Crimes israelenses contra os palestinianos condenados em Lisboa

José Saramago

7 de setembro de 2004


Primeira Edição: Moção aprovada por aclamação em 07/Set/04, na Casa do Alentejo, em Lisboa. A Mesa do Encontro, presidida pelo Prémio Nobel de Literatura, JOSÉ SARAMAGO e tendo como oradora a escritora e poetisa palestiniana HANAN AWWAD, compreendia ainda os seguintes membros : AQUILINO RIBEIRO MACHADO, engenheiro, ex-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa; FREI BENTO DOMINGUES, Sacerdote Dominicano; CARLOS CARVALHO, Secretário da CGTP; ISSAM BESSEISSO, Embaixador da Autoridade Palestiniana; JOÃO CUNHA SERRA, engenheiro, Presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação; JORGE CADIMA, Professor Universitário (UTL); SILAS CERQUEIRA, Investigador e Docente Universitário (CEA Univ. do Porto).

Fonte: http://resistir.info

Transcrição e HTML: Fernando Araújo.


Os 200 participantes do Encontro de Informação sobre a Actual Situação na Palestina (*), realizado em Lisboa no dia 7 de Setembro de 2004, sob a presidência do escritor José Saramago e com a escritora e poetisa palestiniana Hanan Awwad como oradora, depois de terem ouvido o seu testemunho caracterizado pela autenticidade e profundidade:

1- Manifestam a maior preocupação pela tragédia que vive o Povo Palestiniano nos territórios que Israel ocupa há décadas, com o apoio dos sectores mais conservadores dos EUA. Nos últimos anos, "processo de paz " após "processo de Paz" a situação dos palestinianos não só não melhora, como cada vez se torna pior. É o que sucede agora com o "Road Map", o "Roteiro para a Paz", o qual -- após grandes concessões da Autoridade Palestiniana -- aprovado e "garantido" pelo Conselho de Segurança e o "Quarteto" (EUA, UE, Rússia, ONU) continua sem ter a mínima implementação. Pelo contrário, Sharon reforça a ocupação da Margem Ocidental do Jordão — através de colonatos e do "Muro" já condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça de Haia — acenando ao mesmo tempo com uma retirada unilateral da Faixa de Gaza, que transformará este território numa quase prisão para milhão e meio de palestinianos condenados à fome. A ocupação israelense continuada, sem limites e sem fim, viola os direitos do Povo Palestiniano à auto-determinação e independência, agrava a crise económica e humanitária, a tensão e o clima de guerra no Médio Oriente, a violência com tremendos custos humanos.  São destruídas sistematicamente as casas e as culturas dos palestinianos, que contam dezenas de milhares de feridos e milhares de mortos, enquanto simultaneamente se registam também em Israel numerosos e sucessivos casos de vítimas inocentes.

2. Num Médio Oriente cada vez mais marcado pela guerra e a ocupação estrangeira, está em perigo a sobrevivência do Povo Palestiniano como povo. Assim, os participantes no encontro de 7 de Setembro de 2004 em Lisboa:


Inclusão: 08/11/2021