Ao participar nesta Assembleia Geral do Partido da Comuna, ouvi o relatório de atividades e as vossas intervenções. Discutiram muito com o fim de remediar as insuficiências reveladas no vosso trabalho em 1959 e de trabalharem melhor em 1960.
Na reunião foram emitidas muitas opiniões construtivas para fazer com êxito os preparativos dos trabalhos agrícolas, e mais ainda, foi feita uma boa crítica sobre um grande número de insuficiências que existiam anteriormente no trabalho do comitê de gestão. É de inteira justiça que na presente Assembleia Geral do Partido, tenhais feito uma crítica ideológica das insuficiências verificadas na gestão da cooperativa, em lugar de dar importância à discussão das questões técnicas respeitantes, por exemplo, à quantidade insuficiente de adubo que foi espalhado no ano passado, à cultura cerrada que não foi praticada, etc.
Existem muitos problemas a abordar na Assembleia Geral da Organização do Partido. Mas o mais importante é discutir do ponto de vista ideológico os erros no trabalho de direção e no trabalho de gestão e o trabalho do Partido. Além disso, para termos êxito nos preparativos dos trabalhos agrícolas, é necessário proceder previamente a uma crítica de tal natureza.
Seria muito bom que descobríssemos as insuficiências do nosso trabalho, as criticássemos e as corrigíssemos. É difícil trabalhar sempre bem. Por vezes podem-se cometer erros. A questão é saber corrigi-los sem demora.
Fazer continuamente a crítica das insuficiências no nosso próprio trabalho equivale a lavarmos a cara todas as manhãs. Se deixarmos a cara suja tal como está, sem nos lavarmos todas as manhãs, a sujidade continuará a acumular-se, provocará uma doença e, por fim, a deformação completa. Passa-se o mesmo com o nosso trabalho. Se não criticarmos e corrigirmos a tempo as insuficiências verificadas no trabalho, elas acumular-se-ão incessantemente e por fim atingirão um ponto em que serão irremediáveis. É preciso corrigir constantemente as insuficiências no nosso trabalho tal como lavamos a sujidade da cara.
Sem criticar quotidianamente as insuficiências do próprio trabalho, é impossível desenvolver continuamente este último. Estou muito satisfeito por terem feito uma boa crítica do vosso trabalho no decurso da presente reunião.
Após a Assembleia Geral do Partido da Comuna, seria bom prosseguir também a crítica no seio das organizações primárias do Partido e em cada equipe de trabalho e, do mesmo modo, seria útil que cada pessoa fizesse o exame do seu trabalho e a crítica dos seus erros.
Ao reunirmos as opiniões dos que falaram nesta Assembleia Geral, pode-se verificar a existência de algumas insuficiências sérias no vosso trabalho do ano passado.
Em primeiro lugar, um dos vossos defeitos reside no fato de não terem concentrado todos os esforços no trabalho agrícola. Eis o principal defeito que cometestes no vosso trabalho do ano passado.
Qual é o trabalho principal na cooperativa agrícola? É o trabalho agrícola. Por isso, a cooperativa agrícola deve concentrar todos os seus esforços no trabalho agrícola.
Contudo, em lugar de terem concentrado os vossos esforços no trabalho agrícola, estes foram dispersos em muitos outros empreendimentos. Como haveis dito nas vossas intervenções, foi criado um grande número de equipes de trabalho, tais como a equipe de trabalho para a extração de óleo, a equipe de trabalho de piscicultura e outras semelhantes.
A vossa cooperativa não é nem uma cooperativa de extração de óleo, nem uma cooperativa de piscicultura, mas sim uma cooperativa agrícola. O presidente do comitê de gestão foi eleito não como presidente do comitê de gestão duma cooperativa de extração de óleo, mas presidente do comitê de gestão duma cooperativa agrícola. Porque se ocupam então de outros trabalhos, em lugar de se ocuparem dos vossos próprios assuntos?
Numa cooperativa agrícola todas as atividades devem estar subordinadas ao trabalho agrícola. A reparação das máquinas destina-se a servir a agricultura, a produção de estrume também se destina a servir devidamente a agricultura. Só quando a agricultura caminhar bem é que teremos cereais e palha em quantidade. Só então se poderão criar muitos porcos e vacas.
Ora, segundo um exame da repartição da mão-de-obra desta cooperativa, apenas cerca de 50% do conjunto da mão-de-obra foi destinado no ano passado às equipes de trabalho agrícola, que são as mais importantes, e o resto foi mobilizado para outras atividades.
Não quero com isto dizer que se deve suprimir completamente a equipe de trabalho de mecanização ou a equipe de trabalho de construção. É preferível reparar as máquinas agrícolas quer antes de empreender os trabalhos agrícolas, quer após tê-los terminado e, no caso da equipe de trabalho de construção é preciso primeiro fazer bastantes construções produtivas em lugar de construir habitações durante a estação agrícola. A equipe de trabalho de construção tem muitas coisas a fazer. Tem de preparar os campos, de construir devidamente os diques dos arrozais para evitar os prejuízos que causaria a inundação e abrir novos canais para converter os arrozais mal irrigados em arrozais bem irrigados.
Será bom construir habitações e o clube e o escritório do comitê de gestão, logo que todas as construções produtivas tenham sido concluídas, que a mecanização tenha sido realizada no campo e que estejamos preparados para levar uma vida fácil. De que serve construir imediatamente o escritório do comitê de gestão e ter lá muitas reuniões? Hoje, o que é imperioso, é a construção produtiva destinada a facilitar o trabalho e a aumentar a colheita. É evidente que também é preciso construir habitações modernas e escolas. Mas, é preferível fazer estes trabalhos de construção aproveitando o tempo de lazer, fora da estação agrícola. Estes trabalhos não devem ser realizados durante as estações de sementeira ou de monda.
Provavelmente, no tempo da economia rural individual, os camponeses também não construíram nem repararam as suas casas em plena estação agrícola. Porque se organizam, pois trabalhos que não dizem diretamente respeito à agricultura quando se está tão ocupado com o trabalho agrícola na cooperativa onde há um grande número de membros do Partido, onde há a organização do Partido e onde o conjunto dos membros da cooperativa pensam e trabalham coletivamente? Porque as organizações do Partido dirigiram superficialmente o trabalho agrícola.
Diz-se que quarenta e tal pessoas foram integradas na equipe de trabalho de mecanização, o que é um grande efetivo. Na Coreia do Sul, uma fábrica que tenha mais de 40 empregados é provavelmente considerada uma grande fábrica. A maior parte das fábricas que existem atualmente na Coreia do Sul são pequenas fábricas artesanais que têm cada uma de 7 a 8 empregados.
Que teriam então estas 40 pessoas para fazer na equipe de trabalho de mecanização? Não foram chamadas aí para inventarem máquinas novas, mas para se ocuparem principalmente da reparação das máquinas. As reparações devem ser feitas durante o Inverno; no Verão toda a gente deve participar nos trabalhos agrícolas, à exceção de 2 ou 3 pessoas que ficarão na equipe de reparação, para se ocuparem da reparação das máquinas e dos utensílios que estiverem estragados. Do mesmo modo, a equipe de trabalho de construção deve consagrar-se inteiramente, no Inverno e na Primavera, à reparação de casas e a outros trabalhos, e, no Verão, deve tomar parte no seu conjunto nos trabalhos agrícolas.
Diz-se que sob a direção da equipe de trabalho de extração de óleo, fabricais óleo para venda; mas não compreendo porque gostais de uma tal empresa como os pequeno-burgueses. Para extrair alguns quilogramas de óleo deixastes o campo em pousio. Que grande perda! Irem todos trabalhar para produzir mais uma tonelada de cereais é muito mais vantajoso do que fabricar alguns quilogramas de óleo. Não é assim?
Mesmo que procedeis à extração do óleo dando prova da vossa “inteligência”, há muita gente que se ocupa da fabricação de óleo mesmo na vila de Kiyang. Deveis ocupar-vos da agricultura e concentrar aí os vossos esforços. Não deveis esquecer as vossas próprias tarefas.
Em segundo lugar, um grande defeito no vosso trabalho é que trabalhastes sem plano.
Mesmo no tempo da economia individual, os bons agricultores tinham o seu plano. Trabalhavam segundo um plano que lhes indicava quando tinham de laborar, o que tinham de semear, nesta ou naquela quantidade, em tal ou tal momento, quanto dinheiro tinham de gastar nisto ou naquilo, etc. Como se poderia então explorar, sem planificação, uma economia de grande envergadura que engloba 700 lares camponeses? É impossível gerir uma cooperativa sem plano.
A necessidade de elaborar devidamente o plano torna-se cada vez maior à medida que a envergadura das cooperativas agrícolas do nosso país vai aumentando. Quando as cooperativas foram organizadas pela primeira vez, eram de pequena envergadura e não compreendiam mais, cada uma, do que 30 a 40 lares camponeses, mas presentemente, compreendem pelo menos 100 lares, em geral 300, e existem entre as maiores cooperativas, algumas que compreendem mesmo mais de 1.000 lares. É absolutamente impossível gerir cooperativas tão grandes com cálculos de cabeça como no passado.
A planificação não é nada de extraordinário. Consiste em determinar os trabalhos a empreender no quadro da cooperativa e em prever o modo de repartir os fundos, os materiais e a mão-de-obra para executar esses trabalhos.
