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Camaradas!
Em nome da Direcção da Organização Regional das Beiras do Partido Comunista Português saúdo todos os camaradas e amigos presentes neste primeiro Congresso do nosso Partido depois de 48 anos de luta nas mais duras condições de clandestinidade.
Camaradas!
Um Congresso é sempre, em qualquer Partido marxista- -leninista, um acontecimento da maior importância. É onde normalmente se ratifica a acção desenvolvida pelo Partido e se projecta o trabalho futuro.
Porém, nas condições actuais do nosso país e do nosso Partido, a realização deste Congresso tem um significado mais amplo: ele é, sem sombra de dúvida, um reflexo das novas condições criadas com o 25 de Abril e das lutas travadas até aqui pela consolidação do processo democrático então empreendido, como representa, igualmente e mais uma vez, a resposta pronta aos acontecimentos e às modificações introduzidas na situação política de um Partido que faz do marxismo-leninismo um guia para a acção. Ele é, ainda, nas condições particulares do nosso país, mais uma demonstração de força, de organização, de implantação nas massas e do poder criador do nosso Partido, o Partido da classe operária e das massas trabalhadoras portuguesas, o grande Partido da resistência ao fascismo e da construção de uma, sociedade socialista.
Camaradas!
Com as alterações introduzidas na situação política impunham-se algumas alterações aos dois documentos básicos do Partido: o Programa e os Estatutos. No âmbito da Direcção da Organização Regional das Beiras, à semelhança do que foi feito em todas as outras organizações do Partido, foi levada a cabo uma ampla consulta e discussão dos projectos de alterações, e algumas emendas foram propostas e a devido tempo entregues ao Comité Central. No fundamental, essas emendas procuraram precisar mais algumas ideias de fundo apontadas no projecto, já que o essencial das emendas introduzidas e a plataforma para a acção imediata (capítulo II do Programa) mereceram a aprovação da organização do Partido que está sob a responsabilidade desta Direcção Regional.
Acentuámos, particularmente, que o capítulo II do Programa constitui um precioso guia para a acção e para a prática nas grandes batalhas em que toda a Organização do Partido estará empenhada com vista à criação das condições essenciais que levem à eleição de uma Assembleia Constituinte escolhida pelo próprio Povo.
Está escrito no capítulo II do Programa que «as eleições para a Assembleia Constituinte deverão ser realizadas de forma a traduzir com verdade e fidelidade a vontade do Povo Português». Ora, para que esta grande meta de facto se cumpra, toma-se necessário que a luta contra o poder dos monopólios, pela consolidação das liberdades, para o apressamento e concretização do processo de descolonização, se intensifique e seja levada a cabo com a participação de cada vez mais amplas camadas populares.
Das medidas apontadas no capítulo II queremos salientar que, tal como lá se afirma, também para nós a luta contra o poder dos monopólios e a grande opção que se tem de fazer no desenvolvimento da economia portuguesa tem particular significado. Efectivamente, perdida que foi para os monopólios a hegemonia do Poder Político com o derrubamento do Estado fascista e com as conquistas que entretanto se foram consolidando e alargando pela intervenção conjunta do Movimento Popular com o Movimento das Forças Armadas, seria um grave idealismo pensar que os monopólios se conformariam e adaptariam pacificamente à nova situação. Não! Os monopólios ainda não deram verdadeiramente a resposta às pesadas derrotas que têm vindo a sofrer no plano político. Para a sua reacção amanhã, a curto ou a médio prazo, temos que nos preparar juntamente com as outras forças democráticas, reforçando continuamente a aliança com o Movimento das Forças Armadas.
Por isso consideramos de extrema importância todas as medidas que no plano económico venham consolidar as grandes vitórias populares e democráticas alcançadas.
Camaradas!
Expressamos, por último, a nossa profunda convicção de que a realização deste Congresso representará um importante factor de reforço da coesão e da unidade dos comunistas portugueses e do seu Partido e a certeza de que os documentos aqui aprovados ajudarão a construir um Partido maior, mais forte e mais coeso para as duras batalhas que os comunistas têm de travar juntamente com as outras forças democráticas. Consideramos, ainda, que numa complexa situação política, como a que actualmente se vive em Portugal, os documentos aqui hoje aprovados clarificarão as etapas a percorrer, demarcarão as principais frentes de luta e serão, por isso, um precioso guia para a acção de todos os militantes e organizações do Partido.
Viva a unidade da classe operária!
Viva a aliança do Movimento Popular de massas com o Movimento das Forças Armadas!
Viva a aliança de todas as forças democráticas!
Viva o internacionalismo proletário!
Viva o Partido Comunista Português!