MIA > Biblioteca > Maurício Grabois > Novidades
Em novembro próximo, o povo albanês comemorará, o 25º aniversário de sua libertação. Do ponto de vista da história, um quarto de século e um período bastante curto. Todavia, em tão breve espaço de tempo, a Albânia transformou-se em nação agroindustrial em acelerada marcha para se tornar um país industrial avançado. Passaram-se cinco lustros de trabalho, de luta, de heroísmo e de decisão inquebrantável para superar pesada herança de atraso, obscurantismo e injustiça social. São vinte e cinco anos que ultrapassam em importância muitos séculos de existência daquela nação do Adriático.
Quão diferente e a Albânia de hoje comparada com a de 1944! Não mais existem a miséria e o analfabetismo, a escravização da mulher e o fanatismo religioso. Varreu-se a dependência ao estrangeiro e a exploração do homem pelo homem. Viceja uma nova Albânia que, impavidamente, constrói o socialismo. A velha Albânia, o país mais atrasado da Europa, e hoje nação próspera, liberta das chagas do capitalismo.
Tendo se livrado, através de dura e gloriosa guerra emancipadora da ocupação fascista, de bárbara opressão e de um regime reacionário, os albaneses são, atualmente, senhores de seu destino, detêm firmemente em suas mãos o poder estatal é guiado pelo seu partido de vanguarda, dirigem-se ao encontro de um luminoso futuro. Por isso, a República Popular da Albânia constitui orgulho de seus filhos e dos revolucionários de todos os países, está na linha de frente do combate ao velho mundo do imperialismo, do revisionismo e da reação.
Na construção da nova sociedade, a Albânia, ao mesmo tempo que educa as massas na ideologia proletária, desenvolve, impetuosamente suas forças produtivas. O socialismo exige sólida base econômica e um povo inteiramente devotado ao bem comum. A nação albanesa empenha-se de corpo e alma nesta tarefa histórica. Dispondo de condições materiais favoráveis, tendo uma indústria e uma agricultura modernas, contando com um sistema de ensino e uma cultura a serviço dos trabalhadores, forjando o homem no espírito do comunismo, trilhando por um caminho correto revolucionário marxista-leninista, a pátria da Skanderbeg e Enver Hoxha pôde, em pouco tempo, guardadas as proporções, vir a ser o país mais adiantado do mundo.
É simplesmente assombroso seu progresso em todos os sentidos. Desde a libertação, surgiram numerosas fábricas e usinas, que servem tanto a indústria pesada com as indústrias leve e de alimentação. Cresceram a metalurgia e a indústria química. Foram construídas e estão em rápido processo da construção, centrais elétricas que, em relação a uma população de pouco mais de dois milhões de habitantes, são verdadeiramente monumentais. Pela primeira vez na vida da Albânia, estendem-se pelo seu território os trilhos de vias-férreas. Nas mais distantes regiões, chegam os cabos de alta tensão, conduzindo o progresso as zonas atrasadas. Apoiado na nova indústria, o campo desenvolveu-se intensamente, deixando para trás as pequenas economias camponesas dispersas e fazendo brotar uma solida agricultura coletivizada, e de alto nível técnico, que satisfaz as exigências fundamentais do crescente consumo da população.
Imensas sãos as possibilidades de a Albânia marchar celeremente no sentido da edificação do comunismo. A ditadura do proletariado, contando com uma poderosa base industrial e técnica, tem condições de construir com êxito a nova sociedade. Vigora no país uma autêntica ditadura proletária, um poder que serve efetivamente aos operários, camponeses e trabalhadores intelectuais; que combate energicamente as sobrevivências do capitalismo tanto na economia como na política; e que se empenha, com determinação, em levar as grandes massas a ideologia da classe operária.
