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Secretário - Geral (SG) do Partido Comunista Francês (PCF) entre 1972-1994 e deputado à Assembleia nacional entre 1973-1997.
Nascido em La Hoguette, na região de Calvados (França), em 1920, era filho único, de um operário de uma pedreira e de uma viúva de guerra que se voltou a casar. Aos 20 anos George Marchais torna-se mecânico na fábrica de aeronáutica Voisin. Em dezembro de 1942 irá trabalhar na Alemanha, nas fábricas de aviões de guerra Messerschmitt, em Augsburgo, ao abrigo da lei de requisição, promulgada pelo governo francês de Vichy. Mais tarde, este facto seria usado como arma política para tentar desacreditar Marchais.
Após o seu regresso da Alemanha, entra em actividades sindicais na área metalúrgica, pela CGT. Faz-se membro do PCF a partir de 1947, por influência de um camarada católico praticante. Torna-se fiel seguidor do então SG, Maurice Thorez e junto com a sua influência nos sindicatos metalúrgicos vai ascendendo no Partido.
A partir de 1956, o PCF sofre um declínio, a que não deverá ser alheia a apresentação pública do relatório de Kruschov, a propósito do período estalinista e Thorez começa a sentir-se ameaçado na sua liderança. Marchais, beneficiará com o afastamento de elementos pró-Kruschov, entrando para o Bureau Político e substituindo o afastado Marcel Servin.
Falecido Thorez em 1964, o novo SG do PCF é Waldeck Rochet, perante o qual Marchais se mantém leal apoiante. No “Maio de 1968”, George Marchais, sai em defesa dos estudantes e dos operários, reprimidos pela polícia, criticando ao mesmo tempo os “falsos revolucionários” do “Movimento 22 de Março”. Publicamente, cala-se em relação aos desenvolvimentos da “Primavera de Praga”, mas internamente critica a intervenção soviética na Checoslováquia.
Em 1970, com o agravamento do estado de saúde de W. Rochet, torna-se SG adjunto do PCF. É com este cargo que vai conduzir a delegação comunista para um “Programa Comum” de governo com o Partido Socialista (PS) e com os “Radicais de Esquerda”.
Em 1972, ascende finalmente ao cargo de SG do PCF. Continua com a ideia do “Programa Comum” à esquerda, começa a afastar-se de Moscovo e constituí com os homólogos do PC Italiano, Enrico Berlinguer e com o do PC de Espanha, Santiago Carrillo, um novo polo do comunismo internacional, conhecido como “Eurocomunismo”.
Em 1976, o PCF renuncia ao conceito de ditadura do proletariado. Em 1979, naquilo que é visto como uma reaproximação a Moscovo, apoia a intervenção soviética no Afeganistão e faz um balanço “globalmente positivo da URSS”, o que provoca polémica em França.
Com a eleição de François Mitterrand, em 1981, o PCF recebe quatro pastas no governo francês, mas sem a presença pessoal de Marchais. No entanto, esta participação torna-se um “presente envenenado”, uma vez que o PCF fica refém do governo a que pertence. A limitação da sua liberdade de contestação tem relevância no “voto de protesto” que começa a ir para outros quadrantes políticos.
Em queda contínua, nas votações, o PCF tem uma grave quebra com a dissolução da URSS e das democracias populares leste-europeias, em 1991.
Em 1994, cede o lugar a Robert Hue no cargo de SG do PCF, embora se mantenha no Bureau Político. Torna-se presidente do Comité do PCF para a Defesa dos Direitos e das Liberdades na França e no Mundo.
Doente do coração acaba por falecer a 16 de Novembro de 1997, num hospital de Paris. O funeral foi ao som do álbum de Miles Davis, “Bitches Brew” num cemitério de Champigny-sur-Marne, a SE de Paris.
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