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Primeira Edição: Política Operária nº 99, Mar-Abril 2005
Fonte: Francisco Martins Rodrigues Escritos de uma vida
Transcrição: Ana Barradas
HTML: Fernando Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Waking up from our nightmare. The 9/11/01 crimes in New York City, Don Paul e Jim Hoffman. I/R San Francisco, 2004.
O catastrófico ataque do 11 de Setembro 2001 às Twin Towers tem dado lugar a uma abundante literatura em que não faltam especulações e suspeitas de envolvimento dos serviços secretos de Washington nos acontecimentos. Que uma catástrofe deste tipo convinha naquele momento ao círculo dos próximos de Bush, para justificar o desencadeamento da “guerra infinita”, é hoje claro; aliás, os próprios ideólogos do PNAC (Projecto para um Novo Século Americano) o tinham confessado meses antes, ao escrever que, para conseguir apoio da opinião pública à ofensiva militar programada, seria necessário que surgisse “algum acontecimento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor”. O 11 de Setembro surgiu como por encomenda.
E o certo é que, por muito prevenidos que estejamos contra certas interpretações conspiratórias dos acontecimentos, a análise feita neste livrinho deixa no ar interrogações que não podem ser ignoradas. Apoiando-se em cálculos técnicos, relatórios oficiais, fotografias e diagramas, os autores contestam a tese oficial de que a desintegração das torres teria sido provocada pelo efeito combinado do impacto dos aviões e das temperaturas elevadíssimas causadas pelo combustível incendiado. Eis algumas das incongruências apontadas: a teoria de que os pisos em fogo se teriam precipitado sobre os imediatamente inferiores, gerando um efeito “dominó”, omite que as torres se apoiavam em núcleos centrais em aço, ultra-reforçados para resistir a terramotos; para o aço das estruturas se derreter, como foi afirmado, teria sido necessária uma temperatura superiora 1500º; ora, o combustível de avião em caso algum pode provocar temperaturas superiores a 825°; grandes incêndios ocorridos em dois arranha-céus, em Los Angeles, em 1988, e em Filadélfia, em 1991, deixaram intacta a estrutura de aço, apesar de terem durado várias horas; as torres explodiram e colapsaram subitamente, uma 102 minutos depois do impacto, a outra 56 minutos depois, quando os bombeiros no interior comunicavam haver focos de incêndio localizados; após as explosões, as torres afundaram-se na vertical em menos de 16 segundos e grande parte dos materiais que as constituíam desapareceram em milhões de fragmentos e nuvens de poeiras, o que só se explica por uma acção de implosão.
Para os autores, a demolição das torres foi provocada deliberadamente quando decorriam as operações de socorro às vítimas. E adiantam que a acção teria sido comandada a partir de uma torre vizinha, pertencente ao complexo do World Trade Center, a WTC 7, onde o mayor Giulliani tinha instalado o Centro de Comando de Emergência da cidade de Nova Iorque. Embora situada a 100 metros das Twin Towers e apenas atingida com pequenos detritos em fogo, causadores de dois pequenos incêndios, a WTC 7 desintegrou-se misteriosamente nessa tarde de 11 de Setembro, afundando-se em 7 segundos — prova de que também teria sido implodida para eliminar os sinais de toda a operação. O que foi ao mesmo tempo um bom negócio: apenas dois meses depois da tragédia, o Wall Street Journal noticiava que os proprietários das torres, Silverstein Properties, Blackstone Group, General Motors e Bank of América, além de ficarem a dispor de um valiosíssimo espaço para construção, iriam receber 861 milhões de dólares do seguro.
Conclusão dos autores: os atentados de 11 de Setembro contra as Twin Towers tiveram consequências muito mais devastadoras do que esperariam os comandos suicidas porque aos interesses dos que procuravam um pretexto para o começo da “guerra ao terrorismo” se somou a busca de lucros milionários por parte dos grupos financeiros proprietários do complexo.
Inclusão | 21/08/2019 |