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Na lógica, mais do que em qualquer outra ciência, sente-se a necessidade de começar com o próprio objeto, sem reflexões preliminares Em qualquer outra ciência, o objeto da mesma e o método científico se diferenciam um do outro; ao mesmo tempo que o conteúdo não constitui um começo absoluto, mas sim depende de outros conceitos e mantém a conexão em torno dele com outros assuntos. É por isso que a essas ciências são autorizados a falar tanto sobre seu fundamento e de suas conexões como também do método apenas por lemas; podem adotar diretamente as formas das definições pressupostas como conhecidas e aceitas, e servir-se do modo comum de raciocinar para estabelecer seus conceitos gerais e suas determinações fundamentais.
A lógica, por outro lado, não pode pressupor nenhuma dessas formas de reflexão, ou regras e leis do pensamento, porque eles constituem uma parte de seu próprio conteúdo e têm que ser primeiro baseados na própria lógica.
Mas não só a exposição do método científico pertence ao conteúdo da lógica, senão também o conceito de ciência em geral, e este constitui o seu resultado final. Por isso ela não pode dizer antecipadamente o que é; apenas sua exposição completa fornece esse conhecimento de si mesma, como seu fim e conclusão. Da mesma forma, seu objeto, o pensamento, ou com mais determinação, o pensamento que concebe, é tratado essencialmente como parte intrínseca dela; o conceito deste pensamento é gerado no curso da lógica e não pode, portanto, proporciona-lo antecipadamente. Consequentemente, o que nesta introdução é expresso preliminarmente não se destina a fundamentar o conceito de lógica ou a justificar cientificamente de antemão o seu conteúdo e método, ao contrário quer, através de alguns esclarecimentos e reflexões, entendidos no sentido de raciocínio e da exposição histórica, aproximar para a nossa representação o ponto de vista a partir do qual esta ciência deve ser considerada.
Ao aceitar que a lógica seja a ciência do pensamento em geral, entende-se com isto que pensamento constitui a forma pura de um conhecimento, que a lógica abstrai de qualquer conteúdo e que o chamado segundo elemento, que pertenceria a um conhecimento, quer dizer, o assunto, deve ser oferecido trazendo-o de outro lugar. Desta forma, a lógica, como se esta matéria fosse inteiramente independente dela, deveria apresentar somente as condições formais do conhecimento verdadeiro, sem ela mesma conter a verdade real; nem poderia ser o caminho para alcançar a verdade real, precisamente porque o elemento essencial da verdade, este é o conteúdo, estaria fora dele.
Mas, antes de tudo, é inapropriado dizer que a lógica abstrai de qualquer conteúdo, que ensina apenas as regras do pensamento, sem penetrar no que foi pensado, e sem poder considerar sua natureza. Já que são o pensamento e as regras de pensar que deve constituir seu objeto, nestes a lógica tem seu conteúdo característico imediato, e neles também têm esse segundo elemento de conhecimento, a saber, um assunto, de cuja natureza deve se preocupar.
Em segundo lugar, as representações, sobre as quais até agora em geral o conceito de lógica repousava, foram parcialmente extintas; é hora deles desaparecerem completamente, e que o ponto de vista desta ciência seja concebido de uma ordem superior, e adquira uma forma totalmente modificada.
Até agora, o conceito de lógica baseava-se na separação dada uma vez para sempre na consciência comum, do conteúdo do conhecimento e da forma deste, quer dizer, na separação da verdade e da certeza. Pressupõe-se antes de tudo que o assunto do conhecimento existe como um mundo acabado, em si e por si, fora do pensamento; e que este por si é vazio e que se adiciona como uma forma extrínseca a esse assunto se preenche dele e somente então adquire um conteúdo e assim se torna conhecimento real.
Então, estes dois elementos - porque de acordo com esta maneira de ver eles têm que se apresentar na relação de elementos, e o conhecimento seria composto deles de uma forma mecânica, ou no máximo química - estão colocados na seguinte ordem hierárquica: o objeto é por si algo completo, acabado, e para a sua realidade, pode dispensar (não de todo) do pensamento; este, ao contrário, é algo imperfeito, que precisa ser completado primeiro com um assunto e se adequar a ele como uma forma mole, indeterminada. A verdade consiste na concordância do pensamento com o objeto e, para produzir este acordo (pois não existe em si e para si), o pensamento deve ser ajustado e acomodado ao objeto.
Terceiro, dada a diversidade entre matéria e forma, entre o objeto e o pensamento não é deixado naquela indeterminação nebulosa, mas é concebido de uma maneira mais determinados, devem ambos constituir esferas diferentes. Portanto, o pensamento quando apreende e forma a matéria, não sai de si; seu ato de apreender [o assunto] e para se conformar a ele é apenas uma modificação dele mesmo, sem que por isso ele se torne outro diferente de si mesmo; e determinação autoconsciente pertence, no entanto, apenas a ele [ao pensamento]. Então, mesmo em sua relação com o objeto, o pensamento não sai de si mesmo para o objeto: este permanece, como uma coisa em si, absolutamente além do pensamento.
Essas opiniões sobre a relação entre sujeito e objeto expressam as determinações que constituem a natureza da nossa consciência comum, [isto é], da consciência fenomenológica. Mas sendo transferido para a razão, como se a mesma relação existisse nela, e se essa relação contivesse e em si e para si a verdade, esses preconceitos tornam-se os erros cuja refutação, praticada por todas as partes do universo espiritual e natural, é a filosofia; ou melhor, os erros que, ao obstruir o acesso à filosofia, eles devem ser abandonados na entrada da mesma.
A velha metafísica tinha, a esse respeito, um conceito mais elevado de pensamento do que aquele que se tornou atual em nossos dias. Ela partiu da seguinte premissa: que o que sabemos pelo pensamento sobre as coisas e sobre as coisas constitui o que elas têm de verdadeiramente verdadeiro, de modo que eles não levaram as coisas em sua imediação, mas apenas na forma de pensamento, como pensadas. Esta metafísica, portanto, estimou que o pensamento e determinações dele não fosse algo estranho ao objeto, mas sim constituíam sua essência, isto é, as coisas e o pensamento delas - da mesma maneira que a nosso idioma expressa um parentesco entre os dois [termos] - eles coincidem em si e para si mesmos(1), [isto é] que o pensamento em suas determinações imanentes e a verdadeira natureza das coisas eles constituem um e o mesmo conteúdo.
