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A única frase no discurso de Thaelmann, do 24 de Julho, que parece ser uma justificação séria da reviravolta, é a seguinte:
«Pela utilização dos meios legais de uma acção parlamentar de massa, o plebiscito vermelho representa um passo em frente no sentido de uma mobilização extra-parlamentar de massas».
Se as palavras têm um sentido qualquer, isso quer dizer: nós tomamos como ponte de partida da nossa ofensiva revolucionária o voto parlamentar para derrubar pela via legal o governo da social democracia e dos partidos do centro ligados a ela, para, a seguir, derrubar pela pressão revolucionárias das massas o fascismo que tenta tornar-se o herdeiro da social democracia. Noutros termos, o referendo prussiano só joga um papel de trampolim para um salto revolucionário. Sim, como trampolim, o plebiscito seria inteiramente justificado. O facto que os fascistas votam ou não votem ao lado dos comunistas teria perdido todo o significado a partir do momento onde o proletariado, pela sua pressão, derrubaria os fascistas e tomaria o poder nas suas mãos. Pode-se utilizar como trampolim qualquer prancha, incluindo a prancha do referendo. Somente é preciso ter a possibilidade de fazer efectivamente o salto, não em palavras, mas realmente. O problema reduz-se portanto à relação de forças. Sair para a rua com a palavra de ordem: «Abaixo o governo Brüning-Braun!» quando, segundo a relação de forças, esse governo só pode ser substituído por um governo Hitler-Hugenberg é puro aventureirismo. A mesma palavra de ordem ganha todavia outro sentido se ela se torna uma introdução à luta imediata do próprio proletariado pelo o poder. No primeiro caso, os comunistas aparecerão aos olhos das massas como auxiliares da reacção; no segundo, a questão de saber como votaram os fascistas antes de serem esmagados pelo proletariado perderia todo os seu significado político.
Nós consideramos portanto a questão da conluio dos votos com os fascistas não um ponto de vista de um princípio abstracto qualquer, mas do ponto de vista da luta das classes reais pelo poder e da relação de forças no dado estádio da luta.
| Inclusão | 14/05/2017 |