo, uma ditadura férrea, com que modela o seu tipo de “democracia”, como ora existe na Venezuela, em Guatemala, em Portugal, etc. Por meio desses “Governos republicanos”, a “democracia” plutocrática norte-americana monta a sua máquina de dominação, com que mais se enriquece, à custa, bem se vê, do empobrecimento da burguesia e da classe trabalhadora dos países dominados.
O “Tartufo Desmascarado”, de Sousa do Prado, mostra o cenário realista desses trogloditas da nossa civilização: — cobrem-se do manto das conquistas da ciência, para encobrir a fereza dos seus instintos canibais.
Destarte, o crítico que pretendesse diminuir o valor do livro, por motivos de expressões duras e ríspidas, embora dispensáveis ou substituíveis algumas, como o final da nota 25, revelar-se-ia alheio à essência fundamental da obra.
Porque, em verdade, por mais fortes os qualificativos, eles não definirão a monstruosidade dos criminosos da Humanidade e do progresso.
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A crítica ao livro de Sousa do Prado, em face da sua finalidade humanística, corajosamente exposta, não pode limitar-se a questiúnculas de despeitos pessoais. Pelo contrário. O dever do verdadeiro crítico é interpretar as passagens, porventura obscuras, dentro de um sincero esforço colaborativo, recomendado pela importância mesma do assunto, de interesse comum.
Por isso, em que pese a nossa incompetência vamos dizer algo sobre certos trechos de “Tartufo Desmascarado” que poderão parecer dissonantes dos princípios doutrinários, tanto do Marxismo, como do Espiritismo.
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No cap. “O Comunismo não é ateu”, pág. 29, o autor escreveu:
“Entre um ateu, que pratica o bem, e um espiritualista que faz o mesmo, não há dúvida de que o ateu vale cem vezes mais, porque o primeiro faz o bem pelo próprio bem, ao passo que o segundo, em noventa e nove por cento dos casos’ não faz o mal por medo das consequências na OUTRA VIDA e pratica o bem por interesse da recompensa futura”.
Os marxistas não adotam o lema do “bem pelo bem” porque é abstrato e formalista, sem significação social logomáquico e nada mais.
Assim como a arte — “uma das formas da consciência social” — deve exprimir, pela forma, uma realidade, que é o seu conteúdo (vide Rev. Divulgação Marxista, pág. 92, n. 2) assim também o pensamento do escritor, a arte da palavra, deve refletir uma correlação entre a ideia e a vida social.
A “arte pela arte” é formalismo inexpressivo. Igualmente o é o “fazer o bem pelo bem”, se não dermos, de imediato, a tradução do bem.
Seria como se disséssemos: “não faças o mal, por desamor ao mal”, O mal seria a negação do bem, e o bem — a negação do mal. Fantasia. Ou, ainda, de acordo com outro modo de dizer: a ignorância é a causa dos nossos males. Mas, uma “ignorância” sem pés, nem cabeça. Indefinível.
Se aos religiosos, por exemplo, que tanto se desentendem, impetrássemos uma solução, eles responderiam que o mal se resumiria na ignorância de suasrespectivas religiões. O padre responderia que — “é não conhecer o catecismo católico”, caminho do Céu: para os ministros protestantes, como para o magnata Rockefeller, “a falar muito em Deus, em preceitos de consciência e no amor ao próximo”, “lágrimas nos olhos, Bíblia na mão”, “um gênio em construção capitalista” (Gondim da Fonseca), a ignorância do homem é desconhecer a Bíblia; o espírita — que é ignorar Kardec; os sanitaristas e médicos — que é o desprezo das regras da higiene e da saúde; os economistas — que o abandono dos princípios da Economia; os educadores, — a falta de educação; para certos políticos, — a indisciplina partidária; os psicólogos e moralistas encontrariam, no egoísmo, “o grande mal da sociedade”.
Ora, evidentemente, com tantas díspares opiniões, nós nos contorceríamos nas malhas dos “círculos viciosos” ou nas esgrimas de palavras, por si sós incapazes de determinar qual seria a Ignorância, derivativa dos múltiplos males condenados.
