Conquistado com o sangue do nosso povo, o poder popular é mantido pela própria direção da classe trabalhadora

Discurso pronunciado em um almoço em Berat, por ocasião do 25º aniversário de formação do Governo Provisório Democrático da Albânia.

Enver Hoxha

22 de outubro de 1969


Fonte: Obras Completas, volume 42, outubro de 1969 – fevereiro de 1970, páginas 57-72, Casa de Publicações “8 Nëntori”, Tirana, 1984.
Tradução: Thales Caramante.
HTML: Lucas Schweppenstette.


Caros camaradas, em nome do Comitê Central do Partido do Trabalho da Albânia (PTA), da Presidência da Assembleia Popular e do Conselho de Ministros da República Popular da Albânia, gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer do fundo do meu coração ao povo combatente de Berat, que, como na época da Guerra de Libertação Nacional Antifascista, como agora durante a construção e edificação do socialismo, nos acolheu e continua a nos acolher com uma generosidade e uma bondade singulares, por isso sempre nos consideramos em casa aqui.

Comecei o discurso agradecendo a hospitalidade do povo de Berat. É verdade que isto se tornou um hábito em todo o nosso país e, considerando que todos nós somos filhos e filhas do nosso povo e que esses acontecimentos marcantes do qual comemoramos pertencem a todo o povo albanês, não há lugar para agradecimentos especiais, embora o hábito de agradecer e ser grato sempre seja bom.

Entretanto, é importante ressaltar que, em momentos difíceis da Guerra de Libertação Nacional Antifascista, o heroico povo de Berat lutou junto a todo o povo albanês com armas em mãos, os seus melhores filhos e filhas preencheram os destacamentos partisans, seguiram o glorioso Partido Comunista da Albânia (PKSH) com lealdade, altruísmo e um grande número deles caíram como mártires, contribuindo, assim, com o seu sangue para a libertação completa da nossa pátria contra os invasores estrangeiros, os senhores feudais e a burguesia mais reacionária do país. Em particular, gostaria de sublinhar que, sempre que o partido precisou, em momentos muito difíceis da Guerra de Libertação Nacional, o povo de Berat abriu as portas da sua cidade para as reuniões e encontros mais importantes, como foi o caso aqui, vinte e cinco anos atrás.

Não creio que seja necessário falar longamente sobre a 2ª Sessão do Conselho de Libertação Nacional Antifascista e a sua importância, uma vez que esta questão foi discutida no comício de hoje. Por isso não vou me alongar muito neste sentido, só quero ressaltar que aquele encontro foi uma necessidade histórica. O partido e o seu comitê central concluíram que o encontro deveria se realizar a qualquer custo e em quaisquer circunstâncias que surgissem, mesmo com sacrifícios se a necessidade os exigisse, porque naquele momento nos preparávamos para passar da fase da Guerra de Libertação Nacional para uma fase nova, a da completa libertação da Albânia. A primeira fase, sendo a conclusão da 1ª Sessão do Conselho de Libertação Nacional Antifascista.

Através de muitos esforços e sacrifícios, em uma luta encarniçada, da qual milhares de filhos e filhas do nosso povo, sejam eles e elas comunistas ou das massas dos sem-partido, se sacrificaram, enquanto suas províncias eram inteiramente queimadas e destruídas. Muito desses problemas capitais encontravam o seu caminho para sua justa solução, ficavam fixados de forma mais clara na mente do nosso povo e assumiram uma forma concreta através de sua prática. Essas grandes transformações, tanto nas áreas libertadas quanto naquelas ainda ocupadas pelo inimigo, tiveram que ser decretadas como zonas pertencentes ao nosso povo. O povo que lutou para tomar o poder quis expressar livremente as suas vontades soberanas, ao ponto de transformá-las em leis. Dessa forma, todo um grande trabalho foi realizado pelo povo albanês, dirigido pelo seu partido, através de lutas sangrentas, as batalhas com os fuzis e as batalhas político-ideológicas contra os inimigos, e tiveram de ser consagradas pelas leis.

