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Primeira Edição: DER „WEISSE TOD“ DES KAPITALISMUS In www.exit-online.org . Publicado na edição impressa do semanário Freitag (Berlin) em 06.03.2009.
Fonte: http://www.obeco-online.org/robertkurz.htm
Transcrição e HTML: Fernando Araújo.
O desemprego em massa já não é nada de novo. A base tem aumentado de ciclo para ciclo nos últimos 30 anos. No entanto, o anterior recorde de 5 milhões foi apenas um pico momentâneo na transição para Hartz IV; com isso puderam ser empurrados para empregos precários mal pagos mais de 1 milhão de desempregados e, graças ao fogo de palha da conjuntura mundial alimentada pelas bolhas financeiras, algumas centenas de milhares conseguiram até empregos a tempo inteiro com descontos obrigatórios para a segurança social. Hoje enfrentamos uma crise de dimensões até agora inimagináveis. Por enquanto é ainda um acontecimento mediático, mas o novo desmoronamento no mercado de trabalho já começou. Deixou de estar completamente excluído um pico de 8 milhões de desempregados inscritos oficialmente nos próximos anos. Até agora, ninguém quis calcular cabalmente este cenário de pesadelo, mas as consequências são previsíveis.
Acima de uma certa ordem de grandeza, o desemprego engrossa como uma avalanche. A massa crítica é alcançada logo que são atingidos os trabalhadores qualificados permanentes dos grandes conglomerados industriais, a começar pela indústria automóvel. Com efeito, de cada posto de trabalho high tech dependem não apenas numerosos postos de trabalho nas indústrias profundamente escalonadas de fornecedores e de matérias-primas, mas muitos mais postos de trabalho no comércio a retalho, nos serviços pessoais ou na indústria do lazer, desde o vendedor de salsichas até à cabeleireira. A muito invocada maioria dos empregos no sector das PME assenta bem menos em bases próprias do que se gostaria de acreditar.
A avalanche de desempregados que se reforça a si mesma transforma-se num movimento igualmente reforçado de avalanche económica com a quebra progressiva da procura. As repercussões de efeitos múltiplos intensificam a dinâmica negativa. Assim, quebram-se as redes sociais dos seguros de reforma, de desemprego e de saúde, já de si extremamente tensas, uma vez que elas são dependentes do emprego. Com o colapso dos rendimentos das transferências sociais desaparece mais procura de massas, enquanto simultaneamente os suportes institucionais e os sectores subordinados, como clínicas ou serviços de enfermagem, terão de fechar por falta de capacidade financeira. Esse seria o segundo impulso do desencadeamento de avalanche no sector dos serviços.
Além disso, perante tal evolução dramática naturalmente que também serão mobilizadas as contas de poupança e as aplicações financeiras de melhores dias. O que não estabiliza propriamente a procura. Pelo contrário, com isso um terceiro impulso do desencadeamento de avalanche atinge novamente o já soterrado mercado financeiro. Uma retirada em massa de todos os pequenos e médios depósitos, especialmente no sector das caixas de poupança que até agora passou ao lado da crise, arrasta para o abismo, como qualquer criança sabe, todo o sistema de crédito, incluindo os seguros dos depósitos. Os consequentes despedimentos em massa neste sector seriam quase irrelevantes, pois perante a "morte branca" do capitalismo nada mais resta. Excepto os cigarros como moeda e uma coelheira no quintal, naturalmente.