Por sua vez, na Albânia do presente, está sendo criada a base econômica do socialismo, tendo como perspectiva a sociedade comunista. Dentro de dois anos, a eletrificação abarcará toda nação. Hoje, são consumidos em apenas cinco dias o equivalente de toda a produção de energia elétrica de 1938 e a de três meses e meio de 1960. Novas centrais elétricas vêm sendo construídas. A de Fier, com 100.00 Kw, entrará em funcionamento ainda este ano e em 1971 será inaugurada, na região de Shkodër, uma hidroelétrica de 250.00 Kw. Projeta-se, também, a construção sobre o rio Drin de poderosa usina de 400.000 Kw.
É igualmente vertiginoso o progresso que se verifica na indústria. O ritmo médio anual neste setor da produção de 1966 a 1968 foi duas vezes superior ao do período de 1961 a 1965. O que a nação, agora, produz numa semana corresponde a toda produção industrial de 1938. Em comparação com 1960, a extração de petróleo aumentou em 84% e a de carvão em mais de 100%. A produção de cobre multiplicou-se por 13.6. Cresceu 16 vezes a indústria química e 4,6 vezes a indústria mecânica.
Fato importante no desenvolvimento da Albânia é o avanço de sua agricultura. A superfície semeada quase triplicou em relação a 1938 e, no mesmo período, as terras irrigadas aumentaram oito vezes em extensão. Pântanos foram drenados e intensifica-se a atividade visando a converter colinas e montanhas em terras férteis. Mais de 10.000 tratores encontram-se em atividade. Moderna indústria abastece a agricultura de adubos minerai, maquinário e implementos agrícolas, de combustíveis e materiais de construção. A eletrificação invade o campo. Na região de Gjirokastër, por exemplo, todas as cooperativas agrícolas dispõem de luz e energia elétricas. Assim acontece em quase todas as cooperativas situadas nas zonas planas. Este fato é decisivo na marcha ascendente do povo albanês para o socialismo e o comunismo. Enquanto em países outrora socialistas e hoje dominados pelos revisionistas, a propriedade de caráter social definha – como é o caso da Polônia, onde cerca de 88% da economia agrícola é capitalista – a agricultura na Albânia está inteiramente coletivizada. Esta coletivização abrange 99% da terra ocupada pelos camponeses.
No terreno do ensino e da cultura, notáveis são as conquistas do povo albanês. A educação é um fenômeno de grandes massas. Com a ajuda do Estado, todos empenham em adquirir novos conhecimento e, em especial, procuram elevar sua consciência política e ideológica. Há atualmente, na Albânia, 536 mil estudantes, quase 70% a mais do que em 1960. Em cada quatro habitantes, um frequenta a escola. Somente os distritos de Lushnjë e Fier tem, sem contar as escolas profissionais, de ensino noturno e por correspondência, mais alunos que todo o país nas vésperas da Segunda Guerra Mundial. As despesas de quatro dias com a educação correspondem a todo orçamento estatal de 1938. Plasmam-se uma cultura e uma arte autenticamente populares. Elas são patrimônio das massas, expressam seus anseios e aspirações, refletem suas lutas, seu trabalho e seu heroísmo. Apesar de ser uma nação pequena, a Albânia tem uma vida cultural muito mais rica que a de numerosos países com população incomparavelmente maior. Seu teatro, ópera e ballet fizeram sensíveis progressos, tanto na forma como no conteúdo. Por todo o seu território se espalha uma rede de teatros e Casas de Cultura.
Grandes são também as conquistas na esfera da saúde pública. Basta assinalar a extraordinária elevação da expectativa de vida. Em 1938, essa média era de 38 anos. Em 1960 e 1968, atingiu respectivamente 64 e 66 anos. No período que antecedeu a eclosão da última guerra mundial, havia um médico para 8.500 pessoas. Em 1960 havia um para 3.400 e hoje um para 1.430. O contingente de trabalhadores da saúde passou de 9.860 no início desta década para 15.000 em 1968. O índice de higidez da população albanesa é um dos mais altos da Europa.