Mas a compreensão reflexiva se apoderou da filosofia. É conveniente saber exatamente o que isso significa esta expressão, que é comumente usada como uma palavra de sentido profundo. É preciso entender geralmente como o entendimento que abstrai e, portanto, separa e insiste em suas separações. Em contraste com a razão, ela se comporta como o intelecto humano comum, e faz prevalecer seu modo de ver, segundo o qual a verdade seria baseada na realidade sensível, as ideias não seriam mais do que ideias, no sentido de que apenas a percepção sensível lhes daria seu conteúdo e sua realidade, e que a razão, permanecendo em si e para si, cria apenas quimeras.
Foi essa renúncia da razão a si mesma, o conceito de verdade é perdido, e é restrito para reconhecer apenas verdade subjetiva, aparência, isso é apenas algo que não corresponde natureza do objeto. Assim, o conhecimento volta a ser reduzido à opinião.
No entanto, essa direção tomada pelo conhecimento, que aparece como uma perda e um recuo têm fundamentos profundos, sobre os quais repousa em geral a elevação do razão no espírito superior da filosofia moderna. Quer dizer que a razão para esta representação, que se generalizou, tem que ser buscada na observação da necessária contradição das determinações do intelecto para si mesmas. A acima mencionada reflexão consiste no seguinte: superar o concreto imediato, determiná-lo e dividi-lo.
Mas tal reflexão também deve superar suas determinações divisórias e, acima de tudo, relacioná-los umas às outras. Mas, do ponto de vista de estabelecer essa relação, surge sua contradição Esta relação da reflexão pertence em si à razão; elevar-se acima daquelas determinações, até conseguir conhecer o contraste nelas contido, é o grande passo negativo para o verdadeiro conceito de razão.
Mas esta investigação, se não for feita de forma terminada, cai no erro de apresentar as coisas como se a razão estivesse em contradição consigo mesma; ele não percebe que a contradição é precisamente a elevação da razão sobre as limitações do intelecto e da solução deles. Em vez de dar o último passo daqui para o alto, o reconhecimento que as determinações do intelecto não são satisfatórias voltou a se refugiar na existência sensível, acreditando encontrar nela um objeto sólido e consistente. Como, por outro lado, este conhecimento sabe que é apenas o conhecimento das aparências, admite sem dúvida seu caráter insatisfatório, mas ao mesmo tempo pressupõe que, se não é possível saber corretamente o coisas em si, pelo menos elas podem ser conhecidas na esfera dos fenômenos, como se espécies de objetos fossem diferentes, e apenas uma espécie fará parte do conhecimento, isto é, não as coisas em si, mas as outras espécies, a dos fenômenos. Como se um homem fosse reconhecido a capacidade de ter um critério correto, mas com a adição que é incapaz de entenda tudo o que é verdade, mas apenas o que não é verdade. Se isso é um absurdo igualmente absurdo é o conhecimento verdadeiro, que não conhece o objeto como é em si mesmo.
A crítica das formas do intelecto teve o resultado mencionado, isto é, que as formas referidas não têm aplicação para as coisas em si. Isso pode ter apenas um significado, que estas formas em si não são verdadeiras. Mas assim que continuarem a ser considerada valiosa pela razão subjetiva e pela experiência, a crítica não fez nenhuma modificação nelas mesma, e as deixam válidas para o sujeito com a mesma configuração que costumava valer para o objeto Mas, enquanto são insuficientes para a coisa em si, o intelecto a quem deveriam pertencer, teria que considerá-las ainda menos satisfatórios e recusar acomodá-las. Se não podem ser determinações da coisa em si, muito menos podem ser determinações do intelecto, o qual se deve pelo menos reconhecer a dignidade de uma coisa em si. As determinações do finito e do infinito estão no mesmo contraste, seja se apliquem ao tempo e ao espaço ou ao mundo, seja considerá-las como determinações dentro do espírito, assim como o preto e branco dão um cinza, quando unidos em uma parede e quando são misturados no palete. Sim nossa representação do mundo se dissolve quando as determinações do finito e do infinito, com mais razão o próprio espírito que contém a ambas é algo contraditório em si mesmo que se dissolve em si. Não é a natureza da matéria ou do objeto à que se aplicam essas determinações ou que nelas estão contidas, a que pode constituir uma diferença; em efeito, o objeto contém em si a contradição apenas por meio dessas determinações e de acordo com elas.
Assim, esta crítica afastou as formas do pensamento objetivo apenas do objeto, mas deixando-as no sujeito como ela os encontrou. Ou seja, ele não considerou essas formas em si e par si, de acordo com o seu conteúdo peculiar, ele as aceitou como um lema, direto da lógica subjetiva; portanto, não se pode falar de uma dedução das formas em si mesmas, ou uma dedução delas como formas lógicas subjetivas; muito menos se pode falar sobre sua consideração dialética.
O idealismo transcendental, desenvolvido consequentemente, reconheceu a nulidade deste espectro da coisa em si, que a filosofia crítica deixa subsistir; reconheceu a inconsistência de esta sombra abstrata, separada de todo o conteúdo, e se propôs a sua destruição completa. Esta filosofia também começou permitindo que a razão expusesse suas determinações, deduzindo-as de si mesma. Mas a posição subjetiva dessa tentativa não permitiu que ele cumprisse seu propósito. Então esta posição, e com ela também todo o começo e elaboração da ciência pura foram abandonados.
Mas como é normalmente entendida, a lógica é tratada sem qualquer atenção por seu significado metafísico. Não há dúvida de que, nas condições em que ainda se encontra, não tem ciência um conteúdo de tal espécie, que pode ser válido como uma realidade e como uma coisa verdadeira na consciência comum, o que não significa que é uma ciência formal, desprovida de verdade substancial. No entanto, o domínio da verdade não deve ser buscado nesse assunto que falta na dita ciência, e em cujo defeito é geralmente atribuído o seu caráter insatisfatório. A falta de conteúdo das formas lógicas é encontrada apenas na maneira de considerá-las e tratá-las. Quando são considerados como determinações firmes e, portanto, desligadas, em vez de reunidos em uma unidade orgânica, eles são formas mortas, onde o espírito não mais reside, constitui sua unidade viva concreta. É por isso que carecem de conteúdo sólido, isto é, de uma matéria, que seria em si um conteúdo válido. O conteúdo de que carecem as formas lógicas, é apenas uma base firme e uma concretização dessas determinações abstratas; e esta essência substancial é geralmente procurada no seu exterior. Mas a mesma razão lógica é o substancial ou real, que contém todas as determinações abstratas, e constitui sua unidade sólida, absolutamente concreta. Consequentemente, não foi necessário olhar muito para o que é habitual chamar a matéria. Sim a lógica parece desprovida de conteúdo, não é culpa do seu objeto, mas apenas da maneira como esse objeto é concebido.
