Reunião dos funcionários do Partido de Moscou
Informe sobre a posição do proletariado diante da democracia pequeno-burguesa

Vladimir Ilitch Lênin

27 de novembro de 1918


Primeira edição: Pravda, nº 264 e 265, 5 e 6 de dezembro de 1918 V. I. Lênin, Obras, 4.ª ed. em russo, t. 28, págs. 180/196

Fonte: A aliança operário-camponesa, Editorial Vitória, Rio de Janeiro, Edição anterior a 1966 - págs. 407-421

Tradução: Renato Guimarães, Fausto Cupertino Regina Maria Mello e Helga Hoffman de "La Alianza de la Clase Obrera y el Campesinado", publicado por Ediciones en Lenguas Extranjeiras, Moscou, 1957, que por sua vez foi traduzido da edição soviética em russo, preparada pelo Instituto de Marxismo-Leninismo adjunto ao CC do PCUS, Editorial Política do Estado, 1954. Capa e apresentação gráfica de Mauro Vinhas de Queiroz

HTML: Fernando Araújo.

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Camaradas:

Gostaria de falar das tarefas que cabem ao nosso Partido e ao Poder Soviético na questão relativa à posição do proletariado diante da democracia pequeno-burguesa. É indubitável que os últimos acontecimentos colocam esta questão na ordem-do-dia, já que a gigantesca mudança operada na situação internacional — por exemplo, a anulação do Tratado de Brest-Litovsk, a revolução na Alemanha, a bancarrota do imperialismo alemão e a decomposição do imperialismo anglo-norte-americano — tinha que solapar imediatamente toda uma série de teses democrático-burguesas que constituíam o fundamento teórico da democracia pequeno-burguesa. A situação militar da Rússia e a pressão do imperialismo anglo-francês e norte-americano deviam forçosamente empurrar uma parte dessa democracia pequeno-burguesa mais ou menos para o nosso lado. Na tarde de hoje, gostaria de falar exatamente sobre essas mudanças que é preciso introduzir em nossa tática e sobre as tarefas que se colocam diante de nós.

Permitam-me que comece com algumas teses teóricas fundamentais. É indubitável que a principal camada social que proporciona a base econômica da democracia pequeno-burguesa é constituída, na Rússia, pelos camponeses médios. É indubitável que a revolução socialista e a transição do capitalismo ao socialismo deve obrigatoriamente assumir formas especiais em um país em que a população camponesa é muito numerosa. Por isso, gostaria de recordar, antes de mais nada, como se foram criando as teses fundamentais do marxismo sobre a posição do proletariado diante dos camponeses médios. Para recordá-lo, lerei algumas observações feitas por Engels em seu artigo O Problema Camponês na França e na Alemanha. Este artigo, publicado em um folheto, foi escrito em 1895 ou 1894, quando a questão do programa agrário do Partido Socialista em relação ao campesinato se colocava de fato na ordem-do-dia, por motivo da discussão do programa da social-democracia alemã em seu congresso de Breslau. Eis o que opinava então Engels sobre a atitude do proletariado: «Qual é, pois, nossa posição diante dos pequenos camponeses? ... Em primeiro lugar, é absolutamente exata a afirmação feita no programa francês, de que, ainda que prevendo o inevitável desaparecimento dos pequenos camponeses, não somos nós — longe disso — os que são chamados a acelerá-lo com nossas interferências. É, em segundo lugar, é também evidente que, quando estivermos na posse do poder do Estado, não poderemos pensar em desapropriar violentamente os pequenos camponeses (com ou sem indenização), como seremos obrigados a fazê-lo com os grandes latifundiários. Nossa missão em relação aos pequenos camponeses será, principalmente, encaminhar sua produção individual e sua propriedade privada no sentido de um regime cooperativista, não pela força, mas pelo exemplo e oferecendo ajuda social para este fim.»

Mais adiante, dizia Engels a respeito disso: «Nem agora, nem nunca, poderemos prometer aos camponeses proprietários de parcelas a conservação da propriedade individual e da exploração individual da terra contra o impulso avassalador da produção capitalista. A única coisa que podemos prometer-lhes é que não nos intrometeremos violentamente em seu regime de propriedade contra a sua vontade.»

A última observação que gostaria de recordar refere-se aos camponeses ricos, aos grandes camponeses (aos «culaques», como dizemos em russo), aos camponeses que não podem passar sem empregar mão-de-obra assalariada. Se estes camponeses não compreendem que seu atual modo de produção está irremediavelmente condenado a perecer e não sabem tirar as deduções necessárias, os marxistas nada podem fazer por eles. Encarregaremo-nos de facilitar-lhes a passagem para o novo modo de produção.