Nessas circunstâncias históricas, o partido e seu comitê central concluíram, durante 2ª Sessão do Conselho de Libertação Nacional Antifascista, a transformação do Comitê de Libertação Nacional Antifascista (KNA) no novo Governo Provisório Democrático da Albânia, de igual forma estabeleceu as leis para a eleição dos Conselhos de Libertação Nacional (KN) como aprovar a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Como se sabe, as resoluções da 2ª Sessão do Conselho de Libertação Nacional Antifascista, que refletiam as diretivas das reuniões anteriores, especialmente do Congresso de Përmet, foram de grande importância, principalmente para a obtenção de novas vitórias políticas e militares do povo albanês contra o fascismo e a reação interna, mas, ao mesmo tempo, foram também importantes para a opinião pública internacional. O partido não poderia permitir que a Guerra de Libertação Nacional fosse como qualquer outra guerra anterior na Albânia, não poderia permitir que o povo derramasse seu sangue e não colhessem os frutos de seus sacrifícios. Esta seria a última guerra, com a vitória final não apenas contra os invasores fascistas, mas também contra o feudalismo, a burguesia e pelo estabelecimento da ditadura do proletariado, do poder popular na Albânia.

O povo teve que tomar o poder. Finalmente esse objetivo seria alcançado desde que as condições objetivas e subjetivas estivessem suficientemente maduras e o partido tivesse alcançado a direção da guerra. Não houve nenhuma força capaz de frear a marcha imparável do partido. O partido não tinha medo do fascismo, do nazismo e de seus inúmeros canhões e metralhadoras, espiões e traidores. O partido orientou o povo de acordo com as leis objetivas do desenvolvimento social, que, ao se criar certas condições, operam independente da má vontade dos nossos inimigos. Conhecendo profundamente estas leis, o partido sabia que a guerra se desenvolveria, o progresso e a causa do povo venceria, desde que fosse conduzida corretamente e sem rendições. Nestas condições, não havia força que pudesse frear a revolução, ela iria necessariamente avançar como, de fato, avançou, desde que fosse dirigida por um partido marxista-leninista forte.

Lembrem-se, camaradas, que durante todo o período da Guerra de Libertação Nacional, em nosso país, graças à gloriosa atividade do Partido Comunista da Albânia, hoje Partido do Trabalho da Albânia, foram realizados reuniões, encontros, conferências e congressos de grande importância histórica, que permanecem como grandes pilares da edificação da luta heroica do nosso povo. Não apenas lembramos da realização de tais atividades, devemos lembrar que nesses encontros foram tomadas decisões importantes, que dariam o tom e o caráter desta estrita luta popular. Nas guerras anteriores, que não foram dirigidas e inspiradas por um partido comunista guiado pela teoria do proletariado, as tarefas revolucionárias da época não poderiam ser definidas. Naquela época, haviam diversas pessoas que falavam em “democracia” e de “liberdade” além de muitas outras coisas, mas, na verdade, para o povo albanês em sua maioria não havia nem liberdade, quiçá democracia, porque a ditadura dos senhores feudais, dos mercadores e da burguesia continuaram a governar o país desenfreadamente. No final da guerra, as classes dominantes mandavam para casa os seus guerreiros que tinham derramado seu sangue, os desprezavam e os insultavam com as palavras: “Agora vocês, camponeses, devem voltar pra casa, pois não entendem nada de política, apenas nós a conhecemos”. Esta atitude desdenhosa dos representantes das classes dominantes tinha de ser quebrada de uma vez por todas pelo nosso partido; a fé do povo em suas próprias forças tinha de ser fortalecida e muitos esforços tiveram de ser feitos para unir e aumentar sua força. E o partido, com uma unidade de ferro, dirigiu este povo heroico que lutou sozinho contra muitos inimigos poderosos, sem qualquer apoio externo para ajuda-los dentro de seu próprio território.