Mas, a intervenção marxista-leninista, no caso, derime a controvérsia. Porque — inspirada, não nos subjetivismos dos pensadores, mas na objetividade da coexistência social — nos adverte, preliminarmente, que a sociedade tem andado dividida entre os que mandam e os que obedecem; entre reduzido número de poderosos, sustentados pela força militar, e a maioria absoluta do povo, desarmado discricionariamente; entre ricos e pobres; entre exploradores e explorados.
É ou não é? Não adianta dizer que não é, porque é mesmo. Allan Kardec, em “Obras Póstumas”, no capítulo “Aristocracias”, expressa essa realidade.
Portanto, para o Marxismo, o supremo mal da sociedade é “a exploração do homem pelo homem”. Esse, o formidável valor da análise social do marxismo-leninismo. Descobrindo a etiologia e a natureza do mal, na sociedade, e aplicando ao corpo doente o remédio salvador, encontrado no socialismo científico, ele faz cessar a desordenada luta de classe, e já nivelou, numa enorme extensão geográfica do mundo, os direitos pessoais inalienáveis, na base de uma justiça igualitária, com raízes no senso popular. (No Livro dos Médiuns, cap. XXVIII, Kardec edita uma dissertação de Erasto, contra os falsos profetas e os espíritos orgulhosos que “retardam a obra de emancipação da humanidade”. E Erasto se pronuncia com dialética irrefutável, deste modo: “Tende a certeza de que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, SEMPRE O É PELO BOM SENSO DAS MASSAS, E NISSO SE VOS OFERECE MAIS UM CRITÉRIO DE OPINARDES”. Percebe-se, aí, o reconhecimento da vitória futura do Socialismo.).
Eis, pois, que o Socialismo, em suas gradações, peculiares às circunstâncias de tempo e lugar, resolve, aplicado inteligentemente, os complexos problemas da política, da economia, da moral, da educação, da liberdade religiosa, etc.
Destarte, seria mais acertado proclamar: a ignorância do socialismo é a fonte principal dos males da Humanidade. Isto é: o mal é “a exploração do homem pelo homem”, e o bem é a aplicação inteligente do Socialismo. Isso é mais positivo e compreensível.
“COMO AGE VOCÊ? = O único mal é a exploração do homem pelo homem; a única tarefa, instaurar uma ordem social em que não haja lugar para aquela exploração; o único dever, contribuir para a luta em prol dessa ordem social; a única pauta para julgar a conduta humana, verificar se contribuiu ou se se opõe à causa do Socialismo” (Do livro Lênin, sua vida e sua obra, de D. S. Mirskir apud Divulgação Marxista, pág. 60, n. II).
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Como vimos, o bem, pelo pensamento marxista, concretiza-se, sobretudo, na luta pelo Socialismo, — com o que concorda o Espiritismo, que se aclima às verdades da Ciência.
Mas, com que objetivo luta o homem pelo Socialismo, “que é a ciência da sociedade”? Não vemos outro senão este: para a garantia dos direitos pessoais, dos direitos do homem, dos direitos à integridade individual, porque tais direitos dependem, principalmente, da segurança coletiva, Não há ninguém que dedique sua atividade, pelo bem coletivo, sem visar a compensação de um direito próprio. Se é materialista e seu pensamento paira numa esfera de ordem política, ele pratica todas as renúncias, a serviço da causa, sim, mas porque a renúncia é uma condição de sua vitória moral, sem o que se desprestigiaria e não ascenderia ao poder almejado. Se é espiritualista convicto, sua renúncia ainda é maior, porque, servindo à sociedade, ele sabe que serve a Deus, isto é, não importa que não receba a recompensa dos homens, porque Deus, infalivelmente, a dará, nesta ou na outra vida.
Faz-se o bem, não por amor ao bem, que seria uma expressão verbalística, mas por uma correspondência obrigatória entre os direitos do indivíduo e da sociedade, — indivíduo sociedade, que são coisas concretas, materiais, passíveis de uma definição real e que, mutuamente, se abastecem, na órbita das utilidades e necessidades biológicas.