Tão magníficos êxitos melhoraram, em grande escala, o bem-estar material do povo, serviram para elevar seu nível de conhecimento e para temperar, moral e politicamente, o homem como a principal força do desenvolvimento social. Sob a direção do PTA, a Albânia vive, assim, uma época sem precedentes, que alaba a sociedade até os seus fundamentos, realizando transformações econômicas, políticas e ideológicas de tal magnitude que marcarão para sempre a vida de seu povo.
Tudo isto foi levado a cabo em condições das mais difíceis, de bloqueio do inimigo e enfrentando a ação insidiosa dos imperialistas e revisionistas. Da mesma forma que se libertou do jugo fascista e da dominação feudal-burguesa, o povo albanês vem construindo o socialismo apoiado nas próprias forças.
Em toda parte, proliferam iniciativas visando a revolucionar a consciência das massas, a sua maneira de se portar e trabalhar. Medidas são tomadas no âmbito da superestrutura. Elas têm em vista impedir o retorno do capitalismo e garantir a marcha do sentido do comunismo. Objetivam desenvolver, cada vez mais, o espírito revolucionário das massas, mudar sua concepção e educá-las na ideologia da classe operária. Os comunistas albaneses, com o camarada Enver Hoxha à frente, defendem o princípio de que os homens tanto fazem a revolução como a contrarrevolução e que, portanto, precisam formar-se e viver como revolucionários. Assim, a frente ideológica ocupa lugar de primeiro plano. Trava-se luta permanente contra as ideologias burguesas, pequeno-burguesas, feudais e patriarcais. Combate-se firmemente os costumes retrógrados e os preconceitos religiosos. Desenvolve-se esforço continuo para revolucionar ainda mais a escola, a arte e a literatura.
No que diz respeito à educação, está sendo preparado um projeto de reforma radical no ensino em cuja elaboração participaram os mais amplos setores do povo. Essa é uma questão que interessa diretamente as massas. Mais de mil comissões recebem propostas, recolhem opiniões, promovem debates e enviam o resultado do seu trabalho à comissão central encarregada de apresentar o texto do projeto definitivo. A reforma parte da ideia de que a escola e o estudo não devem ser considerados como algo isolado, que se relaciona a um único período de existência do indivíduo. Todos, sem exceção, devem estudar e aprender durante toda a vida, a fim de que se desenvolvam seu espírito criador, ajudem a impulsionar a produção e sirvam, abnegada e eficientemente, ao povo. Essa reforma baseia-se no materialismo dialético marxista e considera a educação parte importantíssima da superestrutura. Enver Hoxha, com sua clarividência de autentico líder proletário, formulou o princípio que serve de orientação a reforma educacional: “Assim como nosso sistema socialista o trabalho e a reprodução ampliada socialistas são organizados — disse ele — deve-se, simultaneamente, organizar a escola e a educação para que respondam às necessidades objetivas do socialismo e do comunismo, para que a experiência da produção sirva ao pensamento, para que o desenvolvimento da matéria esclareça o pensamento e este oriente e ajude o desenvolvimento da prática revolucionária, o desenvolvimento e a transformação da sociedade”.
Para os dirigentes do PTA, na atual escola, apesar das mudanças progressistas nela operadas desde a libertação, ainda persistem concepções idealistas, herdadas da antiga escola burguesa. Tais concepções dominam a mente de professores responsáveis da educação. A reforma do ensino realizada em 1946, apesar de seus aspectos positivos, baseou-se na velha escola, nos antigos professores. Isto marcou de modo negativo o sistema educacional e hoje se expressa no conservadorismo de mestres, tanto velhos como jovens. Acresce, igualmente, que o ensino surgido com a instauração do poder popular foi muito influenciado pela escola soviética. Tal fato, embora significasse um progresso em comparação com a velha escola, constituída, no entanto, como um obstáculo à educação, uma vez que o ensino soviético, mesmo daquele período, estava eivado de elementos retrógrados da pedagogia burguesa, e foi um dos fatores que contribuíram para o surgimento e do domínio do revisionismo na URSS.