Esta reflexão nos aproxima da exposição do ponto de vista do qual devemos considerar a lógica, para mostrar até que ponto difere das formas de tratamento desta ciência até agora e é o único ponto de vista verdadeiro a partir do qual a lógica deve ser considerada no futuro.
Na Fenomenologia do Espírito (Bamb. e Würzb., 1807), representei a consciência em seu movimento progressista, desde sua primeira oposição imediata ao objeto, até o conhecimento absoluto. Este caminho passa por todas as formas de relacionamentos de consciência com o objeto, e tem como resultado o conceito de ciência. Este conceito, então, não precisa aqui alguma justificação (se dispensarmos o fato que surge dentro da própria lógica) porque ele já obteve na mesma Fenomenologia; nem é suscetível a qualquer justificativa essa não é a sua produção através da consciência, cujas formas próprias são resolvidas naquele conceito, como em sua verdade. No máximo, um raciocínio fundamentado ou um explicação do conceito de ciência pode alcançar esse conceito é trazido diante do representação e que o conhecimento histórico é alcançado. Mas uma definição de ciência, ou mais exatamente lógica, tem sua prova somente nessa necessidade de seu nascimento A definição, com a qual qualquer ciência inicia seu começo absoluto, não pode contém mais do que a expressão determinada e metódica do que é representado, então acordado e notório, como objeto e propósito da própria ciência. Que apenas alguém represente isto desta forma, (65) é uma afirmação histórica pela qual se pode referir apenas a este ou aquele fato reconhecido, ou expressá-lo com precisão apenas como um desejo de que este ou aquele fato ter valor de ser reconhecido. Mas acontece incessantemente que ora aqui ora acolá se alegam casos e exemplos de acordo com os quais, nesta ou naquela expressão, algo mais deve ser entendido e diferente e, portanto, incorporar em sua definição uma determinação mais particular ou mais geral, e de acordo com eles, guiar a ciência. Cabe então ao raciocínio o determinar quais devam ser incorporados ou excluídos; e com quais limites e amplitude; mas para o raciocínio abre-se à mais variada e múltipla forma de discurso, para a qual, definitivamente, apenas o a arbitragem pode concluir por uma determinação firme. Com este procedimento começar uma ciência por sua definição, não é preciso expor a necessidade de seu objeto, e, portanto, da própria ciência.
O conceito de ciência pura e sua dedução são pressupostos no presente tratado, porquanto a Fenomenologia do espírito não é mais do que a dedução desse conceito. O saber absoluto é a verdade de todas as formas de consciência, porque, como resultado daquele seu desenvolvimento, somente no saber absoluto a separação entre o objeto e a certeza de si foi completamente resolvida. e a verdade foi equacionada com essa certeza, pois era igualada à verdade.
A ciência pura, portanto, pressupõe a libertação da oposição da consciência Ele contém pensamento, na medida em que isso é também a coisa em si, ou contém a coisa em si, na medida em que isso também é puro pensamento. Como ciência, a verdade é a consciência pura de si que se desenvolve e tem a forma de si mesma, isto é, que existente em si e se é um conceito consciente, mas que o conceito como tal é o que existe em si mesmo e para si
. Este pensamento objetivo constitui assim o conteúdo da ciência pura. Em consequência está longe de ser formal e de estar desprovido do material necessário para o conhecimento real e verdadeiro, que apenas o seu conteúdo é a verdade absoluta, ou, se alguém quiser defender ainda da palavra matéria, é a verdadeira questão; mas um assunto cuja forma não é algo exterior, porque essa matéria é um pensamento bastante puro e, portanto, a forma absoluta. De acordo com essa lógica, tem que ser concebido como o sistema da razão pura, como o reino do pensamento puro. Este reino é a verdade como é em si e em si mesmo, sem embrulhar. É por isso pode afirmam-se que dito conteúdo é a representação de Deus, como é em seu ser eterno, antes da criação de natureza e espírito finito.
Anaxágoras é celebrado como o primeiro a afirmar que o Nus, o pensamento, é o princípio do mundo e que a essência do mundo deve ser determinada como pensamento. Assim, ele estabeleceu as bases de uma visão intelectual do universo, cuja forma pura deve ser a logica.
Não é uma questão de pensar em algo, que existe por si só como base, fora do pensamento; não se trata de formas, que apenas fornecem sinais simples de verdade; mas as formas necessárias e determinações próprias do pensamento são a suprema verdade em si. Para que isso seja entendido pelo menos na representação, devemos deixar de lado opinião de que a verdade deveria ser algo palpável. Essa palpabilidade é introduzida, por exemplo, mesmo nas ideias platônicas, que são encontradas no pensamento de Deus, como se fossem coisas existente, mas localizado em outro mundo ou região, fora do qual seria o mundo da realidade, que teria uma substancialidade diferente daquela daquelas ideias, e somente para isto diferença seria real. A ideia platônica não é senão a universal, ou, mais precisamente, a conceito do objeto. A realidade de algo é apenas em seu conceito; na medida em que é diferente da sua conceito, deixa de ser real e se torna nulo. Seu aspecto de palpabilidade e seu ser sensível fora de si pertencem a esse lado negativo. Por outro lado, é possível referir-se às representações típico da lógica usual; admite-se, de fato, que as definições, por exemplo, não contêm determinações que são apresentadas apenas no assunto que reconhece, mas contém as determinações de objeto, constitutivo de sua natureza mais própria e essencial. Ou, ao começar de algum determinações dadas e outras deduzidas, admite-se que o que é deduzido não é algo estranho e estranho ao objeto, mas sim pertence a ele por si mesmo, isto é, a este pensamento corresponde ao ser. Em geral, a utilização das formas do conceito, do julgamento, da dedução, do definição, de divisão, etc., baseia-se no fato de que elas não são formas simples de pensamento autoconsciência, mas também formas de intelecto objetivo. "Pensar" é uma expressão que se aplica com preferência à consciência a determinação contida nela. Mas, quando é dito que eles existem no intelecto e razão do mundo objetivo, que espírito e natureza têm leis universais, de acordo que suas vidas e modificações são feitas, é aceito que as determinações do pensamento têm também valor objetivo e existência. Na verdade, a filosofia crítica já transformou a metafísica em lógica, mas, como já foi lembrado, que o idealismo posterior deu determinações lógicas, por medo do objeto, um significado essencialmente subjetivo; por este meio, essas determinações foram, por sua vez, afetadas pela objeto, que eles evitavam; e permaneceu neles como um além, uma coisa em si e um obstáculo infinito. Mas a liberação da consciência com respeito à oposição, a liberação que a ciência deveria ser capaz de pressupõe, eleva as determinações do pensamento acima dessas visões temerosas e incompletos, e requer o seu exame, como eles são em si, sem tal limitação e Veja, isto é, como o racional lógico e puro. Kant, por outro lado, aprecia a lógica, isto é, o conjunto de determinações e princípios que, no sentido habitual é chamado de lógica, como feliz, por ter conseguido, antes dos outras ciências, como um acabamento precoce. Desde que a lógica de Aristóteles não recuou, Ele avançou um passo; o último ocorreu porque, de acordo com todas as aparências, parece terminado e completo Mas se desde