É preciso, antes de tudo, elaborar o plano de produção cerealífera, uma vez que se trata de uma cooperativa agrícola. É necessário estabelecer, para o ano em curso, um plano que preveja o volume global a produzir em toneladas de cereais e, portanto, a quantidade de arroz, milho e trigo, e também um plano para a criação de gado que preveja o número de porcos, vacas e coelhos a criar.
É preciso igualmente ter planos para os grãos, o estrume, a forragem, etc., que serão necessários para o cumprimento do plano de produção dos cereais e do plano para a criação de gado.
Em seguida, para assegurar a realização destes planos, é preciso repartir a mão-de-obra, a saber, tal ou tal número de braços na equipe agrícola, tal ou tal número de braços na equipe de criação e assim por diante.
Para o emprego de fundos comunitários na cooperativa é igualmente necessário estabelecer um plano que preveja, por exemplo, que soma será destinada à compra de máquinas agrícolas, que soma se destinará à construção de estábulos, etc.
É verdade que também estabeleceram planos, mas dado que esses planos não se ajustavam nada à realidade, é como se tivessem trabalhado sem nenhum plano. É preciso sem dúvida estabelecer planos, mas planos absolutamente corretos.
Para fazer planos corretos, é indispensável fazer um cálculo correto da mão-de-obra, dos instrumentos de trabalho, do adubo, da forragem e de tudo o que a agricultura tem necessidade. Se, no desejo subjetivo de obter o mais possível, apesar da capacidade insuficiente, nos propomos atingir objetivos elevados, a saber, dezenas de milhares de toneladas de cereais, 1.000 porcos, 500 vacas, etc., isso não é mais do que pura ilusão. Tal plano nunca se poderá realizar.
Antes de tudo, é preciso calcular bem a sua própria capacidade. Mas, ao examinar o modo como se elaborou o plano até aqui na cooperativa, vê-se que foi fixado arbitrariamente, dizendo-se por exemplo que existem tanto de hectares de campos ou tanto de hectares de arrozais e que haveria tanto de toneladas de cereais a colher. Quando se faz agricultura segundo tal estimativa, acontecem casos em que nos vemos obrigados a semear os grãos sem ter espalhado o adubo por falta deste, casos em que não se pode transformar o adubo por falta de carros, mesmo se se dispões deles, e surgem igualmente casos em que temos falta de instrumentos agrícolas, mesmo rudimentares.
É preciso elaborar o plano depois de um cálculo correto: por exemplo, temos necessidade de tanta mão-de-obra, de estrume, de adubos químicos, de carros, de camionetas, etc., e temos tanto à nossa disposição, portanto, será possível executar tal plano ou então será preciso diminuir um pouco a sua amplitude.
Após se ter acabado o projeto do plano, é preciso submetê-lo à discussão coletiva. Deve ser discutido no comitê de comuna do Partido, nas organizações primárias do Partido, na Assembleia Geral do Partido da Comuna, e entre todos os membros da cooperativa, para que sejam ouvidas as suas opiniões.
As reuniões convocadas para discutir o plano não devem transformar-se em reuniões onde nos contentemos com o gritar hurras. É preciso verificar sem falta, por meio de números concretos com que objetivo tal plano foi estabelecido e em que fundamento se baseia para ser posto em execução.
O Estado também age com prudência quando elabora um plano. É após uma discussão séria, apoiada em bons dados, na Direção do Partido e após uma discussão com grande número de técnicos e de peritos, e depois, com um grande número de operários, que se submete o plano à discussão da Assembleia Popular Suprema para o adotar como lei. Mesmo por tal processo, surgem muitas vezes erros e malogros.
O princípio é o mesmo tanto nos assuntos de Estado como nos assuntos da cooperativa. Para que a produção se efetue como deve ser é necessário primeiro estabelecer corretamente o seu plano. A discussão do plano é um dos trabalhos mais importantes da cooperativa. Por isso, os membros do Partido devem participar nele ativamente.
De quem é a culpa se o comitê de gestão não tem o seu plano? É certo que há uma grande falta da parte do presidente do comitê de gestão. Contudo, a falta foi cometida pelo presidente do comitê do Partido da comuna e por todos os membros do Partido. O Partido não pertence só ao presidente do comitê do Partido, mas a todos os membros do Partido. Os membros do Partido devem todos lutar ativamente para conduzirem com êxito a cooperativa e devem assumir a responsabilidade da boa ou má marcha dos seus assuntos. De que serve fazer-se este ou aquele reparo, depois de se ter falhado quando não se disse nada na altura da elaboração do plano?
Em língua chinesa a palavra Partido escreve-se “dang” que significa multidão. O Partido é literalmente uma organização em que militam em massa os seus numerosos membros e não apenas uma pessoa. É necessário conduzir a gestão da cooperativa através da organização do Partido.
Uma vez estabelecido o plano, ninguém o pode modificar a seu bel-prazer. Toda a gente deve prosseguir o seu trabalho apoiando-se neste plano.
Para que todos consigam executar o plano é necessário que cada um possua o seu próprio plano. O comitê de gestão deve elaborar o plano trimestral e também o plano mensal. Deve pôr em funcionamento um plano detalhado que preveja, por exemplo, a quantidade de adubos a dar a esta ou àquela equipe de trabalho, neste ou naquele mês, a quantidade de sementes a selecionar nesta ou naquela equipe de trabalho, os trabalhos de construção a terminarem até este ou àquele mês pela equipe de trabalho de construção que em seguida, e a partir dum determinado mês, se ocupará dos trabalhos agrícolas.
Além do plano de trabalho do comitê de gestão, o presidente do comitê de gestão deve estabelecer o seu plano de trabalho. Ou seja, deve estabelecer um plano de trabalho que ele próprio deverá executar, plano esse que deve prever, por exemplo, a data de encontro com determinada pessoa para discutir este ou aquele assunto, a data em que visitará esta ou aquela equipe de trabalho e a data em que irá inspecionar esta ou aquela tarefa. Tal plano de trabalho não pode ser elaborado a longo prazo. É mesmo desejável estabelecê-lo para uma duração duma dezena de dias. Os chefes das equipes de trabalho devem ter cada um o seu próprio plano de trabalho.
Do mesmo modo, é necessário repartir por todos os membros do comitê de gestão tarefas concretas, segundo as quais cada um deles elaborará o seu plano de trabalho. Todos estes planos devem harmonizar-se. É assim que o conjunto dos trabalhos pode avançar com êxito.
Se gerirmos a economia de uma forma planificada, poderemos poupar muitas coisas, utilizar racionalmente a mão-de-obra, eliminar as flutuações nos negócios e controlar todos os ramos de uma maneira unificada.
Também devemos o rápido desenvolvimento do nosso país à planificação que aplicamos na economia, após a Libertação. Sem a aplicação da planificação na economia, não teríamos podido restabelecer e desenvolver num curto lapso de tempo, tão admiravelmente como hoje, a economia nacional do nosso país que tinha sido cruelmente arruinada no decorrer da guerra.
O mais importante para o desenvolvimento rápido da nossa campanha de cooperativização é a planificação da gestão da cooperativa. Uma das maiores faltas nas atividades do ano passado foi ter-se trabalhado sem plano. O Comitê Central do Partido, por altura da sua Sessão Plenária Alargada de Dezembro, também deu importância à questão da planificação da economia rural.
Em terceiro lugar, uma séria falta no vosso trabalho é o desperdício de mão-de-obra. É o resultado de uma má repartição da mesma. É necessário não se julgar que a mão-de-obra aumentou muito a seguir ao aumento da envergadura da cooperativa pela fusão de cooperativas. Como a envergadura cresceu, o volume de trabalho a fazer também aumentou.
Como vocês falaram muito nisso nas vossas intervenções, queria fazer uma breve explicação disso, contentando-me com a citação de alguns exemplos.
Plantaram feijão encarnado numa terra ceifada, mas lavraram-na logo com o pretexto de transformá-la em forragem; seguidamente lavraram-na de novo com o pretexto de fazerem uma horta. Que desperdício de mão-de-obra! Mais ainda, 30 a 40 pessoas estão ligadas à equipe de trabalho de mecanização para a criação de uma instalação de pouca importância, o que também constitui um desperdício de mão-de-obra. Depois, 66 pessoas estão incorporadas na equipe de criação de gado, o que constitui novo desperdício de mão-de-obra. Muitas pessoas estão igualmente colocadas na equipe de piscicultura. Será que se tem verdadeira necessidade de 8 pessoas na fecundação de ovos de peixe?
Também há muito desperdício de mão-de-obra devido a uma má organização das atividades desportivas e dos círculos. Como foram organizadas, em plena estação agrícola, competições de futebol, muitos jovens estiveram afastados por muito tempo dos trabalhos agrícolas. Além de não terem podido trabalhar, durante os 4 dias da competição de futebol, no principal centro da região, tiveram ainda de se preparar durante 16 dias consecutivos, para a dita competição. Em suma, estes jovens no vigor da idade ficaram completamente afastados dos trabalhos agrícolas, durante 20 dias.
Porquê organizar-se tal competição numa altura em que se deveria estar bastante ocupado? Na estação quente seria penoso tanto para os espectadores assistirem ao jogo, como para os futebolistas.
