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Nascido no Rio de Janeiro, em 1952, Ivan Alves Filho é historiador, diplomado pela Universidade Paris-VIII e pós-graduado pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Foi aluno de Maurice Godelier e Pierre Villar.
É autor de 12 livros, entre os quais Memorial dos Palmares, Brasil, 500 anos em documentos (apresentado pelo arquiteto Oscar Niemeyer), Cozinha brasileira (com recheio de História) e Velho Chico mineiro (obra prefaciada pelo ex-presidente da República, Itamar Franco). Participou de oito outros livros de caráter coletivo, um dos quais editado pela Unesco, em Portugal. Lançou, em 1998, juntamente com o historiador Nelson Werneck Sodré, o livro Tudo é política, o último trabalho desse respeitado cientista social.
Ivan tem cerca de 40 ensaios e artigos históricos publicados em importantes revistas brasileiras, como Encontros com a Civilização Brasileira, Ecologia e Desenvolvimento e Política Democrática. E tem prontos três novos livros. Várias obras suas foram adotadas oficialmente em cursos e currículos de História e Sociologia em universidades brasileiras e estrangeiras — notadamente na Alemanha, Itália, França e na Polônia. A Universidade de Varsóvia, por exemplo, adotou, em 2010, o livro Brasil, 500 anos em documentos em seu curso sobre África de expressão portuguesa, Américas, e Espanha e Portugal, em seleção que incorporou em sua bibliografia pouco mais de 20 obras do mundo inteiro, entre as quais trabalhos de Celso Furtado, Edward Said, Ruy Castro e Raymond Williams.
Entre 1988 e 2012, concedeu dezenas de entrevistas sobre o seu trabalho a diversos órgãos da imprensa brasileira e, mesmo, internacional. Seus livros vêm sendo resenhados e comentados pelas principais publicações do Brasil desde a segunda metade dos anos 80 do século passado. Entre elas poderíamos citar o Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo, o Jornal do Brasil, O Globo, Gazeta Mercantil, Zero Hora, e as revistas Senhor, Época e Isto É. Publicações do exterior, como o prestigiado Le Monde Diplomatique, noticiaram obras suas. Muitos de seus livros estão catalogados em grandes bibliotecas internacionais (Lisboa, Bogotá, Paris, Washington, Torino etc.) e alguns deles foram, inclusive, roteirizados para cinema e documentários (caso de Memorial dos Palmares e Aparecida Azedo — Uma pintura de conto de fadas). Fora isso, nomes conceituados da cultura brasileira e internacional contemporâneas — e podemos citar o poeta Ferreira Gullar, o arquiteto Oscar Niemeyer, o historiador norte-americano Stuart Schwarz e a antropóloga Berta Ribeiro — fizeram referências a seus livros e ensaios. Diversas publicações acadêmicas estrangeiras citam trabalhos seus e isso de países tão diversos quanto México, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Madagascar Turquia, Polônia e Grã-Bretanha.
Exercendo o jornalismo desde a primeira metade dos anos 70, Ivan Alves Filho trabalhou e colaborou em cerca de duas dezenas de publicações brasileiras, entre as quais a revista de economia Banas (correspondente em Paris, em 1974 e 1975), a revista cultural Módulo (correspondente em Paris, entre 1977 e 1982; dirigida por Oscar Niemeyer), os Cadernos do Terceiro Mundo e o Almanaque Brasil (que formulou, em 1992). Editou, entre 1984 e 1993, o Guia do Terceiro Mundo, posteriormente intitulado Guia do Mundo, publicação lançada em português, espanhol e inglês. E, entre 1984 e 1985, foi editor dos suplementos culturais do Jornal do País, do Rio de Janeiro. Foi, ainda, diretor-adjunto da publicação Brasil Mais, editada no Rio de Janeiro, entre 1996 e 1997 Ao longo de sua carreira, entrevistou e/ou conviveu na Europa com personalidades como o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o psiquiatra Tony Lainé e o fotógrafo Henri Cartier-Bresson.
O autor lecionou História e Economia Política e proferiu conferências históricas em várias cidades do Brasil e do exterior (notadamente no Colóquio Internacional sobre Escravidão, convocado pela Unesco, em Évora, Portugal, em dezembro de 2001).
Em diferentes momentos, atuou como pesquisador associado de órgãos como o Centro de Memória da Associação Brasileira de Imprensa (1984-1985), o Centro de Memória Social Brasileira, da Universidade Cândido Mendes (1985-1986), o Núcleo de Pesquisas sobre o Índio Brasileiro, da Universidade Estadual de São Paulo (1988-1989), o Comitê Português do projeto Unesco “A Rota do escravo” (1999-2001) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (2001).
Como documentarista, dirigiu, entre outros filmes, entre 2005 e 2011, O vermelho e o negro (sobre o historiador Joel Rufino dos Santos); Memórias do cinema (sobre Nelson Pereira dos Santos); A casa de Astrojildo (sobre o intelectual revolucionário Astrojildo Pereira); A democracia como meio e fim (sobre o dirigente político Armênio Guedes); Morrer se preciso for (sobre o antropólogo Mércio Gomes); O Partido do samba (sobre o jornalista e historiador Sérgio Cabral); A necessidade da arte (sobre o filósofo Leandro Konder); O construtor de sonhos (sobre Oscar Niemeyer); A luta poética (sobre Ferreira Gullar); Nada além da liberdade (sobre Antônio Ribeiro Granja); e Zuleika Alambert — Uma mulher na História.
Dirigiu e apresentou, ainda, vários programas de cultura brasileira em emissoras de rádio (respectivamente em 1985-1986; 2002-2003 e 2005/2006). Manteve, entre março de 2000 e maio de 2010, uma coluna no jornal carioca Terceiro Tempo, no qual também foi editor de um suplemento cultural. Atualmente (2012), coordena o projeto de pesquisa Brasileiros e militantes (desde julho de 2003), para a Fundação Astrojildo Pereira, de Brasília. É, ainda, editor do portal da referida Fundação desde março de 2007 e membro do Diretório Nacional do PPS.
Inclusão | 16/08/2019 |