Aristóteles na lógica não houve modificações - em efeito, as modificações, como se vê se os compêndios modernos de lógica forem observados, consistem em muitas vezes apenas em eliminações, isso leva à conclusão de que essa ciência precisa com maior razão, um retrabalho total; como um trabalho do espírito continuou, durante 2000 anos, deve ter lhe dado uma maior consciência de seu pensamento e sua essência pura em si mesma. A comparação entre as maneiras pelas quais o espírito do mundo prático e religioso e o espírito da ciência em qualquer tipo de consciência, real ou ideal, e a maneira pela qual a lógica é encontrada, que é a consciência da essência pura da espírito, mostram diferenças muito grandes para que não resulte em evidência imediata, mesmo para o observação mais superficial, que esta última consciência não é de todo desproporcional disse elevações e indigno deles. Na realidade, a necessidade de transformação da lógica. Por causa da forma e conteúdo com que a lógica é apresentada em livros de ensino, pode-se dizer que caiu em desdém. Um carrega com ele ainda, mais para a sensação de que você não pode fazer sem uma lógica em geral e pelo habitual apego à tradição de sua importância, ainda persistente, que por convicção de que sua tinha ordinário e seu trabalho com essas formas vazias tem valor ou utilidade. As extensões que o agregado de material psicológico lhe proporcionou por muito tempo, pedagógicas e até fisiológicas, eram quase universalmente reconhecidas como deformações. Grande parte dessas observações, leis e regras psicológicas, pedagógicas e fisiológicas per se e por si só, sejam eles na lógica, ou em outro lugar, eles devem olhar muito insípido e trivial. Além disso, regras como, por exemplo, aquela que afirma que o que é lido em os livros ou você ouvir em voz alta devem ser meditados e submetidos à investigação; ou que, quando não parece bom, você tem que usar óculos para ajudar os olhos - regras que expõem os livros de ensino na chamada lógica aplicada, e que são divididos seriamente em parágrafos, como se com eles verdade, eles devem parecer supérfluos para todos, com exceção do autor ou do professor, que eles se encontram em dificuldade porque não sabem como estender o conteúdo da lógica, que é de outra forma é tão curto e morto(2).
Com relação a este conteúdo, a razão pela qual é tão desprovida de espírito Suas determinações são inamovíveis em sua solidez e só se relacionam umas com as outras em um extrínseco Como, no julgamento e dedução, as operações são reduzidas principalmente no lado quantitativo das determinações baseadas nele, tudo é baseado em um diferença externa, numa comparação pura; e se torna um procedimento totalmente analítico e em um cálculo carente de conceito. A derivação das chamadas regras e leis, especialmente aquelas de silogização, não vale muito mais do que os testes feitos com varas de comprimento desigual, a fim de classificá-los e juntá-los de acordo com seu tamanho ou que o jogo das crianças, em que o recomposição de caixas previamente recortadas, reunindo os recortes apropriadamente. É por isso e não sem razão este modo de pensar foi igualado com cálculo matemático, e este cálculo foi igualado a maneira similar de pensar. Na aritmética, os números são considerados como falta de conceito, algo que, exceto a sua igualdade ou desigualdade, isto é, exceto suas relações extrínsecas, não tem qualquer significado; isso é que nem em si mesmo, nem em seus relacionamentos Isso constitui um pensamento. Quando mecanicamente calcula-se que três quartos, multiplicados por dois terços, resultam em um meio, esta operação contém tanto ou tão pouco pensamento como aquele de calcular se um ou outro tipo de silogismo para vivificar através do espírito este esqueleto morto da lógica até dar substância e conteúdo, é necessário que seu método seja tal, que somente por meio dele a lógica seja capaz de constituir una ciência pura. No estado em que se encontra a lógica, mal se reconhecem nela traços do método científico. Aproximadamente possui a forma de una ciência experimental. Para o que devem ser as ciências experimentais, elas encontraram da melhor maneira possível seu método particular, que consiste em definir e classificar seu assunto. Também a matemática pura possui seu método adequado a seus objetos abstratos, e à determinação quantitativa, que é a única na que ela os considera. Já no prefacio da Fenomenologia do Espírito exprimi o essencial sobre este método e em geral de tudo subordinado ao elemento científico, que pode conter a matemática; mas o assunto será examinado detidamente na lógica. Espinoza, Wolff e outros se deixaram fascinar pela ideia de aplicar referido método à filosofia, e converter o processo extrínseco da quantidade carente de conceito no processo do conceito; o que em si e para si é contradição. Até agora a filosofia não encontrou ainda seu método; contemplava com inveja o edifício sistemático da matemática cujos métodos tomava de empréstimo, como dissemos, ou utilizava os métodos pertencentes às ciências, que são uma mistura de assuntos dados, proposições experimentais e pensamentos; ou às vezes recorria também ao expediente de recusar com veemência todo método. Entretanto, a expressão daquele que somente pode ser o verdadeiro método da ciência filosófica, pertence ao tratado da lógica; efetivamente, o método é a consciência relativa à forma do automovimento interior de seu conteúdo. Na Fenomenologia do Espírito apresentei um exemplo deste método aplicado a um objeto mais concreto, isto é, à consciência(3) . Há aqui formas da consciência, cada uma das quais na sua realização, se dissolve de um vez a si mesma. e tem por resultado sua própria negação, passando de tal modo a uma forma superior. A única maneira de alcançar o progresso científico— e cuja simplíssima inteligência merece nossa essencial preocupação- é o reconhecimento da proposição lógica, que afirma o negativo é ao mesmo tempo positivo, o que o contraditório não se resolve num zero, em um nada abstrato, senão somente essencialmente na negação de seu conteúdo particular; quer dizer, que tal negação, não é qualquer negação, senão a negação daquela coisa determinada, que se resolve, e por isso é una negação determinada. Consequentemente no resultado está contido essencialmente aquilo do qual é resultado; o que é uma tautologia, porque de outro modo seria um imediato, não um resultado. Ao mesmo tempo em que a resultante, isto é, a negação, é uma negação determinada, tem um conteúdo. É um novo conceito, porém um conceito superior, mais rico do que o precedente; porque se enriqueceu com a negação do referido conceito precedente ou seja com seu contrario; consequentemente o contem, porém contem algo mais do que ele, e é a unidade de si mesmo e de seu contrário. Por este procedimento se forma, em geral, o sistema dos conceitos, e se completa por um curso incessante, puro, sem introduzir nada do exterior. Como eu poderia supor que o método que sigo neste sistema da lógica —ou, melhor dizendo, que este sistema segue em si — não seja suscetível de um maior aperfeiçoamento, de um maior refinamento em seus pormenores? Porem ao mesmo tempo eu sei que este método é o único verdadeiro. Isto é evidente por si mesmo, porque este método em nada é diferente de seu objeto e conteúdo, pois é o conteúdo em si, a dialética que o conteúdo abriga em si, que o empurra para frente. Está claro, que nenhuma exposição se possa considerar científica, se não seguir o curso deste método, e se não se adaptasse a seu ritmo simples, pois este é o curso da coisa.
