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Primeira Edição: Publicado pela primeira vez em Le Socialiste, nº 79, de 26 de março de 1892.
Fonte: Que Cem Flores Desabrochem! Que Cem Escolas Rivalizem!
Tradução: Cem Flores - Traduzido de: MARX, Karl e ENGELS, Frederick. Collected Works, vol. 27. Moscou/Nova York: Progress Publishers/International Publishers, 1990, pg. 275-6.
HTML: Fernando Araújo.
Londres, 17 de março de 1892
Cidadãos e cidadãs,
Vinte e um anos atrás, na data de hoje, o povo de Paris levantou a bandeira vermelha, desafiando tanto a tricolor francesa tremulando sobre Versalhes quanto a tricolor alemã tremulando sobre os fortes ocupados pelos prussianos.
A bandeira vermelha significava o proletariado de Paris se elevando a uma altura da qual tanto conquistadores quanto conquistados desapareciam.
O que constitui a grandeza histórica da Comuna é o seu caráter eminentemente internacional. É o ousado desafio que ela fez a qualquer sentimento de chauvinismo burguês. O proletariado de todos os países não estava enganado. Deixe que os burgueses celebrem seu 14 de julho e seu 22 de setembro. O feriado do proletariado, em toda a parte e para sempre, será o 18 de março.
Daí as calúnias vis que a vil burguesia amontoou sobre a tumba da Comuna. Mas daí também a Associação Internacional de Trabalhadores, que sozinha ousou se identificar desde o primeiro dia com a Paris insurgente e, até o último dia e desde então, com os proletários derrotados. É verdade que onde a Comuna sucumbiu, a Internacional não foi capaz de sobreviver: ao grito de “Aos Comunardos!” ela foi esmagada de um lado a outro da Europa.
Pois bem! Vinte e um anos se passaram desde a retomada dos canhões da colina de Monmartre. As crianças nascidas em 1871 atingiram agora sua maioridade, e graças à estupidez das classes dominantes, eles agora são soldados, aprendendo a manejar armas, a arte de se organizar e se defender a si mesmos, de armas na mão. A Comuna que eles alegam ter matado, a Internacional que eles imaginam ter apagado para sempre, estão aqui no nosso meio, vivas e vinte vezes mais poderosas que em 1871. Aqueles que responderam ao nosso chamado cresceram de centenas para milhares e de milhares para milhões. A união do proletariado mundial, que a Primeira Internacional foi capaz de prever e preparar, é hoje uma realidade. E mais, os filhos dos soldados prussianos que ocuparam os fortes que cercavam a Paris da Comuna em 1871 estão hoje lutando aos milhões na linha de frente, lado a lado com os filhos dos Comunardos, pela completa e duradoura libertação da classe trabalhadora.
Vida longa à Comuna!
Viva a Revolução Social Internacional!
Fred. Engels