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Camaradas:
Vossa reunião é consagrada ao vigésimo-quinto aniversário do Poder Soviético. Passaram vinte e cinco anos desde a instauração do regime soviético em nosso país. Pelo seu significado, este é um acontecimento único na vida da humanidade. A história não conhece outro acontecimento igual, nem sequer semelhante a este.
No dia do vigésimo-quinto aniversário da Revolução de Outubro celebramos a emancipação dos trabalhadores de nosso país, que se libertaram dum regime reacionário e explorador. É preciso compreender bem o sentido deste acontecimento, porque conheceis o regime antigo apenas de ouvido ou através de livros e conversações. E estas conversações podem ser da natureza mais diversa. Se encontrardes um antigo ricaço ou um kulak expropriado, ouvi-lo-eis elogiar o velho regime. Mas se encontrardes alguém que era pobre, que era operário, camponês médio ou empregado, eles vos contarão os aspectos penosos da vida dos operários, dos camponeses e dos pobres da cidade na Rússia de antes da Revolução, na Rússia tzarista.
A Grande Revolução de Outubro modificou radicalmente as condições de vida dos trabalhadores de nosso país. Hoje temos o regime soviético. Muitos jovens excelentes morreram lutando pelo regime soviético. Também hoje a juventude luta pelo regime soviético, e não só na própria frente, mas também na retaguarda, nas fábricas e grandes oficinas.
Este ano celebramos nossa festa empenhados numa guerra cruel contra os fascistas alemães. Quando a celebrávamos em tempo de paz, tínhamos dois dias de festa, a jornada de trabalho era menor e em nossa mesa havia maior abundância. Hoje a celebramos numa hora em que grande número de jovens soviéticos, nossos camaradas, encontram-se em território inimigo, onde estão passando por terríveis provas. Parte deles morreu nas mães dos monstros fascistas ou está sendo assassinada por eles. Já vedes em que tempos celebramos o vigésimo-quinto aniversário do Poder Soviético.
As Reservas de Mão-de-Obra — se nos referirmos às escolas profissionais e de aprendizagem industrial — foram criadas em nosso país antes da guerra. Em que consiste sua importância? Em que darão à nossa indústria a possibilidade de completar constantemente seu pessoal operário com gente que conheça a produção.
Não é fácil a tarefa de preparar operários competentes. Para isso é preciso dois ou três anos, e para chegar a ser um operário bastante qualificado são necessários três ou quatro anos. Não é obrigatório que se passe todo esses tempo na escola. Para que uma pessoa aprenda a trabalhar bem, os hábitos fundamentais lhe devem ser proporcionados na escola e, depois, completar sua aprendizagem no trabalho prático.
Devereis trabalhar em nossas fábricas como operários profissionais. Muitos, involuntariamente, pensarão: — “Sendo assim, minha vida já está determinada? Agora, a escola profissional ou de aprendizagem industrial e depois devo converter-me em operário de uma fábrica”. Alguns talvez vacilem e tenham suas dúvidas sobre se isto está certo. Talvez tivesse sido melhor trabalhar num escritório, talvez o trabalho ali seja mais limpo e mais fácil?
Mas é realmente melhor?
A isto devo responder-vos concretamente, pois passei trinta anos de minha vida trabalhando nas fábricas e agora já tenho vinte de escritório (animação na sala) e estou em condições de falar sobre um e outro trabalho. Onde se está melhor? Indubitavelmente, na fábrica, na oficina duma fábrica.
É claro que no princípio, quando passardes da oficina da escola profissional para as enormes naves de uma fábrica, vos sentireis algo intimidados. Os primeiros dias, o primeiro mês ou os dois primeiros meses vos parecerão difíceis Mas, depois, o ambiente fabril, o próprio trabalho vão se apoderando da gente cada vez com mais fôrça. E após trabalhar um par de anos a Fábrica se converterá em algo familiar para vós. E nenhum trabalho de escritório pode igualar-se ao trabalho na fábrica pela satisfação íntima que este proporciona, já que se pode ver e perceber diretamente o fruto do seu trabalho.
Para que o homem possa ir com mais decisão para a fábrica é preciso que conheça bem seu ofício. Nos tempos em que eu era aprendiz, cada um queria trabalhar melhor que os demais. Se era torneiro, queria ser um bom torneiro e se era ajustador, queria ser um bom ajustador. O trabalho numa fábrica é muito interessante, é um trabalho que apaixona por si mesmo e agora é ainda mais interessante do que antes, pois as condições são outras.
Antes, tudo se fazia à mão. Isto tinha uma grande importância. Mas, por mais hábeis que sejam as mãos, as máquinas são melhores. Antes, havia poucas máquinas. Hoje, nossas fábricas estão equipadas com uma enorme quantidade de maquinaria. Isto faz com que o trabalho em nossas fábricas seja mais interessante, mas exige ao mesmo tempo mais conhecimentos e mais destreza.
