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Primeira Edição: ....
Fonte: Biblioteca Maoista
Tradução: Eduardo Vasco
HTML: Fernando Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
1. Há pouco conhecimento até o mais alto nível; quem aí está situado não compreende a opinião das massas; não investigam nem estudam; não captam a política concreta; não realizam trabalho ideológico nem político; estão divorciados da realidade, das massas e da direção do Partido; constantemente dão ordens, e essas ordens geralmente são errôneas; certamente conduzem mal o país e o povo; por qualquer motivo criam obstáculos à adesão consistente ao Partido, à sua linha e à sua política, e são incapazes de lidar com o povo.
2. São presunçosos, satisfeitos de si e discutem política sem nenhum propósito. Não entendem seu trabalho; são subjetivamente unilaterais, descuidados; não escutam o povo e são truculentos e arbitrários; forçam as ordens; não prestam atenção na realidade; mantêm um controle cego. Essa é a burocracia autoritária.
3. Esses sujeitos estão muito ocupados da manhã à noite; trabalham o ano inteiro; não examinam o povo nem investigam os assuntos; não estudam política; não confiam nas massas; não preparam suas declarações nem planejam seu trabalho. Assim é a burocracia sem cérebro e desorientada. Em outras palavras, esta é a displicência.
4. Sua atitude burocrática é imensa; não podem ter nenhuma direção; são egoístas; batem seus gongos para iluminar seu caminho; fazem com que o povo os tema só de olhar para sua cara; cometem todo o tipo de abusos contra o povo; seu estilo de trabalho é vasto; não tratam o povo igualitariamente. Essa é a burocracia dos super senhores.
5. São ignorantes; têm vergonha de perguntar qualquer coisa, são exagerados e mentem, são falsos até não poder mais; atribuem os erros aos demais, mas os méritos a si mesmos; enganam e defraudam o governo central; mentem a seus superiores e burlam os seus subordinados; ocultam as faltas e atenuam os equívocos. Essa é a burocracia sem honra.
6. Não entendem de política; não executam seu trabalho; passam sua tarefa aos demais; não enfrentam suas responsabilidades; persistem; deixam as coisas de lado; são irracionais; perdem sua sagacidade e sua capacidade de atenção. É a burocracia irresponsável.
7. São negligentes com as coisas; subsistem como melhor podem; não têm responsabilidade perante o povo; invariavelmente cometem equívocos; se oferecem respeitosamente aos seus superiores e se mostram indiferentes aos seus subordinados; são cuidadosos em todos os aspectos; são escorregadios como enguias. Essa é a burocracia daqueles que trabalham como funcionários e ganham a vida assim.
8. Não aprendem completamente a política; não progridem em seu trabalho; sua maneira de falar é insossa, sem graça; não têm orientação em sua forma de dirigir; descuidam de suas obrigações, mas cobram seu salário; fazem as coisas para cobrir as aparências. Os preguiçosos (por exemplo, os latifundiários) não fazem nada, salvo se concentrar principalmente em sua própria ociosidade; aqueles que trabalham duramente são virtuosos e não operam como funcionários, recebem maus-tratos. Essa é a burocracia falaz e sem talento.
9. São estúpidos e confusos e incapazes de pensar por si mesmos; são pútridos sensualistas; atracam-se sem se saciar; precisam muito de diligência e são inconstantes e ignorantes. Assim é a burocracia estúpida e inútil.
10. Querem que outros leiam documentos; os demais leem enquanto eles dormem; criticam as coisas sem reparar nelas; criticam os erros e culpam outros, pois eles não têm nada a ver com os erros; não discutem os assuntos, mas os deixam de lado e não prestam atenção a eles; são pessoas de “sim, senhor” para seus superiores; pretendem, sem conseguí-lo, compreender quem se encontra em posição inferior à sua; gesticulam; reservam seus desacordos com quem está no mesmo nível que eles. Essa é a burocracia preguiçosa.
