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Primeira Edição: Originalmente “Grazie, me basta”, Il Libertario (La Spezia) 18, número 747 (8 de janeiro de 1920)
Fonte: Instituto de Estudos Libertários
Tradução: Inaê Diana Ashokasundari Shravya
HTML: Fernando Araújo.
Estou de volta a Itália graças aos esforços dos companheiros e amigos e os agradeço por ter me oferecido os meios para fazer minha contribuição a nossa causa comum. Lamento que as minhas modestas faculdades não me permitam fazer tanto quanto gostaria ou quanto, talvez, se espera de mim; tanto faz, lutarei com toda a minha fé e com todo o entusiasmo que arde em meu coração.
Permitam-me agora fazer uma observação crítica das ações do companheiros em relação a mim.
Durante a agitação que tomou lugar por conta do meu retorno, e durante os primeiros dias desde a minha volta a Itália, disseram e fizeram coisas que ofendem minha modéstia e senso de proporção.
Os companheiros hão de recordar que a hipérbole é uma figura retórica da fala da qual não se deve abusar. Hão, sobretudo, de recordar que a exaltação dum homem é politicamente perigoso e moralmente nada saudável tanto o que é exaltado quanto para os que o exaltam.
E acontece que sou de tal maneira que acho desagradáveis os aplausos e aclamações, que tendem a me paralisar em vez de encorajar a trabalhar.
Quero ser um companheiro entre companheiros, e se tenho o infortúnio de ser maior que os demais não pode me agradar que me recordem continuamente com as deferências e atenções que os companheiros me desferem.
Estamos entendidos?