(1934-1980): advogado e político português, fundador e líder do Partido Popular Democrático/Partido Social Democrata, e ainda Primeiro-Ministro de Portugal, durante cerca de onze meses, no ano de 1980.
Sá Carneiro começou a sua vida política na juventude da Ação Católica, sendo a sua primeira atividade cívica enviar uma carta a Marcelo Caetano a pedir o retorno de António Ferreira Gomes, o bispo do Porto exilado pró-democrata. Provavelmente, teve ligações a organizações católicas sindicalistas e ao Socialismo cristão em geral. Foi bastante influenciado pelo Personalismo católico e pelo Humanismo (em especial na sua versão cristã).
Sá Carneiro tentou adaptar as ideias sociais-democratas de Eduard Bernstein, Karl Kautsky e do SPD pós-1945 ao contexto cultural português e à sua sociedade tradicionalmente católica. O Programa Godesberg teve uma importante influência no seu pensamento social-democrata e tornou-se modelo para o seu partido, com o seu corte com o socialismo marxista.
Embora tivesse um partido anti-coletivista e anti-estatista com ênfase nos direitos pessoais e deveres, que foi responsável pela privatização dos setores industriais nacionalizados durante o período revolucionário, ele aumentou a despesa social durante o seu mandato, apoiou a Reforma agrária no Alentejo e ele tinha orgulho que o seu partido fosse adotado por trabalhadores e operários da classe média e da classe média-baixa e que o seu partido defendesse "a construção de uma sociedade socialista em liberdade". Devido a todas estas especificidades, Sá Carneiro chamou à ideologia do seu partido "Social-democracia portuguesa".