Sob condições materiais bem complicadas, mas com elevada abnegação e espírito de luta, o nosso povo alcançou vitória após vitória. O partido mostrou-nos que o povo, por menor que seja, é capaz de transformar montanhas em amplos horizontes com as próprias forças, que nenhuma tempestade poderia nos atingir desde que estivéssemos dirigidos por um partido com princípios e uma linha justa. O partido convocou toda a juventude que cresceu sob a margem desta opressão para esta guerra, mostrou que nem todos eram como os Shefqet Vërlaci, nem como os Ilias Vrioni e sua quadrilha, mas que eram, na verdade, filhos e filhas do partido, por isso um dia chegaria o momento, após a guerra, que seriam governados sob suas próprias leis.

O partido declarou que os tempos em que as grandes potências decidiam e brincavam com o nosso destino tinha terminado, fizemos essa declaração interna e externamente, para nossos amigos e inimigos, e reafirmamos que os direitos do povo albanês não poderiam ser mais violados como continuamente eram antes. Isto já era mais que o suficiente para o povo albanês ser reconhecido e respeitado, caso contrário, o povo albanês não tem fama de cair de joelhos nas lutas, não faz concessões, não concilia com aqueles que querem frear a condução da marcha do partido, nós ficávamos com os nossos princípios até o fim, desmascaramos nossos inimigos e mostrávamos o seu lugar.

O partido agiu dessa forma porque foi capaz de prospectar que os inimigos não ficariam de braços cruzados e, de fato, não ficaram. Antes e depois da Sessão de Berat, os inimigos internos e externos, abertamente ou disfarçados, com ou sem o título de membros do partido, sob novas formas, iniciaram a luta contra o recém-nascido poder popular que colocava em claro risco os interesses da burguesia.

O poder popular é agora reconhecido por todos e todas, mas depois da Libertação, desde que tinha sido estabelecido, não tinha sido devidamente reconhecido. Os nossos inimigos, entretanto, também observaram atentamente os rumos que os acontecimentos tomavam na Albânia, por isso passaram para a luta no terreno da jurisprudência, pressionando para que as novas leis fossem liberais, longe das normas da ditadura do proletariado. E, para atingir este objetivo, eles precisariam eliminar o seu principal obstáculo, o Partido Comunista da Albânia, precisavam dividi-lo e separá-lo do marxismo-leninismo, caso contrário, não teriam sucesso em sua empreitada na questão fundamental do poder, da qual é, como nos ensina o leninismo, a questão candente de cada revolução. Esse objetivo foi traçado pelos inimigos internos, os agentes do titoísmo, no interior do nosso partido, traidores como: Koçi Xoxe, Pandi Kristo e Sejfulla Malëshova, do qual atuaram com todos os meios para enfraquecer o partido, transformá-lo em um partido liberal. Assim, pensaram que este seria um caminho para enfraquecer o nosso regime de ditadura do proletariado e impedir a construção socialista na Albânia.

Neste processo hostil, coordenando ou descoordenando, os imperialistas anglo-americanos também tentaram os ajudar. A atividade de todos foi permanente, mas não conseguiram atingir os seus objetivos, não porque tivemos um ou outro iluminado que se colocaram contra eles, mas porque a revolução triunfante, como um todo, fez oposição a esses agentes. Se tornou impossível para alguns vermes romper o cerco do partido, a grande onda revolucionária, o poder popular e o partido os esmagou, tanto os inimigos internos quanto externos, porque confiou no povo, cujos interesses defendeu e continuaremos a defender com lealdade e obstinação.

