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Primeira Edição: Pravda, 27 de janeiro de 1924.
Fonte: Selected Works of Ho Chi Minh Vol. 1, Editora: Foreign Languages Publishing House.
HTML de: Fernando A. S. Araújo, março 2008.
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“Lênin está morto!”. Estas notícias deixaram os povos perplexos. E se espalharam a cada canto, das planícies férteis da África aos verdejantes campos da Ásia. É verdade que os povos africanos e asiáticos(1) ainda não sabem claramente que é Lênin ou onde se localiza a Rússia. Os imperialistas deliberadamente os mantiveram neste estado de ignorância. A ignorância é um dos mastros principais de sustentação do capitalismo. Mas todos eles, dos camponeses vietnamitas aos caçadores das florestas no Dahomey(2), secretamente aprenderam que em uma distante região do planeta uma nação obteve sucesso em derrubar seus exploradores e está gerenciando seu próprio país sem a necessidade de senhores e Governadores Gerais(3).
Eles também ouviram que este país chama-se Rússia e que lá habita um corajoso povo e, dentre este, o mais bravo de todos: Lênin. Isto era suficiente para preenchê-los com profunda admiração e calorosos sentimentos por este país e seu líder.
Mas isto não é tudo. Eles também aprenderam que este grande líder, depois de haver libertado seu próprio povo, desejou libertar outros povos. Ele convocou os povos para colaborarem com os asiáticos e com os africanos para libertá-los do jugo de seus agressores estrangeiros, de todas as potências ocupantes, dos Governadores Gerais, etc. E para atingir esta meta, ele delineou um programa definitivo.
Inicialmente eles não acreditaram que em algum lugar do mundo pudesse existir um homem como tal e tal programa. Mas posteriormente eles ouviram falar vagamente de partidos comunistas, de uma organização chamada Internacional Comunista, que estava lutando pelos povos explorados incluindo eles próprios. E eles aprenderam que Lênin era o líder desta organização.
E isto foi o bastante para fazer com que estes povos – apesar de seus precários conhecimentos – fossem gratos e mantivessem afeição pelo respeitável Lênin. Eles olharam para Lênin como seu libertador... No entanto, com sua morte, surgem dúvidas: “Lênin está morto, e agora, o que será de nós? Haverão outras pessoas corajosas e generosas como Lênin que despenderão seus esforços para contribuir com nossa libertação?” Eram as preocupações que se somavam com os povos em regimes coloniais.
Nos, profundamente comovidos por esta perda irreparável e compartilhamos o luto com todos os povos como seus irmãos e irmãs. Mas cremos que a Internacional Comunista e seus ramos, que incluem ramificações nos países sob o regime colonial, irão triunfar na implementação das lições e ensinamentos deixados por nosso líder. Não é seguir seus conselhos a melhor maneira de demonstrar nosso afeto por ele?
Durante sua vida, ele foi nosso pai, nosso mestre, camarada e conselheiro. Hoje é uma estrela iluminando o caminho da revolução socialista.
Lênin viverá eternamente em nosso trabalho!
Notas do tradutor:
(1) Por opção, adotei a expressão africanos e asiáticos ao invés de negros e amarelos, como constava na versão em inglês. (retornar ao texto)
(2) Antigo nome da República de Benin, país africano e tornado uma das muitas colônias da França. (retornar ao texto)
(3) Administrador nomeado pela potência colonizadora. (retornar ao texto)
Inclusão | 13/03/2008 |