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1. Agora que a colheita de Outono chegou, os órgãos dirigentes das nossas bases de apoio devem chamar as organizações do Partido e do governo, em todos os escalões, a controlar a aplicação da nossa política de redução das rendas. Neste ano impõe-se reduzir as rendas por toda a parte onde isso ainda não tenha sido feito seriamente, e sem qualquer exceção; há que realizar inteiramente esse trabalho por toda a parte onde não tenha sido realizado a fundo. Os comitês do Partido devem formular imediatamente diretivas conformes à política agrária do Comitê Central e tendo em conta a situação local; devem inspecionar pessoalmente umas tantas aldeias, a fim de buscar aí os casos-tipo para promover o trabalho nos demais pontos. Ao mesmo tempo, a imprensa deve publicar editoriais sobre a redução das rendas, bem como reportagens sobre as experiências modelares nesse domínio. Como a redução das rendas é uma luta de massas realizada pelos camponeses, o Partido, com as suas diretivas, e o governo, com os seus decretos, devem guiar e ajudar a luta das massas em vez de conceder-lhes tal redução como um favor. Conceder como um favor a redução das rendas, em vez de pôr em jogo a iniciativa das massas para que a realizem, constitui um erro, não pode produzir resultados sólidos. É no desenrolar dessa luta que se devem criar organizações camponesas ou reorganizar as já existentes. A posição do governo deve ser esta: executar o decreto sobre a redução das rendas e ajustar os interesses dos senhores de terras e dos rendeiros. Presentemente, como as bases de apoio se reduziram, a tarefa do nosso Partido, que é ganhar aí as massas inteiramente, por meio de trabalho minucioso e consciencioso, e compartilhar a sorte destas tanto nos bons como nos maus momentos, reveste uma importância imediata ainda mais urgente que ao longo dos seis anos que acabam de transcorrer. Se neste Outono conseguirmos verificar em que medida a política de redução das rendas foi aplicada e chegarmos a realizá-la integralmente, ficaremos capazes de pôr em jogo a iniciativa das massas camponesas e ser-nos-á possível, no próximo ano, intensificar a luta contra o inimigo e dar novo impulso à campanha de produção.
2. A maioria dos quadros nas nossas bases de apoio situadas por trás das linhas inimigas não sabe ainda conquistar, para vasta atividade de produção, o pessoal dos organismos do Partido e do governo, as tropas e as massas populares (homens e mulheres, velhos e jovens, militares e civis, pessoal do setor público e privado, em suma, todos sem excepção). Neste Outono e Inverno, os comitês do Partido, o governo e o exército devem, em cada base de apoio, preparar-se bem, de modo a estarem aptos a lançar no ano próximo uma vasta campanha de produção, em que cada um se lançará ao trabalho de superar as dificuldades com os nossos próprios esforços (a palavra de ordem de “assegurar amplamente vestuário e alimentos” não deve ser avançada já, excepto na região fronteiriça Xensi-Cansu-Ninsia); esse movimento englobará, no setor público e no privado, tanto a agricultura, como a indústria, o artesanato, os transportes, a pecuária e o comércio, recaindo no entanto a principal atenção sobre a agricultura. Há que prever um plano para cada lar, organizar a entreajuda no trabalho (por exemplo “equipas de troca de trabalho”(1), como se dizia no norte do Xensi, e “equipas de trabalho” ou “grupos de entreajuda no trabalho”, como se dizia antes, nas regiões vermelhas do Quiansi), recompensar os heróis do trabalho, organizar a emulação na produção e promover cooperativas para servir as massas. No domínio das finanças e da economia, o pessoal dos organismos do Partido e do governo nos distritos e circunscrições, deve consagrar noventa por cento das suas energias a ajudar os camponeses a aumentarem a respetiva produção, e apenas dez por cento a cobrar a estes os impostos. Se se trabalha duro na primeira tarefa, a segunda é coisa fácil. Nas condições atuais da guerra, os organismos, escolas e unidades do exército devem lançar-se ativamente no cultivo de hortas, criação de porcos, corte de lenha e fabrico de carvão de madeira; devem desenvolver o artesanato e produzir uma parte dos cereais. Ao mesmo tempo que se favorecerá a expansão da produção coletiva em cada unidade, grande ou pequena, encorajar-se-á cada indivíduo (excepto no exército) a dedicar um tanto do tempo livre à agricultura e ao artesanato (não ao comércio), passando o rendimento daí obtido a pertencer-lhe exclusivamente. Há que organizar, em vários pontos, cursos de sete a dez dias sobre cultura hortícola e criação de porcos e estabelecer cursos de idêntica duração a fim de os cozinheiros saberem melhorar a alimentação comum. Em todas as organizações do Partido, do governo e do exército, será necessário aplicar um regime de estrita economia, lutar contra o desperdício e banir a menor corrupção. Os dirigentes das organizações do Partido, governo e exército, em todos os escalões, assim como os das escolas, devem aprender perfeitamente a arte de dirigir as massas na produção. Não é bom dirigente quem não estuda seriamente os problemas da produção. Não é bom combatente nem bom cidadão o militar ou civil que não se ocupe seriamente da produção, estando apenas pronto a comer e não a trabalhar. Nas aldeias, os comunistas que não estão desligados da produção devem compreender que uma das condições para servir de modelo para as massas é trabalhar bem no aumento da produção. Estão erradas as seguintes concepções:
