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Até o presente, temos examinado a questão da renda territorial, na URSS, fora das relações deste país com o mundo capitalista Ora, a economia soviética está cercada por um envoltório capitalista, com o qual ela mantêm relações comerciais. A exportação de cereais ocupa um dos primeiros lugares no comércio exterior da URSS. O Estado soviético vende-os aos preços do mercado mundial. Ora, estes preços compreendem a renda territorial.
A renda absoluta não penetra por este canal na economia da URSS. ?
Ainda que as despesas da produção de cereais, na URSS, possam ser, em consequência do estado atrasado de nossa agricultura, tão grandes quanto a da exportação do trigo e, por isto, longe de serem lucrativas, são às vezes deficitárias, nós podemos admitir, por hipótese, que o Estado soviético se apodera, no mercado internacional, do excedente de mais-valia que constitui precisamente no regime capitalista a renda absoluta. Mas estamos longe de concluir dai que este excedente de mais-valia, caído nas mãos do Estado soviético, conservará sua natureza social.
Se a renda diferencial muda de natureza social ao passar do bolso do concessionário ou do kulak para os fundos do Estado soviético (não podendo ser considerada como uma renda diferencial no sentido em que Marx e Lenine empregavam esta palavra), é evidente que a renda absoluta, ao passar, graças às nossas relações com o mercado internacional, aos fundos do Estado soviético, tem a mesma sorte. Mesmo no caso em que o Estado soviético transmite uma parte da renda absoluta ao camponês, ela só poderia conservar seu caráter social se fosse para os camponeses ricos. Caindo, pelo contrário, nas mãos dos camponeses pobres e médios, ela perde seu caráter capitalista e já não é renda territorial absoluta.
continua>>>| Inclusão | 06/06/2019 |