Logo, tanto os espiritualistas, como os materialistas objetivam, nas suas ações, uma recompensa. Seja na outra, ou nesta vida, mas sempre uma recompensa: — a nossa liberdade, a nossa saúde, a nossa instrução, os prazeres da vida em comum, o respeito à nossa personalidade, que tudo isso, em última análise, representa o prêmio da Justiça. Prova-o a natureza finalística do Direito: sem interesse, não existe ação, em direito. Não seria justo que o homem se dedicasse à sociedade, sem correspondente dedicação por parte da sociedade. Nas relações particulares, quando alguém transgride essa correspondência, diz-se que ele praticou uma ingratidão, que não deixa de ser uma falta de justiça. Corolariamente, idêntico raciocínio, com relação à sociedade, que possui seus órgãos representativos, para a manifestação dos seus direitos e deveres.
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Em parêntese, esclareçamos: Estas considerações servem para tornar mais claro o pensamento do autor, que, positivamente, não quis afirmar a superioridade do materialismo vulgar ao espiritualismo, quando escreveu o período por nós transcrito, de pág. 29 de seu livro.
Ele se referiu, certamente, aos que, não acreditando em Deus, nem na vida futura, nem sabendo mesmo o que é Marxismo, e não esperando, pois, qualquer recompensa, nesta ou na outra vida, nem temendo qualquer castigo, se sentem bem, apesar disso, sacrificando-se pelo seu próximo, cujo sofrimento faz com que eles sofram também; o que demonstra o seu adiantamento espiritual, em contraposição ao atraso dos que, dizendo-se espiritualistas, só por medo ou por interesse procedem da mesma forma, e que são realmente em grande número.
★ ★ ★Fechado o parêntese, continuemos:
Nos termos em que vínhamos argumentando, a moral se confunde com a prática da justiça social. E, por levar em conta essa verdade, é que a moral comunista converte as nossas virtudes em obras de solidariedade humana, pela paz e pelo progresso cultural de todos, indivíduos e povos.
Por idênticos motivos, a moral espírita, que é “trabalho, tolerância e solidariedade”, confraterniza com a moral comunista, não obstante a diversidade dos fundamentos respectivos, criados pelos filósofos.
Seria bom uma explicação, a propósito.
Como ensinou Marx, o progresso, no capitalismo, tem sido originado da concorrência entre classes antagônicas. “As forças produtivas desenvolveram-se graças ao domínio do antagonismo de classe”. No Socialismo, ao contrário, predominam as relações de cooperação fraternal, que se desenvolvem, pela emulação de todos os trabalhadores. Colaboração Geral e não antagonismo de classes entredevorantes (Vide G. Glezerman, em “Problemas”, n. 53, janeiro de 1954, em artigo “A lei da correspondência obrigatória entre as relações de produção e o caráter das forças produtivas”).
Ora, o espírita, — e, pois, a sua moral —, não pode, por uma consequência da doutrina de Jesus, deixar de ser socialista, porque o regime é contra o egoísmo e, por conseguinte, nele, desaparecem os vícios decorrentes do egoísmo, que, segundo Kardec, é “a verdadeira chaga da sociedade”, de onde só desaparecerá com “destruição da causa” (Liv. Esp. n. 913).
Mas, pelo fato de o espírita concordar com a tese do Marxismo, não se segue que, com isso, está servindo ao materialismo filosófico dos marxistas.
O Socialismo é um efeito da lei natural do desenvolvimento histórico, enquanto que o Marxismo é uma formulação metódica da História, cujo estudo, evidentemente, se sujeita ao grau, variável, do pensamento humano.
O Socialismo é uma realidade objetiva, de interesse comum, razão por que Sousa do Prado, escreveu, muito bem, que “o Comunismo não é ateu”.
O Marxismo é um trabalho de pesquisa da inteligência humana, obra de um pensador, de um filósofo, mas não do pensamento em geral ou da filosofia, embora os seus adeptos a consagrem no altar da verdadeira filosofia, Quando Marx, no fim da vida, pedida que não o chamassem de “marxista”, ele queria dizer que sua doutrina não era uma lei absoluta da Natureza, mas o resultado de observações pessoais, subordinadas a novas experiências e a novos conhecimentos.
Aí está, pois, A moral é uma só, em verdade. O que varia é o sistema doutrinário dos filósofos, a pesquisarem sempre as causas dos fenômenos de toda espécie, seja no homem, na sociedade ou na natureza cosmológica.
A filosofia espiritualista como se infere do livro “Tartufo Desmascarado” sufraga esses princípios de justiça, perante os quais se verifica que a recompensa é um direito, oriundo da coexistência humana, isto é, um direito natural, uma justa consequência do interesse lícito.