De acordo com este método faço presente que as divisões e títulos dos livros, secções e capítulos, que esta obra apresenta e as explicações que se referem a eles somente têm o propósito de permitir uma visão prévia e que seu valor real é somente histórico. Não pertencem ao conteúdo e corpo da ciência, são uma ordem da reflexão extrínseca, que já percorreu todo o conjunto da elaboração, e que portanto conhece de antemão a sucessão de seus momentos e os expõe, antes que se apresentem por meio da coisa. Nas demais ciências igualmente ditas determinações e divisões prévias são em si nada mais que tais declarações extrínsecas; porém tampouco dentro da ciência se elevam acima deste caráter. Na lógica por exemplo, se afirma: '`a lógica tem duas partes principais, a doutrina elementar e a metodologia". Então, na doutrina elementar se encontra apenas o título. "Leis do pensamento"; a seguir: Primeiro capítulo: "Dos conceitos". Então: Primeira secção: "Da clareza dos conceitos", etc.
. Estas determinações e divisões, estabelecidas sem dedução nem justificativa alguma, formam o núcleo sistemático e o nexo completo destas ciências. Uma lógica pelo estilo considera seu dever o dizer quais os conceitos e as verdades tem de ser deduzidos dos princípios; mas no que chama método, nem por interpretação pensa numa dedução. O ordenamento consiste em algo assim como agrupar o análogo, antepor o mais simples ao composto, e outras considerações extrínsecas. Porém, no tocante ao necessário nexo interior se limita ao índice das determinações dos capítulos, e a passagem de um ponto ao outro se efetua somente porque agora se afirma: Segundo capítulo; ou melhor: interessa-nos agora tratar os juízos, e outras expressões similares
. Assim também os títulos e as divisões, que se apresentam neste sistema, não devem ter por si mesmos mais significação que a de constituir um índice do conteúdo. Também a necessidade de um nexo e a imanente geração das diferenças devem encontrar-se no tratamento do argumento, pois tudo isto pertence à própria determinação progressista do conceito.
Aquilo por meio do qual o conceito se empurra em frente por si mesmo, é o negativo, já mencionado, que contem em si; este é o verdadeiro elemento dialético. A dialética, que foi considerada como una parte separada da lógica e que, a respeito de seu fim e de seu ponto de vista, pode se afirmar foram desconhecida absolutamente, obtém deste modo uma posição completamente diferente. Igualmente a dialética platónica, no próprio Parménides e também, se o desconsideramos, mais diretamente noutros lugares, tem somente, por um lado, a intenção de resolver e refutar por si mesma as afirmações limitadas, porém, por outro, obtém em geral, como resultado, o nada. Comumente se conceitua a dialética como um procedimento extrínseco e negativo, que não pertence à própria coisa, que tem seu fundamento na simples vaidade, como una mania subjetiva de fazer balançar e desagregar o permanente e verdadeiro, ou pelo menos que conduz à vaidade do objeto tratado dialeticamente.
Kant elevou muito mais a dialética —e isto constitui um de seus maiores méritos — ao retirar-lhe toda a aparência de ato arbitrário, que tinha segundo a representação comum, e a apresentou como una operação necessária da razão. Quando se entendia a dialética somente como uma arte de criar espelhismos e despertar ilusões, se havia suposto simplesmente que ela desempenhava um jogo de cena falso e que toda sua força se fundamentava somente no ocultamento da fraude; que seus resultados eram maliciosos e de aparência subjetiva. Evidentemente as exposições dialéticas de Kant, nas antinomias da razão pura, não merecem muitos elogios, quando se as examina cuidadosamente, como o faremos com mais amplitude na sequência deste trabalho; mas a ideia geral, que ele pôs como fundamento e valorizou, é a objetividade da aparência, e a necessidade da contradição, que pertence à natureza das determinações do pensamento. Primeiramente isto acontece, é verdade, enquanto estas determinações são aplicadas pela razão às coisas em si; porém justamente o que elas são na razão e com respeito ao que existe em si, constitui sua natureza.
Este resultado, compreendido por seu lado positivo, é a negatividade interior daquelas determinações, representa sua alma que se move por si mesma, e constitui em geral o principio de toda vitalidade natural e espiritual. Porém, ao deter-se somente no lado abstrato e negativo do dialético, o resultado é simplesmente a afirmação conhecida de que a razão é incapaz de reconhecer o infinito; estranho resultado, enquanto que, quando o infinito é o racional, se diga que a razão é incapaz de conhecer o racional.
