O Império de Havana

Enrique Cirules


Agradecimentos


capa

Quero expressar meu reconhecimento a Frank Guero Gómez, ex-diretor do jornal Bastión. Ele me estimulou a escrever este livro, publicando em duas edições dominicais, no final de 1989, uma série de artigos sobre o narcotráfico internacional em coparticipação com a licenciada Maria Mercedes Sánchez Dotres.

De posse de um conjunto de testemunhos orais importantes sobre a presença da Máfia norte-americana em Cuba, a tarefa mais difícil foi a verificação dessas fontes, através dos documentos da época, que pude fazer graças à direção do Arquivo Nacional de Cuba, de seus especialistas e empregados. Essa instituição emprestou-me valiosas bases documentais, e a licenciada Mayra Mena deu-me um auxílio precioso.

Também agradeço à direção da Biblioteca Nacional José Martí; à doutora Lucía Sandinas, por seu inestimável apoio no desenvolvimento da investigação; a Blas, custódio do desaparecido Arquivo de Seguridade Social, que pôs seus conhecimentos a meu serviço; e à licenciada Maria Mercedes Sánchez Dotres, minha valiosa colaboradora, não apenas durante o processo de investigação, como também na revisão final do projeto.

Mas, em um ato de extrema justiça, devo dizer que o estudo da Máfia norte-americana em Cuba tem um pai: o velho operário gastronômico Benigno Iglesias Trabadelo, que, na década de 60, escreveu a monografia El Pimero de Enero y el Hotel Deauville. Iglesias Trabadelo, nascido na Espanha em 1911, no nordeste das Astúrias, chegou ao porto de Havana em 1927, para iniciar uma longa peregrinação, como empregado de botequim, de bares e guia turístico. Em 1947, começou a trabalhar na rede de restaurantes e cabarés de Havana. Trabalhou numa cantina em Caracas (Venezuela) em 1950, para voltar e empregar-se no Cinódromo da Praia de Marianao, sendo um dos primeiros gastrônomos que trabalharam nos hotéis Habana e Deauville.

Ainda que Benigno tenha conhecido de maneira direta muitas das histórias relacionadas com os mais importantes mafiosos norte-americanos radicados em Cuba, sua monografia permaneceu inédita. Em 1990, fui visitá-lo e ele, além de oferecer-me seu apreciado testemunho, quis contribuir generosamente para a pesquisa, entregando-me seu trabalho.

Quero agradecer também os ensinamentos do jornalista Enrique de la Osa, por ser o reflexo de sua época e deixar montanhas de extraordinários testemunhos sobre os problemas sociais, morais e políticos da nação cubana, em artigos e crônicas publicados na seção “Em Cuba” da revista Bohemia.

Devo expressar também meu reconhecimento ao escritor Imeldo Alvarez, que me contou as histórias mais fascinantes sobre a deslumbrante Havana durante os anos 50, apresentando-me a dom Amadeo Barletta Barletta, a Amleto Battisti y Lora, a George Raft e a outros célebres personagens da Máfia e da política.

O doutor Helio Dutra introduziu-me no mundo artístico e social da época, e meu amigo Oscar Fernández Padilla deu seu testemunho sobre as forças que se opuseram aos grupos mafiosos de Havana. Fernández Padilla dirigiu o processo de reabilitação através do qual se incorporaram à sociedade cubana dezenas de milhares de prostitutas que exerceram essa profissão impelidas pela miséria.

Ofereceram também seus testemunhos ou foram consultados em algum momento:

O autor assumiu os testemunhos do grupo de operários gastronômicos que serviram de fonte para Iglesias Trabadelo: Lorenzo Sosa Martinez, Humberto Fernandez, Rafael Carballido, Bruno Rodriguez, Juan Rivera, Emilio Martinez Hernandèz, o trabalhador de bar Prieto e outros empregados de hotéis, cassinos e cabarés de Havana. O chinês Portella forneceu-nos referências importantes a partir de seu próprio testemunho e do que se conservou através da tradição oral.

Finalmente, desejo expressar minha gratidão a um grupo de pessoas dealers, de salão, de bar, ascensoristas, guardadores de carro, antigos motoristas ou empregados que tinham acesso às salas de jogo, quartos e escritórios de personalidades. Aos que preferiram ser testemunhos anônimos.

A senhora Celina Rios e a seu esposo Jorge, que me acolheram generosamente em sua casa nos meses finais (os mais difíceis), para a conclusão de O império de Havana.

O resto permanece também na minha memória.

E. C.

Cuba, 1984


Inclusão: 26/01/2017