Mas, como dizíamos, qual o fiador da recompensa? Quem garante a execução da justiça reparadora? A pergunta leva-nos às fontes perquiridoras do destino do ser, ou à controvérsia sobre, das duas doutrinas, a espiritualista e a materialista, qual a capaz de resolver o secular problema entre o espírito e a matéria, ou entre a natureza e a vida.
Precisamente, ao atingir o ápice do pensamento especulativo, observamos que é a espírita que nos dilata mais a visão do problema, solucionando-o por um prisma singular e completo.
O instrumento de que nós servimos para a análise é a medianimidade, que vale dizer: a fenomenologia espírita REVOLUCIONOU o conhecimento da matéria, do espírito e da natureza, com os métodos da própria ciência dos materialistas.
À luz dos novos conhecimentos psíquicos, a justiça dos materialistas é manca. Sua ação reparadora só abrange o campo desta vida. E, no entanto, no campo da vida terrena, multiplicam-se os criminosos, que morrem em paz, sem uma reparação por seus crimes, enquanto, ao revés, os benfeitores da Humanidade se exaurem de trabalho, sem qualquer amparo à sua abnegação, à sua velhice, às suas dores, à sorte da sua família, não raro impiedosamente desprezada.
Onde a justiça, no caso, alentada pela doutrina materialista? Nenhuma. Renegação à memória do criminoso? Honrarias póstumas ao benemérito? Mas, semelhante desprezo, de um lado, ou semelhante prêmio, de outro, de modo algum impressionará mais a pessoa do falecido, justamente porque sua individualidade se extinguira no túmulo de seu corpo físico. Ao passo que, como o autor de “Tartufo Desmascarado” sabe melhor do que nós (e ai estão várias obras espíritas, de sua autoria, constantes da primeira folha do seu livro). O princípio da imortalidade do espírito dentro da lei reencarnacionista, está, implicitamente, ligado à ideia de Deus, não o Deus dos ensinamentos religiosos, mas o da força inteligente da Natureza, gerando o determinismo do nosso destino, nos desígnios de uma Justiça indefectível, que os olhos humanos ainda não sabem distinguir.
O materialismo, logicamente, nos conduz à falta de piedade pelo nosso próximo fisicamente imprestável, porque, desse, nada mais útil podemos esperar. O espiritualismo é o inverso aquele corpo inútil conserva um espírito capaz de recompensar, na mansão da eternidade, a nossa assistência carinhosa.
★ ★ ★Mas, se o leitor espírita estranhar a passagem, que comentamos, de Sousa do Prado, como sendo uma heresia à verdade, podemos, entretanto, com serenidade, por outra interpretação, mais lógica, verificar que o valente polemista não escreveu um absurdo.
De fato, nos materialistas à Marx, ou, digamos, nos que são considerados os verdadeiros comunistas, a hipocrisia, em teoria, é inadmissível. Também, perante a doutrina espírita, a mesma coisa devemos afirmar, com relação aos verdadeiros espíritas. Mas, assim como há “espíritas” hipócritas e egoístas, conhecem-se também “comunistas” de idêntico jaez. É que os primeiros não compreendem ou não estão no estado de compreender e praticar o Espiritismo. E os segundos se situam no mesmo plano da incompreensibilidade, mas, de qualquer modo, ficam flexíveis ao orgulho, à vaidade e ao egoísmo, em face da falibilidade da justiça terrena, conforme atrás denunciamos.
Então, existe uma causa deturpativa do ensino espírita, à qual devemos atribuir a generalização das imperfeições, que tanto revoltaram a pena do escritor e espírita Sousa do Prado.
A razão está no caráter exclusivamente religioso que se empresta ao Espiritismo. A religião contém dois defeitos: favorece o misticismo e o individualismo.
Ela aconselha o desapego às coisas deste mundo, para que o adepto viva a pensar nas benemerências do Céu e permaneça indiferente à Política, que provoca discórdias e, assim, pode perturbar a fé religiosa.
Tal é o ensino praticado pela Federação Espírita Brasileira e suas filiais.
Foi essa a principal divergência nossa com o nosso distinto e inteligente conterrâneo, prof. Leopoldo Machado.