Nas circunstâncias atuais, a chave do desenvolvimento da produção é a organização da força de trabalho. Em cada base de apoio, mesmo nas condições atuais da guerra, é possível e até indispensável organizar, para a produção, a força de trabalho das dezenas de milhares de indivíduos nas organizações do Partido, governo e exército, e das centenas de milhares de indivíduos que formam a população (organizar, segundo os princípios de participação voluntária e troca de valores iguais, todos os que entre a população têm capacidade de trabalho plena ou parcial, adotando nomeadamente as formas seguintes: plano para cada lar, “equipas de troca de trabalho”, “equipas de transporte”, “grupos de entreajuda”, cooperativas). Os comunistas devem assimilar todos os princípios e métodos de organização da força de trabalho. A aplicação geral e integral, neste ano, da política de redução das rendas, nas nossas bases de apoio, estimulará no próximo ano o desenvolvimento duma produção em grande escala. A grande campanha pela produção, em que participará o pessoal das organizações do Partido e do governo, os militares e os civis — homens, mulheres, velhos, crianças, todos sem excepção — com vista ao aumento do aprovisionamento em cereais e artigos de consumo corrente, para nos prevenirmos contra as calamidades naturais, há de lançar as bases materiais indispensáveis à manutenção das nossas bases anti-japonesas. A não ser assim, esbarraremos com enormes dificuldades.
3. Para que o Partido, o governo e o exército façam bloco único com o povo, no interesse do alargamento da luta contra o inimigo e do desenvolvimento da campanha pela produção no ano próximo, os comitês do Partido, os organismos dirigentes do exército e do governo, em cada base de apoio, devem preparar-se todos, sem excepções, para lançar no ano próximo, desde o primeiro mês do calendário lunar, uma grande campanha de massas em “apoio ao governo e preocupação pelo povo” e “apoio ao exército e tratamento preferencial às famílias dos soldados que resistem ao Japão”. O exército deve reafirmar publicamente o seu compromisso de apoiar o governo e preocupar-se pelo povo; deve realizar comícios de autocrítica, organizar reuniões de amizade com as populações, para as quais convidará representantes das organizações locais do Partido e do governo; o exército deve reparar todos os prejuízos que cause às populações, indemnizando-as e apresentando-lhes desculpas. Por seu turno, as massas, sob a direção das organizações locais do Partido, do governo e das organizações de massas, devem reafirmar publicamente o seu compromisso de apoiar o exército e dar tratamento preferencial às famílias dos soldados que resistem ao Japão e lançar uma campanha entusiasta para homenagear e acarinhar o exército. No decorrer das campanhas de “apoio ao governo e preocupação pelo povo” e “apoio ao exército e tratamento preferencial às famílias dos soldados que resistem ao Japão”, as unidades do exército e os organismos do Partido e do governo devem examinar a fundo as falhas e erros de 1943, para corrigi-los resolutamente em 1944. A partir de agora, essas campanhas devem ser desencadeadas por toda a parte no primeiro mês de cada ano lunar. Durante as campanhas, o compromisso de “apoio ao governo e preocupação pelo povo” e “apoio ao exército e tratamento preferencial às famílias dos soldados que resistem ao Japão” deve ser lido e relido, havendo que fazer-se, repetidas vezes e em grande escala, uma autocrítica pública de todas as arbitrariedades cometidas pelas tropas, nas bases de apoio, com relação aos elementos do Partido, do governo e da população civil, o mesmo havendo que fazer relativamente às falhas e erros destes na assistência às tropas (cada parte criticando-se apenas a si própria e não à outra) de tal maneira que todas as falhas e erros possam ser completamente corrigidos.
Notas de rodapé:
(1) As “equipas de troca de trabalho” e as “equipas de troca e prestação de trabalho” eram, na região fronteiriça Xensi-Cansu-Ninsia, organizações de entreajuda coletiva na agricultura. A “troca de trabalho” era um meio de os camponeses reajustarem entre si a força de trabalho; revestia as seguintes formas: trocas de jornadas de trabalho-homem contra jornadas de trabalho-homem, jornadas de trabalho-animal contra jornadas de trabalho-animal, jornadas de trabalho-homem contra jornadas de trabalho-animal, etc. Os camponeses que aderiam às equipas de troca de trabalho realizavam, por rolamento e coletivamente, uma contribuição em força de trabalho humano ou animal à cultura das terras de cada família-membro. No apuramento de contas, tomava-se a jornada de trabalho como unidade de troca. Os que tivessem fornecido mais jornadas de trabalho-homem ou de trabalho-animal obtinham pagamento da diferença sobre aqueles que tivessem fornecido menos jornadas. As “equipas de troca e prestação de trabalho” eram geralmente criadas pelos camponeses que não dispunham de terra bastante; além da troca de trabalho para ajuda mútua, os membros prestavam coletivamente trabalho às famílias com insuficiência de força de trabalho. (retornar ao texto)
Inclusão | 16/08/2015 |