Os dirigentes da Albânia procuram, com o maior cuidado e evitando as concepções niilistas, estabelecer uma linha correta para a educação, situá-las no caminho do marxismo-leninismo, ligando-as às necessidades imediatas do desenvolvimento do país, da defesa da pátria e da luta pela construção do socialismo. A escola, deste modo, terá como base o ensino, o trabalho e o treinamento militar. Estará indissoluvelmente vinculada a produção. Os alunos devem participar do trabalho produtivo, estar em estreito contato com os operários e camponeses e aprender com eles.
Na tarefa de revolucionar a consciência das massas, constitui vitória de decisiva importância o avanço alcançado no combate aos preconceitos religiosos. Não mais predominam as concepções místicas que entravavam seu progresso social e alimentavam o mais desenfreado obscurantismo. Impera a ciência e o marxismo-leninismo espraia-se por toda a parte.
Destacada importância para a educação no sentido do comunismo assume a pratica-lo trabalho físico e do trabalho voluntário. Na República Popular da Albânia, todos, a exceção dos doentes e anciãos, realizam este tipo de trabalho. Os que não participam diretamente da produção, de um modo geral, desenvolvem atividade manual pelo menos dois meses durante o ano. Nas fábricas e cooperativas agrícolas, técnicos e diretores ombreiam-se com os operários e camponeses nas tarefas mais duras e pegadas. Desta maneira, dá-se maior aproximação entre os trabalhadores e fortalece-se entre eles os vínculos de solidariedade, forja -se a unidade de pensamento e de ação do conjunto da sociedade e reduzem-se as diferenças entre o trabalho intelectual e o trabalho manual. Avança-se firmemente no caminho da formação de uma mentalidade verdadeiramente comunista.
Também o trabalho voluntário se estende por todo o país. Os exemplos são edificantes, revelando valor, desprendimento e alto espírito de fraternidade comunista. O trabalho voluntário vem sendo uma grande escola de comunismo, de educação da juventude, dos trabalhadores e dos intelectuais no sentido de colocar os interesses do coletivo acima dos interesses individuais. Lênin, referindo-se ao trabalho voluntário, destacava o significado dos sábados comunistas, organizados por iniciativa dos operários logo após a Revolução de Outubro, e assinalava que esta iniciativa desempenhava papel gigantesco porque se “reveste de extraordinária transcendência, pois marca o princípio de uma revolução mais difícil, mais essencial, mais profunda, mais decisiva que a derrubada da burguesia; porque é uma vitória sobre nossa própria inércia, sobre a indisciplina, sobre o egoísmo pequeno-burguês, sobre todos esses hábitos que o maldito regime capitalista legou ao operário e ao camponês”.
Em Tirana e em outras cidades, pode-se observar velhos aposentados, jovens ainda não incorporados à produção, operários depois de seus horários normais de trabalho, intelectuais e dirigentes do partido e do Estado empenhando-se voluntariamente na construção de casas para as famílias mais necessitadas do bairro, numa atividade que complementa a ação do governo no terreno da habitação. Ferrovias são construídas principalmente com o trabalho voluntário da juventude. Praticamente todos os alunos da universidade e de muitas escolas participam desta grandiosa empreitada. Os danos ocasionados pelos terremotos que, ultimamente, se verificaram na Albânia foram, em boa parte, reparados com presteza através do trabalho voluntário. Zonas do norte, que se encontram mais atrasadas em relação ao conjunto do país, são ajudadas pelos habitantes do sul a fim de que se desenvolvam mais rapidamente. Assim o trabalho voluntário vem sendo um poderoso instrumento de educação revolucionaria e sua ampliação contribui notavelmente para elevar o nível de consciência do povo.
