Querida Família |
"Na prisão e no exílio, esta juventude não perdeu a esperança e a lucidez. Prova disso é a brasileira Flávia Schilling, autora das cartas que se seguem. O vendaval político que sacudiu o Brasil em 31 de marco de 1964, obrigou o pai de Flávia, o político, economista e jornalista Paulo Schilling, a buscar asilo no então democrático Uruguai. Junto com a mãe e três irmãs, Flávia seguiu-o no exílio. Contava então dez anos de idade. No exílio cresceu, estudou e se tomou jovem. Não seria decerto jovem e não seria brasileira se permanecesse indiferente ao drama do país em que comia o seu pão. Enquanto toda a geração a que pertencia se lançava à luta, não podia se deixar encerrada no seu casulo individual. A causa da liberdade não tem pátria e Flávia fez como Tom Paine na Revolução Francesa. Lafayette na Revolução Americana, Bolivar nas Guerras da Independência. Garibaldi na Guerra dos Farrapos. Generosamente, combateu pela liberdade, lado a lado com seus irmãos uruguaios. Não praticou nenhuma violência, nenhum crime. Deve constituir motivo de orgulho para todos os brasileiros..."(de Estas Cartas) |
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Sumário |
Estas Cartas |
Esperança e Lucidez |
Flávia Schilling, por seu pai |
Parte 1 — Hospital |
Parte 2 — Presídio |
Parte 3 — Aniversário |
Parte 4 — Desespero |
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