O especulativo está neste momento dialético, tal como se admite aqui, e na concepção, que dele resulta, dos contrários em sua unidade, ou seja do positivo no negativo. É o aspecto mais importante, e também o más difícil para o pensamento mesmo não exercitado nem livre. Se o pensamento está também ocupado em desprender-se das representações concretas, sensíveis e do raciocínio, primeiramente deve exercitar-se no pensamento abstrato, em assegurar os conceitos em seu carácter determinado, e em aprender a conhecer por meio destes. Uma exposição da lógica realizada com este propósito teria de limitar-se, com relação a seu método, às divisões já mencionadas, e ao que se refere às particularidades do conteúdo, às determinações que dão nos conceitos particulares, sem entrar no terreno dialético. Por sua forma exterior seria semelhante à exposição habitual que se faz desta ciência, porém se diferenciaria pelo seu conteúdo, e seria mesmo sempre de utilidade para exercitar o pensamento abstrato, se bem que não o pensamento especulativo. A lógica popularizada pelos ingredientes psicológicos e antropológicos nunca poderia alcançar este fim. Daria ao espírito a imagem de um conjunto ordenado metodicamente, mesmo não aparecendo nela a alma do edifício, quer dizer, o método, que vive no terreno dialético.
Com relação à cultura e às relações do individuo com a lógica, observo finalmente que esta ciência, como a gramática, se mostra de dois pontos de vista ou valores diferentes. É distinta a lógica para quem dá os primeiros passos para ela e para as ciências em geral, e para quem regressa a ela a partir das ciências. Quem começa a conhecer a gramática, encontra em suas formas e leis, abstrações estéreis, regras acidentais e em geral uma quantidade de determinações isoladas, cujo valor e importância aparentes somente estão no que encerra seu sentido imediato; o conhecimento não reconhece nelas a principio mais do que a elas mesmas. Quem ao contrario domina um idioma, e ao mesmo tempo sabe compara-lo com outros, pode aí chegar a sentir, na gramática de seu idioma, o espírito e a cultura de um povo; as mesmas regras e formas adquirem agora um valor completo e vivo. Através da gramática pode conhecer em geral a expressão do espírito, isto é, a lógica. Do mesmo modo quem dá os primeiros passos para a ciência, encontra na lógica, a principio, um sistema isolado de abstrações, que, limitado a si mesmo, não passa aos demais conhecimentos e ciências. Ao contrário, mantida contra a riqueza da representação do universo, contra o conteúdo aparentemente real das demais ciências, e face às promessas da ciência absoluta, de descobrir a essência desta riqueza, ou seja a natureza intima do espirito e do mundo, isto é, a verdade, a lógica em sua forma abstrata, na incolor e fria simplicidade de suas determinações puras, tem antes a aparência de manter qualquer outra coisa antes que esta promessa, e de permanecer sem conteúdo face àquela riqueza. O primeiro conhecimento que se adquire da lógica limita sua importância a ela mesma; seu conteúdo tem valor somente como possibilidade de una investigação isolada sobre as determinações do pensamento, face à qual as outras investigações científicas são por si mesmas uma matéria e conteúdo próprios, sobre quem o elemento lógico talvez tenha una influencia formal, uma influencia tal que precisamente atua melhor por si mesma, e pela qual a forma científica e seu estudo podem também, em caso de necessidade, ser omitidos. As demais ciências rejeitaram em seu conjunto, o método formal que as levava a consistir em uma sucessão de definições, axiomas, teoremas e suas demonstrações, etc.; a chamada lógica natural, em troca, se faz valer por si só nelas, e não utiliza nenhum conhecimento particular dirigido para o próprio pensamento. Porém a matéria o conteúdo destas ciências se mantêm por si mesmos totalmente independentes do elemento lógico, e se interessam mais ainda pelo sentido, o sentimento, e a representação e o interesse prático de qualquer espécie.
Deste modo, pois, a lógica deve se estudar num primeiro momento como algo que se compreende e se penetra, sem dúvida, porém cuja extensão, profundidade e maior importância posterior não se sabe medir no começo. Somente a partir do conhecimento mais profundo das outras ciências, o elemento lógico se eleva para o espírito subjetivo, não somente como o universal abstrato, mas como o universal que compreende em si a riqueza dos particulares; tal como ocorre com uma mesma sentença moral, que na boca de um rapazinho, ainda que a compreenda perfeitamente, não tem o significado e alcance que costuma ter no espirito de um homem maduro na vida, para quem expressa toda a força da substancia que contem. Do mesmo modo o aspecto lógico alcança a apreciação de seu valor somente quando é o resultado da experiência das ciências; se apresenta então ao espírito como a verdade universal, não como um conhecimento particular ao lado de outras matérias e realidades, mas como a essência de todos estes outros conteúdos. Mesmo no começo do estudo o elemento lógico não se apresenta ao espirito com tal força consciente, contudo o espirito não recebe por isso em menor grau em si mesmo a força procedente dele, que o guia em cada verdade. O sistema da lógica é o reino das sombras, o mundo das simples essências, libertas de todas as concretizações sensíveis. O estudo desta ciência, a permanência e o trabalho neste reino das sombras é a educação e disciplina absolutas da consciência. Ele introduz na consciência uma preocupação alheia relativa às intuições e os fins sensíveis, aos sentimentos, a inundação da representação objeto de puras opiniões.
Examinada pelo seu lado negativo, esta preocupação consiste em manter afastado do pensamento raciocinante e do arbítrio do acidental que consiste em deixar penetrar e valer estas ou aquelas razões opostas.
Porém, desta maneira o pensamento ganha principalmente em autosubsistencia e independência. Familiariza-se com o abstrato e ao avançar por meio de conceitos, sem substrato sensível, se converte na potencia inconsciente de receber a multiplicidade restante dos conhecimentos e as ciências em forma racional, de compreendê-los e retê-los em sua parte essencial, de despoja-los do extrínseco e desta maneira extrair deles o elemento lógico, ou, o que é o mesmo, de encher com o conteúdo de toda verdade os fundamentos abstratos do lógico, que havia adquirido anteriormente por meio do estudo, e dá-lhe o valor de um universal, que já não se acha como um particular ao lado de outro particular, mas que se estende sobre todos estes particulares e é sua essência, isto é, o verdadeiro absoluto.
O que foi dito sobre o conceito desta ciência e a direção em que é necessário procurar sua justificação, implica que a divisão geral é aqui apenas provisória e só pode ser dada porque o autor já conhece a ciência e, portanto, está em posição de expor com antecipação, do ponto de vista histórico, para quais as principais diferenças se determinará o conceito em seu desenvolvimento.
No entanto, pode-se tentar tornar inteligível em geral, anteriormente, o que é necessário para uma divisão, mesmo que para isso seja necessário recorrer a um procedimento metódico, cujo entendimento completo e justificação só podem ser alcançados na própria ciência. Primeiro de tudo, então, é preciso lembrar-se que aqui é assumido que a divisão deve estar ligada ao conceito, ou melhor, deve estar localizado nele. O conceito não é indeterminado, mas determinado em si mesmo; mas a divisão expressa de maneira desenvolvida essa sua determinação. Ela é seu juízo, mas não um juízo sobre qualquer objeto, tomado de fora, mas o ato de julgar, isto é, de determinar o conceito em si mesmo.