Terminar a escola sem ter dominado bem o ofício significa não poder gozar do respeito dos camaradas. Quando alguém não conhece bem seu ofício, não está em condições de realizar trabalhos de grande responsabilidade. Unicamente os que sabem trabalhar bem são incumbidos de trabalhos de responsabilidade. Isto significa que deveis dominar vossa profissão. É preciso saber interpretar os desenhos. No futuro, muitos de vós serão chefes de equipe de mecânicos, montadores de maquinaria, eletricistas, ferramentistas. Cada operário que se respeite a si mesmo deve saber interpretar os desenhos e vós deveis aprendê-lo ainda no período escolar.
É vossa obrigação conhecer as máquinas e seria de desejar que as conhecêsseis a fundo. O trabalho na fábrica é um trabalho de produção em série. Parece um trabalho uniforme, mos exige grande atenção e conhecimento da maquinaria. A produção em série tem suas peculiaridades. Quais são elas? A produção em série exige destreza e rapidez. O operário confecciona as peças uma depois da outra, empregando, às vezes, em cada uma delas, somente um minuto. Isto quer dizer que é preciso aprender a trabalhar rápida e ritmicamente. Nas escolas profissionais, alguns alunos fazem uma parte do trabalho, outros, a outra parte. É preciso aprender a realizar todas as operações que possam tocar a cada um.
Desejo que nasça em vós, o mais breve possível, esses alto orgulho que se chama orgulho profissional. Se vossos pais foram bons operários, vós, afinal de contas, não deveis ser piores.
Hoje vos preparais para ingressar numa fábrica, em alguma grande oficina. A aprendizagem duma profissão fabril não vos priva de trabalhar no futuro em qualquer outro terreno. A fábrica não fecha o caminho ao progresso de ninguém. Pelo contrário, oferece amplas perspectivas para a atividade social, política, administrativa e inclusive para o trabalho científico.
Deveis ser bons especialistas dentro de vossa profissão. Os operários de nosso país não devem conhecer pior o seu ofício do que os operários de outros países. Os operários soviéticos, nossos jovens operários, não devem ser menos qualificados e sim mais qualificados que os operários europeus e americanos. Deveis ter isto presente e transformá-lo em realidade.
Em segundo lugar, onde mais comunistas havia antes era entre os operários. O Komsomol ainda não existia, mas havia uma juventude muito afim com os comunistas.
Para os jovens de vossa idade existe hoje a organização do Komsomol. É uma organização que educa politicamente os jovens e os ilustra. E eu desejaria que todos os jovens que neste momento estão sentados diante de mim pertencessem ao Komsomol. É possível que entre vós exista gente passiva e, não obstante, eu quisera que a maioria dos alunos das escolas profissionais e de aprendizagem industrial aspirasse a ingressar no Komsomol.
A consciência política das pessoas desempenha um papel muito grande em nosso país, nós aspiramos a que cada pessoa em nosso país seja uma pessoa politicamente consciente.
O Komsomol é a antessala do Partido. O Komsomol prepara a juventude para seu ingresso no Partido, prepara sua consciência política. Habitua as pessoas a participarem das atividades de tipo social. E vós ides trabalhar no seio da coletividade, não isolados do povo, mas participando da obra comum. Uma máquina não é construída por uma pessoa isolada. São centenas de homens que participam de sua construção.
O próprio trabalho leva os homens à vida social. Por isso eu não quereria que vos dedicásseis somente à atividade produtiva, somente a trabalhar diretamente na fabricação dos artigos que nos fazem falta, e sim — que vosso tempo livre, que vossa educação espiritual transcorresse de um modo organizado, no seio do Komsomol. É para isso que o Komsomol é o organizador da juventude. Assim se encheria aquela parte de vossa vida que, por assim dizer, fica livre do trabalho direto, assim se encheria vossa vida espiritual.
Estamos empenhados numa guerra cruel e sangrenta. Os alemães querem dilacerar nosso país e pisotear nosso povo. Vós, camaradas, além de estudar, também ajudais a frente. Nas escolas e na produção vos dedicais a cumprir encargos militares. E preciso que tais encargos sejam bem cumpridos.
Não vos encontrais diretamente na frente, mas, camaradas, sois jovens e eu confio em que não sereis os últimos na luta que nosso povo sustenta contra os fascistas. Creio que em rapidez — qualidade própria da juventude — não deveis permitir que os adultos levem a melhor. Pelo contrário, a bandeira da primazia deve estar em vossas mãos, nas mãos da juventude. Deveis ser os primeiros no trabalho e na guerra. Deveis dizer: — “Não deixaremos que nossos pais nos ganhem, haveremos de mostrar-lhes como nós, os jovens, sabemos trabalhar, nós que acabamos de iniciar-nos na produção".
Permiti-me fazer votos para que alcanceis esta destreza no trabalho, para que nos próximos anos possais demonstrá-lo plenamente. (Aplausos prolongados.)
Inclusão | 05/12/2012 |