Quanto às atividades dos círculos, vale mais organizá-las no Inverno, altura que se está menos ocupado com os trabalhos agrícolas e em que a noite é mais longa. Ora, como as moças e as mulheres são levadas, sem mesmo repousarem durante a noite e em plena estação de monda, às sessões do círculo, em última análise só restam pessoas de idade para trabalharem normalmente.
Não é bom convocar sistematicamente as pessoas, com o pretexto de tal ou de tal conferência ou de tal ou tal curso em plena estação agrícola, e é também um grande desperdício de mão-de-obra que o presidente do comitê de gestão, depois de ter reunido quando muito bem entenda os chefes das equipes de trabalho, os retenha no local 3 ou 4 horas consecutivas.
Diz-se que há falta de mão-de-obra no campo, mas se for bem organizada poderá conseguir-se uma grande reserva. No campo há uma mão-de-obra razoável nas famílias que estão a cargo de operários e de empregados. Atualmente que toda a gente foi para Chollima para avançar, porque não se angaria a mão-de-obra das famílias a seu cargo no trabalho agrícola?
Se se mobilizar e distribuir bem a mão-de-obra e se se concentrar todos os esforços no trabalho agrícola, este ano, poderemos conduzir com êxito a agricultura e a nossa vida melhorará ainda mais.
Em quarto lugar, uma falha no vosso trabalho consiste na violação do princípio socialista da repartição. Já tinha posto a hipótese e tornou-se-me mais evidente depois de ter conversado convosco e de ter ouvido o relatório do grupo de direção que não seguis o princípio socialista da repartição. Não aplicar o princípio socialista da repartição na economia socialista é uma falta muito grave. Se não se corrigir tal erro, é impossível fazer valer a superioridade da economia cooperativa socialista.
A sociedade socialista é a primeira fase da sociedade comunista, mas é preciso distinguir o socialismo do comunismo. É certo que temos por objetivo final na nossa luta a edificação da sociedade comunista, ideal da humanidade. Mas o comunismo só é realizável através do socialismo.
Para passar do socialismo ao comunismo, é preciso desenvolver mais as forças produtivas, produzir maior número de bens e, ao mesmo tempo, efetuar a transformação comunista da consciência do homem. Para que o comunismo se realize é preciso que os bens produzidos sejam abundantes a ponto de poderem satisfazer plenamente as necessidades do homem. Para que haja uma grande abundância de bens, é necessário que a técnica seja mais desenvolvida e a produtividade ainda mais elevada, de maneira a produzir-se muito.
Na sociedade comunista, a produção será completamente mecanizada e automatizada e desaparecerá a diferença entre o trabalho com prática e o trabalho sem prática, entre o trabalho intelectual e o trabalho manual. Consequentemente, poderemos então dar a cada um segundo a sua necessidade e fornecer-lhe tantos bens quantos deseje.
Mas, na sociedade socialista, as forças produtivas não atingiram ainda tal grau de desenvolvimento. Como a mecanização ainda não é aplicada completamente, existem presentemente muitas disparidades no trabalho. Em primeiro lugar existe uma grande diferença entre o trabalho leve e o trabalho pesado. A lavoura é mais dura do que a criação de galinhas e o trabalho no interior de mina mais duro do que o que se pratica no exterior. O que ainda é verdade é que o trabalho manual é mais duro que o trabalho de gabinete. Há igualmente grandes disparidades segundo o grau de prática no trabalho. Se uma pessoa, dominando a técnica, é capaz de produzir 100 peças de artigo numa hora, uma outra não consegue produzir nesse mesmo tempo mais do que 10 peças.
Se, apesar da existência destas disparidades, se aplicasse uma repartição igual para toda a gente, quem quereria então fazer o trabalho duro, quem se esforçaria por aprender a técnica, por dar provas de um espírito criador e por produzir mais bens? A partir do momento em que há disparidades no trabalho, é preciso que as haja na repartição a fim de que a produção se possa desenvolver rapidamente.
Atualmente o importante para nós é desenvolver rapidamente e por todos os meios as forças produtivas e acelerar a mecanização e a automatização. Se todos os processos de produção forem assim mecanizados e automatizados, as diferenças entre o trabalho pesado e o trabalho leve desaparecerão por si mesmas, assim como as que existem entre o trabalho com prática e o trabalho sem prática. É nessa altura que se poderá aplicar o princípio comunista da repartição.
Existem ainda entre nós muitas ideias burguesas. A característica das ideias burguesas consiste em querer saber apenas dos interesses pessoais e ignorar os interesses da sociedade. Se se aplicasse a repartição igual para aqueles que ainda não se desembaraçaram completamente destas ideias burguesas, apareceria muita gente desejosa de viver sem trabalhar. Então a produtividade baixaria mais e a nossa vida tornar-se-ia mais difícil. É por esta razão que é absolutamente necessário aplicar o princípio socialista da repartição até ao momento em que a produção esteja inteiramente automatizada e em que as ideias burguesas tenham desaparecido completamente da consciência do homem.
Quando se vos perguntou o que era o princípio socialista da repartição, vocês responderam com justeza que se tratava de repartir por cada um o correspondente ao seu ganho. O princípio socialista da repartição consiste em repartir segundo a quantidade e a qualidade do trabalho realizado, ou, em termos mais fáceis, em repartir por cada um segundo o seu trabalho. Repartir uma grande parte por aquele que trabalhou e ganhou bastante, e uma pequena parte por aquele que trabalhou pouco e ganhou pouco, eis o princípio socialista da repartição.
Foi dito nas vossas intervenções que certos membros do Partido usufruíam de uma repartição considerável, se bem que não tivessem trabalhado como deve ser. Estes membros do Partido devem, por isto, sentir remorsos. Receber uma parte sem ter trabalhado equivale a viver-se do trabalho dos operários e dos camponeses. O princípio socialista: “Quem não trabalha, não come!”, veio precisamente contra os exploradores. Não convém dar parte aos que não trabalham, mesmo que sejam capazes, e que querem viver do trabalho alheio.
Quem quereria, portanto, trabalhar se toda a gente se alimentasse e vivesse em pé de igualdade sem distinção entre os que trabalham e os que não trabalham? É um fato bastante evidente que toda a gente quererá ter tempos livres para a sesta e ocupar-se do trabalho mais fácil de executar. Se assim fosse, não se poderia construir fábricas, nem vencer na agricultura e seria impossível atingir-se o comunismo.
Para aplicar corretamente o princípio socialista da repartição, é necessário fazer-se uma avaliação rigorosa do trabalho realizado. É preciso avaliar o trabalho pesado distinguindo-o do trabalho leve, o trabalho com prática no sentido técnico, distinguindo-o do que não o é.
Os operários que trabalham frente ao alto forno ou os mineiros têm os salários mais elevados no nosso país, porque o seu trabalho é muito difícil.
Na cooperativa é igualmente necessário ceder-se uma parte muito maior àqueles que executam trabalhos duros. Avaliais insuficientemente o trabalho dos que se esforçam na monda, ao passo que o dos fabricantes de óleo e o dos membros da equipe de trabalho de mecanização é sempre avaliado a um dia e meio de trabalho, mas isto é uma violação do princípio socialista da repartição.
O comitê popular da região e o comitê de gestão devem discutir seriamente as normas de trabalho e traçar um quadro de normas padrão. Estas regras não devem ser estabelecidas em gabinete por uma pessoa. Devem ser discutidas na Assembleia Geral do Partido e decididas na Assembleia Geral dos membros da cooperativa. Os chefes da equipe de trabalho, tendo por base estas normas, devem avaliar corretamente o trabalho realizado pelos membros da cooperativa.
Ao mesmo tempo, deveremos tomar medidas positivas para estimular mais o zelo dos membros da cooperativa pela produção, apoiando-nos firmemente no princípio socialista da repartição. Era conveniente estudar um sistema especial de distribuição de preços para aqueles que ultrapassam o plano de produção.
Suponhamos que uma equipe de trabalho de 50 pessoas está encarregada de trabalhar 50 hectares de arrozal e 50 hectares de campo e que o Estado espera que ela produza 4,5 toneladas de arroz por hectare nos arrozais e 2 toneladas de milho por hectare nos campos. Se, neste caso, os membros da equipe de trabalho, dando provas de entusiasmo e de espírito criador no trabalho, chegarem a produzir 5,5 toneladas de arroz por hectare e 3 toneladas de milho por hectare, o que ultrapassa em muito o rendimento previsto pelo Estado por cada hectare, o imposto em espécie e os encargos de utilização das águas de irrigação só devem ser cobrados sobre a recolha que tenha sido prevista e 50 toneladas de arroz e 50 toneladas de milho produzidas a mais, em relação ao plano, serão repartidas entre os membros da equipe de trabalho. Se se proceder assim, a equipe que trabalhe bem beneficiará, além da parte que lhe vem diretamente da cooperativa, duma parte suplementar correspondente ao trabalho realizado para lá do plano. Se se proceder assim, nascerá um estímulo entre as equipes de trabalho que as fará produzir mais, aumentando ainda mais a produção.
Há já muito tempo que tenho esta ideia e que pedi ao Ministério da Agricultura que elaborasse regulamentos para isso, mas ainda não foram elaborados. Seria bom experimentar primeiro na prática em lugar de fatigar o cérebro na invenção de regulamentos. Era conveniente que experimentásseis primeiro e que, nessa base, fossem redigidos regulamentos codificados para o futuro.