Essas são as teses que queria recordar e que, sem dúvida, são conhecidas por todos os comunistas. Por elas vemos que a tarefa do proletariado, uma vez dono do poder do Estado, não pode ser a mesma, de modo algum, nos países em que predomina a grande propriedade capitalista e naqueles outros em que existem camponeses atrasados, proprietários médios e grandes. Como se vê, expusemos com absoluta exatidão as tarefas do marxismo quando dizíamos que nosso dever consistia em fazer guerra ao latifundiário explorador.

No que se refere ao camponês médio dissemos: nenhuma violência, de maneira alguma. Quanto ao grande camponês afirmamos: nossa palavra-de-ordem é submetê-los ao monopólio do trigo; lutar contra eles quando infringirem este monopólio, quando ocultarem trigo. Há pouco tempo tive oportunidade de repetir estas teses em uma reunião de várias centenas de representantes dos comitês de camponeses pobres, chegados a Moscou na ocasião do VI Congresso.(1) Na literatura de nosso Partido, na propaganda e na agitação destacamos sempre esta diferença em nossa posição diante da grande e da pequena burguesia. Mas, ainda que todos estivéssemos de acordo do ponto-de-vista teórico, nem todos – longe disso — tiraram as conclusões políticas correspondentes, e muitos o fizeram, mas sem a necessária rapidez. Comecei, deliberadamente, de muito longe, por assim dizer, a fim de mostrar quais as concepções econômicas, sobre as mútuas relações entre as classes, que nos devem servir de guia para formular sobre bases indiscutíveis nossa política em relação à democracia pequeno-burguesa. É indubitável que esta classe de pequenos camponeses (denominamos camponês médio aquele que não vende sua força de trabalho), este camponês constitui, pelo menos na Rússia, a principal classe econômica que serve de base à grande variedade de correntes políticas da democracia pequeno-burguesa. Na Rússia, estas correntes estão vinculadas, sobretudo, aos partidos dos mencheviques e dos esserristas. A história do socialismo na Rússia conhece uma extensa luta dos bolcheviques contra esses partidos, com a circunstância de que os socialistas da Europa ocidental a consideravam invariavelmente como uma luta dentro do socialismo, isto é, como uma cisão do socialismo na Rússia. Assinalemos, entre parênteses, que esta opinião aparece a cada passo nos discursos até mesmo de bons social-democratas.

Precisamente hoje entregaram-me uma carta de Frederico Adler, homem conhecido por sua conduta revolucionaria na Áustria. Sua carta, escrita em fins de outubro e recebida hoje, contém somente um pedido: que se ponham em liberdade os mencheviques encarcerados. Em um momento como este, não lhe ocorreu escrever nada mais inteligente do que esse pedido. É certo que faz a ressalva de que está informado sobre nosso movimento, etc., mas, de qualquer modo, isso é sintomático. Este erro ridículo dos socialistas da Europa ocidental tem sua explicação no fato de que olham para trás, e não para diante, de que não compreendem que nem os mencheviques nem os esserristas (que proclamam o socialismo) podem ser considerados socialistas. Durante toda a revolução de 1917, os mencheviques e os esserristas não fizeram outra coisa senão vacilar entre a burguesia e o proletariado, não puderam ocupar uma posição justa e, como se o fizessem deliberadamente, ilustraram a tese de Marx de que a pequena burguesia é incapaz de manter uma posição independente nas batalhas decisivas.

Desde o começo, quando criou os sovietes, o proletariado adotou instintivamente uma posição de classe bem definida, pelo próprio fato de criá-los. Os mencheviques e os esserristas vacilaram em todos os momentos. Se seus próprios amigos denominavam-nos «semibolcheviques» durante a primavera e o verão de 1917, isso era não só uma perspicácia, mas também uma definição exata. Nas questões dos sovietes, do movimento revolucionário no campo, da tomada direta das terras, da confraternização na frente, do apoio ou não apoio do imperialismo, em todas estas questões vitais, os mencheviques e os esserristas diziam «sim» hoje e «não» amanhã. Por um lado, ajudavam, por outro, não; sendo modelo de falta de caráter e de impotência. Mas, por outro lado, quando lançavam à população frases «em favor dos sovietes» (pois eles sempre denominavam os sovietes «democracia revolucionaria» e os contrapunham ao que chamavam representantes dos velhos elementos privilegiados), tratava-se unicamente de uma astúcia política, na medida em que as amplas massas às quais se dirigiam essas frases se sentiam cativadas: «Isso é a favor dos sovietes!» Frequentemente, as prédicas dos mencheviques prestavam um serviço também a nós.

Esta questão é muito complexa e tem uma longa história, e me ocuparei brevemente dela. Pois bem, essa política dos mencheviques e dos esserristas confirma definitivamente diante dos nossos próprios olhos, a tese por nós sustentada de que é um erro considerá-los socialistas. Foram socialistas, talvez, pela fraseologia e pelas recordações. Mas, de fato, são a pequena burguesia russa.