Conquista de primordial importância para os albaneses na luta pela construção do socialismo e do comunismo e o movimento pela total emancipação da mulher. Esta, na velha Albânia, era inteiramente escravizada e o uso do véu bastante generalizado. Vivia no abandono, na opressão e na ignorância. Mesmo depois da vitória da revolução, sobre a mulher pesavam ainda velhos hábitos retrógrados. Ela tinha de enfrentar preconceitos de toda a ordem que dificultavam sua plena participação no processo produtivo e nos diferentes setores da vida social. Os geniais fundadores do socialismo científico, Marx e Engels, já assinalavam em seu tempo que sem a completa emancipação da mulher não se poderia alcançar a libertação de toda a sociedade. Enver Hoxha e o Partido do Trabalho da Albânia (PTA) iniciaram intensa campanha para assegurar, de fato, a igualdade de direitos do homem e da mulher. Esta, graças a política do partido, vem se livrando da “escravidão doméstica”. As mulheres foram incorporadas ao trabalho produtivo social e desempenham importantes funções na fábrica, no campo, nas escolas e nos hospitais, abrindo-se assim novos horizontes para a sua total emancipação. Hoje, elas tomam parte mais efetiva nos negócios do Estado e do partido, de acordo com o papel que desempenham na produção e em outros setores da atividade social. Por este caminho trata-se de mobilizar cada vez mais as grandes massas para a atividade política, a construção da nova sociedade, tarefa que não é possível realizar sem a participação da mulher, que, na Albânia representa metade da população e 35% do proletariado.
Na Albânia, o esforço para aperfeiçoar a superestrutura, para livra-la dos interesses estranhos ao socialismo e para coloca-la a altura da base econômica socialista, é constante. Tem-se sempre em conta a experiencia da União Soviética onde a degenerescência da superestrutura levou a restauração do capitalismo. Os comunistas albaneses, situando-se em posições marxista-leninistas, consideram a superestrutura política e ideológica no socialismo uma força ativa, criadora, que faz a sociedade avançar no sentido do comunismo. Por isso, no terreno do aperfeiçoamento da superestrutura, tomaram inúmeras providencias. Combatem energicamente o burocratismo em todas as suas manifestações. Na administração estatal reduziu-se drasticamente o número de funcionários, acabou-se com as normas e o papelório inúteis. O pessoal técnico e administrativo das fabricas e cooperativas agrícolas foi diminuído ao mínimo necessário. Adquire força nas empresas o movimento visando sobretudo a execução das normas do coletivo. Assim, os êxitos obtidos na produção constituem mérito do conjunto e não apenas destes ou daqueles trabalhadores de vanguarda.
Melhora-se, igualmente, as relações socialistas, em espacial, as de caráter econômico. Ao mesmo tempo, procura-se evitar a deterioração da consciência revolucionaria dos quadros através de um trabalho de educação ideológica e da eliminação das condições materiais que favorecem tal deterioração. Há grande empenho em reduzir, e mesmo liquidar, os vestígios da propriedade privada. Neste sentido, diminui-se em 60% a parcela do cooperativista e seu gado passou à metade. Desta forma, em seu próprio benefício, o camponês dedica quase todo o seu tempo a economia coletiva, está mais voltado para os interesses da comunidade e adquire melhores condições para reformar sua ideologia e combater o individualismo. Com o desenvolvimento técnico da agricultura, as cooperativas unem-se em grandes unidades agrícolas. Na região de Shkodër, por exemplo, existiam 81 cooperativas, agora são 64 e, no futuro, 40. Em todo o país, há 2.600 aldeias. Em cada uma delas existia uma cooperativa. Atualmente, há apenas 800 cooperativas em todo o campo. Trata-se de uma união voluntária que favorece o desenvolvimento da economia coletivizada, com um melhor aproveitamento de eletricidade, das maquinas, caminhões, tratores e outros meios de trabalho. Por outro lado, com esta unificação, os camponeses saem dos estreitos limites da aldeia, descortinam novas perspectivas, tem maiores possibilidades de educar-se nos princípios do socialismo e da aliança com o proletariado e, sob a direção desta classe, modificar sua concepção do mundo, combater o egoísmo e a ânsia de enriquecimento à custa dos outros, e a tendencia nociva de colocar acima de tudo o interesse material. Seguindo este rumo, chegar-se-á, num período não muito longo, a transformação da propriedade socialista de grupo em propriedade socialista de todo o povo.