O místico é individualista, por natureza, e, portanto encaminha-se, sem sentir, para um egocentrismo arrasador do espírito coletivo. Quem vive muito a cuidar de si, termina, para a sua defesa pessoal por se valer das armas da traição e da malignidade.
O individualismo é oportunista. Por ele, o mundo ficaria no que está. A prática da caridade aos pobres é significativa. A pobreza torna-se um campo de experiência e de prova da fé religiosa. Não se luta contra as causas econômicas da pobreza. Vale dizer: não se pratica a verdadeira caridade.
Nisso, se descobre a razão por que os religiosos do mundo capitalista são os melhores instrumentos da burguesia reacionária, para a sustentação do capitalismo. A política do Vaticano é um exemplo, mesmo com suas encíclicas “socialistas”, como a Rerum Novarum, que, como provam os argumentos, de Sousa do Prado, é mais uma mistificação (pág. 63 e seguintes).
O presidente da Federação Espírita Brasileira enriquecera-se, pelo sistema capitalista. Impregnando-se da mentalidade capitalista teria, certamente, de ser envolvido nas malhas desse regime. Por isso, ele bitola a honestidade e a moral pelas linhas paralelas da religião e do capitalismo. Foi o que fez Sousa do Prado incluí-lo, como “a quase totalidade dos espiritualistas”, na categoria dos tartufos.
Além disso, Sousa do Prado, espírita, quis, também com “Tartufo Desmascarado” mostrar que a moral espírita não é incompatível com o regime do Socialismo, mas, pelo contrário, o regime socialista é que é o ideal para as relações fraternais humanas, e, por conseguinte cria o ambiente impróprio à hipocrisia, à presunção, à estupidez e a tantos vícios platonicamente condenados pelas religiões e pelos “espíritas” religiosos.
E ele tem razão, conforme retro mostramos.
“A solução do problema do aniquilamento das sobrevivências de bestialidade não é realizável dentro do capitalismo. Somente na sociedade em que forem liquidadas as classes exploradoras, e criadas as condições para relações verdadeiramente humanas entre os homens, se abre uma possibilidade real de aniquilar as sobrevivências da bestialidade humana. Isso, EM PROPORÇÃO CONSIDERÁVEL; É CONSEGUIDO, PELO FATO DE QUE A CULTURA SE TORNA A REALIDADE PARA O POVO TODO” (Vide Rev. Divulgação Marxista, n. 14-1-47, artigo de V. Kolbanovskii, “Sobre a moral comunista”).
É claro que, perante a doutrina espírita, não dominará este mundo a filosofia marxista, porque ela não completa o aperfeiçoamento espiritual, contra o orgulho, a vaidade e a inveja. Essa tarefa caberá ao puro espiritualismo, por essência consolador e lógico. Lógico, por científico. Científico, por realístico e não religioso. Não seria despropósito, que os espiritualistas de todo o mundo, em contraposição à filosofia materialista do Marxismo, organizassem a “União espiritualista, pelo comunismo”, Em verdade, como o demonstra “Tartufo Desmascarado”, os primeiros cristãos praticavam o comunismo, que, não mui longe, poderá se renovar, na Terra, com a ajuda das recentes descobertas de leis agro-biológicas (V. cap. V, “Fala Jesus, o Cristo de Deus”).
O misticismo religioso foi relegado por Kardec. Assim, a moral espírita deve estribar-se nas lições da Ciência, e abandonar as crendices religiosas e as “revelações” suspeitas de “espíritos”. Allan Kardec tem que ser atualizado, diante dos próprios termos capitais do seu ensino, quando reconhece que, pelos fatos, é que conhecemos a verdade(Vide a Nota Complementar 4). As “revelações”, enquanto não confirmadas pelos fatos, — palco da Ciência —, que fiquem de quarentena não podem figurar na categoria de princípios aceitáveis.(1)
O desapego, aconselhado pelas religiões, às coisas deste mundo, desvirtua a doutrina científica de Kardec, porque o mundo é um só. A vida, começando da matéria, aperfeiçoando-se na matéria e intelectualizando-se com a matéria, tem que ser, unitária e indistintamente, encarada pelo prisma de sua situação real. Se o espírito vive neste planeta Terra, por efeito das leis do determinismo, é, por certo, preferentemente neste mundo que ele tem de prover suas necessidades, para o maior proveito de sua ascensão espiritual. Sustentamo-lo nas cartas, ao nosso prezado amigo Leopoldo Machado, que, neste livro, publicamos.
