A Revolução em Ruptura
Textos Históricos da Revolução II

Organização e introdução de Orlando Neves


Assembleia do MFA (26/5/75)
Apoio a Vasco Gonçalves


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A Assembleia abriu com uma breve exposição feita pelo Presidente da República, que focou as repercussões que estão tendo na opinião pública portuguesa e, especialmente, na opinião pública internacional, os últimos acontecimentos políticos em Portugal, devidos, na maior parte, ao seu intencional e desproporcionado empolamento.

Foram ainda relatados à Assembleia, pelo almirante Pinheiro de Azevedo, as impressões sobre a reunião de alto nível da N. A. T. O., em que participou. Salientou que a delegação portuguesa não foi sujeita a qualquer tipo de pressão que tivesse como causa a posição política interna.

O major Vítor Alves fez um relato da situação política em! Timor, aonde se deslocou em missão definida pela Comissão Nacional de Descolonização. Integrada nesse relato, fez ainda breve exposição sobre a situação política no Extremo Oriente.

Por ter sido julgado conveniente alterar a ordem dos trabalhos anteriormente fixada, passou-se à discussão do seu ponto n.º 4 — Consolidação da Aliança Povo-M.F.A. Foi aprovada na generalidade uma proposta do Gabinete de Dinamização do Exército, a desenvolver por um grupo de trabalho, no sentido de reforçar a Aliança Povo-M.F.A. através da ligação da estrutura do M.F.A. às organizações populares. Estas organizações entendem-se sob uma. perspectiva unitária, tendente a superar quaisquer divergências partidárias e a garantir uma sequência correcta do processo revolucionário, tendo em conta que não se pretendem marginalizar as organizações de massas já existentes no País.

Na parte da tarde, abrangendo os pontos n.ºs 2 e 3 da agenda, os trabalhos foram retomados com a análise da actual crise política. Após esclarecimentos prestados por membros do Conselho da Revolução e de intervenções dos delegados foi aprovada pela1 assembleia uma recomendação, para orientação do Conselho da Revolução, no sentido de, com firmeza, se proceder à mais rápida resolução da crise aberta, transmitindo e fazendo sentir aos dirigentes do Partido Socialista o teor geral das críticas que a assembleia manifestou pela sua não comparência nos últimos Conselhos de Ministros.

Foi aprovada, por unanimidade e por aclamação, uma moção apresentada pela Comissão Nacional de Sargentos dos três ramos das Forças Armadas, em que se considera, nas suas linhas gerais, que o M.F.A., para dinamizar e acompanhar a realização das directivas política dimanadas do Conselho da Revolução e da sua Assembleia de Delegados, necessita da presença, nos níveis mais elevados do Executivo, de elementos cuja consciência política, prestígio e dedicação à causa revolucionária sejam inequívocos. Nesse sentido, a Assembleia, afirmando serem as funções de primeiro-ministro de fundamental importância dentro do Movimento das Forças Armadas, reiterou, uma vez mais, o seu apoio ao brigadeiro Vasco Gonçalves no desempenho daquelas funções.

continua>>>
Inclusão 30/04/2019