Assim, não é marxista aquele que pensa que, desde o estabelecimento do poder popular até agora, tudo ocorreu como num mar de rosas. Pelo contrário, tanto antes como depois da Sessão de Berat, encontramos diversos obstáculos e dificuldades, mas que as superamos com sucesso, com perseverança e com luta contínua. Marxista é aquele que sabe e entende como superar as dificuldades sem perder a perspectiva, que pensa na vida como a luta dos contrários e, na sociedade, uma luta com inimigos de classe. Para os nossos inimigos só lhes pertence a derrota, enquanto para os marxistas lhes pertence sempre a vitória, porque esses últimos se baseiam nas leis objetivas da revolução, nas leis infalíveis do materialismo dialético, que mostram como se realiza o desenvolvimento da natureza e da sociedade. O mundo, durante o seu desenvolvimento, segue exatamente essas leis, enquanto a burguesia e o capitalismo se opõem a eles e, como não conseguem enfrentá-las, sofrem derrota após derrota. Os marxistas estão sempre com o novo, com o progressista que triunfa e avança, enquanto os capitalistas estão com o velho e o caduco, com o que está para morrer, por isso são uma classe decadente, que descem mais e mais até serem continuamente destruídos.

O partido, que pensava e se baseava precisamente nas leis do materialismo dialético, nunca foi pego de surpresa pelo inimigo; nosso partido nunca caiu em autossatisfação, nunca se enganou. Uma, duas, três ou cinco pessoas erraram, mas não todos os membros do partido. E por que alguns estavam errados, não se pode dizer que o partido estava errado. Pode fazer com que se enfraqueça por alguns momentos, mas se recupera rapidamente, porque a lei da dialética marxista-leninista também opera sobre essa matéria, sobre este fenômeno. Aqueles que cometem erros, que mentem, que traem podem ficar escondidos por algum tempo, mas não por muito tempo, porque esta lei os revela, desmascara e os expurga de nossas fileiras.

A 2ª Sessão de Berat é importante justamente pelas decisões históricas que tomou. Agora, passados vinte e cinco anos, vemos como a nossa democracia popular progrediu no sentido do contínuo aperfeiçoamento democrático.

Porém, camaradas, democratização não significa de forma alguma liberalização no sentido da tolerância para com o inimigo de classe. Há pessoas, especialmente os revisionistas, que tentam “democratizar” o poder. Até a burguesia fala muito nos termos da “democratização”, mas estas são apenas fórmulas obsoletas e superficiais. Na democracia parlamentar burguesa, promessas sensacionalistas são feitas ao povo sem parar durante os anos eleitorais, porém assim que a votação termina, os representantes eleitos da burguesia esquecem as promessas no dia seguinte e continuam a saquear o povo trabalhador.

De acordo com o nosso conceito marxista de democracia, de civilidade e cidadania, as amplas massas operárias da nossa República Popular desfrutam de todos os direitos, todas as liberdades, que são garantidos pela ditadura do proletariado. Eles são garantidos pelo nosso partido, que elabora e propaga a teoria da revolução de toda a vida do país, para que as massas compreendam da melhor forma possível seus direitos e liberdades. Os direitos e liberdades de cada cidadão e cidadã são efetivos e rigorosamente implementados por nós, porque somente assim que a ditadura do proletariado, as leis do partido, as leis do povo são garantidas. Se não protegermos e se todos não aplicarmos bem esses direitos, isso significa que não cumprimos corretamente com o nosso papel individual, como cidadão da república. Porém, para aplicá-los de forma justa, o cidadão ou cidadã, em primeiro lugar, deve compreender a extensão desses direitos, deve eliminar de sua mente e de seu coração esse lixo pequeno-burguês que o impede de ver o que nossa democracia socialista precisa.