O caráter do retângulo, acutangulo, etc., bem como o do equilátero, etc., que são as determinações de acordo com as quais os triângulos são divididos, não estão na determinação do triângulo em si, ou seja, eles não estão no que é geralmente chamado de conceito do triângulo; assim como não eles estão incluídos no conceito de animal em geral ou no de mamífero, pássaro, etc., aquelas determinações de acordo com as quais o gênero animal é dividido em espécies de mamíferos, aves, etc. e aquelas pelas quais essas classes, por sua vez, são divididas em espécies sucessivas. Tais determinações foram tiradas de outra parte, isto é, da intuição empírica; eles são adicionados exterior a esses chamados conceitos. No modo filosófico de tratar a divisão, por outro lado, o conceito em si deve ser mostrado como a origem de suas determinações.
Mas o próprio conceito de lógica foi presumido na introdução como resultado de uma ciência que está além e, por essa razão, também é apresentada aqui como uma pressuposição. Em consequência lógica foi determinada como a ciência do pensamento puro, cujo princípio está no conhecimento puro, isto é, na unidade não abstrata, mas concreta e vital, na medida em que sabe superar a oposição, própria da consciência, entre um ser subjetivo, que existe para si, e um segundo sendo semelhante, mas objetivo; Além disso, ser é conhecido como um conceito puro em si mesmo, e o conceito puro como o verdadeiro ser. Consequentemente, estes são os dois momentos contidos no elemento lógico. Mas agora eles também são conhecidos como inseparáveis e não como se cada um também existisse por si só, como acontece na consciência; no entanto, porque um que são conhecidos ao mesmo tempo como diferentes (mas não existentes por si a unidade não é abstrata, morta, imóvel, mas concreta.
Ao mesmo tempo, a referida unidade converte o princípio lógico em um elemento, de modo que o desenvolvimento dessa diferença, que é igualmente nela, só é percebido dentro deste elemento. Como, como já foi dito, divisão é o juízo do conceito, isto é, a afirmação da determinação que é imanente e, portanto, da sua diferença, esse ato de afirmam ser concebida como uma nova dissolução dessa unidade concreta em suas determinações, como se devessem valer em sua existência por si mesmos; porque isso não seria mais que um retorno inútil ao ponto de vista anterior, isto é, ao antagonismo próprio da consciência, que antes desapareceu. Essa unidade permanece como o elemento e não deixa mais diferenciação da divisão e em geral do desenvolvimento. Então as determinações, que existiam anteriormente por si (no caminho para a verdade) como o subjetivo e o objetivo, ou como pensamento e ser, ou conceito e realidade - de acordo com a consideração com o que poderia ser determinado - estão agora em sua verdade, isto é, em sua unidade, degradada à situação das formas. Portanto, apesar de sua diferença, eles permanecem em si mesmos mesmo o conceito total, que é colocado na divisão apenas sob suas próprias determinações. Tal é o conceito total, que uma vez tem que ser considerado como um conceito existente, e outro como um conceito; no primeiro caso, é apenas um conceito em si, um conceito de realidade ou de ser; em o segundo é um conceito como tal, um conceito que existe por si só (como existe em geral, para formas concretas, no homem que pensa; e, em geral, também no animal sensível e na individualidade orgânica, embora, sem dúvida, não como um conceito consciente e menos ainda como conceito conhecido; mas apenas na natureza inorgânica é o próprio conceito). Consequentemente, a lógica seria dividida primeiro em lógica do conceito como sendo e do conceito como um conceito, ou - para usar as expressões usuais, embora sejam as mais indeterminados, e aqueles que, portanto, se prestam a múltiplas interpretações - na lógica objetiva e subjetiva.
No entanto, devido à existência do elemento fundamental constituído pela unidade do conceito em si, e a consequente inseparabilidade de suas determinações, eles são diferentes, ou seja, assim que o conceito é baseado em sua diferença, eles também devem ser assim menos em relação um ao outro. É, portanto, uma esfera de mediação, o conceito como um sistema de as determinações da reflexão, isto é, do ser que se torna o ser dentro de si do conceito, e que desta forma ainda não é afirmado como tal, mas que é ao mesmo tempo ligado ao ser imediato, como com algo que também é extrínseco. Esta é a doutrina da essência, que está no ponto médio entre a doutrina de ser e do conceito. Na divisão geral deste trabalho de lógica, esta doutrina foi colocada ainda sob a rubrica da lógica objetiva, porque, embora a essência já represente o interior, o caráter do sujeito deve ser expressamente reservado ao conceito.
Nos últimos tempos, Kant(4) se opôs a habitualmente chamada lógica, outra, isto é, uma lógica transcendental. O que tem sido chamado de lógico aqui objetivo, corresponderia em parte ao que a lógica transcendental está nele. Kant a distingue do que ele chama de lógica geral atribuindo-lhe a função: a) considerar os conceitos que se referem a priori aos objetos e, portanto, não desconsiderar todo o conteúdo do conhecimento objetivo, isto é, conter as regras do pensamento puro de um objeto; b) para mesmo tempo para voltar à origem do nosso conhecimento, na medida em que não ser atribuído a objetos. O interesse filosófico de Kant é orientado exclusivamente para este segundo lado Seu pensamento fundamental é reivindicar as categorias para o autoconsciência, entendida como o eu subjetivo. Através dessa determinação, sua concepção permanece dentro da consciência e da sua oposição, e, além do empírico sentimento e intuição, deixe alguma outra coisa sobreviver, que não é fundada e determinada pela pensar em autoconsciência, mas é uma coisa em si, algo estranho e extrínseco ao pensamento. No entanto, é fácil observar que tal abstração, que é a própria coisa, não é ela mesma mais do que um produto do pensamento, e precisamente apenas do pensamento que abstrai. Quando outros kantianos, referindo-se à determinação do objeto através do self, declararam que o atividade objetivadora do self deve ser considerada como uma atividade original e necessário da consciência, de modo que nesta atividade original ainda não há representação do eu (o que seria apenas uma consciência dessa consciência ou objetificação dessa mesma consciência), então esta atividade objetivadora, liberada da oposição da consciência, representa mais precisamente o que pode ser considerado no pensamento geral como tal.(5)
Mas tal atividade não deveria ser chamada mais consciência; a consciência contém em si a oposição entre o eu e seu objeto, que não é encontrado naquela atividade original. A denominação "consciência" dá a essa atividade a aparência de subjetividade ainda mais do que a expressão "pensamento", que aqui, no entanto, tem que ser entendido essencialmente no sentido absoluto do pensamento infinito, não afetado pela limitação da consciência, isto é, no sentido do pensamento como tal.