Procura-se, de igual modo, acabar com as diferenças chocantes de salário. Atualmente a remuneração mais alta corresponde a 2 ou 3 vezes o salário médio do operário. Isto contrasta com a situação reinante nas nações revisionistas, em particular na URSS, onde os proventos de membros da camada social dirigente ultrapassam em dezenas de vezes o que ganha um trabalhador. Apesar dos grandes progressos feitos pela Albânia na aplicação de uma justa política salarial, ainda continua o esforço para elevar os salários mais baixos e para reduzir os mais altos, buscando-se um justo equilíbrio na remuneração. No que se refere aos intelectuais, liquidou-se o privilegio do direito autoral. Este só e pago uma vez, ao contrário do que ocorre na União Soviética e em todos os países capitalistas, nos quais o direito autoral e uma fonte permanente de renda, transmitida inclusive por herança.
No quadro geral das profundas transformações de que a Albânia é cenário, especial destaque tem o desenvolvimento das forças produtivas. Trata-se de levar a cabo a revolução técnico-científica. Esta revolução visa, através da contribuição das massas, a obter melhoramentos técnicos, maior rendimento do trabalho e, consequentemente, elevar a produtividade. Questionários são elaborados e difundidos entre os operários e especialistas. Comissões os recolhem e os estudam, aproveitando as sugestões que servem para impulsionar a produção. Realizam-se debates e sessões cientificas, onde os trabalhadores de vanguarda apresentam suas propostas e transmitem suas experiencias. Deste modo, o progresso técnico na Albânia avançou enormemente.
Não só no terreno econômico e ideológico operaram-se transformações. No âmbito da política, importantes ações vêm sendo desenvolvidas. Elas dizem respeito ao Estado e ao partido. Fortaleceu-se a ditadura do proletariado. O controle vem sendo organizado tendo em vista assegurar e ampliar a direção do proletariado em todas as esferas da sociedade. Intensifica-se a fiscalização das massas. Combina-se o controle de cima com o de baixo, o controle dos operários com o administrativo. Este último e muito restrito, enquanto o realizado pelas massas e bastante amplo e multilateral. Presentemente, as massas estão chamadas a decidir sobre os mais variados, problemas tanto da administração como do próprio partido, Nas empresas, a orientação e as conclusões dos diretores são apresentados ao debate do coletivo. Um grupo de trabalhadores de um setor controla o outro e vice-versa. Desta forma, processa-se o controle geral da classe operaria, garante-se a direção do proletariado na vida do país.
Os dirigentes albaneses defendem a ideia de que não basta se apoiar nos operários. Estes têm que controlar tudo. E não se trata apenas de um controle por meio de comissões e sindicatos. É uma supervisão da própria classe, que se exerce não apenas na produção, mas nas escolas, teatro, literatura, imprensa e aparelho do partido. Onde quer que surjam fenômenos negativos, quando se faz sentir a influência das ideias reacionárias, a classe operária deve intervir para corrigir os erros e imprimir um rumo correto a solução dos problemas. Para que o proletariado albanês possa cumprir, em sua plenitude, o papel que lhe cabe na sociedade socialista são necessárias certas condições. Isto, no entanto, não é tarefa de poucos anos, mas um processo longo cujos elementos básicos são auspiciosamente lançados pelos líderes da Nova Albânia.