Se se fizer assim pode ser que o presidente do comitê de gestão se proponha a descer a uma equipe de trabalho, renunciando às suas funções de presidência. Contudo se o presidente do comitê de gestão trabalhar bem e se todas as equipes de trabalho ultrapassarem o plano, o Estado poderia atribuir-lhe um prêmio.
Alguns perguntaram o que poderá o Estado ganhar com isso. O Estado deseja que todos os camponeses levem uma vida folgada. O fato dos camponeses se tornarem ricos equivale a que o próprio Estado se torne também rico. Se os camponeses levarem uma vida folgada e se os víveres abundarem no nosso país, será um grande ganho para o Estado.
A seguir, quero aconselhar-vos a reduzir um pouco o número das equipes de trabalho.
Há 16 equipes de trabalho agrícola, 3 equipes de cultura hortícola e 2 equipes de cultura de algodão que constituem para já 21 equipes de trabalho, e se lhes juntar as equipes de criação de gado, de piscicultura, de mecanização e outras, o seu número total ultrapassa em muito 20. Seria conveniente reduzir o número das equipes para 9 ou 10 e, em contrapartida, aumentar o número das subequipes de trabalho.
É certo que se trata de uma questão que necessita de um estudo mais profundo, mas, a meu ver, uma equipe de trabalho seria suficiente para uma aldeia. Se o presidente do comitê de gestão quiser entreter-se durante uma hora com cada um dos 20 e tal chefes das equipes de trabalho, ser-lhe-ão precisas as 24 horas do dia. Não teria tempo nem para comer, nem para dormir. É provavelmente por esta razão que o presidente do comitê de gestão é alcunhado de “motocicleta”. Esta alcunha de “motocicleta” significa que ele corre continuamente de um lugar para outro a fim de solucionar as questões, mas que, por outro lado, se aproveita desse contínuo vaivém como forma de se furtar ao trabalho. Se ele continuar a correr assim, as coisas não poderão andar bem. Não se deve, por isso, confiar o trabalho de direção aos vice-presidentes. Isso equivaleria a criar uma outra instância de direção que seria inútil. O presidente do comitê de gestão deve dirigir pessoalmente os chefes de equipe de trabalho.
Não é recomendável que o presidente do comitê de gestão convoque muitas vezes os chefes de equipe de trabalho separando-os das massas, com o pretexto de que existem muitas equipes de trabalho, em lugar de as ir visitar pessoalmente. Também não é justo que o estatístico chame os chefes de equipe de trabalho para fazer as suas estatísticas. Como o presidente do comitê de gestão alcançou o título de “motocicleta” é recomendável que o estatístico percorra incessantemente os locais de trabalho para que possa obter o título de “bicicleta”, cumprindo com a missão de estatístico.
Se for muito difícil dirigir pessoalmente as equipes de trabalho que são em grande número, o melhor seria reduzir o número dessas mesmas equipes.
A criação de porcos pode também ser feita pela equipe de trabalho agrícola e não apenas pela equipe de criação de gado. Caso as forragens abundem este ano, graças a uma boa ceifa, seria preferível fazer-se a criação de porcos de uma forma dispersa, em cada equipe de trabalho, em lugar de os criar coletivamente.
Quanto à equipe de criação de gado bastará criar apenas porcas para a produção de leitões que criará até ao desmame e serão distribuídos a seguir às equipes agrícolas. É inútil separar as equipes agrícolas da equipe de criação de gado. Durante o seu trabalho de sacha e de ceifa, as equipes agrícolas poderiam enviar alguns dos seus membros ceifar feno no seu regresso para que possam ao mesmo tempo criar porcos. Sessenta e seis pessoas na equipe de criação de gado é demasiado. É um efetivo que equivale a mais ou menos ao número de operários duma pequena quinta de criação de gado do Estado.
É inútil ter-se uma equipe de piscicultura. Também não é necessário, ao que parece, ter-se uma equipe de trabalho especial para a cultura do algodão. Bastará constituir no quadro da equipe agrícola uma subequipe que se ocupará essencialmente da cultura do algodão. Isso favorecerá a utilização racional da mão-de-obra e será igualmente favorável à aplicação dum sistema de prêmios de seguro em cada equipe de trabalho. Não estou ao corrente da situação concreta noutras regiões, mas parece-me preferível que se proceda assim na região de Kangso.
Em relação ao trabalho agrícola deste ano vou falar seguidamente da produção de estrume e da mecanização da economia rural.
A tarefa importante que se põe de imediato no trabalho agrícola é a produção de estrume e o seu transporte. O nosso país não se encontra ainda em estado de produzir em grande quantidade diferentes adubos químicos. É aliás impossível fertilizar convenientemente a terra só com a ajuda dos adubos químicos. Por isso, torna-se absolutamente necessário produzir estrume composto de matérias orgânicas.
O importante para se produzir estrume em grande quantidade é desenvolver a criação de gado. Se em cada casa se criarem dois porcos por ano, será possível produzirem-se 6 toneladas de estrume. Segundo a afirmação de certos peritos, é possível obter-se 4 toneladas de estrume de boa qualidade juntando um pouco de pedra calcária e de apatita a uma tonelada de estrume originário de pocilgas, que se mistura com a terra deixando-se em seguida apodrecer. Através deste processo de produção de estrume, poder-se-á obter 24 toneladas de fertilizante orgânico de boa qualidade com a criação de 2 porcos.
Não há terra ruim. Se se espalhar muito estrume, a terra tornar-se-á fértil e dará um rendimento elevado por cara hectare. Por conseguinte, a questão consiste em lançar-se o mais cedo possível, as bases da criação de gado. Se este ano criarmos bastantes porcos, vacas e coelhos e se assim conseguirmos espalhar adubos em quantidade suficiente nos arrozais e nos campos, poderemos produzir cereais em quantidade e resolver o problema das forragens. Desde que a criação de gado seja bem conduzida, fornecer-nos-á carne, estrume, tornará a terra fértil e tornará maior o seu rendimento.
Para se desenvolver a criação de gado, é necessário criar a base de forragem. É muito difícil obter-se forragem da montanha. Segundo a linha de conduta já promovida pelo Partido, proceder-se-á a duas culturas anuais nos arrozais; poder-se-á cultivar igualmente plantas de forragem nos campos onde em seguida será cultivado o algodão.
Será preciso semear o trigo, a cevada e outros, como primeiras culturas, nas terras dos arrozais e recolhê-las antes da transplantação quando ainda estiverem verdes, para servirem de forragem. Na Sessão Plenária de Junho do ano passado ficou decidido praticarem-se duas culturas anuais, mas o Ministério da Agricultura não executou esta decisão. O que for decidido pelo Partido deve ser infalivelmente executado.
A criação de gado não pode ser separada da agricultura. Deve ser mais desenvolvida não só para obter carne, mas também para ter o estrume necessário à agricultura.
Já muitas vezes sublinhei a mecanização da economia rural. Mas gostaria de falar disso resumidamente uma vez mais.
Os nossos camponeses levaram uma vida muito difícil no tempo da economia rural individual. Se organizamos as cooperativas, foi ao fim e ao cabo para melhorar a nossa vida. Para se poder levar uma vida folgada é necessário produzir muito. As forças que produzem, isto é, as forças produtivas, devem aumentar mais, a fim de que possam produzir muito. Para que as forças produtivas aumentem é necessário mecanizar a economia rural.
Mas, a mecanização da economia rural não pode ser realizada numa manhã. É preferível que se conduza cada tarefa à medida da sua capacidade. Se atualmente quiserdes fabricar grandes máquinas tais como o trator ou a ceifeira-debulhadora, isso é absolutamente impossível. Estas grandes máquinas devem ser construídas pelo Estado que as enviará para o campo.
Seria conveniente que a fábrica de instrumentos agrícolas da província fabricasse reboques para tratores e caminhões, ceifeiras de tração animal, semeadoras mecânicas, debulhadoras, etc., e que as fábricas de instrumentos agrícolas da região produzissem máquinas de tração animal simples e instrumentos agrícolas, tais como o arado, a pá e a enxada.
Quanto à cooperativa, faria bem em consagrar os seus esforços principalmente à reparação de utensílios usuais e de máquinas agrícolas que não sejam tão complexas. É certo que ela própria poderia produzir instrumentos agrícolas simples, tais como a enxada, o foicinho, etc., se for capaz disso, mas seria conveniente que os instrumentos de que a cooperativa necessita, fossem fabricados e fornecidos pela região. Em todo o caso, deve constituir uma tarefa essencial da cooperativa a reparação dos instrumentos agrícolas e o fabrico de utensílios simples valorizando assim os materiais de que dispõe.
Para maior aceleração da mecanização, é necessário produzir em grande quantidade pequenas e médias máquinas agrícolas de tração animal, tais como o sachador e a ceifeira de tração animal, a charrua, etc., assim como as grandes máquinas agrícolas modernas.
É igualmente necessário o aperfeiçoamento contínuo dos instrumentos agrícolas. Quanto ao arado, convém produzir em grande quantidade, o arado aperfeiçoado. Além da introdução de máquinas de tração animal, um pequeno aperfeiçoamento dos velhos instrumentos poderá provocar um alto rendimento no trabalho. Como foi dito nas vossas intervenções, graças a uma boa lavra, poder-se-á aumentar a colheita com muito menos mão-de-obra do que no caso de uma monda penosa.