No início, falava eu da atitude dos marxistas diante do camponês médio, ou seja, diante dos partidos pequeno-burgueses. Estamos nos aproximando de uma etapa em que nossas palavras-de-ordem do período precedente da revolução devem ser modificadas para levar em conta corretamente a virada atual. Todos sabem que esses elementos vacilaram em outubro e novembro.

O Partido Bolchevique foi, então, intransigente, e procedeu justamente; dissemos que tínhamos a missão de acabar com os inimigos do proletariado, que nos esperava a batalha em torno dos problemas fundamentais da guerra e da paz, do governo burguês e do Poder Soviético. Em todos estes problemas só podíamos nos apoiar em nossas próprias forças e procedemos com inteiro acerto ao não aceitar um compromisso com a democracia pequeno-burguesa.

O curso posterior dos acontecimentos colocou diante de nós o problema da paz e da conclusão do Tratado de Brest-Litovsk. Como sabem, a paz de Brest separou de nós os elementos pequeno-burgueses.

Estas duas circunstâncias, nossa política exterior, que levou à assinatura da paz de Brest, e nossa luta implacável contra as ilusões democráticas de uma parte da democracia pequeno-burguesa, nossa luta implacável pelo Poder dos Sovietes, estas duas circunstâncias fizeram com que a democracia pequeno-burguesa se afastasse bruscamente de nós. Todos sabem que depois da paz de Brest-Litovsk começaram as vacilações entre os esserristas de esquerda. Uma parte deles lançou-se a uma aventura; os outros cindiram-se e continuam cindindo-se. Mas os fatos são fatos. Como é natural, não podemos duvidar um só momento, um só instante, de que nossa política foi então absolutamente justa. Demonstrar isso agora seria repassar velhas lições, pois a revolução alemã provou melhor do que qualquer outra coisa o acerto de nossas opiniões.

Os que mais nos criticavam depois da paz de Brest-Litovsk e o que diziam com maior frequência as massas operarias pouco conscientes era que depositávamos em vão nossas esperanças na revolução alemã, que esta não se produziria. A revolução alemã refutou todas essas críticas e demonstrou que tínhamos razão ao defender o critério de que a revolução devia realizar-se, de que devíamos lutar contra o imperialismo alemão não só por meio da guerra nacional, mas também por meio da propaganda e de sua decomposição interna. Os acontecimentos confirmaram de tal modo nossa opinião que não há necessidade de demonstrar coisa alguma. O mesmo ocorreu com a Constituinte: as vacilações foram inevitáveis nesta questão, e o curso dos acontecimentos confirmou de tal modo a justeza de nossos pontos-de-vista, que todas as revoluções que agora se iniciam no Ocidente transcorrem sob a palavra-de-ordem do Poder Soviético e criam o Poder Soviético. O traço característico das revoluções em todos os lugares são os sovietes. Passaram da Áustria e da Alemanha à Holanda e à Suíça (a países com a cultura democrática mais antiga, que se denominam Europa ocidental inclusive em comparação com a Alemanha). Nesses países lança-se a palavra-de-ordem do Poder Soviético. Isso significa que a bancarrota histórica da democracia burguesa não era uma invenção dos bolcheviques, mas uma necessidade histórica absoluta. A luta política iniciou-se na Suíça e na Holanda já há centenas de anos, e se agora se lança ali a palavra-de-ordem do Poder Soviético não é pelos belos olhos dos bolcheviques. Ou seja, a situação presente foi por nós levada em conta corretamente. O desenvolvimento dos acontecimentos confirmou de tal modo a justeza de nossa tática que não há necessidade de nos determos mais nessa questão. Somente falta compreender ainda que se trata de uma questão importante, do mais profundo preconceito da democracia pequeno-burguesa. Recordem a história geral da revolução burguesa e do desenvolvimento do parlamentarismo em todos os países da Europa ocidental e verão que entre os velhos social-democratas de todos os países da década de 40 reinavam preconceitos semelhantes. Estas opiniões mantiveram-se na França durante mais tempo do que em qualquer outro lugar. É não podia ser de outro modo. Nas questões do parlamentarismo, a pequena burguesia é a mais patriótica, se se a compara com o proletariado e com a grande burguesia. Esta última é mais internacional porque a pequena burguesia é mais sedentária, não está tão ligada aos outros povos, nem foi atraída para a órbita do comércio mundial. Era de se esperar, por isso, que o parlamentarismo fosse a questão em que mais se manifestasse a pequena burguesia. Assim aconteceu também na Rússia. Neste aspecto desempenhou papel importante a circunstância de que nossa revolução havia lutado contra o patriotismo. Na época da paz de Brest tivemos de ir contra o patriotismo. Nós dizíamos: se são socialistas, devem sacrificar todos os seus sentimentos patrióticos em favor da revolução mundial, que chegará, que ainda não chegou, mas na qual devem crer se são internacionalistas.