A difamação, os rumores e as fofocas sobre um ou outro não são manifestações da democracia ou da liberdade de expressão, muito pelo contrário, são os aspectos antidemocráticos mais vivos. Além disso, a agitação e a propaganda com objetivos hostis, contra o poder popular, não são expressões da democracia. Insultar este poder criado com o sangue dos melhores filhos e filhas do nosso povo deveria ser permissível entre as próprias massas trabalhadoras que edificam cotidianamente seus interesses? Não, não há espaço nem motivo para insultar o poder popular, mas quem age assim o faz porque é inimigo do povo e, com tal atividade, comete um crime grave em detrimento da maioria, portanto as leis da ditadura do proletariado os punem severamente. A vontade e o interesse de uma ou mais pessoas especiais, que sonham com os tempos dos Ilias Vrioni e dos Essad Toptani, entre outros, não podem se opor à vontade soberana e aos interesses de todo o povo, que neste sentido, tem o direito de aplicar o castigo mais severo aos culpados.

Se uma ou duas pessoas cometeram algum erro no trabalho, como nos ensina o partido, qualquer pessoa pode e tem o direito de criticá-las, inclusive publicamente, mas os seus erros, sejam eles quais forem, jamais devem ser confundidos com a justa linha do partido e à defesa da ditadura do proletariado. Se uma pessoa levanta a voz contra um ladrão, um assassino ou qualquer outro malfeitor, a ditadura do proletariado estará mil vezes mais disposta a cair sobre a cabeça dessas pessoas, porque por suas condutas errôneas afetam diretamente o nosso povo, a propriedade socialista, enfraquece o poder popular e assim por diante.

Todo este rápido desenvolvimento revolucionário, toda essa grande atividade dirigida pelo partido, visa educar o nosso povo de acordo com a teoria marxista-leninista, para construir cidadãos e cidadãs bravos, corajosos, combatentes, soldados leais da ditadura do proletariado, carinhosos e amorosos uns com os outros, porém ao mesmo tempo, rigorosos com os inimigos de classe, sejam eles internos ou externos, porque é precisamente aqui que reside a garantia do futuro da ditadura do proletariado, a garantia do correto desenvolvimento da nossa democracia popular.

Não esqueçam por nenhum momento, camaradas, que uma das nossas principais tarefas é a luta contra os inimigos de classe. O direito e o dever de cada cidadão, entre tantos outros direitos e deveres, é também de punir os inimigos de classe que atuam para prejudicar a ditadura do proletariado e a construção do socialismo, devemos esmagá-los sem piedade, individual e coletivamente, imediatamente e sem nenhuma hesitação. Os nossos homens e mulheres, a nossa juventude, todos devem lutar por esse objetivo com uma elevada consciência de classe revolucionária. Somente assim colheremos vitórias, avançaremos sempre, concluiremos os nossos planos quinquenais em três anos e meio, e observaremos novos milagres acontecendo diante de nossos olhos.

Em nosso país, pessoas simples e sem formação especializada, operários, camponeses, intelectuais, a juventude, mulheres, todos e todas, realizam maravilhosas proezas. Em pouco tempo, com ferramentas simples, eles produzem o que outros fabricam com ferramentas modernas. Como isso é possível? Porque seus corações estão cheios de alegria, e quando seus corações estão cheios de alegria, quando eles estão puros, quando eles estão confiantes e livres no poder popular, então todos avançam com coragem. Ninguém pode cruzar nosso caminho, mesmo se nele houverem espinhos. Nós desembainhamos nossas espadas e saberemos que o partido estará sempre conosco. Cada pessoa deve saber que tem e terá sempre o partido ao seu lado, dia e noite.

O partido apoia quem não erra, mas também aceita quem erra e depois aprende com os seus erros. O partido não apoia quem comete erros repetidamente e se recusa a mudar. O partido é honesto, cumpre com suas palavras, é transparente, e o nosso povo sabe disso, sabe que o partido sempre está de coração aberto para ele.

