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As notícias do destino do Harvey Birch, assim como da presença do cruzador Nashville no porto de Southampton, chegaram a Nova York em 29 de novembro, mas não parecem ter causado o espetáculo sensacionalista que se esperava em certos círculos — ao menos era o que temia o outro lado, aquele contrário à guerra. Desta vez, uma onda se chocou a outra onda. Nova York já estava agitada em função das primárias das eleições para prefeito em 3 de dezembro. O enviado do Times em Washington, Russell, que gasta seu talento celta fazendo de conta que é inglês, fingiu ser acometido por uma surpresa desdenhosa ante essa turbulência das eleições para prefeito. Russell, é claro, lisonjeia o delírio do Cockney londrino de que uma eleição para prefeito em Nova York é a mesma bobagem antiquada que uma eleição para prefeito em Londres. Um senhor prefeito de Londres é conhecido por não ter nada que fazer na maior parte de Londres. Ele é o regente da cidade apenas de nome, uma criatura do reino das fábulas que tenta provar sua existência servindo boas sopas de tartaruga em suas festas e maus julgamentos acerca de abusos policiais. Um senhor prefeito de Londres é um estadista apenas na fantasia de um escritor parisiense de faits divers e vaudeville.
O prefeito de Nova York, por outro lado, detém um poder real. No início do movimento secessionista, o prefeito anterior, o notório Fernando Wood, estava prestes a proclamar Nova York como uma república urbana independente, obviamente de acordo com a de Jefferson Davis. Seu plano falhou devido à energia do Partido Republicano da Empire City.(1)
Em 27 de novembro, Karl Sumner do Massachusetts, membro do Senado dos Estados Unidos (onde foi insultado por um senador sulista na época do caso do Kansas com golpes de bengala), fez uma brilhante palestra perante um público numeroso no Cooper Institute, discorrendo sobre as origens e forças motrizes da rebelião dos escravagistas. Ao final de sua fala, a reunião tomou a seguinte decisão:
“A doutrina redigida pelo general Frémont sobre a emancipação dos escravos dos rebeldes, assim como as declarações posteriores do general Burnside, do senador Wilson, de Georg Bancroft (o famoso historiador), do coronel Cochrane e do Simon Cameron — segundo as quais a eventual erradicação da escravidão foi implicada como causa da rebelião — expressam uma necessidade moral, política e militar [por detrás da abolição]. De acordo com o juízo dessa reunião, o espírito público do Norte agora é bastante solidário com qualquer plano prático que eventualmente for proposto para erradicar esse mal nacional, e considera essa como a única saída consequente para este embate entre civilização e barbárie”.
A respeito do discurso de Sumner, o New-York Tribune observa:
“A alusão de Sumner aos futuros debates no Congresso acerca da questão escravista suscita a esperança de que esse órgão finalmente entenderá onde de fato se encontra as fraquezas do Sul e onde se encontra a força do Norte. Que ele recorra às medidas decisivas pelas quais a rebelião possa ser suprimida logo e de uma vez por todas”.
[...].(2)
Notas:
(1) Alcunha dada a Nova York. (retornar ao texto)
(2) O restante do artigo lida com a política exterior espanhola e mexicana. Por fugir de nosso tema, foi suprimido nesta tradução. (retornar ao texto)
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