Sem se aumentar o rendimento do trabalho, não poderemos aumentar a colheita, da mesma forma que não nos é possível levar uma vida melhor caso não ganhemos bastante. Segundo o cálculo que fiz nestes dias, cada um de vós ganha em média por ano aproximadamente 1500 won. Trata-se também, neste caso, dum total demasiado fraco em comparação com o valor da produção, por cada operário, nos países desenvolvidos.
O que ganhastes no ano passado não vai além de metade do que os nossos operários ganharam. Devereis ganhar o dobro do ano passado para alcançardes os operários.
A palavra de ordem apresentada este ano pelo Partido consiste em produzir mais, utilizando eficientemente a mão-de-obra e as instalações existentes. O importante no campo é igualmente o aumento do rendimento do trabalho para ganhar mais. Para isso, é necessário praticar uma produção planificada, organizar racionalmente a mão-de-obra de forma a não desperdiçar e mais ainda, é necessário aperfeiçoar os instrumentos agrícolas e acelerar mais a mecanização.
É preferível que a cooperativa invista tantos fundos quanto possível na compra de instrumentos agrícolas, tais como os sachadores de tração animal, debulhadoras, arados; deve também fornecer-se de suficientes sachadores de mão, enxadas, foicinhos, etc.
Segundo a decisão da Sessão Plenária Alargada de Dezembro do Comitê Central do nosso Partido, a mecanização será aplicada primeiro na província de Phyongan do Sul. O Estado fornecer-vos-á prioritariamente os tratores e os caminhões. A tarefa que vos incumbe consiste em amanhar os terrenos a fim de que estes tratores deem plena prova da sua potência e aumentar o valor de funcionamento destes mesmos tratores.
É igualmente necessário aumentar ainda mais o valor de funcionamento dos tratores e das charruas. Não basta produzir-se estrume, é preciso transportá-lo a tempo para os arrozais e para os campos.
Seguidamente, gostaria de vos falar do trabalho do comitê de gestão. Muitos camaradas criticaram o trabalho do comitê de gestão. É certo que existem muitas insuficiências no trabalho do comitê de gestão.
A maior falha consiste no fato do pessoal do comitê de gestão não ter suficiente sentido das responsabilidades.
O Partido e o Estado encarregaram todos os quadros do comitê de gestão, a começar pelo seu presidente, da importante missão de mobilização dos camponeses para a perfeita aplicação da política do nosso Partido. O Estado confiou ao comitê de gestão os bens da cooperativa e um grande número de máquinas, tornando-o inteiramente responsável pela boa organização da produção e pelo melhoramento da vida do povo. A questão de saber se os membros da cooperativa gozarão ou não de uma vida melhor, se o campo do nosso país se transformará rapidamente num campo socialista rico e moderno depende muito dos esforços do pessoal da gestão. Contudo, o pessoal da gestão esquece esta importante responsabilidade que lhe cabe. O povo elegeu o presidente e os membros do comitê de gestão concentrando neles uma grande esperança. Por consequência, o pessoal da gestão deve ter uma alta consciência enquanto verdadeiro servidor do povo, deve estudar o seu trabalho e regular todas as tarefas com o sentido de responsabilidade.
Mas, o pessoal da gestão apenas quer forçar as massas de uma forma burocrática e, quando o trabalho da cooperativa não corre bem, toma uma atitude muito injusta no seu trabalho, delegando a responsabilidade ora nos seus superiores, ora nos seus inferiores. Se os trabalhadores responsáveis passarem noites a ler livros e a estudar o seu trabalho, é porque estão conscientes da pesada responsabilidade que têm perante o povo. Uma vez assumida a responsabilidade de uma tarefa perante o Partido e o povo, deve-se estudá-la e executá-la com inteiro sentido de responsabilidade.
O pessoal do comitê de gestão não tem suficiente sentido de responsabilidade e encontra-se profundamente imbuído pelo burocratismo e pelo formalismo. Se se quiser trabalhar com sentido de responsabilidade e não de uma maneira formalista deve-se estar, antes de tudo, bem ao corrente das tarefas da cooperativa. Se refletirmos sempre profundamente no nosso trabalho, se o dissecamos e estudamos, entregar-nos-emos naturalmente a ele.
Mas, presentemente, o pessoal da gestão ignora quanta mão-de-obra e quantos utensílios existem na cooperativa e, sem folhear os documentos, não sabe o número de vacas, nem o número total de impostos pagos em espécie. Por consequência, é inútil dizer que ele não sabe bem, neste momento, como vão os trabalhos e quem trabalha e como trabalha.
Para conhecer bem o trabalho de que se é responsável, deve-se entrar em contato com as massas e escutá-las. Se nos esforçarmos sempre por ouvir a voz das massas, mantendo-nos em contato com os chefes de equipe de trabalho, interrogando os que trabalham devidamente e conversando com o maior número possível de pessoas, poderemos saber quem trabalha bem e quais são as preocupações das massas. Tornamo-nos ignorantes do estado das coisas porque, também na altura das reuniões, temos o hábito de nos contentarmos em dizer simplesmente o que queremos, sem nos preocuparmos em escutar os outros, e de impormos as nossas opiniões aos subalternos sem ouvirmos as suas.
Como o comitê de gestão trabalha deste modo de uma maneira subjetiva e sem consultar as massas, o trabalho não pode avançar. Finalmente os subjetivistas cometem erros de burocratismo, porque não fazem senão impor aos outros o seu ponto de vista subjetivo, sem ter em conta o que convém ou não à realidade objetiva e indiferentemente ao que os outros pensem disso.
É certo que é bem possível que o próprio pessoal de gestão sugira ideias novas e as aplique. Mas é absolutamente necessário verificar se estão de acordo com a realidade. Para isso, é preciso trabalhar depois de ter consultado devidamente os subalternos e depois de ter examinado a sua situação. O método de trabalho que consiste em dar ordens aos subalternos, duma forma irrefletida, é um método de trabalho burocrático que ainda não se desembaraçou das rotinas caducas do passado.
Parece que o camarada presidente do comitê de gestão desta cooperativa ainda não conseguiu abandonar o estilo de trabalho burocrático que tinha anteriormente, ao assumir a função de presidente do comitê popular do cantão; deve corrigi-lo sem falta. É necessário que todos os camaradas o ajudem ativamente a corrigir este estilo de trabalho burocrático.
Para ser presidente do comitê de gestão da cooperativa agrícola, deve-se necessariamente saber bastante de agricultura. Se o presidente mostrar grandes ares, o trabalho não avançará.
Quem não souber combater não poderá ser oficial, mesmo que use uniforme militar e estrelas nos ombros. Se um oficial não souber combater, são antes de tudo os soldados que não o admitirão. Da mesma forma, não é razoável pedir aos camponeses que reconheçam como presidente do comitê de gestão, ou como chefes da equipe de trabalho, pessoas que não saibam cultivar a terra. Assim como os soldados chamam ao oficial que não sabe combater, “partidário do chapéu mole”, não é por acaso que um homem que não sabe de agricultura, como o camarada presidente do comitê de gestão, aqui presente, é alcunhado de “mestre de escola”. Vai uma grande distância do mestre de escola ao presidente do comitê de gestão.
Para ser presidente do comitê de gestão, é preciso ter conhecimentos sobre o solo, nomeadamente é necessário saber quais os adubos que convêm aos diferentes tipos de solo, como melhorar um solo que contenha muito destes ou daqueles elementos, é necessário possuir conhecimentos básicos sobre as plantas e os animais, assim como conhecimentos sobre as características das máquinas agrícolas, tais como os tratores, as ceifeiras-debulhadoras, etc. Também é preciso aprender os métodos de organização da mão-de-obra e os métodos de direção de massas.
Não há ninguém que tenha nascido sábio. Toda a gente tem que aprender. Tudo irá bem quando se aprender uma coisa após a outra. Não há razão para que só o que trabalhou a terra possa ser presidente do comitê de gestão. Toda a gente o pode ser desde que aprenda.
Como aprender? É preciso aprender junto das massas. Não se pode aprender sem penetrar nas massas. Os camaradas aqui presentes são todos mestres em agricultura. Ao ensinar aos camponeses o que sabe, o presidente do comitê de gestão deve aprender humildemente com eles agricultura. No início, não foi o desconhecimento da indústria e da técnica que impediu os quadros de conduzirem a luta revolucionária no passado e de dirigirem esta mesma indústria. Ninguém tinha experiência da gestão de uma fábrica. Apesar disso, aprendendo desde o princípio, gerimos as fábricas e dirigimos a economia do país.
O fato dos quadros aprenderem junto das massas, não significa que seja permitido a toda a gente tirar a conclusão a seu modo para criar um estado anárquico. É sempre o presidente do comitê de gestão quem deve formular a conclusão. Para que possa tirar uma conclusão justa deve ter conhecimentos de agricultura, de criação de gado, e ainda conhecer as condições reais da cooperativa. Para estar ao corrente da situação na cooperativa, deve consultar assiduamente os camponeses e aprender muito com eles.