A atitude do partido em relação aos que erram é explicada pela nossa filosofia materialista. Segundo esta filosofia, o homem não nasce perfeito, nem com virtudes comunistas. No entanto, a velha sociedade deixou lixo e manchas na sua consciência. Ao longo da vida, essas manchas vão acumulando-se, como espinhos nas pernas. Os espinhos podem causar danos, como rasgar as calças ou as mãos. O que fazer com essas pessoas? Excluí-las? Não! O partido, que sabe o que pode acontecer às pessoas na vida, ensina-nos que devemos fazer todos os esforços para salvá-las e corrigi-las. A lei da transformação qualitativa também se aplica a este caso. Se o mundo inteiro pode ser transformado, o ser humano, que é parte integrante do mundo, também pode ser transformado. Com base nesta lei, o partido começa a trabalhar com as pessoas e gradualmente as transforma, tornando-as cada vez melhores. Vemos os resultados desse trabalho valioso em toda parte. Há muitas pessoas, mesmo maduras e velhas, que cometeram erros, mas foram corrigidas pelo partido. Essas pessoas, com novas forças, lançaram-se em trabalhos socialmente úteis. É por isso que todos nós temos grande fé no partido. Devemos pensar, como diz o povo: “Mãe e pai, vocês têm partido”. Então devemos abrir o nosso coração ao partido, porque ele nos ajudará.

A maioria dos comunistas compreende corretamente os problemas do país, mas é possível que haja alguns que não os compreendam corretamente ou que se oponham a eles sem razão. Mesmo neste caso, o partido não deve se desesperar, pois é uma organização grande e forte, desde a base distrital até ao Comitê Central. Portanto, não só as pessoas que têm o seu direito violado, mas também as que erraram, podem recorrer ao partido. Quando as pessoas não encontram nos comunistas ou nas organizações de base o apoio que precisam, devem recorrer a níveis mais altos do partido. Nunca devem perder a esperança e a fé no partido, que sempre estará disposto a ajudar os honestos. Mesmo os que não são honestos, o partido tentará educá-los, mas isso será mais difícil. É por isso que o partido sempre agiu corretamente, e é por isso que o poder foi fortalecido, as massas foram temperadas, a economia desenvolveu-se e o socialismo na Albânia está sendo construído com sucesso.

A Albânia é um país que desfruta de grande sucesso em todos os campos. O Partido do Trabalho da Albânia (PTA) e a República Popular da Albânia (RPA) também desfrutam de grande prestígio e autoridade no mundo exterior. Isso se deve à luta inflexível e consequente do povo albanês e à política justa seguida pelo PTA no domínio das relações internacionais. A justa linha do partido, não só na teoria, mas também na prática, é reconhecida em todo o mundo. Os estrangeiros, assim como os albaneses, não julgam por palavras bonitas, mas sim por ações concretas. É por isso que o mundo despreza os revisionistas como demagogos e traidores. A justeza da linha marxista-leninista do Partido do Trabalho da Albânia foi comprovada na prática.

A unidade de aço da direção do partido é resultado da luta de princípios que a nossa direção travou contra os revisionistas titoístas e seus agentes internos na Albânia. Essa unidade foi fortalecida ainda mais na luta contra os revisionistas khrushchevistas, e seus sucessores da quadrilha de Brejnev. Ela também é mantida na luta contra o imperialismo americano e a burguesia mundial reacionária, que agora está junta ao social-imperialismo soviético.

A unidade da direção do partido é de importância decisiva. Ela foi conquistada através de uma luta consistente, justa, tenaz e sangrenta. Por isso, o partido e sua direção fazem todos os esforços para fortalecê-la ainda mais. O meio mais poderoso para preservar e fortalecer essa unidade é o vínculo estreito do partido com as massas e a aplicação rigorosa das leis da ditadura do proletariado.

A unidade do partido e da direção com as massas se manifesta na abertura dos corações do partido e dos comunistas às massas, na escuta atenta à voz das massas e na implementação de seus anseios. O partido, como no passado, considera a vontade das massas como lei. Ele sempre terá isso em mente e, no futuro, ouvirá com atenção e respeito a voz das massas. Dessa forma, o poder da ditadura do proletariado será invencível e conduzirá a Albânia a uma sociedade sem classes, ao comunismo. Viva o partido!


Inclusão: 27/12/2023