É compreensível que, ao falar assim, só poderíamos atrair os destacamentos de vanguarda da classe operaria. É compreensível que a maioria da pequena burguesia não concordasse com nosso ponto-de-vista. Não podíamos esperar isso. Além disso, por que iria a pequena burguesia adotar nosso ponto-de-vista? Tivemos que realizar a ditadura do proletariado em sua forma mais severa. Em vários meses superamos a época das ilusões. Mas, se repassamos a história dos países europeus ocidentais, comprovaremos que mesmo em decênios não se desembaraçaram dessa ilusão. Tomem a história da Holanda, da França da Inglaterra e de outros países. Vimo-nos obrigados a desvanecer a ilusão pequeno-burguesa de que o povo é um todo único e de que a vontade popular pode ser expressa em algo que não seja a luta de classes. Tivemos absoluta razão em não aceitar qualquer compromisso nesta questão. Se tivéssemos sido indulgentes com as ilusões pequeno-burguesas, com as ilusões na Constituinte, teríamos posto a perder toda a obra da revolução proletária na Rússia. Em favor dos interesses nacionais estreitos teríamos sacrificado os interesses da revolução mundial, que seguia o caminho bolchevique, porque não era nacional, mas puramente proletária. Nestas condições afastaram-se de nós as massas mencheviques e social-revolucionárias pequeno-burguesas. Colocaram-se do outro lado da barricada, foram parar no campo de nossos inimigos. Quando começou a sublevação de Dutov, convencemo-nos nitidamente de que nas hostes de Dutov, Krasnov e Skoropadski encontravam-se as forças políticas que lutavam contra nós. Do nosso lado estiveram o proletariado e os camponeses pobres.

Todos sabem que durante a sublevação tchecoslovaca, no momento em que esta obtinha maior êxito, registraram-se em toda a Rússia levantes de culaques. Somente a aproximação do proletariado urbano com o campo fortaleceu nosso poder. O proletariado, ajudado pelos camponeses pobres, foi o único que sustentou a luta contra todos os inimigos. Tanto os mencheviques como os esserristas colocaram-se, em sua imensa maioria, ao lado dos tchecoslovacos, de Dutov e de Krasnov. Tal situação requeria de nós a luta mais encarniçada e os métodos terroristas dessa luta. Por muito que se condenasse esse terrorismo, de diversos pontos-de-vista (e essa condenação a escutamos de todos os social-democratas vacilantes), para nós estava claro que o terror era consequência da dura guerra civil. Devia-se ao fato de que toda a democracia pequeno-burguesa se pusera contra nós. Lutavam contra nós com diversos métodos: a guerra civil, o suborno e a sabotagem. Tais são as condições que tornam o terror necessário. Por isso, não devemos arrepender-nos ou renegá-lo. O que é preciso é compreender quais as condições de nossa revolução proletária que suscitaram o aguçamento da luta. Estas condições especiais consistiam cm que tivemos de atuar contra o patriotismo, em que tivemos de substituir a Assembleia Constituinte pela palavra-de-ordem de «Todo o poder aos Sovietes».

Quando houve a virada na política internacional, produziu-se também, inevitavelmente, a virada na situação da democracia pequeno-burguesa. Vemos como muda o estado de ânimo em seu campo. No manifesto dos mencheviques vemos um apelo à renúncia à aliança com as classes possuidoras, um apelo que fazem os mencheviques a seus amigos, os homens da democracia pequeno-burguesa, que concluíram uma aliança com Dutov, os tchecoslovacos e os ingleses. Exortam-nos a lutar contra o imperialismo anglo-norte-americano. Agora está claro para todos que, exceção feita do imperialismo anglo-norte-americano, não há força capaz de contrapor qualquer coisa ao poder bolchevique. Vacilações do mesmo gênero observam-se também entre os esserristas e entre a intelectualidade, contaminada em maior grau do que quaisquer outros pelos preconceitos da democracia pequeno-burguesa, e que era a mais cheia de predisposições patrióticas. Em seu seio registra-se o mesmo processo.

Nosso Partido tem agora a tarefa de reger-se pelas relações de classe, na escolha de sua tática, a fim de que compreendamos com clareza nesta questão se se trata de um fato casual, de uma manifestação de falta de caráter, de vacilações carentes de qualquer fundamento, ou se, pelo contrário, se trata de um processo com profundas raízes sociais. Se abordamos esta questão em seu conjunto, do ponto-de-vista das posições do proletariado diante do camponês médio, teoricamente estabelecidas, do ponto-de-vista da história de nossa revolução, veremos que não se pode duvidar da resposta. Esta virada não é casual, não é individual. Afeta milhões e milhões de seres que têm na Rússia a situação de camponeses médios ou uma situação equivalente. A virada afeta toda a democracia pequeno-burguesa. Lutou contra nós com irritação próxima ao frenesi porque tivemos que romper todos os seus sentimentos patrióticos. Mas a história fez com que o patriotismo se orientasse a nosso favor, pois está claro que os bolcheviques só podem ser derrotados com as baionetas estrangeiras. Se até agora confiavam em que os ingleses, os franceses e os norte-americanos eram a verdadeira democracia, se até agora se conservava esta ilusão, a paz que eles hoje impõem à Áustria e à Alemanha a desvanece completamente. Os ingleses comportam-se como se tivessem colocado como objetivo demonstrar a justeza das opiniões bolcheviques sobre o imperialismo internacional.

