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Não basta ter temperamento de revolucionário. Não basta estar pronto para combater nas barricadas e fazer o sacrifício de si mesmo. Isso é preciso, porém não basta. O que é ainda absolutamente preciso possuir são os métodos bolcheviques de luta, um heroísmo bolchevique.
(Dmitrov — Carta aos Schutzbundler austríacos).
Nenhuma provação pôs em evidencia e com maior brilho, do que a de Leipzig, o valor dos princípios da autodefesa, tais como Lênin os expôs em sua carta de 1905, tais como os grandes revolucionários da história os praticaram, revolucionários esses que souberam adaptá-los às circunstâncias politicas do local e da hora.
Esses princípios, que resumiremos em nossa conclusão, à luz dessa longa experiência e das recomendações do próprio Dmitrov, foram aplicados, a partir da vitória de Leipzig, por outros combatentes, cuja atitude, inspirada nesses grandes exemplos, se revelou, por sua vez, exemplar, e, por seu heroísmo, por sua lucidez, se afirmaram dignos discípulos e émulos de Dmitrov.
É certo, não podemos citá-los todos e não dissimulamos as lacunas deste livro: estas são graves, porém inevitáveis.
Absolutamente nada sobre os processos de Tom Mooney e de Harndon, nos Estados Unidos, absolutamente nada sobre os mártires da revolução chinesa, como Fan Tchi-Min.
Nem sequer há país em que os heróis da autodefesa revolucionária não tenham ilustrado a grande linhagem dimitroviana.
Mas, limitados como somos, tanto pelo caráter ainda insuficiente de nossa documentação sobre certos processos, quanto pelo quadro e pelas dimensões desta obra, vemo-nos obrigados, a contragosto, porém reduzindo ao mínimo o arbítrio que uma escolha sempre implica, a limitar nosso estudo aos exemplos que melhor conhecemos e nos parecem mais dignos de serem conhecidos e seguidos.