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Possuidor de um título comercial, o capitalista que tem necessidade de dinheiro pode dirigir-se a um capitalista possuidor de fundos disponíveis, obter fundos pela entrega do título endossado. O capitalista credor apresentará o título, terminado o prazo. Esta operação pela qual o possuidor de uma duplicata recebe uma quantia antes de terminado o prazo de vencimento, chama-se desconto.
É claro que o capitalista que fornece os fundos não dá o montante todo da duplicata; ele deduz desta quantia uma parte denominada taxa de desconto. É que ele credita ao favorecido uma quantia determinada; o desconto de uma duplicata não passa de uma operação de crédito. O crédito é oferecido ao favorecido e reembolsado no vencimento do prazo pelo subscritor, ou, tratando-se de uma letra de câmbio pelo sacado.
Um título comercial tanto pode ser descontado pelo sacado, pelo subscritor, como ainda por um terceiro. O fabricante de tecidos que se comprometeu a pagar por apresentação de uma ordem de pagamento em 1º de Maio, estando em condições de pagar em 1º de Março, pode pagar ao proprietário de carvão antes do vencimento. Mas, tendo a possibilidade e o direito de dispor do seu dinheiro até o vencimento do prazo - até 1º de Maio - compreende-se que ele não o fará, a não ser que o proprietário do carvão o reembolse, de acordo com a taxa de desconto, dos juros que a quantia em questão lhe poderia render se ele não pagasse sua divida dois meses antes do prazo. Admitamos que se trate de uma ordem de pagamento no valor de 10.000 francos e que a taxa média anual de desconto seja de 60%; o desconto montará, por um pagamento feito dois meses antes do prazo, a 10.000 x 6 x 2 / 100 x 12 = 100 francos. O fabricante de tecidos, saldando sua dívida em 1º de Março, não desembolsará, pois, senão 9.900 francos.
O desconto, ligando o crédito capital ao crédito de circulação, amplia o crédito.
Inclusão | 03/10/2018 |