Porque assim não se orientam os espíritas religiosos é que os vemos se afastarem, neutralmente, dos problemas político-sociais, em prejuízo da Humanidade, e, pois, da própria razão de ser do ressurgimento do cristianismo, que é a nova Doutrina do Espiritismo.
Nessas condições, oportuno é o livro “Tartufo Desmascarado”. O espírita não pode, em tese, ser místico e alheio aos interesses vitais dos povos e da Pátria. É de seu dever, como um dos mandamentos da boa educação, estudar a História da nossa economia e as razões que obstaculizam o nosso progresso. Incorporar-se à campanha da nossa emancipação econômica, da defesa do nosso petróleo da luta contra o imperialismo agressor principalmente dos trustes norte-americanos (que exploram, também, o povo norte-americano), etc.
Isso não significa que nos privemos das sessões experimentais ou do intercâmbio extraterreno. Elas, quando bem guiadas, são proveitosas à nossa paz. Aliviam-nos dos tormentos morais, em face de verdades que os espíritos, não raro, nos transmitem. Daí, ser, de fato, o Espiritismo a doutrina consoladora, prometida por Jesus.
★ ★ ★Com a sua costumada franqueza e probidade intelectual, Sousa do Prado elaborou, pois, um livro precioso, sem embargo dos reparos que, no interesse da causa, lhe fizemos, com ânimo de crítica construtiva e nunca de censura derrotista. O livro tem o valor de uma sagrada exortação: que os homens de bem e os verdadeiros espiritualistas se unam ao movimento de libertação da Humanidade, quer do jugo do materialismo grosseiro, gerador das guerras, quer do da desconsoladora filosofia materialista, renegante da individualidade imortal.
“Tartufo Desmascarado”, defendendo a Humanidade, defende, ipso facto, a pátria brasileira e todas as pátrias, contra os seus escravizadores, e agentes venais(Vide ‘Nota complementar nº. 1. Um clamor de justiça e solidariedade humana, sobre a qual o Cristo edificou a sua doutrina. Por isso, bem que Sousa do Prado, parafraseando Gondim da Fonseca, em “Que sabe você sobre petróleo”? ao alertar os que blasonam termos derrotado a Standard Oil pelo fato da vitória da Petrobras, poderia aplicar estas palavras aos que julgam não competir ao espírita cuidar de Política e, muito menos, desmascarar os tartufos, “porque esses, por si mesmos, se desmoralizam”:
“Ou esses opinantes e seus afilhados espíritas são ingênuos, ou sabidos de mais. Se ingênuos, urge adverti-los; se sabidos de mais, urge precavermo-nos contra a sua sabedoria e as suas traças”.
E foi o que fez Souza do Prado, em “Tartufo Desmascarado”, dizendo verdades, ainda que duramente, e apontando aos desprecatados os inimigos da verdade.
Bahia, junho de 1955.
EUSÍNIO LAVIGNE
Notas de rodapé:
(1) “Desde que a ciência sai da observação material dos fatos, tratando-se de os apreciar e explicar, o campo está aberto às conjecturas” (Livro dos Espíritos, Intr.).
Anteriormente a Terra não existia; foi tirada do nada — O texto é formal (da Bíblia). Eis, porém, que a ciência positiva, a inexorável ciência prova o contrário”. (Idem, n.° 59) (retornar ao texto)
Notas complementares:
(Nota Complementar nº 1 - Nótula N 3) ():
O Espiritismo, em sua face religiosa, condena o suicídio porque “só Deus tem o direito de dispor da nossa vida” (Resp 944, Liv. Esp.).
A infração da Lei divina redunda em sofrimento do suicida, “expiando a falta imediatamente, ou em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interrompera” (id., 957).
O remédio preventivo ministra-se pela autoeducação.
Quer dizer, então, que o suicídio tem por causa um desvio moral, de desobediência a Deus, motivo por que as suas consequências são também pessoais.
Eis aí uma interpretação individualista e metafísica, ou mística, que está em desacordo com os fatos verificados pela sociologia.