Por isso, dos partidos que lutaram contra nós, por exemplo, do campo de Plekhanov, saem vozes dizendo: enganamo-nos, pensávamos que o imperialismo alemão era nosso inimigo principal e que os países ocidentais — França, Inglaterra e América — nos traziam o regime democrático. Aconteceu que a paz concedida por esses países ocidentais é cem vezes mais humilhante, criminosa e rapace do que nossa paz de Brest-Litovsk. Aconteceu que os ingleses e norte-americanos atuam como verdugos e gendarmes da liberdade russa, do mesmo modo como se cumpria esse papel nos tempos do verdugo russo Nicolau I, não pior do que os reis que faziam o papel de verdugos quando estrangulavam a revolução húngara. Este papel é desempenhado hoje pelos agentes de Wilson. Afogam a revolução na Áustria, fazem o papel de gendarmes, apresentam um ultimato à Suíça: não lhes daremos trigo se não aderirem à luta contra o governo bolchevique. Declaram à Holanda: não tenham a ousadia de permitir a chegada ao país de embaixadores soviéticos, pois, do contrário, declararemos o bloqueio. Têm uma arma simples: o laço da fome. Com isso afogam os povos.

A história dos últimos tempos, da época da guerra e do pós-guerra, distingue-se pela inusitada rapidez do desenvolvimento e prova a tese de que o imperialismo anglo-francês é um imperialismo tão repulsivo quanto o alemão. Não esqueçam que a América é a república mais livre, a república mais democrática, o que não impede em absoluto que o imperialismo atue ali com a mesma selvageria, que não só linchem os internacionalistas, mas que a multidão os arranque de suas casas, os desnude inteiramente, os cubra de breu e lhes ponha fogo.

Os acontecimentos desmascaram o imperialismo com força excepcional e colocam este dilema: ou o Poder Soviético, ou o completo esmagamento da revolução pelas baionetas anglo-francesas. Não se trata mais de um acordo com Kerenski: todos sabem que o jogaram fora como a um limão espremido. Marcharam com Dutov e Krasnov. A pequena burguesia já passou por esse período. O patriotismo a impulsiona agora em nossa direção: assim aconteceu, assim a obrigou a proceder a história. Nós devemos levar em conta esta experiência maciça da história universal. Não se pode defender a burguesia, não se pode defender a Constituinte, porque, na prática, fez o jogo dos Dutov e Krasnov. É ridículo o fato de que a Assembleia Constituinte tenha podido transformar-se em palavra-de-ordem deles. Mas assim ocorreu, porque a Assembleia Constituinte foi convocada quando a burguesia estava no poder. A Assembleia Constituinte resultou em um órgão da burguesia, e esta colocou-se ao lado dos imperialistas, que dirigiam sua política contra os bolcheviques. A burguesia estava disposta a tudo para estrangular o Poder Soviético com os métodos mais vis, estava disposta a vender a Rússia a quem quer que fosse para acabar com O Poder dos Sovietes.

Esta é a política que levou à guerra civil e que obrigou a democracia pequeno-burguesa a voltar-nos as costas. Naturalmente, as vacilações neste meio são inevitáveis. Quando os tchecoslovacos conseguiram as primeiras vitórias, esta intelectualidade pequeno-burguesa tentou espalhar o boato de que o triunfo tchecoslovaco era inevitável. Publicavam telegramas de Moscou dizendo que a cidade se encontrava às vésperas da queda, que estava cercada. É sabemos muito bem que, se os anglo-franceses conseguem vitórias, por insignificantes que sejam, a intelectualidade pequeno-burguesa é a primeira a perder a cabeça, a ser presa de pânico e a começar a espalhar toda espécie de boatos sobre os êxitos de nossos inimigos. Mas a revolução mostrou que a insurreição contra o imperialismo é inevitável. Agora, nossos «aliados» transformaram-se nos principais inimigos da liberdade e independência russas. A Rússia não pode ser nem será independente se não se fortalece o Poder Soviético. Esse é o motivo da virada. É, como consequência dela, temos hoje a tarefa de determinar nossa tática. Cometeria um erro profundo quem pensasse em aplicar agora mecanicamente as palavras-de-ordem de nossa luta revolucionaria do período em que não podia existir reconciliação alguma entre nós, em que a pequena burguesia estava contra nós e em que nossa firmeza nos exigia o emprego do terror. Isso agora não seria firmeza, mas simplesmente estupidez, compreensão insuficiente da tática do marxismo. Quando tivemos que concertar a paz de Brest-Litovsk, este passo parecia uma traição à Rússia do ponto-de-vista patriótico estreito; do ponto-de-vista da revolução mundial foi um passo estratégico acertado, que prestou uma ajuda, antes de tudo, à revolução mundial. Esta &e desencadeou precisamente agora quando o Poder Soviético converteu-se em uma instituição de todo o povo.