Depois das consultas, o presidente do comitê de gestão deve fazer uma análise minuciosa a fim de distinguir a boa da má opinião, qual a opinião aprovada por maioria e qual a rejeitada por maioria, quais os lados bons verificados pelos que são a favor e quais os lados maus verificados pelos que são contra. Ser-lhe-ia inútil consultar os outros, se se contentasse em dar as suas opiniões, sem escutar seriamente as opiniões dos outros. Claro que a resolução final não pode ser confiada a outrem. É o presidente do comitê de gestão quem deve tomar uma resolução, baseando-se na política do Partido depois de ter tomado seriamente em consideração todas as opiniões. Eis o método para dirigir as massas, aprendendo com elas.
A fim de que o comitê de gestão possa conduzir devidamente o seu trabalho, os seus membros e os chefes de equipe de trabalho devem ajudar ativamente o presidente no seu trabalho. Este não pode conduzir os trabalhos sozinho e, mais ainda, não deve fazê-lo. É preciso que nos consultemos uns aos outros e que nos ajudemos mutuamente. As coisas andarão mal se deitarmos a responsabilidade de tudo quanto for malfeito para cima do presidente do comitê de gestão, da mesma forma que irão mal se, por sua vez, o presidente do comitê de gestão atribuir a responsabilidade de tudo o que é malfeito aos chefes de equipe de trabalho. O presidente do comitê de gestão deve respeitar a opinião do subalterno e dirigir benevolamente as atividades dos seus subalternos que, por sua vez, devem ajudar o presidente do comitê de gestão e aconselhá-lo de maneira a que possa conduzir com êxito o seu trabalho. É errôneo que o presidente do comitê de gestão se exalte sem distinguir nada, em lugar de respeitar os seus subalternos fazendo-lhes compreender as suas faltas, do mesmo modo que também é errôneo que não se ajude o presidente do comitê de gestão, tomando-o por um homem temível. Parece que o vosso presidente do comitê de gestão não se tornou um homem assim tão temível. Não se deve evidentemente estabelecer um compromisso com os que cometem erros, mas para tanto, não é necessário enfraquecer a união entre os homens. O importante é a união num espírito de camaradagem, na ajuda mútua e no amor recíproco.
O comitê do Partido da comuna deve assumir uma grande responsabilidade quando o trabalho do comitê de gestão não marcha bem. Primeiro, o presidente do comitê do Partido da comuna carece de vigor como uma folha murcha sob a geada branca e fica desatento como se tivesse sido retirado da água. Conduz-se como um homem exausto, ainda que o diretor-adjunto do departamento organizativo do Comitê Central do Partido e o presidente do comitê do Partido da província já o tenham dirigido de uma forma concreta para que hoje possa apresentar um informe à assembleia geral do Partido.
Como o comitê do Partido é fraco, é-lhe impossível quer assistir ao comitê de gestão no seu trabalho quer controlá-lo. Se o comitê de gestão trabalha mal, o presidente do comitê do Partido deve convocar uma reunião a fim de que aí sejam criticados os erros deste último e corrigida a orientação das suas atividades. Mas, o comitê do Partido da comuna não sabe o que fazer, do mesmo modo que o comitê de gestão, pondo-se a reboque deste último.
Para estabelecer uma comparação, o presidente do comitê popular da região ou da comuna é quem rema à proa, ao passo que o presidente do comitê do Partido da região ou da comuna é quem maneja o leme à ré. Como poderia o trabalho andar bem se na retaguarda se dormita e se deixa ao abandono o comitê de gestão que assim envereda por um falso caminho e vai à deriva?
O erro é apenas da responsabilidade do presidente do comitê do Partido da comuna. Os membros do comitê do Partido da comuna também trabalharam mal. Não há razão para que a organização do Partido falhe no seu conjunto pelo fato do presidente do comitê do Partido não trabalhar bem. Se os membros do comitê do Partido executarem fielmente as tarefas que lhes são atribuídas e se criticarem severamente, no quadro da reunião do comitê, o presidente do comitê do Partido caso ele tenha cometido erros no seu trabalho e o ajudarem a tempo a corrigi-los, o comitê do Partido poderá sempre prosseguir o seu trabalho como deve ser, mesmo que o seu próprio presidente tenha cometido erros no seu trabalho. No fundo, a razão pela qual se organizou o comitê do Partido a se elegerem os seus membros reside na necessidade de cooperação entre eles e de fazer valer a inteligência coletiva a fim de dirigir a organização do Partido, dado que, se estivesse sozinho no seu trabalho, o presidente do comitê poderia cometer erros.
Uma grande falha no vosso trabalho é a fraqueza do papel do comitê do Partido, que é um organismo de direção coletiva. Assegurastes a realização da reunião do comitê várias vezes por ano, mas examinastes aí essencialmente questões de disciplina, não tendo discutido concretamente as tarefas da cooperativa e não atribuindo tarefas precisas aos membros do comitê.
A fim de que o comitê do Partido tenha pulso em todos os assuntos que dizem respeito à comuna e possa dirigir de uma forma concreta o trabalho do comitê de gestão, seria necessário que os seus membros se reunissem, pelo menos uma vez por semana, para os discutir.
Quando se trata de reunião, consideramo-la como algo difícil que exige sempre um informe escrito e a elaboração de um projeto de resolução, mas não são necessárias tais formalidades. O importante é que se reúna a tempo de discutir todos os problemas e de repartir judiciosamente as tarefas. Por exemplo, depois de se ter discutido os problemas atuais, a saber: o que é necessário para conduzir com êxito os trabalhos agrícolas deste ano? O que é mais importante para uma boa preparação dos trabalhos agrícolas? Deve-se atribuir tarefas concretas a cada um dos membros do comitê, de tal modo que um determinado camarada fique responsável pela assistência à reparação das máquinas agrícolas e um outro de ajudar no transporte de estrume. Caso não se atribuam tarefas depois de as ter discutido, ninguém se sentirá responsável.
As tarefas atribuídas pelo comitê devem ser executadas sem falta. O trabalho do Partido é um trabalho revolucionário. Quem pensar que não pode fazer a revolução sem ter um salário, não poderá ser um revolucionário. No que respeita ao trabalho do Partido, convém não tomar nenhuma atitude movida por puro interesse pessoal. Para que possamos dar conta da tarefa que nos atribuiu o Partido é preciso trabalhar arduamente mesmo durante as horas em que outros repousam e depois de um dia de trabalho.
É necessário que uma vez atribuídas as tarefas estas não deixem de ser controladas na sua execução. Para isso, é inútil julgar-se necessário a organização e o envio de um determinado grupo de inspeção. Suponham que foi atribuída aos membros do comitê a tarefa da realização de determinado tipo de trabalho num determinado prazo, seria preciso inteirar-se de como os membros põem em execução esta tarefa e, no caso dela não estar a ser bem executada, dar-lhes uma direção apropriada. Por exemplo, no caso de se ter confiado a um membro do comitê a tarefa de dirigir determinado camarada que não obedece inteiramente à disciplina da organização, é necessário que nos informemos de quantas vezes ele conversou pessoalmente com este camarada e da forma como o dirigiu; e no caso de se ter confiado a um membro do comitê a tarefa de direção do trabalho da fundição de maneira a terminar a reparação das máquinas agrícolas antes de determinada data, é preciso interrogá-lo sobre o desempenho da sua tarefa e se ele não ainda a tiver cumprido é preciso inteiramo-nos das dificuldades que encontrou, devendo os membros do Partido reunir-se de novo, a fim de discutirem as medidas a tomar. Assim, os 13 membros do comitê devem reunir-se frequentemente para discutir o trabalho, distribuí-lo, fazendo o balanço do trabalho realizado e, nesta base, discutir e distribuir de novo o trabalho. É desta forma que todos os membros do comitê poderão dar provas da sua inteligência, e que o comitê poderá cumprir o papel que lhe compete.
Assim como o comitê do Partido da comuna, também as organizações primárias do Partido devem trabalhar deste modo.
Tal como outrora no tempo da luta de guerrilha era frequente a nossa participação na reunião do Partido da companhia, também ainda hoje participamos na assembleia geral da organização primária do Partido frequentemente. Uma companhia de guerrilha compunha-se de 70 a 80 pessoas das quais apenas 6 ou 7 eram membros do Partido. Quando se tinha ordem do superior para preparar-nos para um combate que teria lugar dentro de 8 ou 10 dias, o presidente do comitê do Partido da companhia convocava a reunião do Partido.
Na reunião do Partido, discutiam-se todos os problemas respeitantes aos preparativos de combate e distribuía-se o trabalho. Por exemplo, no caso de haver um guerrilheiro que se atrasasse sempre causando embaraços de cada vez que havia combates, um determinado camarada deveria assumir a responsabilidade da tarefa de o dirigir; outro camarada devia assumir a responsabilidade de dirigir e de ajudar determinado recruta, limpando-lhe a espingarda ou tecendo-lhe cordas para o saco; um outro camarada devia ter a responsabilidade dos víveres e preparar de diferentes maneiras a farinha de arroz torrada; um outro camarada devia encarregar-se adequadamente da cura de determinado camarada doente de modo a tornar possível a sua participação no combate da companhia; e ainda um outro camarada devia contar aos guerrilheiros um romance que tivesse por tema combates conduzidos pelos exércitos revolucionários ou a história de antigos generais que tivessem combatido valentemente ou então organizar palestras com os guerrilheiros acerca de determinado romance ou de récitas de combates de guerrilha conduzidos por um exército revolucionário. Desta forma, distribuíram-se tarefas específicas aos membros do Partido. Assim, ao cumprirem a sua tarefa militar, nomeadamente, entrando de guarda no caso de quem devia entrar, partindo em reconhecimento no caso de quem o devia fazer, os membros do Partido chegavam mesmo a passar a noite em claro a fim de realizarem o cumprimento destas tarefas que lhes eram distribuídas pelo Partido.