Ora, já vimos que a “revelação espírita, apoiando-se em fatos, tem que ser essencialmente progressista, como todas as ciências de observação” (Gênesis, cit., n. 55).
Pois bem, numa das respostas a Kardec, os Espíritos entremostraram o filão da verdade, na seguinte passagem: “Demais, eliminai da vossa sociedade os abusos e preconceitos, e deixará de haver desses suicídios” (resp. 949).
Exatamente. É a lei do Socialismo, demonstrada pelo materialista Karl Marx. Modifique-se a vida social, e o indivíduo andará, pensando e praticando, conforme o sistema corrente das relações na vida econômica e social.
Assim, o fenômeno do suicídio tem que ser estudado de acordo com as novas leis da sociologia marxista (que não é de Marx, que foi simplesmente o organizador genial, da mesma forma que Kardec codificou os princípios gerais do neo-espiritualismo).
A justiça de Deus é a prática da CONFRATERNIZAÇÃO. “Quando os homens compreenderem a justiça, e praticarem a Lei de Deus, TODOS OS POVOS SERÃO IRMÃOS” (Liv. Esp., resp. 743).
Ora, hoje, com os exemplos dos povos, com línguas, raças e costumes diferentes, que transformaram os seus países da antiga “Rússia tzarista”, em UNIÃO Soviética, ficou provado que a aplicação dos princípios do Socialismo científico, consolida a confraternização, motivo por que a resposta n. 744, do “Livro dos Espíritos” condicionando a liberdade e o progresso à necessidade da guerra, exprime uma situação de fato, concernente ao estado de barbaria(resp. 742), mas, hoje, incompatível com as novas leis da civilização(Vide resp. 776).
Logo, o suicídio, como as guerras, tem seu fundamento no desequilíbrio econômico da sociedade; e o modo de combatê-lo não há de ser por sentimentos subjetivos, mas, consequentemente pela luta coletivamente organizada, única que nos abre as possibilidades de uma destruição definitiva dos obstáculos ao direito de viver.
Aqui está. A interpretação religiosa do “Livro dos Espíritos” é negativa e reacionária, ao passo que a científica, pelo Socialismo, nos salva do “suicídio”, como explicitamente declara Kardec: “Entendendo com todos os ramos da economia social, o Espiritismo assimilará, sempre, todas as doutrinas progressivas, de QUALQUER ORDEM QUE SEJAM desde que hajam assumido o estado de VERDADES PRÁTICAS, e abandonado o domínio da utopia, SEM O QUE ÊLE SE SUICIDARA” (Gênesis cit., n. 55, cap. 1).
“O Livro dos Espíritos”, explicado ao pé da letra, é um aleijão de contradições, porque, por ela, pela letra, Deus é o senhor da nossa vontade e o responsável pelos males humanos (leiam-se as respostas suprarreferidas), o que atentaria contra a própria teoria espírita do “livre arbítrio” (resp. 532).
O sentido filosófico do Livro deve ser este: “estamos sujeitos às leis da Natureza, obra de Deus, e não à vontade de Deus. E são, pois, essas leis, conhecidas, que modificam, quando aplicadas, o panorama do mundo social e mental, ou objetivo e subjetivo”.
O religiosismo dos espíritas cria-lhes uma visão estreita da vida terrena. O materialismo de Marx, pelo contrário, incentiva o homem à luta contra os desesperos da vida e à colaboração fraternal, e, pois, neste particular, se ajusta ao ensino do Cristianismo.
Essa a realidade, que muitos dos nossos doutrinadores espíritas não querem reconhecer.
Eis por que, a propósito de um suicídio, achamos belo, digno de ser subscrito por qualquer espiritualista, este suelto, de um materialista, partidário do Comunismo:
A TECELÃ E A ESPERANÇA — Trabalhando, trabalhando ao pé de um tear, urdindo fios, no correr dos anos, sentindo esvair-se a mocidade e a saúde, Rute Rodrigues Campos, tecelã, casada, quis matar-se. Amava o seu trabalho, gostava de fiar, mas o que produzia era para enriquecer apenas o patrão. Restava-lhe a fadiga crescente, a vida mais difícil, e um salário-mínimo, que não lhe podia mitigar a fome. E foi por isso que, no seu desespero, a tecelã resolveu tomar grande quantidade de soporíferos. Socorrida a tempo, posta fora de perigo, afirmou: “Se me salvarem desta, em outra, hei de me matar. Noutra será inútil chamar médico. Será bom providenciar logo a vinda do rabecão da polícia”.