É, agora, apesar de a democracia pequeno-burguesa continuar vacilando, suas ilusões foram solapadas. É, como é natural, devemos levar em conta esta situação, do mesmo modo que as outras condições. Se antes tínhamos outro ponto-de-vista é porque a pequena burguesia estava do lado dos tchecoslovacos, e a violência era inevitável, pois a guerra é a guerra e nela é necessário atuar como na guerra. Mas agora, quando essa gente começa a virar em nossa direção, não devemos voltar-lhes as costas pelo simples fato de que nossas palavras-de-ordem em panfletos e jornais antes eram outras. Quando vemos que dão meia volta em nossa direção, devemos escrever novamente nossos panfletos, porque mudou a atitude dessa democracia pequeno-burguesa em relação a nós. Devemos dizer: sejam bem-vindos, não os tememos. Se pensam que sabemos atuar somente com violência, enganam-se. Poderíamos chegar a um acordo. É poderão vir para o nosso lado os elementos cheios de tradições e preconceitos burgueses, todos os cooperadores, todos os setores dos trabalhadores mais vinculados à burguesia.

Veja-se toda a intelectualidade. Vivia a vida burguesa, estava acostumada a certas comodidades. Enquanto se inclinava para os tchecoslovacos nossa palavra-de-ordem foi a luta implacável: o terror. Em vista do fato de se haver produzido essa virada no estado de espírito das massas pequeno-burguesas, nossa palavra-de-ordem deve ser o acordo, o estabelecimento de relações de boa vizinhança. Quando encontramos declarações de um grupo da democracia pequeno-burguesa dizendo que quer ser neutro em relação ao Poder Soviético, devemos dizer: a «neutralidade» e as relações de boa vizinhança são trastes velhos que para nada valem do ponto-de-vista do comunismo. São velhas bugigangas, ferro-velho e nada mais, mas devemos examiná-los do ponto-de-vista da causa. Sempre pensamos assim e nunca tivemos a esperança de que esses elementos pequeno-burgueses se tornassem comunistas. Mas devemos examinar as propostas práticas.

Falando da ditadura do proletariado temos dito que este deve dominar todas as outras classes. Antes da completa implantação do comunismo não poderemos acabar com a diferença entre as classes. Estas continuarão existindo até que acabemos com os exploradores, a grande burguesia e os latifundiários, aos quais desapropriamos sem piedade. Mas, em relação aos camponeses médios e pequenos, é preciso falar de outro modo. Ao mesmo tempo em que esmagamos implacavelmente a burguesia e os latifundiários, devemos ganhar a democracia pequeno-burguesa. Quando dizem que querem permanecer neutros e ter relações de boa vizinhança conosco, respondemos: isso é exatamente o que precisamos. Nunca esperamos que os senhores se tomassem comunistas.

Continuamos mantendo-nos no terreno da desapropriação impiedosa dos latifundiários e dos capitalistas. Nisso somos implacáveis e não podemos aceitar reconciliação ou acordo algum. Mas sabemos que a pequena produção não pode transformar-se em grande por decreto, que nesta questão é necessário convencer gradualmente, com o desenrolar dos acontecimentos, da inevitabilidade do socialismo. Esses elementos nunca serão socialistas convictos, francos, verdadeiros socialistas. Tornar-se-ão socialistas quando virem que não há outra saída. Agora vêem que a Europa desmoronou tanto e o imperialismo chegou a tal estado, que a salvação não está em democracia burguesa alguma, que a salvação está unicamente no Poder Soviético. Daí que hoje esse neutralismo, essas relações de boa vizinhança por parte da democrata pequeno-burguesa, longe de serem temíveis para nós, sejam desejáveis. Por isso, se abordamos a questão como representantes de uma classe que exerce a ditadura, dizemos: nunca havíamos esperado mais do que isso da democracia pequeno-burguesa. Basta-nos isso. Os senhores terão conosco relações de boa vizinhança, e nós teremos o poder do Estado. Aos senhores, os mencheviques, de boa vontade concederemos legalidade depois de suas declarações sobre os «aliados». Isto será feito pelo Comitê Central de nosso Partido. Mas não esqueceremos que no partido dos senhores permaneceram os mencheviques-«ativistas». Em relação a nossos métodos de luta continuarão sendo os velhos, já que os «ativistas» são amigos dos tchecoslovacos, e enquanto estes últimos não tiverem sido expulsos da Rússia, eles serão tão inimigos quanto estes. Conservamos em nossas mãos o poder do Estado, somente em nossas mãos. Com aqueles que estabelecem conosco relações de neutralidade, raciocinamos como a classe que tem em suas mãos o poder político, que dirige o fio de suas armas contra os latifundiários e os capitalistas e diz à democracia pequeno-burguesa: se desejam passar para o lado dos tchecoslovacos e para as hostes de Krasnov, saibam que temos mostrado como sabemos lutar e que continuamos a lutar da mesma forma. Se desejam aprender com o exemplo dos bolcheviques, nós empreenderemos o caminho do acordo com os senhores, sabendo que o país só pode passar para o socialismo mediante toda uma série de acordos, que experimentaremos, controlaremos e compararemos.