Como os preparativos de combate e dos trabalhos agrícolas constituem tarefas atribuídas pelo Partido, não pode haver diferenças quanto ao método de discussão no seio da assembleia geral da organização primária do Partido. É necessário dar-se a cada membro do Partido tarefas concretas. Por exemplo, é necessário atribuir-se a um camarada a tarefa da educação de um preguiçoso fazendo com que participe devidamente no trabalho, é preciso delegar num outro a responsabilidade de fazer uma exposição das experiências adquiridas pelas outras equipes de trabalho nos preparativos dos trabalhos agrícolas, é preciso encarregar um terceiro membro da organização de palestras com os membros da cooperativa sobre as experiências dos preparativos dos trabalhos agrícolas que tenham sido publicadas no jornal. Assim, todos os membros do Partido devem executar as tarefas que lhes forem distribuídas pela organização do Partido, participando de uma forma exemplar nos trabalhos agrícolas.
O Partido é uma organização. A organização do Partido não pode funcionar através dum simples apelo lançado na reunião aos membros do Partido para que desempenhem o papel principal. A organização do Partido não funcionará senão quando existir o trabalho organizativo, que consiste em distribuir as tarefas a cada um dos membros do Partido a fim de lhes permitir agir, e em fazer o balanço dessas tarefas. Nos Estatutos do Partido está escrito que os membros do Partido devem difundir a política do Partido e dar o exemplo na luta pela sua execução. É preciso dar tarefas concretas aos membros do Partido, a fim de que possam aplicar a política do Partido. Desde que todos os membros do Partido lutem por pôr em prática a política do Partido, a organização dos membros do Partido tornar-se-á uma organização viva e atuante.
Uma outra falha no vosso trabalho reside na insuficiência de trabalho quanto à educação dos membros do Partido.
Antes de tudo importa aumentar o nível de consciência comunista dos membros do Partido. Tal como vocês próprios ontem insistiram, quando conversávamos sobre o aspecto da consciência comunista, percebi através das vossas intervenções que um grande número de camaradas possui um baixo nível de consciência.
Agora queria limitar-me a fazer algumas breves considerações acerca da educação comunista, uma vez que já falei dela anteriormente.
Uma das questões mais importantes da educação comunista consiste em educar os homens no espírito do amor pelo trabalho.
Quem tem aversão pelo trabalho não pode ser um comunista. Quem gosta de viver na ociosidade encontra-se imbuído das ideias da classe exploradora. Todos os bens preciosos de que nos servimos, tais como a alimentação, o vestuário, o alojamento, são produtos do trabalho do homem. Sem trabalhar é evidentemente impossível a edificação de uma sociedade justa, assim como é impossível alimentarmo-nos para viver. O homem deve ter como princípio viver daquilo que tiver ganho pelo seu trabalho. Quem deseja viver do ganho de outrem quer de fato explorá-lo.
Por que razão detestamos os proprietários de bens de raiz e os capitalistas? É porque eles não trabalham, vivendo na ociosidade e apropriando-se do ganho dos operários e dos camponeses à custa de suor e sangue. São estes ociosos que combatem os comunistas, que lutam para derrubar o regime social onde dominam os exploradores e edificar uma sociedade onde toda a gente trabalhe e viva feliz.
Alguns camaradas julgam que na sociedade comunista toda a gente poderá levar uma vida ociosa, já que então se viverá na opulência. É um grande erro. É verdade que na sociedade comunista havemos de gozar de uma vida de tal maneira rica que é hoje difícil imaginá-la. Mas nela não terão então lugar, de modo nenhum, homens que vivam sem trabalhar. O fato de vivermos todos muito felizes na sociedade comunista, não significa de modo nenhum, que então possamos viver sem trabalhar, mas que, estando a técnica bem desenvolvida, o dia de trabalho será curto, o trabalho fácil e mesmo agradável, se bem que devamos trabalhar todos. Para construir no mais curto espaço de tempo tal sociedade tão magnífica é necessário desde já que trabalhemos mais.
A determinada altura da sua intervenção, uma chefe de equipe de trabalho disse que precisávamos de trabalhar muito mais, uma vez que ainda não unificamos a nossa pátria. Ela tem razão. Devemos trabalhar ainda mais que os outros pois estamos atrasados em relação a eles e temos muito a fazer.
É necessário que sejamos homens que odeiem a ideologia da classe exploradora que detesta e despreza o trabalho, que considerem a aversão pelo trabalho como algo de muito vergonhoso e o trabalho como algo sagrado e a mais louvável das coisas e que gostem de trabalhar. Só então se poderá dizer que somos homens com ideologia comunista.
O nosso povo é por natureza um povo trabalhador.
Podemos encontrar uma infinidade de magníficos exemplos do amor pelo trabalho entre o nosso povo patriota e laborioso.
Há algum tempo atrás, quando fui à cooperativa agrícola de Sangyang acompanhado dos presidentes dos comitês de província do Partido, verifiquei aí que uma velha mulher, membro de uma família de assassinados pelo inimigo, dava o exemplo do trabalho na cooperativa dizendo que as famílias dos assassinados pelo inimigo deveriam trabalhar com maior aplicação que os outros. Assim que regressei, falei deste caso.
É lógico que os revolucionários saiam dos excelentes trabalhadores, dos que gostam de trabalhar. Os membros das famílias dos revolucionários têm uma ideologia mais forte que os outros e, por esta razão, são mais modestos e apaixonados pelo trabalho.
Como certa vez afirmei, Ryom Po Bae é uma velha mulher que ultrapassou em muitos os 70 anos. O seu marido foi assassinado pelo inimigo quando ajudava a Guerrilha Antijaponesa, o seu filho mais velho tomou diretamente parte na luta de guerrilha, tombando no campo de batalha, onde deu provas de bravura, e o seu filho mais novo foi preso e morto pelos japoneses por ter servido de guia à nossa Guerrilha nas paragens do rio Amnok, ou seja, nos distritos de Changbai e Hyesan, quando esta se movimentava de Norte para Leste da Manchúria. A própria Ryom Po Bae ajudou sinceramente a nossa Guerrilha. Durante a Guerra de Libertação da Pátria esta mulher serviu refeições aos combatentes do Exército Popular quando estes se encontravam em retirada temporária, precisamente numa altura em que a invasão do inimigo era iminente, pondo assim em risco a sua própria vida. De fato, o Estado deveria sustentar esta velha como ela o merece.
Contudo, até hoje, esta mulher nunca pediu assistência social ou manifestou o mínimo descontentamento. De resto, ela enviou ao Exército Popular os três filhos que ainda lhe restavam e que educara. Na Primavera de 1958, quando da minha ida à província de Ryanggang, encontrei-a e supliquei-lhe que abandonasse toda e qualquer espécie de trabalho e que repousasse. Respondeu-me que trabalharia até ao último momento de sua vida.
O que deveríamos aprender com tal pessoa? São as suas ideias que precisamos de aprender. As suas ideias são precisamente ideias comunistas.
O trabalho é igualmente difícil de executar para toda a gente. Mas, se não se trabalhar com o pretexto de dificuldades, quem construirá a sociedade socialista? É impossível que um forasteiro torne o nosso país rico e poderoso.
Não se pode abandonar a revolução com o pretexto de que é difícil fazê-la. Não é que seja fácil aos oficiais e aos soldados do Exército Popular, defenderem os pontos altos sem dormir de noite e sujeitos à tempestade. É algo de muito difícil, mas fazem-no pelo povo, pelo Partido e pelo Estado.
Durante a nossa luta de guerrilha, os japoneses caluniaram-nos afirmando que éramos doidos por nos termos esforçado durante mais de 10 anos no treino de milhares de jovens para uma luta impossível pela obtenção da independência do país. Não o fazíamos, contudo, ignorando o fato de nos ser muito mais agradável uma vida recatada numa casa bem aquecida. Mas estávamos resolvidos a recuperar o nosso país e a salvar o nosso povo, custasse o que custasse, e por isso não considerávamos os nossos sofrimentos como tal.
Por que sofremos a opressão do imperialismo japonês durante quase 40 anos? Porque os nossos antepassados não conseguiram tomar o nosso país poderoso e rico. Se, presentemente, não nos déssemos ao trabalho de construção da sociedade socialista e se legássemos o nosso atraso à posteridade, esta sofreria sempre as consequências. Devemos trabalhar ainda mais não só para a melhoria da nossa própria vida, mas também para a felicidade dos nossos descendentes.
O trabalho traz-nos não só uma vida nova e rica, mas igualmente faz de todos nós construtores do socialismo, competentes e consistentes. É através do processo do trabalho que se torna possível ao homem acumular preciosas experiências da transformação da natureza e desenvolver ainda mais as suas aptidões. É ainda no decurso do trabalho que podemos educar-nos no espírito do coletivismo que consiste em ultrapassar as dificuldades na ajuda mútua, desembaraçar-nos das sequelas da antiga ideologia inerente à classe exploradora que detesta o trabalho e armar-nos da ideologia do povo trabalhador dedicado ao trabalho.