Dentro deste espírito, elege-se naquele país o maior número de operários para os órgãos dirigentes do partido. A grande maioria dos comitês de direção intermediária é composta agora de trabalhadores das fabricas e das minas. Estes nem sempre são os mais experimentados, mas têm a vantagem de estar diretamente ligados a produção e desempenham suas funções, conhecendo de perto os problemas e as aspirações das massas, Enver Hoxha colocou com muita energia a necessidade de eleger os operários para as direções partidárias. Nas últimas eleições realizadas no Partido do Trabalho da Albânia (PTA), 70% a 80% dos eleitos eram constituídos de operários e cooperativistas. Também foram escolhidos intelectuais e funcionários da administração, mas em pequena porcentagem. O Comitê Central daquele partido tem plena confiança de que os elementos operários, com o tempo, se formarão. Destarte, a classe operaria faz sentir sua presença no partido que é a sua vanguarda e dirige a construção socialista. Os líderes albaneses revelaram aguçado espírito de previsão, viram as coisas em perspectiva. Não existia nenhum problema com os quadros, nem o partido enfrentava qualquer perigo de desvio do caminho proletário, do marxismo-leninismo. Mas era preciso considerar o futuro, trazendo elementos destacados do proletariado para os postos de comando. Não obstante, os quadros atuais tem muitos méritos, dispõem-se a todos os sacrifícios para fazer a revolução progredir, assimilara o espírito revolucionário dos trabalhadores ligados a produção e transmitem a estes sua experiência.
Toda essa imensa e multifacética atividade para transformar a fisionomia político-ideológica do povo albanês e o grandioso trabalho de construção socialista são orientados e comandados pelo Partido do Trabalho da Albânia (PTA), modelo de partido revolucionário. Seus dirigentes são marxista-leninistas comprovados, profundamente identificados com as aspirações do povo. Um dos aspectos marcantes da Albânia são as justas relações entre os que dirigem e os que são dirigidos. Enver Hoxha, figura de maior prestígio do país, está sempre presente nas grandes iniciativas renovadoras e nas principais demonstrações populares. Preocupa-se com todos os problemas dos trabalhadores. Enver Hoxha, o PTA e o povo albanês estão indissoluvelmente unidos.
O PTA é um brilhante exemplo para todos os revolucionários. Aplica com rigor os princípios internacionalistas da classe operária. Aumenta seu apoio a causa do marxismo-leninismo no mundo, a luta das forças anti-imperialistas, anticolonialistas e progressistas dos diversos países. Acha que este é um dever sagrado, inseparável da edificação do socialismo na Albânia e que a solidariedade aos partidos marxista-leninistas e a construção da nova sociedade são diferentes aspectos de um mesmo processo revolucionário.
Para Tirana voltam-se hoje os elementos mais avançados das nações capitalistas desenvolvidas, assim como os lutadores dos países dependentes e coloniais. O Movimento Comunista Internacional tem na Albânia um de seus principais pilares. No informe à 17ª Conferência da Organização do Partido no distrito de Tirana, o camarada Enver Hoxha afirmou: “crescem nossa confiança e determinação na conquista da vitória da revolução proletária mundial, Alegra-nos o fato de que, em todas as partes, se fortalecera e se consolidam os novos partidos comunistas, marxista-leninistas, grandes e pequenos, novos ou mais antigos. Aprendemos muito quando observamos que os marxistas revolucionários do mundo, preservando a pureza de nossa teoria marxista-leninista como a menina-dos-olhos, travam em toda a parte, a sua maneira, com suas forças e métodos, a luta contra o imperialismo, a burguesia, os social-democratas, os nacionalistas chauvinistas e os revisionistas modernos, que dissimulam sua fisionomia sob numerosas formas e mascaras”.
