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Foi ontem assinada uma importante escritura relativa ao projecto de Cabora Bassa. Também se encontram prontos, acordos de cooperação, só não tendo sido subscritos dadas as circunstâncias relativas à avalanche de tarefas que as festas da independência provocaram.
Foi um grande dia para Portugal, aquele em que pôde assistir à independência de um antigo território e à libertação de um povo. As forças que oprimiam Moçambique nos últimos 50 anos, foram as mesmas que oprimiam Portugal. Daí que haja, hoje, uma íntima ligação entre o que se passa em Portugal e o que se vive em Moçambique.
A luta da FRELIMO foi para se libertar do colonialismo. A luta do Movimento das Forças Armadas foi para se libertar dessa mesma ditadura colonialista e fascista, de Salazar e Caetano.
Ambos, Portugal e Moçambique, estamos interessados em consolidar e desenvolver a democracia política, económica e social em ambos os territórios. E há sinais práticos muito positivos, no sentido do estreitamento de relações de amizade e de ajuda.
As conversações com Samora Machel e com outros dirigentes têm sido da maior cordialidade e apontam no sentido a que me referi, com distinção absoluta entre o que foi o colonialismo português e o povo de Portugal.
Durante a cerimónia da Proclamação houve referências extremamente agradáveis para com o povo português e tiveram a gentileza de me chamar à varanda e de me apresentar à multidão, no mesmo plano de amizade que tiveram para com os representantes da Zâmbia e da Tanzânia, destacando o Primeiro Ministro de Portugal como um companheiro de luta — o que me sensibilizou muito.
Início da páginaAbriu o arquivo | 05/05/2014 |