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Primeira Edição: NULLKOMMANICHTSem www.exit-online.org. Publicado Na edição online do semanário FREITAG de 13.08.2009
Fonte: http://www.obeco-online.org/robertkurz.htm
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
Ainda ontem os peritos não sabiam como se escreve crise histórica e hoje já ela está a terminar. Tão depressa que as coisas podem andar. A história também já não é o que era. De qualquer modo, segundo o Instituto Estatístico Federal da República Federal, houve um crescimento de 0,3 por cento. Pequena pergunta: em relação a quê? Em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, a que realmente interessa, parece ser um pouco diferente. As exportações ainda estão cerca de 20 por cento abaixo dos valores do ano passado. E, se houvesse em 2010 um por cento de crescimento, seria naturalmente calculado a partir do nível da queda a que se chegou. E supondo um aumento assim modesto levaria muitos anos até poder ser alcançado novamente o nível da conjuntura de deficit de 2004 a 2008. Como tal, a mensagem actual de alegria equivale a "zero vírgula nicles". O facto de a recessão poder ser assim declarada “acabada” constitui apenas mais uma prestação vencida do pensamento positivo. Mas, na realidade, o seu efeito retardado sobre o mercado de trabalho ainda não chegou. Tanto mais que a grande onda de falências apenas está a começar. Em breve, o colapso do comércio mundial vai afectar muitas empresas de transporte de mercadorias, desde os armazéns ambulantes que circulam pelas estradas, passando pelo transporte ferroviário e aéreo de carga, até às companhias de navegação e aos portos, dado o enorme excesso de capacidade de circulação de contentores nos mares de todo o mundo. A seguir é a vez da indústria de bens de capital e de componentes. Idêntica é a tendência na indústria automobilística, cuja alimentação artificial, através dos prémios de abate, se está a acabar, não só aqui, mas em grande parte da União Europeia. Para não falar da remoção dos montes de esqueletos nos armários do sistema financeiro, que até agora não passou das declarações de intenções. Mas tudo isto não é nada. Uma pequena elevação da moral histórica na silly season, ainda por cima algumas semanas antes das eleições federais, abre grandes perspectivas. A única questão, na verdade, é saber para quem.