11. Os escritórios do governo crescem cada vez mais; as coisas se tornam cada vez mais confusas; o número de funcionários é maior do que o de empregos; esses sujeitos marcham em círculos; repreendem e disputam; não se mostram propícios a trabalhar mais que o estritamente obrigatório; tampouco cumprem suas tarefas concretas. Essa é a burocracia dos escritórios do governo.
12. Enchem de documentos e abusam da papelagem; proliferam as instruções; há numerosos relatórios não lidos que não são criticados; são preparadas muitas tabelas e gráficos dos que ninguém faz caso; as reuniões são numerosas e delas não sai nada, existem muitas associações íntimas mas nada se aprende. Essa é a burocracia da papelagem e do formalismo.
13. Buscam o prazer e evitam os aborrecimentos; se comprometem em tratados furtivos; uma pessoa chega a funcionário e toda a sua família é beneficiada; uma pessoas alcança o nirvana e todos os seus íntimos ascedem aos céus; celebram-se festas e reuniões e trocam-se presentes... Essa é a burocracia dos seletos, dos excepcionais.
14. Quando mais ascende um funcionário pior se torna seu caráter, suas exigências para se manter são cada vez maiores; sua casa e seus móveis são cada vez mais luxuosos; e sua possibilidade de obter coisas é maior a cada dia. Os estratos superiores obtêm a porção maior, enquanto que os inferiores obtêm os mais altos preços; há extravagância e desperdício; o superior e o inferior, a direita e a esquerda levantam as mãos. Essa é a burocracia dos que se dão ares de funcionários.
15. São egoístas e satisfazem seus apetites particulares com os meios públicos; ocorrem furtos e se produzem especulações; quanto mais devoram, mais anseiam, e nunca cedem e muito menos retrocedem. É a burocracia egoísta.
16. Lutam entre si pelo poder e o dinheiro; tendem suas mãos ao Partido: querem fama e fortuna, anseiam por cargos e, se não os obtêm, não ficam satisfeitos; preferem ser gordos a serem magros e prestam grande atenção aos salários; portam-se agradavelmente com seus camaradas se chega a ocasião, mas não se ocupam em absoluto das massas. É a burocracia que luta pelo poder e o dinheiro.
17. Uma direção plural não pode funcionar unida armoniosamente; seus integrantes trabalham em muitas direções e seu trabalho se transforma em um caos; cada um trata de deslocar o outro; a cabeça se divorcia da base, não há centralização nem existe democracia. Essa é a burocracia desunida.
18. Não há organização; dá-se emprego a amigos pessoais; empreende-se o facciosismo; mantêm-se relações de índole feudal; formam-se quadrilhas para conseguir a satisfação de interesses particulares; uns protegem outros; o indivíduo está colocado acima de qualquer outra coisa; esses funcionários de enfeite prejudicam as massas. É a burocracia sectária.
19. Sua vontade revolucionária é frágil; sua política degenerou e mudou seu caráter; trabalham como se estivessem altamente qualificados. Dão a si próprios ares de funcionários; não exercitam suas mentes nem suas mãos. Comem até se saciar todos os dias; evitam facilmente o trabalho duro; chamam o médico sem estar doentes; excurcionam até a costa do mar ou à montanha; fazem as coisas superficialmente; preocupam-se com os interesses pessoais, mas não se interessam minimamente pelas questões nacionais. Essa é a burocracia degenerada.
20. Fomentam tendências errôneas e o espírito reacionário. Tratam com pessoas más e toleram situações nocivas; cometem atos ilegais e transgridem as leis; dedicam-se à especulação. Constituem uma ameaça contra o Partido e contra o Estado; suprimem a democracia; lutam e tomam vingança; violam leis e regulamentos; protegem o mau. Não distinguem entre o inimigo e os nossos. Essa é a burocracia das tendências errôneas e da reação.
Inclusão | 12/11/2018 |