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Primeira Edição: Política Operária, nº 78, Jan-Fev 2001
Fonte: Francisco Martins Rodrigues Escritos de uma vida
Transcrição: Ana Barradas
HTML: Fernando Araújo.
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Perplexidade e mesmo algum alarme causaram à direita os recentes sinais de aproximação do PS ao PCP e BE. Observam com razão os analistas que as reformas que o “Pais” (pseudónimo do Capital) exige para a saúde, a justiça, a educação, os impostos, a administração pública, etc., implicam alianças do PS à sua direita, não à sua esquerda. O que é lógico, já que se trata de desmantelar serviços públicos e dar novas oportunidades aos investidores — enfim, proceder à “revolução económica” exigida pela convergência comunitária.
Mas isso, Guterres sabe-o melhor que ninguém. O mais certo é estar a fazer uma das suas rábulas de sacristia: exibe na praça pública o namoro à esquerda, faz aprovar com os votos do PC e BE alguns diplomas marginais (como a formação profissional, o apoio aos toxicodependentes ou as uniões de facto) e depois, para equilibrar, acerta com o PSD e o PP o sumo, as reformas de fundo.
A esquerda parlamentar terá que decidir se vai fornecer a Guterres o aval de esquerda de que este precisa para as grandes reformas de direita.
Inclusão | 26/08/2019 |