(1896-1981): Nasceu em Petrópolis (RJ); Militar, participou em 1922, do levante do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, que deu início ao ciclo de revoltas tenentistas contra o governo federal, que marcou a década de 20 no Brasil. Foi então ferido e preso, enquanto alguns de seus companheiros tombaram mortos na praia de Copacabana. No ano seguinte, foi posto em liberdade para aguardar seu julgamento. Antes, porém, que sua condenação fosse confirmada refugiou-se no interior do país. Em seguida, retomou a atividade conspirativa e participou da deflagração do levante tenentista ocorrido na capital paulista, em julho de 1924. Fez parte, então, do estado-maior do movimento e foi responsável pelo bombardeamento de quartéis e prédios públicos da cidade. Com formação na área de aviação militar, dirigia-se em missão aérea ao Rio de Janeiro quando, por motivos técnicos, seu avião foi obrigado a aterrissar, caindo em poder do inimigo. Conseguiu, porém, escapar e refugiou-se em casa de parentes, na capital federal. Na capital paulista, os revoltosos, após ocuparem a cidade por três semanas e sem condições de enfrentar o cerco das tropas legalistas, decidiram retirar-se para o interior do estado e, em seguida, dirigiram-se ao estado do Paraná, onde se juntaram a um outro grupo de revoltoso vindos do Rio Grande do Sul, liderados por Luís Carlos Prestes. Formou-se, então, a Coluna Prestes, que percorreria o interior do país por cerca de dois anos em campanha contra o governo federal. Eduardo Gomes dirigia-se ao sul do país para integrar-se às tropas de Prestes quando foi novamente preso. Foi solto somente em 1926, já no governo de Washington Luís. Na iminência de uma nova prisão, porém, refugiou-se no interior do país até 1929, quando apresentou-se às autoridades e foi preso. Permaneceu no cárcere até maio de 1930, quando foi libertado e se integrou imediatamente às conspirações que objetivavam a derrubada de Washington Luís pelas armas, após o fracasso eleitoral da Aliança Liberal. Encontrava-se em Barbacena (MG), quando o movimento de outubro foi deflagrado, participando das operações militares naquela cidade. Com o estabelecimento do novo regime, procurou não se envolver diretamente nas disputas políticas. Deu prioridade, então, à sua carreira militar, participando da criação e dirigindo o Correio Aéreo Militar. Em novembro de 1935, como comandante da 1º Regimento de Aviação, deu combate ao levante deflagrado contra o governo federal por setores da Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente anti-fascista e anti-imperialista, integrada por comunistas, socialistas e "tenentes" de esquerda. Em 1937, pediu exoneração do comando desse regimento por se opor à decretação do Estado Novo. Em 1941, após a criação do Ministério da Aeronáutica, foi promovido a brigadeiro e iniciou a construção de bases aéreas com apoio de recursos norte-americanos. Nesse contexto, cumpriu importante papel de ligação entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, na Segunda Guerra Mundial. No final do Estado Novo, passou a se articular com setores de oposição liberal, que lançaram seu nome às eleições presidenciais, marcadas para dezembro de 1945. Em torno de sua candidatura foi articulada a criação da União Democrática Nacional (UDN). Realizado o pleito presidencial, após acirrada campanha, acabou derrotado pelo general Eurico Dutra, que havia sido ministro da Guerra de Vargas e que recebeu o apoio das forças comprometidas com o Estado Novo. Em 1950, foi novamente lançado candidato à presidente da República pela UDN, sendo dessa vez derrotado pelo própio Vargas. Foi um dos líderes da campanha pelo afastamento de Vargas após o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, em agosto de 1954 e assumiu o ministério da Aeronáutica no governo de Café Filho (1954-1955). Sempre alinhado com a UDN, opôs-se a posse de Juscelino Kubitscheck na presiência da República argumentando que o candidato não havia obtido maioria absoluta no pleito realizado em 1955. Em 1964, já transferido para a reserva, esteve entre os articuladores do golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Em janeiro de 1965, voltou a chefiar o Ministério da Aeronáutica, permanecendo no cargo até março de 1967.