Por que um país de 28 mil quilómetros quadrados e com tão poucos habitantes projeta-se com tanta força no cenário político internacional? Tal fato se deve a posição firme e consequente dos camaradas albaneses diante do imperialismo e do revisionismo moderno, na defesa da independência do país e na preservação do sentido revolucionário do marxismo-leninismo. No vocabulário do PTA não existem as palavras conciliação e capitulação. Nas situações mais difíceis, jamais transigiu. A Albânia não temeu as ameaças dos fascistas gregos, de Tito, dos imperialistas ianques, dos Khrushchev, Brezhnev e Kosygin. A todos eles desafiaram. não receia as sanções nem qualquer espécie de bloqueio. Apoia os marxista-leninistas e o movimento revolucionário em todo o mundo, desmascara sem descanso o conluio soviético com os norte-americano contra os povos. Na luta contra os revisionistas modernos encontra-se na vanguarda e tem dado valiosas contribuições não só no terreno da prática como no domínio da teoria.
O prestigio do PTA resulta também de que ele nunca se deixou impressionar pela onda revisionista e escolheu o caminho do marxismo-leninismo para a construção do socialismo no país., Entre as nações da Europa onde a classe operaria tinha tomado o poder, a Albânia foi a única que se mostrou fiel a doutrina de Marx, Engels, Lênin e Stálin. Observando rigorosamente as leis e os princípios gerais da teoria do proletariado, os dirigentes albaneses apoiaram-se nas próprias forças e aplicaram sempre essa teoria à realidade do país.
Na sua gigantesca tarefa revolucionaria, o PTA oferece outro notável exemplo de interacionalíssimo proletário: sua amizade inquebrantável com o Partido Comunista da China (PCCh), o mais poderoso baluarte da revolução mundial. A amizade chinesa tem sido um dos mais importantes fatores dos progressos da Albânia. A China Popular, com sua Grande Revolução Cultural Proletária, desencadeada e dirigida por Mao Zedong, eminente líder do povo chinês e dos povos revolucionários, serviu de estímulo e exemplo para que o povo albanês empreendesse as profundas transformações económicas, políticas e ideológicas que se verificam em seu país.
Os comunistas brasileiros sempre realçaram a fidelidade do PTA ao internacionalismo proletário. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) encara como problema vital o fortalecimento dos laços que o unem aos seus irmãos albaneses. Identifica-se plenamente coro os pontos de vista do partido de Enver Hoxha sobre as questões do movimento comunista internacional e sobre a luta revolucionaria que se processa em todo o mundo. Em mais de uma oportunidade manifestou seu integral apoio a opinião dos camaradas da Albânia de que é indispensável e urgente fortalecer a colaboração e a ação conjunta dos marxista-leninistas, tendo em vista elaborar uma linha e uma posição comuns para os problemas fundamentais, especialmente os que estão relacionados com a luta contra o imperialismo norte-americano e o revisionismo moderno.
Em sua luta contra a ditadura e a dominação ianque, o povo brasileiro conta com a solidariedade ativa do valente povo da Albânia, que apoia decididamente todas as ações revolucionarias das massas do Brasil. Em particular os comunistas brasileiros tem muito que aprender com as experiencias do PTA. Os documentos deste partido são fonte de valiosos ensinamentos, ajudam a compreender melhor o curso dos acontecimentos internacionais e o porvir da revolução mundial. Eles enriquecem a doutrina invencível do proletariado.
Os comunistas e os lutadores anti-imperialistas do Brasil comemorarão o 25º aniversário da libertação da Albânia como um fato que lhes fala diretamente ao coração, como uma de suas datas mais queridas.
“O Partido do Trabalho da Albânia (PTA), sem preocupar-se em absoluto com as calúnias e as acusações dos revisionistas sobre uma suposta atividade ‘fracionista e divisionista’, ajudou e ajudará, na medida de suas possibilidades, as novas forças marxista-leninistas, a todos os que lutam contra o imperialismo e o revisionismo e estão a favor da revolução. Consideramos isto um alto dever internacionalista, porque no crescimento e desenvolvimento destas novas forças revolucionárias vemos o único caminho justo para o triunfo do marxismo-leninismo e para a derrota total do revisionismo”. — Enver Hoxha: Informe ao 5º Congresso do Partido do Trabalho da Albânia (PTA).