Um outro ponto importante da educação comunista é a educação dos homens no espírito de amor pelos bens do Estado e pelos bens comunitários.
Alguns de entre vós têm ainda o mau hábito de não considerarem como vossos próprios bens, os bens do Estado e da cooperativa. Como revelaram nas vossas intervenções, não se importam nada que as vossas galinhas debiquem à vontade os cereais da cooperativa porque pensam que o que é importante é que fiquem com o papo cheio. É um fato que testemunha a falta de dedicação aos bens da cooperativa.
Os proprietários de bens de raiz e capitalistas exploraram cruelmente os operários e os camponeses a fim de que só eles pudessem levar uma vida abundante não se importando minimamente com a sorte dos outros.
Mas, a nossa intenção é que toda a gente, e não só alguns, possa levar uma vida feliz. Foi por isso que tornamos comuns todos os bens: a terra que trabalhamos conjugando os esforços, os bois, os cavalos, as máquinas agrícolas, etc. Os bens comunitários da cooperativa não constituem bens de ninguém em particular, mas sim bens comunitários do conjunto dos membros da cooperativa. Se cada um dos membros da cooperativa só tratar dos seus próprios bens, conservando negligentemente os bens da cooperativa e não mostrando qualquer interesse pela agricultura da mesma, com o pretexto de que esta não dá de comer só a ele, os bens da cooperativa não poderão aumentar e a agricultura também não poderá avançar com êxito. É um fato evidente.
Todo aquele que pense que o que interessa é que lhe seja possível viver na abundância, colocando-se numa posição de indiferença em relação aos bens do Estado e da cooperativa é, em última análise, um homem imbuído da ideologia egoísta das classes exploradoras. Esta ideologia egoísta é uma ideologia injusta, diametralmente oposta à ideologia comunista. Se o egoísmo se desenvolvesse em alguém, esse alguém apropriar-se-ia dos bens do Estado e da cooperativa a fim de servir os seus próprios interesses, e ainda mais, acabaria mesmo por trair o Partido, o Estado e o povo reduzindo-se finalmente a um espião do inimigo.
Esta ideologia egoísta tem raízes profundas porque se desenvolveu durante milênios na sociedade das classes exploradoras. Devemos, portanto, continuar a conduzir uma luta ideológica contra a ideologia egoísta a fim de construirmos o socialismo e de formar totalmente a consciência dos homens segundo a ideologia comunista.
Um outro ponto importante da educação dos membros da cooperativa segundo a ideologia comunista, consiste em desembaraçá-los das ideias conservadoras que se traduzem na sua obstinação pelo antigo, e em cultivar ativamente no seu espírito as ideias revolucionárias de dedicação ao novo.
Vivemos presentemente na época da revolução. Rejeitamos todo o modo de vida caduco e podre que subsistia há muito, e construímos uma sociedade nova que é a mais avançada das sociedades. É impossível criar-se o novo sem rejeitar ousadamente o antigo. É impossível edificar-se uma sociedade nova, a sociedade socialista, sem rejeitar o antigo regime, a antiga ideologia, o antigo método de trabalho e as antigas regras de vida que nos impedem de avançar.
No momento atual, todos os campos se encontram organizados em cooperativas e a economia rural é gerida segundo os princípios socialistas. Devemos aperfeiçoar com ousadia todos os métodos agrícolas e de gestão de modo que se ajustem à economia cooperativa socialista avançada e eliminar, no mais curto prazo possível, a antiga ideologia, assim como os antigos usos e costumes. É necessária a luta pela contínua criação do novo contra o antigo que impede a nossa marcha em frente. O espírito revolucionário de inovações contínuas e de contínua marcha em frente, eis o que representa a ideologia comunista consequente com o nosso regime social.
Reforçando o trabalho de educação comunista devemos esforçar-nos por desenvolver a boa moral e os bons usos e costumes entre o povo. Há quem pense que os comunistas só conhecem a revolução. É um grave erro. Os comunistas observam a moral melhor que ninguém e dão mais importância do que ninguém aos bons usos e costumes do povo.
Os comunistas amam os pais, as mulheres, os filhos e os camaradas, respeitam os velhos, são simples na vida que levam e sempre modestos na sua conduta. A conduta arrogante isenta de respeito pelos velhos é totalmente contrária à moral do membro do Partido. Certos camaradas, longe de cuidarem das famílias dos militares e dos mártires chegam mesmo a ofender as mulheres destes, cometendo assim uma má ação. Proveniente de uma falta de respeito pelo povo e de uma falta de amor pelos camaradas, este comportamento é uma expressão das sequelas da antiga ideologia, própria da classe exploradora. Estes atos são vergonhosos ultrajando a nossa moral comunista.
Todos estes atos imorais enfraquecem a unidade do nosso povo e criam obstáculos à nossa marcha em frente. É-nos necessário conduzir uma luta ideológica intransigente contra tais tendências e reforçar ainda mais o trabalho de educação moral entre as massas.
Todo o trabalho de educação ideológica deve ser necessariamente efetuado em estreita ligação com a política do nosso Partido. A política do nosso Partido ilumina o caminho que deve ser seguido pelo nosso Partido e pelo nosso povo. Comparativamente, a política do nosso Partido é como que uma lâmpada que à noite ilumina o caminho. Desde que se ignore a política do Partido, poderemos cair por terra ou num precipício perigoso, porque ignoramos completamente, como quem se encaminha por uma noite espessa, qual o caminho escarpado e qual o plano. Logo que tenhamos uma lanterna ou uma lâmpada de bolso torna-se-nos possível orientarmo-nos e descobrirmos um caminho plano e direito a evitar o caminho escarpado.
A política do nosso Partido vem claramente exposta nos documentos do Partido, tais como as decisões do Congresso do Partido, as decisões do Comitê Central do Partido, as decisões do Presidium do Comitê Central do Partido, etc.
O estudo da política do Partido é um dever dos membros do Partido. A política do nosso Partido define o caminho que devemos seguir com base numa análise marxista-leninista da situação do nosso país. O estudo da política do nosso Partido e do marxismo-leninismo permitir-nos-á lutar valentemente em todos os momentos por mais difíceis que sejam, sem perdermos a esperança num futuro feliz e a confiança na vitória.
Na época da dominação imperialista japonesa, muitas pessoas previram muito vagamente o momento da derrota japonesa e da independência da Coreia. Os que não sabiam analisar a situação do ponto de vista marxista-leninista não podiam prever a derrota do imperialismo japonês, nem ter confiança na vitória.
Mas os que conheciam o marxismo-leninismo podiam prever com nitidez a derrota do imperialismo japonês e a vitória conquistada pelo nosso povo, como se olhassem de um cume alto para baixo. Os que não souberam prever o futuro e vacilaram perverteram-se, pelo contrário, os que, convencidos da verdade do marxismo-leninismo, previram o futuro e prosseguiram a sua luta, saíram vencedores.
A vitória será necessariamente conseguida por todos os que lutam seguindo o caminho indicado pelo Partido estudando duma forma razoável, em ligação com as suas condições reais, qual a política do Partido e em que reside a sua justeza.
Para terminar, queria ainda dizer-vos que os membros do Partido devem reforçar mais a sua unidade. Os membros do Partido devem unir-se conscientemente uma vez que todos têm a mesma ideologia, a ideologia comunista, e que lutam pelo mesmo objetivo. Temos ainda muitas dificuldades a vencer para edificarmos o socialismo e atingirmos a sociedade comunista. É impossível aos membros do Partido vencerem estas dificuldades, a menos que tenham confiança e se unam estreitamente uns aos outros. Todos os membros do Partido devem unir-se e, também nesta comuna, os membros do Partido devem ter um só coração e uma só vontade.
Logo que se manifeste uma falha em alguém é necessário que esse alguém seja criticado e corrigido a tempo; assim que surja uma divergência entre os membros do Partido é necessário convocar uma reunião do comitê do Partido a fim de a discutir, ou entrar em conversações com aqueles em que essa divergência se tenha manifestado por forma a regularizá-la a tempo pelo método da educação e da persuasão. Tal luta deve ser conduzida quotidianamente. Desde que as falhas se multipliquem e que a divergência se aprofunde, tornar-se-á difícil regular a questão e assegurar a unidade.
O comitê de comuna do Partido e a organizações primárias do Partido, devem consagrar grandes esforços na correção a tempo dos erros, na resolução das divergências e a garantia da unidade ideológica dos membros do Partido, reforçando continuamente a crítica e a autocrítica no seio do Partido.
A Sessão Plenária Alargada do Comitê Central do Partido, que teve lugar em Dezembro de 1959, pôs em relevo tarefas prioritárias por forma a dar-se um novo e maior impulso à edificação do socialismo. Em particular, põe-se agora em relação aos membros das nossas cooperativas a importante tarefa de produzir uma muito maior quantidade de cereais, de carne e de legumes e de tornar mais elevado o nível de vida do povo. Devemos alcançar uma nova grande vitória na luta pela realização das decisões da Sessão Plenária Alargada de Dezembro de 1959, tal como realizamos um grande impulso na edificação do socialismo, no decurso da luta de todo o povo para cumprir as decisões da Sessão Plenária Alargada de Dezembro de 1956.
Estou certo de que todos vós, mais estreitamente unidos em torno do Comitê Central do Partido, realizareis com honra as tarefas apresentadas aos nossos camponeses pela Sessão Plenária Alargada de Dezembro.