Como o interesse da filosofia kantiana foi orientado para o chamado transcendentalismo determinações do pensamento, a elaboração delas era estéril em si mesma; não foi objeto de consideração, nem o que eles são em si, sem a relação abstrata com o eu igual para tudo, nem a determinação de um contra o outro e as relações entre eles; portanto, o reconhecimento de sua natureza não foi estimulado, no mínimo, por essa filosofia. Respeito para isso, o único elemento interessante é apresentado na crítica das ideias. No entanto, para o Era necessário para o progresso da filosofia que o interesse do pensamento fosse orientado para a consideração do lado formal, que é do eu, da consciência como tal, isto é, para o consideração da relação abstrata entre um conhecimento subjetivo e um objeto; foi necessário que assim, o conhecimento da forma infinita, isto é, do conceito, foi introduzido. Mas, para poder para alcançar esse conhecimento, tivemos que abandonar essa determinação finita, na qual a forma é como eu, como consciência. A forma, assim apresentada em pensamento em toda a sua pureza, contém em si sua capacidade de se determinar, isto é, de se dar um conteúdo, e para dar a ele em sua necessidade, como um sistema de determinações do pensamento.
Assim, a lógica objetiva toma o lugar da velha metafísica, na medida em que representava o edifício científico sobre o universo, que deveria ser construído apenas através dos pensamentos. Se levarmos em consideração a última forma atingida por esta ciência em sua refinamento, primeiro veremos que a lógica objetiva substituiu diretamente a ontologia. Esta fazia parte dessa metafísica que era investigar a natureza do entidade em geral; e a entidade entende tanto o ser quanto a essência, para qual diferença nossa língua [alemã] preservou felizmente as diferentes expressões (Sein e Wesen).
Mas em segundo lugar, a lógica objetiva também inclui o resto da metafísica, enquanto tentava entender, junto com as formas puras de pensamento, os substratos particular, tomado, no início, da representação; isto é, a alma, o universo, Deus; e as determinações do pensamento constituíam o essencial do modo de considerar as coisas. Mas a lógica considera estas formas livres desses substratos, isto é, os sujeitos da representação, e considera a sua natureza e valor em si e para si. Isso foi omitido pela antiga metafísica e a merecida reprovação foi, portanto, atraída. de ter usado essas formas sem críticas, sem investigar anteriormente, se fossem capazes de constituem as determinações da coisa em si (de acordo com a expressão kantiana), ou melhor, do que racional, ou como eles tinham tal capacidade. Portanto, a lógica objetiva é a verdadeira crítica dessas formas, crítica que o considera de acordo com as formas abstratas do a priori em oposição ao a posteriori, mas que o considerar em si, em seu conteúdo particular. A lógica subjetiva é a lógica do conceito, isto é, da essência, que foi liberada de sua relação com um ser ou de sua aparência, e que em suas determinações não é mais exterior, mas sim é subjetivo, livre e independente, que se determina, ou melhor, é o próprio sujeito. Como o subjetivo traz consigo a interpretação equivocada de ser acidental e arbitrário, bem como, em geral, de serem as determinações que pertencem à forma de consciência, não é importante dar especial importância aqui à diferença entre o subjetivo e o objetivo, que será desenvolvido mais tarde mais de perto, na própria lógica.
Assim, a lógica é dividida essencialmente em lógica objetiva e subjetiva; mas, com mais exatidão, consiste em três partes: I. A lógica do Ser; II. A lógica da Essência; e III. A lógica do Conceito.
Notas de rodapé:
(1) Ding (coisa) e Denken (Pensamento) tem a mesma raiz em alemão. (n. do t.) (retornar ao texto)
(2) Nota da primeira edição. Uma nova elaboração, recentemente aparecida, desta ciência: Sistema da Lógica de FRÍES, recua ao fundamento antropológico. A superficialidade em si e para si de tais representações e opiniões em que se fundamenta e o modo como realizou me dispensam o trabalho de levar em conta esta publicação sem importância. (retornar ao texto)
(3) Mais adiante será aplicado também a outros objetos concretos e nas partes respectivas da filosofia. (retornar ao texto)
(4) Eu quero lembrar que neste trabalho frequentemente menciono a filosofia de Kant - que pode parecer para muitas pessoas supérfluo - porque este (apesar de sua determinação particular, bem como as diferentes partes de sua elaboração pode ser considerado como você desejar, neste trabalho, ou em outro lugar) é a base e o ponto de partida da mais moderna Filosofia alemã; Por essa razão, as objeções que podem ser feitas a ele não diminuem o mérito que ele tem. Existe outro motivo para levar isso em conta na lógica objetiva, e isso aprofunda alguns aspectos importantes e mais determinados da elemento lógico, enquanto exposições posteriores de filosofia lidam com pouco disso, e em parte elas se manifestam isso é apenas um desprezo rude - mas não impunidade. O filosofar tão difundido entre nós, não pode sair dos resultados Kantianos, isto é, que a razão não pode reconhecer qualquer valor verdadeiro, e que com relação à verdade absoluta existe referem-se à fé. Mas, o que em Kant é um resultado, serve como um começo imediato para esse filosofar, e com isso é cortado para se antecipadamente o caminho que leva à elaboração anterior, a partir da qual esse resultado deriva, e que é um conhecimento filosófico. A filosofia kantiana serve como um travesseiro para a preguiça do pensamento, que se acalma, afirmando que tudo já foi demonstrado e corrigido. Para o conhecimento e para um determinado conteúdo do pensamento, que não é encontrado neste apaziguamento estéril e árido, devemos, portanto, voltar-se para esse precedente elaboração. (retornar ao texto)
(5) Embora o termo "atividade objetivadora do eu" possa evocar outras produções do espírito, como as do fantasia, deve-se notar, que se fala da determinação de um objeto apenas na medida em que os momentos de sua o conteúdo não pertence ao sentimento ou à intuição. Tal objeto é um pensamento e para determinar isso significa primeiro para produzi-lo e então, assim que for uma suposição, ter novos pensamentos sobre ele e pensar em desenvolvê-lo ainda mais. (retornar ao texto)
Inclusão | 12/08/2018 |