O «Grupo de iniciadores», a que me referi na brochura Que Fazer?, p. 141, pede-me que faça a seguinte emenda à parte em que se expõe a sua participação na tentativa para reconciliar as organizações sociais-democratas no estrangeiro: «Dos três membros deste grupo só um se retirou da “União” em fins de 1900; os outros não se retiraram até 1901, quando se convenceram de que era impossível conseguir que a «União» aceitasse realizar uma conferência com a organização do Iskra no estrangeiro e com a «Organização revolucionária “Sotsial-Demokrat” - que era aquilo em que consistia a proposta do “Grupo de iniciadores”. Esta proposta foi logo de início rejeitada pela administração da “União”, apresentando como justificação da sua recusa a participar na conferência a “incompetência” das pessoas que faziam parte do “Grupo de iniciadores” e exprimindo o seu desejo de entabular relações directas com a organização do Iskra no estrangeiro. Em breve, todavia, a administração da “União” informou o “Grupo de iniciadores” que depois do aparecimento do primeiro número do Iskra, no qual se publicava a nota sobre a cisão da “União”, mudava de opinião e não queria pôr-se em contacto com o Iskra. Como explicar, depois disto, a declaração feita por um membro da administração da “União” de que a sua recusa em participar na conferência se devia exclusivamente ao facto de não estar satisfeita com a composição do “Grupo de iniciadores”? Na verdade, tão-pouco se compreende porque a administração da “União” concordou em participar na conferência de Junho do ano passado: a nota que tinha aparecido no primeiro número do Iskra conservava o seu valor e a atitude “negativa” do Iskra face à “União” foi sublinhada ainda com mais relevo no primeiro fascículo da Zariá e no quarto número do Iskra, que apareceram antes da conferência de Junho.»
N. Lénine
Iskra, n.° 19, 1 de Abril de 1902