Este caminho foi seguido por nós desde o início quando, por exemplo, votamos a lei de socialização da terra e a transformamos gradualmente em um instrumento que permitiu unir em torno de nós os camponeses pobres e lançá-los contra os culaques. Só à medida em que triunfar o movimento proletário no campo iremos passando sistematicamente ao regime de propriedade social, coletiva, da terra e ao seu cultivo em comum. Esta tarefa só pode ser realizada se apoiada no movimento puramente proletário no campo, e neste sentido ainda há muito por fazer. É indubitável que somente a experiência prática, somente a realidade, mostrará como se deve proceder neste assunto.

As tarefas do acordo com o camponês médio, com os elementos pequeno-burgueses e com os cooperadores são diferentes. Esta tarefa sofrerá modificações se a colocamos em relação às alianças que conservaram as tradições e costumes pequeno-burgueses. Esta tarefa experimenta também certa mudança quando falamos da intelectualidade pequeno-burguesa. Esta vacila, mas também nos é necessária para nossa revolução socialista. Sabemos que o socialismo só pode ser construído com elementos da cultura capitalista própria da grande indústria, e a intelectualidade é um desses elementos. Se tivemos que lutar implacavelmente contra ela foi porque a isso nos obrigou, não o comunismo, mas o curso dos acontecimentos, que afastou de nós todos os «democratas» e todos os enamorados da democracia burguesa. Agora surgiu a possibilidade de aproveitar para o socialismo essa intelectualidade, esses intelectuais que não são socialistas, que nunca serão comunistas, mas que se vêem obrigados, hoje, pelo desenrolar objetivo dos acontecimentos e da correlação de forças, a ter uma atitude de neutralidade, de boa vizinhança, em relação a nós. Nunca nos apoiaremos nos intelectuais; apoiar-nos-emos exclusivamente na vanguarda do proletariado que leva atrás de si todos os proletários e todos os camponeses pobres. O Partido Comunista não pode ter outro apoio. Mas uma coisa é apoiar-se na classe que representa a ditadura e outra é dominar as outras classes.

Lembrem-se que Engels dizia, inclusive referindo-se aos camponeses que empregam trabalho assalariado, que, possivelmente, não seria necessário desapropriar todos. Nós desapropriamos de acordo com uma regra geral, e em nosso país não há culaques nos sovietes. Mantemo-los submetidos. Esmagamo-los fisicamente quando penetram nos sovietes e tentam afogar ali os camponeses pobres. Como vêem, aplica-se o domínio de uma classe. Só o proletariado pode dominar. Mas isto se aplica de uma maneira ao pequeno camponês, de outra ao camponês médio, de outra ao latifundiário e de outra ao pequeno-burguês. Toda a questão está em que saibamos compreender esta virada, provocada pelas condições internacionais; em que saibamos compreender que as palavras-de-ordem a que nos acostumamos no meio ano transcorrido na história da revolução devem modificar-se inelutavelmente no que se refere à democracia pequeno-burguesa. Devemos dizer: conservamos o poder nas mãos da mesma classe. Nossa palavra-de-ordem a respeito da democracia pequeno-burguesa foi o acordo, mas nos obrigaram a empregar o terror. Se aceitam verdadeiramente viver conosco como bons vizinhos, deem-se ao trabalho de cumprir uma ou outra tarefa, senhores cooperadores e intelectuais. É se não as cumprirem, serão uns infratores da lei, inimigos nossos, e lutaremos contra os senhores. Mas se se mantêm no terreno das relações de boa vizinhança e cumprem essas tarefas, isso é mais do que suficiente para nós. Nosso ponto de apoio é firme. Nunca duvidamos da flacidez dos senhores. Mas não negamos que precisamos dos senhores, porque são o único elemento culto.