Foi esse o meio que ela escolheu para exprimir a sua revolta. Diante da exploração brutal, em que os seres humanos são transformados em peças da engrenagem da fábrica, postas fora, quando se gastam, como sucata, a tecelã se viu desesperada.
Não viu que a salvação está em se ligar às suas irmãs tecelãs, aos seus irmãos operários, e resistir à exploração, lutando contra ela. Sem luta, sucederá sempre o desespero, mas, com a luta, logo surge a esperança, porque classe social nenhuma, no mundo, é tão poderosa, QUANDO UNIDA, e tão rica de possibilidades para vencer a luta, como a classe operária.
Volte à vida, tecelã; transforme o seu desespero em revolta, e a revolta em parte da luta, que é sua e dos seus companheiros de trabalho. Se o patrão a transformava em uma peça da fábrica, saiba que a luta reconhece em você uma criatura humana, cuja vida é tão preciosa quão digna de ser feliz. (Da “Imprensa Popular”, Rio, 8/12/54). (retornar ao texto)
(Nota Complementar nº 4 - Nótula N 12) A tal respeito, vem a propósito transcrever aqui as seguintes claras comunicações, de págs. 225 e 226 de “Os Espíritas e as questões sociais”, de nossa autoria, em colaboração com Sousa do Prado, ditadas por Manuele pelo próprio Kardec, em que não se notam os imbróglios que costumam caracterizar as de Emmanuel:
Meu amigo: Tens razão nos teus reparos (a respeito de certas contradições, que se notam entre o “Evangelho segundo o Espiritismo” e outros livros de Allan Kardec). Mas..., se a obra de Allan Kardec fosse absolutamente perfeita, é que ele seria o próprio Deus em pessoa, porquanto a perfeição absoluta só a Deus pertence. O erro é a principal característica de todas as obras humanas, ou se trate de encarnados ou de desencarnados de certa categoria; e esse iluminado espírito, que conheceis como Allan Kardec, se não tivesse errado não teria sido homem. Levaria tempo a explicar-te os motivos que o fizeram interessar-se pelo comentário dos Evangelhos, embora tratando somente das máximas morais, que, a seu ver, não dariam margem a controvérsias. O que é importante saber-se, e a tal respeito não há nenhuma dúvida, é que o ponto fraco de sua obra foi ter cogitado do citado comentário evangélico. Os Evangelhos, como muito bem sabes, assim, como os restantes livros que compõem as Sagradas Escrituras, ou seja, a BIBLIA, não têm nenhuma característica de autenticidade, nem poderiam tê-la, mesmo que não levássemos em conta os erros de tradução, as alterações e interpolações que lhes têm feito. É claro que qualquer espírito, encarnado ou desencarnado, só poderá explicar absurdos com outros absurdos, ou com sofismas. Por isso mesmo é que o valor da obra de Roustaing é muito duvidoso. Eis porque há contradições entre o “Evangelho segundo o Espiritismo” e os restantes livros de Allan Kardec. Vê se podes seguir, o mais possível, este conselho: abstém-te, sempre que possas, de citar passagens evangélicas, que o bom-senso e a lógica repilam; e não esqueças nunca: o código dessa luminosa doutrina, que é o Espiritismo, é O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no qual — apesar de uma ou outra contradição e incongruência, modificáveis pelo tempo, pelo progresso e pela evolução, como sucede com qualquer outra ciência — se encontram as lições sensatas dos mais adiantados Espíritos que se podem comunicar com esse mundo.
Manuel
Ouçamos, agora, a confirmação dessa comunicação, dada pelo próprio Kardec, no Centro Cristão-Espírita, de Lérida Espanha), que se encontra no livro “Roma e o Evangelho”, de José Amigó y Pellicer, traduzido por Bezerra de Menezes e editado pela Federação Espírita Brasileira, e que Sousa do Prado transcreveu naquele nosso livro:
Vosso livro (“Roma e o Evangelho”) não é um trabalho perfeito, mas sim de grande utilidade; mais útil para o povo que alguns dos meus livros, que convirá reformar. (retornar ao texto)
Inclusão | 15/08/2018 |