Se não tivéssemos que edificar o socialismo com os elementos que nos legou o capitalismo, a tarefa seria mais fácil. Mas a dificuldade da edificação socialista está em que nos vemos obrigados a edificar o socialismo com elementos inteiramente corrompidos pelo capitalismo. A dificuldade da transição consiste em que está vinculada à ditadura que só uma classe pode dirigir: o proletariado. Daí que digamos a nos mesmos que a linha será determinada pelo proletariado, disciplinado e convertido em uma força de combate capaz de derrotar a burguesia. Entre a burguesia e o proletariado existe uma massa de graus intermediários, em relação os quais nossa política deve seguir agora os caminhos teoricamente previstos por nós: agora podemos aplicá-la. Espetos toda uma série de missões, toda uma série de acordos e tarefas técnicas, que nós, o poder proletário dominante, devemos saber determinar. Devemos saber determinar ao camponês médio uma tarefa: ajudar no intercâmbio de mercadorias, no desmascaramento do cúlaque. Aos cooperadores, devemos dar outra: dispõem de um aparelho para a distribuição dos produtos em grande escala; devemos tomar esse aparelho. Aos intelectuais é preciso pedir outra tarefa inteiramente diferente: não podem continuar a sabotagem, e seu estado de espírito faz com que tenham agora em relação a nós a melhor posição de bons vizinhos. É nós devemos tomar esses intelectuais, assinalar-lhes determinadas tarefas, vigiar e comprovar seu cumprimento, ter para com eles a mesma atitude de que falava Marx em relação aos empregados da Comuna de Paris: «cada empreiteiro sabe escolher auxiliares e contadores convenientes; quando estes se enganam, ele sabe corrigir seus erros, e se não prestam, sabe substituí-los por outros, bons». Nós construímos o poder com os elementos que nos deixou o capitalismo. Não podemos fazê-lo sem utilizar uma herança da cultura capitalista como são os intelectuais. Agora estamos em condições de tratar a pequena burguesia como um bom vizinho que se encontra sob o controle rigoroso do poder do Estado. A tarefa do proletariado consciente consiste, neste terreno, em compreender que o domínio não significa que seja ele próprio que deva realizar todas essas tarefas. Quem pensa assim não tem a menor noção do que significa edificar o socialismo, nada aprendeu em um ano de revolução e ditadura. O melhor que podem fazer tais senhores é ir à escola e aprender; mas os que aprenderam algo nos últimos tempos dirão a si mesmos: aproveitarei agora essa intelectualidade para a construção. Tenho para isso apoio suficiente no campesinato. É devemos ter em mente que apenas no transcurso desta luta, em uma série de acordos e de tentativas de acordo do proletariado com a democracia pequeno-burguesa, elabora-se a construção que levará ao socialismo.

Recordemos as palavras de Engels de que devemos atuar com o exemplo. Nenhuma forma será definitiva enquanto não se conseguir o comunismo completo. Não pretendemos que conhecíamos o caminho seguro. Mas marchamos para o comunismo de maneira inevitável e inelutável. Hoje em, cada semana se produz mais do que em decênios de tempo de paz. Os seis meses vividos desde a paz de Brest-Litovsk foram uma época de vacilações contra nós. A revolução da Europa ocidental, o exemplo que ela começa a copiar de nós, há de fortalecer-nos. Devemos levar em conta as mudanças operadas, levar em consideração todos os elementos, sem manter ilusões, sabendo que os vacilantes continuarão vacilantes até que triunfe por completo a revolução socialista universal.

É possível que isto não suceda logo, ainda que a marcha dos acontecimentos da revolução alemã faça nascer a esperança de que ocorrerá antes do que mitos supõem. A revolução alemã desenvolve-se como se desenvolveu a nossa, mas em ritmo mais acelerado. Em todo caso, nossa tarefa é lutar com arrojo contra o imperialismo anglo-norte-americano. Este sentiu que o bolchevismo passou a ser uma força mundial, e precisamente por isso trata de nos asfixiar com a máxima rapidez, desejando acabar em primeiro lugar com os bolcheviques russos para depois fazer o mesmo com os seus.

Devemos aproveitar os elementos vacilantes que se sentem inclinados em nossa direção por causa das ferocidades dos imperialistas. É os aproveitaremos. Os camaradas sabem perfeitamente que na guerra não se pode desprezar nenhuma ajuda, ainda que seja indireta. Na guerra, inclusive a atitude das classes vacilantes tem enorme importância. Quanto mais dura é a guerra, maior deve ser a influência que consigamos exercer sobre os elementos vacilantes que se aproximam de nós. Daí se depreende que a tática que temos seguido durante seis meses deve ser modificada de acordo com as novas tarefas no que se refere às diferentes camadas da democracia pequeno-burguesa.

Se consegui chamar a atenção dos funcionários do Partido para essa tarefa e estimulá-los a encontrar a solução correta por meio da experiência sistemática, poderei considerar que cumpri minha missão.


Notas de rodapé:

(1) Ver a presente recopilação, págs. 392/398. [Discurso aos delegados dos comitês de camponeses pobres da região de Moscou] (Nota da Compilação) (retornar ao texto)

Inclusão: 11/02/2022